segunda-feira, 30 de abril de 2012

Contagem Regressiva: Abril de 2012

Para um fanático por futebol, Copa do Mundo é muito mais do que um evento esportivo. É um período para se tirar férias do trabalho e só sair de casa para tratar de assuntos estritamente necessários. São semanas mágicas, onde um jogador consegue deixar o mundo mortal para fazer parte do panteão dos Deuses da Bola e, de quebra, transformar um país inteiro numa grande festa. É uma época para se rir, chorar, se emocionar. Enfim, é um momento que será guardado para sempre em nossos corações...
As falácias de Mano.
Não resta dúvida de que o técnico da Seleção Brasileira, Mano Menezes, tem o dom da palavra. Seus discursos, sempre articulados, conseguem convencer a maioria das pessoas – incluindo a imprensa – a acreditar em seus argumentos sem grandes contestações. Nos últimos tempos, diante da desconfiança que cerca seu trabalho, Mano decidiu fazer uso de sua oratória para se fazer acreditar. Infelizmente, com observações que não estão próximas da verdade.
Para se defender da pouca ou nenhuma evolução de seu trabalho à frente do selecionado brasileiro, Mano citou que a preparação para o Mundial de 2002 aconteceu aos trancos e barrancos e mesmo assim o Brasil foi pentacampeão. Ora, em primeiro lugar, não é porque algo não foi conduzido de maneira correta, porém deu certo no final que as coisas devem caminhar sempre assim. A evolução do trabalho é necessária não só para convencer torcida e imprensa, mas para convencer os próprios jogadores de que as coisas estão funcionando bem.
Outro comentário frequente do ex-treinador do Corinthians é dizer que o futebol brasileiro não é o mesmo que se joga no resto do mundo. E está correto. Por aqui, conceitos como compactação e marcação por zona ainda não estão totalmente enraizados e os times locais dão mais espaço do que vemos nas principais ligas europeias. Todavia, não faz muito sentido usar esse problema como desculpa para a Seleção. Isto porque dos prováveis titulares do Brasil apenas três jogadores (Ganso, Neymar e Damião) atuam no país. E esse número ainda pode cair para dois, caso Mano opte por Hernanes na vaga de Ganso, para ficar num único exemplo.  
O que o técnico nunca admitiu é que herdou de Dunga um time competitivo – que podia desagradar aos críticos brasileiros, mas teve chances reais de ser campeão na África do Sul – e não conseguiu manter o mesmo nível. Seguindo a sugestão pouco abalizada de Ricardo Teixeira, Mano Menezes descartou tudo o que aquela seleção havia conquistado e começou um time a partir de (quase) zero. Sem jogadores experientes, Mano vê seu trabalho estagnado e já se especula que o fato da Seleção não estar enfrentando grandes adversários é um pedido seu. “Ele se acovardou”, teria dito Andrés Sanchez, diretor de seleções da CBF, a pessoas próximas. Em outras palavras, o técnico que em seu discurso inicial deu a entender que o time de Dunga não representava o futebol que os brasileiros queriam ver, em dois anos não só perdeu o trabalho anterior como não constituiu um novo projeto baseado em seus conceitos. E isso explica seu medo de desafios maiores. Não por acaso, a possível troca de comando técnico após os Jogos de Londres pode partir do próprio Andrés.
Kaká e Ramires.
As semifinais da UEFA Champions League ajudaram a mostrar algo sobre as ausências de Kaká e Ramires das convocações da Seleção Brasileira em 2012. Preterido dos titulares do Real Madrid em momentos decisivos, Kaká só entrou no final do segundo tempo do duelo contra o Bayern no Santiago Bernabéu. Aparentando estar longe de sua melhor forma e sem ritmo, Kaká foi muito mal. Para piorar sua situação no clube, ainda perdeu um dos pênaltis na disputa que alijou os Merengues de mais uma final europeia.
Por outro lado, nada explica a ausência de Ramires. Peça fundamental do Chelsea na classificação diante do fortíssimo Barcelona participando de dois dos três gols dos Blues no confronto, o “queniano azul” mostrou que, atualmente, é um dos melhores meio-campistas brasileiros em atividade. A desculpa de Mano Menezes na última semana dizendo que já sabe do que Ramires é capaz é exatamente isso, uma desculpa. Quando um técnico considera um jogador realmente bom, nada mais lógico do que convocá-lo e mantê-lo no grupo.                
Os rivais:
No dia 20 de julho em Middlesbrough, Brasil e Reino Unido realizarão um amistoso preparatório para os Jogos de Londres. A partida será a última das duas equipes antes das Olimpíadas e será de fundamental importância para o técnico Mano Menezes antes da competição, uma vez que esta versão da Seleção Olímpica do Brasil nunca entrou em campo.
Sobre essa questão, muitos jornalistas têm criticado a CBF pela ausência de jogos da seleção olímpica no período, mas é bom lembrar que simplesmente não existe um calendário sul-americano para a categoria sub-23 e que muitos dos atletas que irão compor o grupo que defenderá o Brasil em gramados britânicos fazem parte da equipe principal. Além disso, nem mesmo o argumento de que o vizinho Uruguai tem reunido seus jogadores locais para treinos deveria ser usado como crítica. Afinal, se por aqui já criticam as convocações para amistosos em datas FIFA, imagine a gritaria se a Seleção tirasse os jogadores de seus clubes imersos num calendário lotado apenas para treinar.    
De olho na Copa:
Uma matéria assinada por Roberto Pereira dos Santos, do UOL, confirmou que o ex-presidente da FIFA, João Havelange, e o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira, receberam propina da extinta ISL entre 1989 e 1998. O escândalo foi revelado através de um relatório (ainda parcial) emitido pelo Parlamento Europeu. Havelange, 95, está internado no Hospital Samaritano no Rio Janeiro vítima de uma infecção no tornozelo direito, mas seu estado de saúde é estável. Teixeira, 64, mora em Miami desde que renunciou à presidência da CBF.
O presidente do Botafogo, Maurício Assumpção revelou na última sexta-feira que o Engenhão, estádio do clube, pode ser usado como “plano B” para a Copa das Confederações. Obviamente, isso significa que o consorcio responsável pela reforma do Maracanã pode não cumprir o prazo de entrega do estádio para a competição que se realizará em 2013.    
Confira abaixo, o andamento das obras nas doze sedes:         
Dentro do previsto: Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Fortaleza e Salvador;  
Apresentando atrasos: Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo;
Situação preocupante: Curitiba, Manaus e Natal.
Imagens: EFE e AFP

