segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Top 10.

Os 10 melhores comentaristas esportivos do Brasil.
Ao contrário do que disse Romário certa vez, comentar futebol é muito mais do que apenas falar sobre o que se vê. Para ser um bom comentarista é preciso, além de entender de futebol, estudar, se preparar e ainda oferecer informação, análise e uma visão de jogo isenta ao espectador.  Em outras palavras, está longe de ser um trabalho tão simples quanto o Baixinho pensa. 
De minha parte, também não é tarefa simples elaborar uma lista que, além do gosto pessoal, envolve profissionais de diversas mídias como TV aberta e fechada, rádio, imprensa escrita e internet. E, como perceberão a seguir, o Top 10 não se refere apenas a comentaristas brasileiros, mas àqueles que, independente da nacionalidade, militam no Brasil.
Assim, mais delongas, vamos aos escolhidos: 
10º - Lédio Carmona (Sportv e Jornal Extra): Melhor comentarista do Sportv, Lédio é crítico, ponderado e não se deixa levar pelo ufanismo de alguns companheiros. Grande conhecedor de futebol brasileiro e internacional;
9º - Washington Rodrigues (Rádio Tupi e Jornal Meia Hora): Veterano do rádio, Apolinho tem o feeling que acompanha os grandes profissionais. É do tipo de comentarista capaz de prever o que acontecerá numa partida;
8º - Leonardo Bertozzi (Canais ESPN): Jornalista da nova geração, Bertozzi está sempre bem informado e antenado a tudo o que rola no futebol brasileiro e internacional. Tem tudo para se tornar os dos grandes nomes do jornalismo esportivo brasileiro nos próximos anos;
7º - Mauro Cezar Pereira (Canais ESPN e Jornal Marca Brasil): Apesar de discordar de Mauro Cezar com alguma frequência, sobretudo no trato às pessoas que lhe dirigem a palavra, não resta dúvida de que o niteroiense é um dos melhores no que faz. Além disso, possui algo que considero uma virtude nos dias de hoje: Nunca perde a capacidade de se indignar;    
6º - Claudio Carsughi (Sportv, Rádio Jovem Pan): Mais do que experiente, cobriu a Copa de 1950 pelo Corriere dello Sport. Um dos comentaristas mais sóbrios do País, dificilmente se deixa levar pela emoção em suas observações. Deveria servir de modelo, sobretudo para os jornalistas mais antigos, mas, na verdade, Carsughi é uma exceção;
5º - Mauro Beting (Rádio e TV Bandeirantes, Esporte Interativo, Lance!): Sem dúvida, um dos jornalistas esportivos que mais conhecem de futebol no Brasil. Presente em diversas mídias, faz do bom humor sua marca registrada;
4º - Tostão (Folha de São Paulo, Estado de Minas, etc.): Único ex-jogador da lista, Tostão enxerga o futebol brasileiro e mundial como poucos. Não se limita apenas aos aspectos técnicos e táticos, abordando também o lado psicológico do esporte. Grande crítico da supervalorização dos treinadores e da pouca preocupação com a técnica no futebol. Tímido, é avesso a aparições públicas, preferindo presentear seu público com suas brilhantes colunas;  
3º - Paulo Calçade (Canais ESPN e Estadão): Paulo Calçade bem que poderia ser conhecido como Professor Calçade, devido aos ensinamentos que sempre oferece em seus comentários. Além de profundo conhecedor de tática e dos aspectos físicos do futebol, fez curso de arbitragem com o intuito de conhecer esse ofício e não apenas criticá-lo;
2º - Tim Vickery (BBC, World Soccer e Sports Illustrated): Correspondente da BBC na América do Sul, vive no Brasil desde 1994. Sua visão britânica possibilita uma análise mais comedida do futebol praticado deste lado do Atlântico. Grande crítico dos Estaduais e combatente do que ele chama de “Síndrome Maníaco-Depressiva” presente em torcedores e imprensa local;     
1º - Paulo Vinícius Coelho (Canais ESPN e Estadão): Sem dúvida, o melhor de todos. Não apenas pela memória absurda, mas pela maneira como vive o futebol. Grande analista, costuma perceber antes da maioria a ascensão e queda de grandes times. Se existe um gênio no jornalismo esportivo brasileiro, este atende pelas iniciais PVC.  
E aí, gostaram da lista? Quais são seus comentaristas preferidos?
Crédito da Imagem: ACEESP.

