segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O campeonato mais emocionante do mundo.

Quando o assunto é público nos estádios, ninguém se compara à Bundesliga. Na temporada passada, mais de 42 mil torcedores, em média, lotaram as arenas alemãs. Se a preferência é por tradição e poderio financeiro, então a melhor pedida é a Premier League e suas cifras estratosféricas. Para quem acredita que o melhor campeonato precisa ter, necessariamente, os melhores times, então Barcelona e Real Madrid são os representantes de La Liga. E ainda existem aqueles que preferem o charme da Serie A italiana.  
No entanto, se o que vale é emoção, assunto para as conversas de segunda-feira e alto grau de imprevisibilidade, então nada supera o Campeonato Brasileiro. Encerrada sua 33ª rodada, o Brasileirão ainda tem pelo menos cinco times lutando pelo título. Hoje, Corinthians (58 pontos), Vasco (58), Fluminense (56), Botafogo (55) e Flamengo (55) lutam desesperadamente contra a própria irregularidade numa liga que parece ser disputada por “pontos escorridos”, tal a dificuldade para alguém assumir de vez a ponta da tabela.
Lanterna bate líder. Cena comum em Campeonatos Brasileiros.
“Mas o nível técnico é baixo”, diriam os críticos. Nem tanto. Procure ouvir o que dizem técnicos e jogadores sobre esse assunto. Para Alex, do Corinthians, o nível é alto: “Vai ver como é lá fora” afirma o meia com passagem pelo futebol russo. Para os treinadores Abel Braga e Muricy Ramalho, o Brasileiro é “o campeonato mais difícil do mundo”. São viagens longas, gramados ruins, arbitragens abaixo da crítica e muito equilíbrio dentro de campo. Além disso, como desdenhar do nível técnico de uma competição que reúne nomes como Neymar, Ganso, Borges, Ronaldinho, Juninho Pernambucano, Felipe, Renato, Liédson, Alex, Lucas, Thiago Neves, Deco, Montillo, Leandro Damião, D’Alessandro e tantos outros?
Agora, imagine o que poderia ser este campeonato se a CBF o tratasse como merece. Se o torcedor fosse tratado como cliente e não como gado. Se o calendário fosse minimamente programado para não acontecerem jogos em datas FIFA. Aí, meu amigo, seria difícil competir com ele. Enquanto esse dia não chega, aproveitemos o que esta edição tem de melhor que é fornecer assuntos infinitos tanto para as mesas redondas da TV quanto para animadas mesas de bar.
Confira abaixo o caminho dos principais candidatos ao título (e não deixe de votar na enquete ao lado):
Corinthians (58 pontos): Atlético-PR (casa), Ceará (fora), Atlético-MG (casa), Figueirense (fora) e Palmeiras (casa);
Vasco (58 pontos): Botafogo (casa), Palmeiras (fora), Avaí (casa), Fluminense (fora) e Flamengo (casa);
Fluminense (56 pontos): América-MG (casa), Grêmio (casa), Figueirense (fora), Vasco (casa), Botafogo (fora);
Botafogo (55 pontos): Vasco (fora), América-MG (fora), Internacional (casa), Atlético-MG (fora) e Fluminense (casa);
Flamengo (55 pontos): Coritiba (fora), Figueirense (casa), Atlético-GO (fora), Internacional (casa) e Vasco (fora);
É importante ressaltar que nos clássicos cariocas o acordo prévio é que todas as partidas acontecerão no Engenhão e com divisão de público, algo que, em tese, descaracteriza o mando de campo.
Imagem: Lance! 

6 comentários:

Arthur Barcelos disse...

Excelente texto, Michel. Concordo plenamente.

E como seria bom se o Campeonato Brasileiro fosse devidamente valorizado... mas envolve toda uma série de fatores, e como falaste, começando pela CBF, passando pela FIFA e também pelo Governo (Federal e Estadual).

Fiz hoje uma simulação de como ficaria a tabela: http://yfrog.com/z/h2yx4p

Abraço!

Marcus Buiatti disse...

Concordo com o texto também.

Acho o brasileirão nivelado por cima, com futebol de bom nível.

Na média, diria eu que nosso campeonato tem nota 7,5. Pra mim, o único time grande, com nota 8 - podendo chegar a 9 - que temos seria o Santos completo, com Neymar e Ganso. Os demais grandes (Vasco, Corinthians, etc) pra mim são do nível dos times de segundo patamar europeu, nota 7,5 a 8 (Arsenal, Liverpool, Juventus, hoje, etc).

Enquanto isso, os grandes campeonatos europeus, tem times nota 9 e 10 (Bayern, Man utd e city, Real, Barça) mas também muitos times abaixo de 7, 6, mais que aqui. Por isso, na média, acho o brasileirão de bom nível e forte.

mudando de assunto: rezo todo dia pra vermos Santos e Barcelona...vai ser imperdível.


Abs!

Michel Costa disse...

Obrigado, Arthur.

Quanto a sua projeção, só posso dizer que adorei o resultado final =)

Abraços.

Michel Costa disse...

Concordo, Marcus.

Aliás, não é a primeira vez que leio/ouço alguém colocando o Santos num patamar um pouco acima dos outros. Não fosse a dedicação à Libertadores, o posterior período de ressaca e a provável economia de forças na reta final do Brasileiro e hoje poderíamos ter o time praiano liderando o campeonato.
Quanto a final do Mundial, somos dois. Ainda mais depois que Muricy disse que o Santos vai jogar e não apenas se defender.

Abraço.

Marcus Buiatti disse...

Só faço duas ressalvas, Michel, não sei se vc concordará.

Uma: mais emocionante não significa necessariamente o mais divertido. HOJE, o campeonato que mais me diverte, por inúmeras razões (intensidade do jogo, técnica, estádios lotados e charmosos, etc) é o inglês.

duas: eu mudo constantemente de opinião sobre qual é o REAL nível do brasileirão. às vezes acho que temos o melhor campeonato do mundo, na média, ás vezes acho que está entre os 3 melhores, ás vezes acho que nem entre os 5...não tenho convicão sobre isso até porque temos poucas chances de ver em ação nossos times contra os europeus.

Abração!

Michel Costa disse...

Concordo em parte, Marcus.

Não sei te dizer qual campeonato mais me diverte hoje. No passado, certamente era o Italiano. Até 2007, 2008, por aí. Atualmente, acho que eu não tenho uma liga que eu gosto mais. Assim, me guio pelos jogos. Assisto ao jogos que mais me interessam independentemente da liga.

Sobre o Brasileiro, também não consigo definir o nível. E isso ocorre porque o futebol brasileiro parece estar noutro planeta quando comparamos com o europeu. Como os times de cá e de lá raramente se encontram, simplesmente não temos parâmetros para nos apoiarmos.

Abração.