sexta-feira, 27 de abril de 2012

O fim, o legado e os caminhos.

É oficial. Josep Guardiola não é mais técnico do Barcelona. Após quatro anos, treze títulos em dezoito possíveis, o ex-volante anunciou em coletiva que não comandará o time catalão na próxima temporada.  Segundo palavras do presidente Sandro Rosell, foi uma decisão unilateral, uma vez que - apesar da eterna panela de pressão política que sempre caracterizou o clube - a direção blaugrana se mostrava satisfeita com seu trabalho. Na oportunidade, o nome do auxiliar Tito Vilanova foi anunciado como o novo técnico, dando um sentido de continuidade ao projeto que vem sendo desenvolvido.
Desconheço as razões da saída de Guardiola. No entanto, é impossível não encarar o anúncio como o fim de um ciclo. Em quatro temporadas, Pep reconstruiu uma equipe desacreditada e a transformou num esquadrão dos sonhos, praticante de um tipo de futebol nunca antes visto em tamanha plenitude. Coletiva e individualmente muito próximo a perfeição. Obviamente, nada impede que Tito Vilanova realize façanha semelhante. Porém, ainda é muito cedo para dizer se o auxiliar tem a inventividade, a coragem e até a parcela de loucura presente em Guardiola.
Como legado, este Barcelona deixa para o mundo da bola mensagens positivas como não ser necessário possuir atletas altos e fortes para ser competitivo, que ser ofensivo não significa ser defensivamente vulnerável, que os volantes podem marcar e também jogar e, sobretudo, que é possível vencer sem abdicar do futebol bem jogado. Difícil imaginar outro time que tenha deixado tantas lições e influenciado tanto.
Neste momento algumas perguntas se fazem obrigatórias. O destino do Barcelona é a primeira delas. A motivação e a ambição deste grupo continuarão as mesmas? Em diversos momentos, os jogadores culés relacionaram o fantástico momento que viviam a Guardiola. Como será com Vilanova no comando? Pelo lado do treinador, é impossível não especular sobre sua próxima equipe e se ele será tão bem sucedido numa agremiação que não lhe é tão familiar. Afinal, uma coisa é treinar um time “de casa”, onde se conhece do porteiro ao presidente. Outra, bem diferente, é comandar um grupo desconhecido, numa realidade desconhecida. Certamente, propostas não faltarão. Hoje, uma história chegou ao fim, mas outra começa a ser escrita a partir de agora. Feliz de quem viu esse time jogar.