sábado, 26 de novembro de 2011

Contagem Regressiva: Novembro de 2011

Para um fanático por futebol, Copa do Mundo é muito mais do que um evento esportivo. É um período para se tirar férias do trabalho e só sair de casa para tratar de assuntos estritamente necessários. São semanas mágicas, onde um jogador consegue deixar o mundo mortal para fazer parte do panteão dos Deuses da Bola e, de quebra, transformar um país inteiro numa grande festa. É uma época para se rir, chorar, se emocionar. Enfim, é um momento que será guardado para sempre em nossos corações...
Velho Lobo à espreita.
Mesmo após as duas vitórias nos amistosos diante de Gabão e Egito, a Seleção Brasileira perdeu a quinta colocação no ranking da FIFA para a Inglaterra, classificada para a Euro 2012. É difícil saber até que ponto a citada lista é importante para CBF e comissão técnica, mas a verdade é que o objetivo inicial do técnico Mano Menezes de buscar desafios maiores para seus comandados acabou alterado após derrotas em amistosos contra adversários mais consistentes.
Sempre atento ao que se passa com a “Amarelinha” e sem papas na língua, Zagallo voltou a criticar o trabalho de Mano ao dizer que a Seleção ainda não tem uma base e que está atrás de rivais importantes como Espanha, Alemanha e Holanda. Embora tal defasagem seja verdade, o Velho Lobo se esquece que as seleções europeias precisam estar prontas agora, uma vez que disputarão a Eurocopa daqui a alguns meses. Além disso, é preciso lembrar que o trabalho visa a Copa de 2014, ou seja, ter uma equipe pronta agora pode significar ter um time que passou do ponto quando a hora chegar.
Embora a montagem do time esteja aquém do ideal, algumas posições fundamentais parecem preenchidas e, por que não dizer, bem servidas. No gol, apesar do momento irregular que atravessa, Júlio César segue como o homem de confiança para a meta. Na reserva, Jefferson e Diego Alves dão sinais de que estarão prontos quando forem solicitados. Na defesa, Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo formam a primeira linha titular, enquanto Maicon, Dedé, Luisão e Adriano surgem como suplentes imediatos.
Se a defesa não preocupa tanto, o meio-campo continua sendo o setor de maior indefinição. O primeiro volante é Lucas, algo que pouco se discute. A princípio, Ramires seria o nome ideal para atuar ao lado do jogador do Liverpool, mas após algumas apresentações ruins, o jogador do Chelsea perdeu espaço. A bola da vez agora é Fernandinho, meia do Shakhtar Donetsk, e que mostrou boas qualidades técnicas quando entrou em campo. Na função de armador, Paulo Henrique Ganso é o preferido, mas as constantes lesões fizeram a comissão técnica buscar outras alternativas. Neste momento, Hernanes voltou a ser a melhor opção na ausência de Ganso.
Segundo Mano Menezes, o que a maioria interpreta como um tridente ofensivo é visto como a combinação entre um meia-atacante, um segundo atacante e um centroavante. Em dado momento, o técnico considerou Robinho como o executor ideal da função de meia-atacante. Hoje, com a convocação de Kaká e a exclusão de Robinho, é justo pensar no madridista como esse homem. Por sua vez, Neymar é um nome consolidado, muito provavelmente o craque do time em 2014. No comando do ataque, Alexandre Pato disputa a posição com Leandro Damião com Fred correndo por fora. Enquanto isso, Hulk e Jonas são as opções com maior possibilidade de seguir entre os convocados.
Deste modo, tomando como base a formatação tática que Mano considera ideal, a Seleção Brasileira titular seria formada por:
Como Kaká foi convocado, mas por estar lesionado não disputou nenhuma partida sob o comando de Mano Menezes, é evidente que os onze acima nunca atuaram juntos. De qualquer modo, a força desse time inegável. Resta saber como se dará sua montagem até 2014.
De olho na Copa: Romário no ataque!
O encontro em Brasília era para se discutir a Lei Geral da Copa, mas o deputado federal Romário (PSB-RJ) não perdeu a oportunidade de questionar o presidente da CBF e do COL, Ricardo Teixeira, e o secretário-geral da FIFA, Jerome Valcke, sobre as denúncias que cercam os nomes de ambos. A Teixeira, o Baixinho perguntou sobre o recebimento de propina da extinta empresa de marketing ISL. Ao secretário, o deputado lembrou o envolvimento nas questões da troca das empresas de cartão de crédito que patrocinam a FIFA. Como era de se esperar, a dupla se negou a responder sob a desculpa de que aquela audiência tratava exclusivamente da Lei Geral.   
O mês de novembro marcou também a denúncia de “O Estado de São Paulo” de que as obras de mobilidade urbana da cidade de Cuiabá sofreram um acréscimo de R$ 700 milhões. De acordo com o jornal, a diretora de Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, Luiza Vianna, mudou o parecer que inicialmente vetava a construção de um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em favor de uma linha rápida de ônibus (BRT), mais barata. O Ministério Público de Mato Grosso e o Ministério Público Federal já anunciaram que vão investigar a denúncia.   
Abaixo, o andamento das obras nas doze sedes e o número de partidas no Mundial:     
Dentro do previsto: Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza e Salvador;  
Apresentando atrasos: Cuiabá, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo;
Situação preocupante: Curitiba, Manaus e Natal.
Fotos: Agência Estado e Zero Hora
Devido à ausência de convocação e partidas da Seleção Brasileira em dezembro, esta coluna retornará em janeiro de 2012.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Question – 11

Quem é o jogador recebendo instruções de Cruyff na foto abaixo?
Dicas serão inseridas neste espaço de acordo com a necessidade dos participantes.
Regulamento: O primeiro acertador receberá três pontos. Os demais acertadores receberão um ponto pela participação. Na próxima sexta, a resposta deste Question e a postagem de um novo desafio.
Premiação: O participante que somar o maior número de pontos ao final de quinze edições receberá em casa um livro à sua escolha sobre o tema futebol.
Boa sorte a todos.
Anterior:
Descubra o nome do jogador descrito na(s) afirmativa(s) abaixo.
I – Meio-campista completo, teve sua carreira marcada por polêmicas dentro e fora de campo;
II – Disputou a Copa do Mundo de 1994;
III – Por um clube alemão, foi determinante na conquista de um título europeu;
IV – Também atuou na Itália e no Qatar.
Resposta: Trata-se do alemão Stefan Effenberg, ex-jogador com passagens por Borussia Monchengladbach, Bayern de Munique, Fiorentina e seleção alemã. Apesar do fino trato com a bola e do perfil de liderança, graças ao forte temperamento costumava brigar com técnicos e companheiros de time. Durante a Copa de 1994, Effenberg acabou expulso da delegação alemã por fazer gestos obscenos para sua torcida. Em 2001, foi peça-chave do Bayern na conquista do último título continental do clube bávaro.
Classificação: Pela terceira vez consecutiva (fato inédito no Question) dou os parabéns a Victorino Netto que com três dicas apontou a resposta do desafio. Porém, apesar da vantagem de quatro pontos sobre os segundos colocados, os critérios de pontuação ainda deixam a disputa em aberto. Espero que ninguém desista.
Confira abaixo a classificação de momento:
1º - Victorino Netto – 16 pontos;
2º - Joe William e Johnny – 12 pontos
3º - Arthur Barcelos e Rodolfo Moura – 10 pontos;
4º - Augusto Cesar e Prisma – 8 pontos;
5º - Eduardo Júnior, Marcus Buiatti e Ricardo Joss – 6 pontos;
6º - Luciano – 5 pontos;
7º - Mini-Crítico – 4 pontos;
8º - Alexandre Anibal – 3 pontos;
9 - Fernando Clemente e JP – 2 pontos;
10º - Mauro Vaz e Thomas – 1 ponto.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

A4L recomenda: 1981.

O ano de 2011 marca o trintenário da maior conquista da história do Flamengo. Todavia, mais do que a celebração de um título mundial, 1981 ficou marcado como o ano em que o rubro-negro carioca apresentou ao planeta sua melhor versão. Uma verdadeira seleção, comandada em campo pelo genial Zico muito bem acompanhado por feras como Leandro, Mozer, Andrade, Adílio e Tita. Um time de exceção, como bem definiu o craque Júnior, titular da lateral esquerda daquela fantástica equipe.
Apesar do sugestivo título, “1981” não se limita aos doze meses daquele ano. A obra dos jornalistas André Rocha e Mauro Beting realiza uma saborosa viagem no tempo com detalhes que partem do surgimento daquele Flamengo - que, curiosamente, nasceu a partir de uma derrota – passando por suas glórias, influência no futebol brasileiro e por seu legado. Sem dúvida, um livro que por suas histórias e referências não é leitura obrigatória apenas para flamenguistas, mas para todos os apaixonados por futebol.
Na oportunidade, gostaria também de registrar o meu muito obrigado aos autores pela menção do meu nome na lista de agradecimentos do livro. Algo que encheu de orgulho este velho coração de torcedor.

domingo, 20 de novembro de 2011

Taticamente Falando.