Imagem: Reuters

Question – 13

Quem é o ex-jogador retratado ao lado?
Dicas serão inseridas neste espaço de acordo com a necessidade dos participantes.
Regulamento: O primeiro acertador receberá três pontos. Os demais acertadores receberão um ponto pela participação. Na próxima sexta, a resposta deste Question e a postagem de um novo desafio.
Premiação: O participante que somar o maior número de pontos ao final de quinze edições receberá em casa um livro à sua escolha sobre o tema futebol.
Boa sorte a todos!
Anterior:
Descubra o nome do ex-jogador descrito na(s) afirmativa(s) abaixo.
I – Conhecido por sua precisão nos passes, atuou como lateral e meia;
II – Disputou as Copas de 1990 e 1994;
III – Além do futebol brasileiro, também jogou na Itália e na Espanha;
IV – Hoje observa o sucesso de seus filhos no Barcelona;
Resposta: Trata-se de Iomar do Nascimento, mais conhecido como Mazinho. Formado pelo Santa Cruz, também defendeu Vasco da Gama, Lecce, Fiorentina, Palmeiras, Valencia e Celta de Vigo. Pela Seleção Brasileira, Mazinho conquistou a Copa América de 1989 e a Copa do Mundo de 1994. É pai das jovens promessas do Barcelona, Thiago e Rafael Alcântara.
Classificação: Parabéns para Luciano, o primeiro a acertar o nome de Mazinho. Neste momento, a liderança é dividida entre o próprio Luciano e Yuri, restando apenas três desafios para o final.
Confira abaixo a classificação de momento:
1º - Luciano e Yuri – 18 pontos;
2º - Arthur Barcelos – 14 pontos;
3º - Johnny – 13 pontos;
4º - Joe William – 12 pontos;
5º - Gustavo Carratte – 11 pontos;
6º - Eduardo Jr – 10 pontos;
7º - Alexandre Rodrigues Alves, Prisma e Victorino Netto – 9 pontos;
8º - Fernando Clemente – 8 pontos;
9º - Leonardo Bandeira – 7 pontos;
10º - Thiago Fernandes – 6 pontos;
11º - André Chasee e Marcus Buiatti – 5 pontos;
12º - Danilo – 4 pontos;
13º - Guilherme Siqueira – 3 pontos;
14º - Ismail Filho – 2 pontos;
15º - Alexandre Aníbal – 1 ponto.
Crédito da 2ª imagem: IG

terça-feira, 24 de abril de 2012

Não foi uma derrota do futebol.

É perfeitamente compreensível que as pessoas lamentem a eliminação do Barcelona da UEFA Champions League. O time comandado por Pep Guardiola pratica o futebol mais encantador mundo, está sempre no ataque e ainda conta com o melhor jogador do planeta. Mesmo assim, a classificação do Chelsea não pode ser chamada de “derrota do futebol”. Pelo contrário, foi mais uma prova de como esse esporte pode ser fantástico e imprevisível.
Diante do poderio blaugrana, só havia um caminho para os Blues: se defender. Cobrir cada espaço, correr em cada bola, se entregar. Pode não ser algo plasticamente bonito, mas é emocionante e, por que não dizer, heróico. E deu certo. Agora, cabe ao técnico Roberto Di Matteo recuperar o fôlego do grupo, remontar um time que terá quatro importantes desfalques na decisão e tentar o voo final.
Ao Barcelona, cabe a reflexão. A eliminação de hoje não significa que tudo está errado e muito menos representa que a “Fórmula Barça” se esgotou. Grandes times da história também tiveram suas trajetórias vencedoras interrompidas e nem por isso foram menos especiais. Este não precisa ser o fim de um ciclo, mas é importante que diretoria catalã acredite nisso e mantenha Guardiola no cargo.
O futebol continua escrevendo suas linhas. E segue forte. Apaixonante.
Imagem: El País

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Taticamente Falando.