Espaço destinado a comentar um assunto que é interessantíssimo para alguns, mas tido por muitos como aborrecedor ou difícil de ser assimilado. Todavia, sem o mínimo conhecimento desse aspecto, o futebol não pode ser compreendido em sua totalidade.
Alas, nosso maior dilema tático - Parte II
Na coluna anterior, o “Taticamente Falando” abordou o surgimento dos alas brasileiros dentro da evolução tática do nosso futebol. Nesta ocasião, analisaremos como a presença dessa função influenciou outras e de que maneira isso prejudicou a formação básica de nossos jogadores...
O 3-5-2 surgiu em 1984 através do alemão Sepp Piontek, técnico da Dinamarca semifinalista da Eurocopa daquele ano. Basicamente, Piontek acreditava que o novo sistema seria ideal diante do mundialmente instaurado 4-4-2, pois tinha três defensores para marcar os dois atacantes adversários e um jogador a mais no meio-campo. Dois anos depois, o técnico chamou a atenção do mundo ao utilizar o mesmo módulo no México e conquistar a primeira colocação de um grupo que contava com Alemanha, Escócia e Uruguai. Embora tenha encantado, a chamada Dinamáquina encontrou seu carrasco logo nas oitavas-de-final daquela Copa ao ser batida pela Espanha de Butragueño por inapeláveis 5x1. Todavia, a semente estava plantada e no Mundial de 1990 nada menos que 20 das 24 seleções usaram o 3-5-2. Entre elas, o Brasil.
Na Itália, a Seleção de Sebastião Lazaroni adotou o 3-5-2 (figura 1) num Mundial marcado pela supremacia dos sistemas defensivos. No esquema brasileiro, o trio de zagueiros tinha à frente o volante Dunga, enquanto os meias Alemão e Valdo se alinhavam aos alas Jorginho e Branco. No ataque, Muller atuava prioritariamente pelos flancos, enquanto o centroavante Careca permanecia mais centralizado. Dada a carência criativa daquela equipe, esse time é lembrado como uma das piores versões do Brasil em Copas.

Todavia, a dinastia dos alas brasileiros estava consolidada. E, com ela, a necessidade de realizar a cobertura dos espaços deixados pelos intrépidos laterais. Em 1994, Zinho, conhecido por seu dinamismo, ficou conhecido como “enceradeira” justamente pelo suporte que precisava dar ao lateral esquerdo. Orientado por Carlos Alberto Parreira, Zinho (figura 2) segurava a bola até a passagem de Branco (ou Leonardo) e geralmente cumpria essa tarefa girando o corpo para protegê-la dos adversários. No lado direito, a obrigação era de Dunga que frequentemente ouvia “Vai Cafu! Vai Cafu! O Dunga te cobre!” e, taticamente obediente como sempre foi, já sabia o que fazer. O apoio simultâneo dos laterais era tão constante àquele time, que Mauro Silva foi muitas vezes era visto em campo como um terceiro zagueiro. Quatro anos depois, Zagallo manteve esquematização semelhante: “Quero meus laterais jogando como pontas”, dizia. Não por acaso, o bloqueio das laterais do campo foi uma das estratégias utilizadas pelo técnico Aimé Jacquet na fatídica final entre Brasil e França. Com as laterais fechadas, o time teve que sair jogando pelo meio e o resto é história: 3x0 para a seleção da casa e o primeiro título nacional dos Bleus.

Em 2002, a maior preocupação de Luiz Felipe Scolari na montagem da futura seleção pentacampeã era justamente como se defender tendo laterais tão ofensivos quanto Cafu e Roberto Carlos. Este último até era acostumado a jogar na primeira linha do Real Madrid. Cafu, porém, atuava na segunda linha da Roma tendo o italiano Panucci atrás de si. Como solução, Felipão escalou um trio de zagueiros formado por Lúcio, Edmilson e Roque Júnior e ainda destacou Gilberto Silva como guardião da defesa. Versátil, Edmilson também atuava como volante de acordo com a postura do adversário, alterando o módulo do time de um 3-4-2-1 para um 4-3-2-1 (figura 3). No fim, a intenção era ter um time capaz de suportar e municiar os três craques do time: Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho Gaúcho.

Parreira reassumiu a Seleção em seguida e trocou o sistema com três zagueiros por sua ortodoxa linha de quatro. Nesse 4-3-1-2, a saída de bola era realizada por Roberto Carlos, Cafu e o volante Emerson que, se não era limitado tecnicamente, também não primava pela excelência no passe. Mais à frente, Juninho Pernambucano e Zé Roberto davam a classe que o meio-campo precisava, enquanto Kaká fazia a ligação para o ataque formado pelos os dois Ronaldos. Entretanto, cedendo ao clamor popular, Parreira trocou o equilíbrio tático por uma aventura batizada como “quadrado mágico” (figura 4), onde Ronaldinho Gaúcho, Adriano e Ronaldo colaboravam pouco com o sistema defensivo. Na prática, havia uma cisão entre ataque e defesa onde não havia armadores capazes de amarrar as duas partes.

E foi justamente nesse ponto que os laterais começaram a cobrar um alto preço na formação de nossos jogadores. A divisão estava clara: Formávamos volantes essencialmente marcadores – que tinham como uma de suas funções cobrir os avanços dos alas – e meias, quase que exclusivamente ofensivos. Na base e no profissional, qualquer jogador mais criativo é logo adiantado para o campo de ataque sob o pretexto de que o talento não pode se desgastar com a marcação. Naquele momento, o meia clássico capaz de armar o jogo e ainda ser capaz de marcar estava praticamente morto. O melhor exemplo desse “defeito de fabricação” foi visto na Copa de 2010. Na África do Sul, a equipe comandada por Dunga (figura 5) trabalhava com dois volantes marcadores e uma linha de três homens voltada para o ataque (exceção feita ao dinâmico Elano).

Atualmente, esse é o maior dilema dos treinadores brasileiros. Sabem que a tendência mundial é que os volantes joguem, mas não tem matéria-prima para isso. Por anos desenvolvemos jogadores unidimensionais e agora a fatura chegou. Felizmente, ao que tudo indica, esse equívoco histórico já foi detectado. Todavia, solucioná-lo pode demandar algumas gerações.       

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Question – 10

Descubra o nome do jogador descrito na(s) afirmativa(s) abaixo.
I – Meio-campista completo, teve sua carreira marcada por polêmicas dentro e fora de campo;
II – Disputou a Copa do Mundo de 1994;
III – Por um clube alemão, foi determinante na conquista de um título europeu;
IV – Também atuou na Itália e no Qatar.
Atenção: Serão quatro alternativas ao todo. Uma por dia. Cada uma revela determinada informação do jogador que, reunidas, formam uma resposta única. Agora, cuidado ao arriscar, pois cada participante só tem direito a uma opção.
Regulamento: O primeiro acertador receberá três pontos. Os demais acertadores receberão um ponto pela participação. Na próxima sexta, a resposta deste Question e a postagem de um novo desafio.
Premiação: O participante que somar o maior número de pontos ao final de quinze edições receberá em casa um livro à sua escolha sobre o tema futebol.
Boa sorte a todos.
Anterior:
Quem é o jogador retratado abaixo?
Resposta: Ele é ninguém menos que o escocês Sir Alex Ferguson, manager do Manchester United e um dos treinadores mais vencedores de todos os tempos. Na foto, Ferguson vestia a camisa do Queen’s Park FC, seu primeiro clube.
Classificação: Reitero meus parabéns a Victorino Netto que novamente acertou o desafio e agora lidera de forma isolada. Confira abaixo a classificação de momento:
1º - Victorino Netto – 13 pontos;
2º - Joe William e Johnny – 11 pontos;
3º - Arthur Barcelos e Rodolfo Moura – 10 pontos;
4º - Augusto Cesar e Prisma – 8 pontos;
5º - Eduardo Júnior, Marcus Buiatti e Ricardo Joss – 6 pontos;
6º - Luciano e Mini-Crítico – 4 pontos;
7º - Alexandre Anibal, Fernando Clemente e JP – 2 pontos;
8º - Mauro Vaz e Thomas – 1 ponto.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Timaço, mas é apenas um esboço.