Espaço destinado a comentar um assunto que é interessantíssimo para alguns, mas tido por muitos como aborrecedor ou difícil de ser assimilado. Todavia, sem o mínimo conhecimento desse aspecto, o futebol não pode ser compreendido em sua totalidade.
Líbero, a função extinta.
No Brasil, convencionou-se chamar o zagueiro de sobra do sistema 3-5-2 de líbero. É com essa nomenclatura que técnicos, jornalistas e também torcedores definem o defensor central da linha três. No entanto, embora o raciocínio de se referir a um zagueiro que atua na sobra de outros dois incumbidos do combate direto aos atacantes como líbero não esteja de todo equivocado, é importante corrigir o erro histórico contido nessa informação.
Antes de mais nada, como o próprio nome diz, líbero é um jogador que atua livre em campo. Obviamente, isso não significa atuar sem obrigações, mas ter a liberdade para se deslocar por outros setores do gramado de acordo com a posição da bola e a necessidade da jogada. Os últimos líberos de verdadeiro impacto mundial foram Franco Baresi e Lotthar Matthäus. O primeiro, considerado um dos maiores defensores da história, fazia uso de seu posicionamento e capacidade de antecipação para dar início aos contragolpes do Milan. O vídeo abaixo traz uma boa noção de como o italiano jogava.
Por sua vez, Matthäus surgiu como um meio-campista completo, mas, com o passar do tempo, o peso da idade o fez recuar e assumir o papel de líbero tanto no Bayern quanto na seleção alemã. Nessa fase de sua carreira, era capaz de atuar como líbero tanto atrás como à frente da defesa. Todavia, nenhum líbero alemão alcançou o sucesso de Franz Beckenbauer (figura 1). Inspirando-se nos avanços do lateral-esquerdo italiano Giacinto Facchetti, o Kaiser, considerou que se fizesse o mesmo a partir de uma posição central do gramado teria uma amplitude maior para armar e atacar.       
Outra figura lendária da posição foi Gaetano Scirea. Tido por muitos como o mais completo jogador a exercer essa função, Scirea (figura 2) era, ao mesmo tempo, zagueiro, armador e, por vezes, aparecia no ataque da Juventus. Defendendo a Azzurra, Scirea fez parte do time tricampeão mundial em 1982. Em terras espanholas, formou com Gentile, Oriali, Collovati e Cabrini uma das defesas mais sólidas da história das Copas. E ainda sobrava tempo para o saudoso líbero apoiar o ataque, como na jogada que originou o segundo gol na vitória por 3x1 contra a Alemanha na final.   
Na memória dos brasileiros, nossa Seleção também teve a presença de um líbero em duas ocasiões. Entretanto, em 1990, Mauro Galvão atuou basicamente como um zagueiro no 3-5-2 de Lazaroni. Doze anos depois, o versátil Edmílson (figura 3) foi quem mais se aproximou da função ao deixar o alinhamento com Lúcio e Roque Júnior para fazer companhia aos volantes Gilberto Silva e Kléberson. Tal medida se dava quando o adversário tinha apenas um atacante mais adiantado, o que, segundo o técnico Luiz Felipe Scolari, preteria a necessidade de um trio de zagueiros.
Apesar da influência de dois mundiais, não é possível dizer que a cultura do líbero se consolidou no Brasil. No restante do planeta bola, a função ainda foi desempenhada com brilho por nomes como Matthias Sammer, mas logo perdeu espaço em sistemas mais rígidos. Atualmente, poucos atletas reúnem qualidades suficientes para exercer esse papel, embora seja possível dizer que os barcelonistas Piqué e Busquets poderiam ser testados se o técnico Josep Guardiola assim o desejasse.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Question – 12

Descubra o nome do ex-jogador descrito na(s) afirmativa(s) abaixo.
I – Conhecido por sua precisão nos passes, atuou como lateral e meia;
II – Disputou as Copas de 1990 e 1994;
III – Além do futebol brasileiro, também jogou na Itália e na Espanha;
IV – Hoje observa o sucesso de seus filhos no Barcelona;
Regulamento: O primeiro acertador receberá três pontos. Os demais acertadores receberão um ponto pela participação. Na próxima sexta, a resposta deste Question e a postagem de um novo desafio.
Premiação: O participante que somar o maior número de pontos ao final de quinze edições receberá em casa um livro à sua escolha sobre o tema futebol.
Boa sorte a todos!
Anterior:

Quem é o jogador retratado abaixo?
Resposta: Trata-se do meia australiano Brett Emerton, ex-jogador de Feyenoord, Blackburn e que atualmente defende o Sydney FC. Pela seleção principal de seu país, Emerton esteve em campo em 92 oportunidades, marcando 19 gols.
Classificação: Parabéns ao insondável Yuri que agora abriu três confortáveis pontos do segundo colocado restando apenas quatro desafios da série.