A menos de oito meses para os Jogos Olímpicos de Londres, Mano Menezes nunca conseguiu reunir a Seleção Brasileira sub-23. No máximo, convocou alguns atletas dessa faixa etária para integrar o time principal. Dentre eles, estão nomes como Neymar, Ganso e Leandro Damião que têm tudo para serem titulares do Brasil na Copa de 2014. Nenhum integrante da comissão técnica afirmou, mas, assim como em 2008 com o técnico Dunga, está claro que a equipe olímpica não é prioridade dentro do trabalho.
Mesmo assim, com base nos jovens convocados até o momento, é possível escalar um time forte que, reforçado em alguns pontos por jogadores acima dos 23 anos, mostra que além de ser uma boa geração é possível conquistar a medalha de ouro. Neste momento, acredito que os 18 convocados seriam:  
Goleiros: Neto (Fiorentina) e Rafael (Santos);
Zagueiros: David Luiz (Chelsea), Bruno Uvini (São Paulo) e Thiago Silva (Milan);
Laterais: Alex Sandro (Porto) e Danilo (Santos), Fabio (Manchester United);
Volantes: Lucas Leiva (Liverpool), Rômulo (Vasco) e Sandro (Tottenham);
Meias: Lucas Moura (São Paulo), Oscar (Internacional), Paulo Henrique Ganso (Santos);
Atacantes: Alexandre Pato (Milan), Kleber (Porto), Leandro Damião (Internacional) e Neymar (Santos).  
Em itálico, David Luiz, Thiago Silva e Lucas Leiva são os jogadores acima dos 23 anos. Não há nada que os indique, mas a defesa central foi um dos setores menos experimentados por Mano Menezes, enquanto o volante do Liverpool sempre foi um dos nomes de confiança do treinador. Deste modo, Mano poderia escalar o seguinte onze inicial:
Não resta dúvida de que, no papel, trata-se de um timaço. Entretanto, sem a devida preparação, só saberemos do que essa equipe é capaz em Londres.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Taticamente Falando.

Espaço destinado a comentar um assunto que é interessantíssimo para alguns, mas tido por muitos como aborrecedor ou difícil de ser assimilado. Todavia, sem o mínimo conhecimento desse aspecto, o futebol não pode ser compreendido em sua totalidade.
Alas, nosso maior dilema tático - Parte I
Sempre considerei os alas brasileiros verdadeiras aberrações táticas. Ninguém consegue estar em dois lugares ao mesmo tempo e, para cobrir esses avanços, os técnicos precisam escalar mais zagueiros ou volantes para corrigir esse desequilíbrio tático. Ora, se alguém está em campo só para marcar e cobrir laterais, não seria bem mais inteligente ter mantido os laterais e os pontas tradicionais adaptados ao futebol atual? Com este pensamento, o “Taticamente Falando” aborda o surgimento dos nossos alas e por que essa função criou um dilema tático no futebol brasileiro...  
É bastante conhecida a história envolvendo o lendário Nilton Santos na partida contra a Áustria no Mundial de 1958. A Seleção Brasileira já vencia por 1 a 0 quando no começo do segundo tempo o lateral-esquerdo decidiu aproveitar o espaço no flanco canhoto para apoiar o ataque. “Volta, Nilton!” gritou do banco o técnico Vicente Feola. Mas o Enciclopédia não deu ouvidos e continuou a avançar. “Volta, Nilton” repetiu a ordem, novamente ignorada. Eis que Nilton chuta da entrada da área e marca o segundo gol brasileiro. “Boa, Nilton”, murmurou o treinador.