Confira abaixo a classificação de momento:
1º - Yuri – 18 pontos;
2º - Luciano – 15 pontos;
3º - Arthur Barcelos e Johnny – 13 pontos;
4º - Joe William – 11 pontos;
5º - Gustavo Carratte – 10 pontos;
6º - Alexandre Rodrigues Alves e Eduardo Jr e Victorino Netto – 9 pontos;
7º - Fernando Clemente e Prisma – 8 pontos;
8º - Leonardo Bandeira – 7 pontos;
9º - Thiago Fernandes – 6 pontos;
10º - André Chasee – 5 pontos;
11º - Marcus Buiatti – 4 pontos;
12º - Danilo e Guilherme Siqueira – 3 pontos;
13º - Ismail Filho – 2 pontos;
14º - Alexandre Aníbal – 1 ponto.
Imagem 2: Sky Sports

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Lembra desse?!

Aquele lance ou momento que você, por um motivo ou outro, nunca esqueceu.
Flash Point*
Se for possível precisar o momento em que o Barcelona de Guardiola realmente nasceu, eu diria que este aconteceu no duelo diante do Chelsea na semifinal da UEFA Champions League 2008/9. Ali, naquele controverso empate por 1x1, o Barça adquiriu força para enfrentar o Manchester United na final e mostrar que havia algo especial no trabalho daquele jovem treinador.
A partida de volta disputada em Londres é até hoje envolta em polêmicas. Para muitos, o árbitro norueguês Tom Henning Ovrebo, em péssima jornada, atendia a interesses maiores da UEFA (vídeo abaixo) que não queria ver mais uma final britânica em seu maior torneio. Difícil afirmar algo tão sério, mas o certo é que aquele gol de Iniesta marcou o início de um time que encantaria o planeta.  
Chelsea e Barcelona se enfrentam novamente no Stamford Bridge pelas semifinais desta edição da UCL nesta quarta-feira a partir das 15:45 h.

Imagem: Nick Potts/PA
* Ponto de Inflamação.
Você conhece alguma história interessante sobre o mundo da bola?
Mande-a para meu e-mail: a4l@bol.com.br e coloque no assunto: 'Lembra desse?!' e ela poderá ser publicada aqui!

sábado, 14 de abril de 2012

E se Andrés estiver certo?

Calma, leitor. Este blogueiro ainda não ficou louco. É lógico que a declaração de Andrés Sanchez, diretor de Seleções da CBF, dizendo que o trabalho de base do Barcelona é uma balela passa longe de ser sensata. Além das evidências que vemos em campo, não faltam matérias mostrando que as categorias de base do clube catalão atuam seguindo a mesma linha filosófica da equipe principal.

Todavia, pelo menos em parte, o ex-presidente do Corinthians pode estar certo. Embora não tenha se refletido sempre no time principal, a base barcelonista segue uma linha mais ou menos parecida desde a década de 1970 e se reforçou conceitualmente ainda mais quando Johan Cruyff se tornou treinador. Durante as últimas décadas, o Barça enfrentou momentos bons e ruins, mas só se firmou como um time em que a diferença está na força dos canteranos com a atual geração.
Antes, apesar da aura “cruyffiana” sempre presente, o estilo de jogo sofria alterações por parte dos ex-treinadores como Bobby Robson e Louis van Gaal. Paralelo a isso, os destaques blaugranas invariavelmente eram estrangeiros formados noutras praças como Stoichkov, Laudrup, Koeman, Romário, Ronaldo, Rivaldo e os holandeses, Ronaldinho, Deco e Eto’o. Durante todo esse período, os atletas formados na base tiveram grande valor, porém, funcionavam como complemento para um time de estrelas.
Com a chegada de Josep Guardiola, essa história mudou. Montando uma equipe formada basicamente por jogadores oriundos de La Masia, sobretudo pela geração 87, e atuando fielmente segundo a cartilha escrita por Cruyff com alguns adendos de Guardiola, a atual versão do Barcelona é o ápice e a prova do sucesso das categorias de base. No entanto, é possível dizer que este time é o primeiro e o único em que o protagonismo não precisou ser importado. E aqui, não excluo Lionel Messi da lista de canteranos, uma vez que o argentino chegou ao clube muito jovem e cercado de dúvidas sobre sua evolução.
Por esse prisma, até que é possível dizer que Sanchez não estava tão errado. Não há evidências que o Barcelona seguirá se mantendo no topo tendo sua base como coluna vertebral. Isso só acontecerá se a próxima geração for tão (ou quase tão) boa quanto esta e, de preferência, continue sob o comando de Guardiola. Porém, infelizmente, a arrogância de nosso cartola transformou o que poderia ser um bom debate em mera demonstração de presunção.
Imagens: Eduardo Viana e site oficial do Barcelona.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Question – 11


Quem é o jogador retratado ao lado?
Dicas serão inseridas neste espaço de acordo com a necessidade dos participantes.
Regulamento: O primeiro acertador receberá três pontos. Os demais acertadores receberão um ponto pela participação. Na próxima sexta, a resposta deste Question e a postagem de um novo desafio.
Premiação: O participante que somar o maior número de pontos ao final de quinze edições receberá em casa um livro à sua escolha sobre o tema futebol.
Boa sorte a todos!
Anterior:
Descubra o nome do ex-jogador descrito na(s) afirmativa(s) abaixo.
I – Meia-atacante técnico e habilidoso, não teve muita sorte em sua seleção;
II – Disputou a Copa do Mundo de 1990;
III – Como jogador e técnico, foi campeão italiano por três equipes diferentes;
IV – Atualmente comanda uma equipe inglesa.
Resposta: Trata-se de Roberto Mancini. Ex-jogador de Bologna, Sampdoria, Lazio e Leicester City, Mancini era um jogador de técnica refinadíssima. Atualmente treinador, teve passagens por Fiorentina, Lazio e Internazionale antes de acertar com o Manchester City.
Classificação: As congratulações desta semana vão para Guilherme Siqueira, campeão da 3ª edição e que marcou seus primeiros três pontos nesta série.  
Confira abaixo a classificação de momento:
1º - Yuri – 15 pontos;
2º - Luciano – 14 pontos;
3º - Arthur Barcelos e Johnny – 12 pontos;
4º - Joe William – 10 pontos;
5º - Gustavo Carratte e Victorino Netto – 9 pontos;
6º - Alexandre Rodrigues Alves e Eduardo Jr.– 8 pontos;
7º - Fernando Clemente e Prisma – 7 pontos;
8º - Leonardo Bandeira e Thiago Fernandes – 6 pontos;
9º - André Chasee – 5 pontos;
10º - Marcus Buiatti – 4 pontos;
11º - Danilo e Guilherme Siqueira – 3 pontos;
12º - Ismail Filho – 2 pontos;
13º - Alexandre Aníbal – 1 ponto.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Pontos e Vírgulas.