À época, as subidas dos laterais ao ataque eram incomuns, para não dizer, proibidas. Mesmo porque, em tese, um módulo 4-2-4 não precisava de apoio constante de jogadores que tinham como função básica a marcação do ponteiro adversário. No entanto, dentro do esquema brasileiro, as arrancadas do lateral botafoguense até  faziam sentido, afinal, havia a presença do voluntarioso Zagallo (figura 1) que sempre recuava para compor o meio-campo, dando estabilidade ao sistema defensivo. Mesmo assim, a subida de laterais ao ataque era tão rara que aquele foi apenas um dos três gols que Nilton marcou com a camisa amarela.
Doze anos depois, o panorama era diferente. Carlos Alberto Torres, lateral-direito e capitão da Seleção, tinha como uma de suas funções e chegada ao ataque aproveitando o corredor deixado pelas diagonais do atacante Jairzinho (figura 2). O melhor exemplo aconteceu na final contra a Itália, quando o capitão brasileiro aproveitou a marcação homem a homem do lateral-esquerdo Giacinto Facchetti sobre o camisa 7 para marcar o último gol brasileiro na vitória por 4 a 1. Enquanto isso, no outro extremo da defesa, Everaldo tinha ordens para guardar mais a posição, funcionando como lateral tradicional ou até mesmo um terceiro zagueiro.


A Copa de 1982 marcou o fim da utilização de dois pontas na Seleção Brasileira e a maior liberdade para os laterais. Na Espanha, Leandro e Júnior (figura 3) tinham liberdade para apoiar fazendo uso constante de ultrapassagens. No time concebido por Telê Santana, Éder fazia as funções de ponta-esquerda e segundo atacante, enquanto um acordo previa o revezamento entre Zico, Sócrates e outros no flanco direito. Na prática, o Galinho de Quintino era o que mais caía pelo setor, o que acabou provocando o descontentamento do craque. Naquela época, tornou-se célebre a frase do personagem Zé da Galera, criado por Jô Soares, que dizia “bota ponta, Telê!” um clamor que também partia de parte da torcida e imprensa. Nasciam ali, os futuros alas brasileiros com obrigações de atuar por toda extensão lateral do gramado, tanto na defesa quanto no ataque.
Na próxima coluna, abordarei os desdobramentos do surgimento dos alas e como isso prejudica até hoje a formação de jogadores brasileiros mais completos.

sábado, 12 de novembro de 2011

Pontos e Vírgulas.

Coluna destinada a comentar as opiniões emitidas pelo órgão responsável pela chegada de informações ao público aficionado por futebol: a imprensa esportiva. Afinal, bem ou mal, é através dela que tomamos conhecimento de (quase) tudo o que cerca o mundo da bola.
Procurando pelo em bola.
Sempre que posso leio os posts e as reportagens de Maurício Stycer do UOL. Crítico e inteligente, é daquele tipo de jornalista que procura fazer seu leitor pensar sobre determinado tema e não apenas aceitar o que já chega empacotado. Mesmo não assistindo a 99,9% dos programas televisivos que ele aborda, gosto de ler seu blog para me manter minimamente atualizado sobre o que acontece na TV aberta.  
Talvez por isso, eu tenha ficado ligeiramente surpreso com este post. Nele, Stycer lamenta a ausência de uma reflexão mais crítica nos quatro livros recém-lançados que comemoram os 30 anos do título mundial do Flamengo. Na oportunidade, ainda lamenta a ausência de maior profundidade em histórias de bastidores, algo que, na visão do jornalista, não faz pensar sobre velhos vícios do futebol brasileiro.
Minha surpresa parte de algo que considero óbvio: Se tais obras foram escritas em torno da formação do maior time da história do Flamengo e têm como centro o ano de 1981, nada mais normal do que ver em suas páginas informações, detalhes cronológicos, análise das partidas, histórias de bastidores e ponderações sobre a relevância histórica daquele time.
Além disso, ao contrário de outros episódios de nosso passado futebolístico, o chamado Flamengo de Zico está muito mais ligado a uma equipe que jogava o fino da bola, do que a escândalos, esquemas e outras maquinações. Até mesmo a célebre polêmica sobre o duelo contra o Atlético Mineiro pela Copa Libertadores de 81 se desmonta facilmente quando lembramos que o árbitro José Roberto Wright havia sido indicado pelo próprio clube mineiro. Para quem ainda tem alguma dúvida, basta observar o carrinho de Reinaldo em Zico após o aviso de Wright de que as faltas mais duras seriam punidas com expulsão.
De qualquer modo vale a leitura da resposta de Mauro Beting - co-autor de “1981” ao lado do jornalista André Rocha - à crítica de Stycer. Nela, Beting explica perfeitamente a motivação do livro que, por motivos óbvios, não inclui críticas elaboradas ao nosso futebol. Afinal, essas nunca foram objetivo de nenhuma das publicações em questão.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Question – 9