Coluna destinada a comentar as opiniões emitidas pelo órgão responsável pela chegada de informações ao público aficionado por futebol: a imprensa esportiva. Afinal, bem ou mal, é através dela que tomamos conhecimento de (quase) tudo o que cerca o mundo da bola.
“Linha de Passe” ideal.
Seguindo sugestão do leitor Alexandre Rodrigues Alves, aceitei elencar os comentaristas que formariam a mesa redonda ideal da televisão brasileira. E como o programa “Linha de Passe” da ESPN Brasil se distingue dos demais por ser o espaço onde o futebol brasileiro e mundial é tratado com mais seriedade, nada melhor do que tomá-lo como base.
Neste momento, o “time titular” da atração é composto pelo apresentador João Palomino e pelos comentaristas Juca Kfouri, José Trajano e Paulo Vinícius Coelho, presentes no estúdio de São Paulo. E, direto da sucursal do Rio de Janeiro, Fernando Calazans e Márcio Guedes completam a trupe. Todavia, apesar de não mais ocupar o cargo de diretor de jornalismo da empresa, Trajano raramente aparece, cedendo sua cadeira ora para o inflamável Mauro Cezar Pereira, ora para o sensato Paulo Calçade. O resultado dessa união é um ótimo programa - do qual sou fiel há quase dez anos - obrigatório para quem tem um olhar crítico sobre o esporte. Todavia, como nem tudo é perfeito, este post foi escrito para cornetar alguns participantes e sugerir outros.
Para começar, José Trajano seria o primeiro a tornar sua ausência algo definitivo. O carioca, conhecido por seu gênio explosivo, além de acrescentar pouco, ainda costuma deixar os companheiros de mesa constrangidos com seus rompantes. Em seu lugar, manteria Paulo Calçade com sua visão científica sobre o futebol e sobriedade nos comentários. Apesar do assumido maniqueísmo, manteria Juca Kfouri por ser o único com ampla visão dos bastidores políticos do País. Paulo Vinícius, obviamente, é intocável.
Na bancada do Rio, mudaria tudo. Não vejo nada em Fernando Calazans e Márcio Guedes que justifique a presença de ambos. Talvez, o fato de serem profissionais conhecidos. E isso é muito pouco. Calazans é saudosista demais e bitolado no futebol carioca. Botafoguense assumido, Márcio não consegue separar o lado torcedor do lado comentarista e isso compromete tudo. No lugar da dupla, escalaria o ótimo Tim Vickery, que poderia contribuir muito com sua visão sobre a América do Sul sob a ótica de um inglês.
Sei que isso é quase impossível, mas se pudesse escolher mais alguém para completar a mesa, este seria Tostão. Ex-jogador com rara capacidade de além de ver o jogo e enxergar a alma humana, o mineiro seria o complemento perfeito para os comentários. Logicamente, sua aversão por viagens e exposição, obrigaria a instalação de um estúdio em Belo Horizonte. Complicado, mas ainda assim viável.
Por fim, apesar de considerar Palomino um bom apresentador, deixaria o comando de tudo a cargo da juventude, conhecimento e bom humor de Paulo Andrade. Com isso, teríamos, além de Andrade, Juca Kfouri, Paulo Calçade, PVC, Tim Vickery e Tostão.
E então, gostou dessa formação? Qual seria a sua?   
Imagem: Estadao/ESPN

sábado, 7 de abril de 2012

A4L recomenda: Os 55 maiores jogos das Copas do Mundo.

Sabe aquele tipo de livro que consideramos atemporal e que pode ser lido a qualquer momento? Pois bem, “Os 55 maiores jogos das Copas do Mundo” de Paulo Vinícius Coelho é assim. Suas 248 páginas podem ser lidas de hoje até o Mundial de 2014 sem problema. Ou melhor, isso se você resistir a essa verdadeira coleção de pérolas que o jornalista brasileiro trouxe em sua obra.
Buscando um enfoque diferente daquele que é conhecido pelo público brasileiro, PVC procurou ângulos diferentes sobre partidas históricas e passagens desconhecidas pela maioria. Com isso, o jornalista conseguiu oxigenar velhas histórias e criar um livro com cheiro de novo, onde cada página trás uma nova descoberta.
Assim, constatamos que os italianos não se derretem tanto pelo Brasil de 1982 quanto se imagina. Pelo contrário: O maravilhoso esquadrão de Telê Santana é visto como um “time de passeadores”, numa alusão à cadência e a pouca afeição pela marcação. No mesmo Mundial, descobrimos que muitos alemães não ficaram nada satisfeitos ao verem a manobra da Nationalmannschaft diante da Áustria e da entrada criminosa do goleiro Schumacher no francês Battiston. Essas e outras 53 histórias tornam o livro mais do que especial. Para quem é aficionado por Copas do Mundo, não existe prisma mais interessante.   

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Question – 10

Descubra o nome do ex-jogador descrito na(s) afirmativa(s) abaixo.
I – Meia-atacante técnico e habilidoso, não teve muita sorte em sua seleção;
II – Disputou a Copa do Mundo de 1990;
III – Como jogador e técnico, foi campeão italiano por três equipes diferentes;
IV – Atualmente comanda uma equipe inglesa.
Atenção: Serão quatro alternativas ao todo. Uma por dia. Cada uma revela determinada informação do personagem que, reunidas, formam uma resposta única. Agora, cuidado ao arriscar, pois cada participante só tem direito a uma opção.
Regulamento: O primeiro acertador receberá três pontos. Os demais acertadores receberão um ponto pela participação. Na próxima sexta, a resposta deste Question e a postagem de um novo desafio.
Premiação: O participante que somar o maior número de pontos ao final de quinze edições receberá em casa um livro à sua escolha sobre o tema futebol.
Boa sorte a todos!
Anterior:
Quem é o personagem retratado abaixo?
Resposta: Trata-se de Andrés Escobar Saldarriaga. Defensor da Seleção Colombiana na Copa de 1994, Escobar foi assassinado a tiros em seu país natal por ter marcado um gol contra no Mundial dos Estados Unidos (versão não totalmente esclarecida).
Classificação: Parabéns para Yuri, que acertou o desafio poucos minutos após sua postagem. Agora, Yuri lidera esta série de maneira isolada, seguido de perto por Luciano, Johnny e Arthur Barcelos. Confira abaixo a classificação de momento:
1º - Yuri – 14 pontos;
2º - Luciano – 13 pontos;
3º - Johnny – 12 pontos;
4º - Arthur Barcelos – 11 pontos;
5º - Joe William – 9 pontos;
6º - Gustavo Carratte e Victorino Netto – 8 pontos;
7º - Alexandre Rodrigues Alves, e Eduardo Jr. e Prisma – 7 pontos;
8º - Fernando Clemente – 6 pontos;
9º - André Chasee, Leonardo Bandeira e Thiago Fernandes – 5 pontos;
10º - Marcus Buiatti – 3 pontos;
11º - Danilo e Ismail Filho – 2 pontos;
12º - Alexandre Aníbal – 1 ponto.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Jogador derruba técnico. Mas o técnico se derruba?

Para a história, as quartas-de-final da UEFA Champions League 2011/12 ficarão marcadas pelos erros de arbitragem envolvendo os confrontos entre Barcelona x Milan e Chelsea x Benfica. O que é lamentável, uma vez que esta edição também marcou o reencontro do Rossonero com seu nível internacional e a retomada por parte de Roberto Di Matteo do rumo perdido pelos Blues durante o período em que foram dirigidos por André Villas-Boas.
No caso do clube londrino, a sensível melhora tanto no futebol exibido quanto no ambiente levantam a velha questão sobre a relação jogador/técnico e se os atletas realmente derrubam os treinadores sem se preocuparem com o destino do clube que paga seus salários. Luiz Felipe Scolari, ex-técnico do Chelsea, nunca foi enfático, mas já deu a entender diversas vezes que sua demissão após curta passagem em 2008 está diretamente ligada ao comportamento dos senadores do elenco.
Quando pensamos no futebol brasileiro também não faltam exemplos e até declarações de boleiros dizendo que já trabalham contra o professor da vez. Neto, ex-jogador-problema e hoje apresentador, declarou que já derrubou técnico e até, de certo modo, vangloriou-se disso. O atual comandante do São Paulo, Emerson Leão, também disse que essa é uma prática comum no País.
No entanto, quando o assunto é o Chelsea, tenho minhas dúvidas se tal prática foi mesmo aplicada por Terry & Cia contra o jovem técnico português. Há uma semana, o ex-lateral Juliano Belletti com passagem recente pelo clube, comentou no programa Bate-Bola da ESPN Brasil que ao conversar com antigos companheiros ouviu que o problema Villas-Boas era a insistência num tipo de jogo não condizente com as características do elenco. Foi o que lhe disse Didier Drogba ainda acrescentando que a busca por um estilo mais plástico minou o que o time tinha de melhor, ou seja, a verticalidade e a praticidade.
É bem provável que a primeira reação quando se ouve essa explicação é dizer que os jogadores são empregados e que a obrigação deles é seguir as ordens de seu técnico. E isso é verdade. Porém, também é importante que os atletas entendam, assimilem e “comprem” a ideia de que o profissional que os comanda está fazendo a coisa certa. Caso contrário, mesmo que eles cumpram o que é imposto, não conseguirão produzir tudo o que se espera.
Isso é algo que não acontece apenas no futebol. Se um chefe de departamento não age corretamente com seus comandados, se ele cria ou alimenta um ambiente ruim, é bem provável que o resultado final não será o melhor possível. A relação entre o líder e seu grupo sempre será uma via de mão dupla. Se não houver confiança mútua, é provável que as ações não atinjam a meta proposta.    
Voltando ao Chelsea, não se trata de aliviar a barra de jogadores cheios de vontades, mas também de perceber os erros dos treinadores. Em sua passagem por Stamford Bridge, Felipão, que dependia de um tradutor por não falar inglês fluente, ainda enfrentou problemas por tentar impor algumas coisas que não faziam parte da cultura do futebol britânico. Não deu certo e ele pagou com seu cargo. Aparentemente, aconteceu o mesmo com André Villas-Boas. Colocar a culpa de tudo nas costas dos jogadores é simplificar bastante as coisas.  
Imagem: EFE