Quem é o jogador retratado abaixo?
Dicas serão inseridas neste espaço de acordo com a necessidade dos participantes.
Regulamento: O primeiro acertador receberá três pontos. Os demais acertadores receberão um ponto pela participação. Na próxima sexta, a resposta deste Question e a postagem de um novo desafio.
Premiação: O participante que somar o maior número de pontos ao final de quinze edições receberá em casa um livro à sua escolha sobre o tema futebol.
Boa sorte a todos.
Anterior:
Descubra o nome do jogador descrito na(s) afirmativa(s) abaixo.
I – Apesar de grandalhão, sempre foi um jogador técnico e bom cobrador de faltas;
II – Disputou a Copa do Mundo de 1998;
III – Defendeu clubes da Holanda, Escócia, Inglaterra, Portugal e Turquia;
IV – Marcou mais de 300 gols numa carreira que durou quase 20 anos.
Resposta: Trata-se do holandês Pierre van Hooijdonk, ex-atacante com passagens por Feyenoord, Celtic, Benfica e Fenerbahçe. Com a camisa de sua seleção, marcou 14 gols em 46 jogos e disputou a Copa de 1998 e as Eurocopas de 2000 e 2004. Encerrou sua carreira pelo Feyenoord em 2007.      
Classificação: Parabéns ao mano Victorino Netto que cravou corretamente o nome de van Hooijdonk. Com isso, Victorino agora divide a liderança com Joe Willian e Johnny.    
Confira abaixo a classificação de momento:
1º - Joe William, Johnny e Victorino Netto – 10 pontos;
2º - Arthur Barcelos e Rodolfo Moura – 9 pontos;
3º - Augusto Cesar – 8 pontos;
4º - Prisma – 7 pontos;
5º - Ricardo Joss – 6 pontos;
6º - Eduardo Júnior e Marcus Buiatti – 5 pontos;
7º - Mini-Crítico – 4 pontos;
8º - Luciano – 3 pontos;
9º - Alexandre Anibal, Fernando Clemente e JP – 2 pontos;
10º - Mauro Vaz – 1 ponto.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O que representa a permanência de Neymar?

A tarde de ontem foi marcada pelo anúncio da permanência de Neymar no Santos até a Copa de 2014. Especula-se que o acordo firmado entre Santos, atleta e alguns parceiros, o tornará o oitavo jogador mais bem pago do mundo. Uma boa noticia para o clube e para o futebol brasileiro, sem dúvida, mas que terá desdobramentos no desenvolvimento da carreira do atacante.
O lado positivo é que Neymar permanecerá num futebol que conhece, atuando dentro de um esquema tático que lhe garante liberdade em campo e sem o menor risco de parar no banco de reservas. Pelo lado da Seleção Brasileira, ter Neymar aqui significa apresentá-lo como um “fato novo” aos adversários que seguirão sem conhecer o potencial do santista. Para o futebol nacional, é a prova definitiva de que as coisas estão mudando e que é possível lutar pela permanência dos grandes jogadores no País.
Por outro lado, a não transferência de Neymar pode significar um atraso no seu desenvolvimento como jogador. Na Europa, atuaria ao lado e contra os melhores do mundo, sentiria a pressão de uma UEFA Champions League e enfrentaria com frequência os defensores que o esperam em 2014. Entretanto, teria que se adaptar a um estilo de arbitragem diferente, marcações mais cerradas, sistemas táticos que não seriam montados para ele e ainda perderia a condição de estrela da companhia. Para alguém que tem apenas 19 anos, esta mudança poderia ser mais traumática do que se imagina.
Felizmente, os próximos três anos são promessa de diversão e arte dentro do campo. A cada dia em que desfila seu talento, Neymar mostra que está cada vez mais perto de se tornar um craque da mais alta linhagem. Sorte do Santos. Sorte do Brasil.
Foto: Ricardo Saibun

Lembra desse?!

Aquele lance ou momento que você, por um motivo ou outro, nunca esqueceu.
Super Ézio.
O Fluminense e o futebol brasileiro estão de luto. Faleceu nessa quarta-feira o ex-atacante Ézio, vítima de câncer no pâncreas. Centroavante de faro goleador, é o nono maior artilheiro do clube tricolor com 118 gols em 238 jogos. Super Ézio, como ficou conhecido, tinha 45 anos e deixou esposa e dois filhos...
Você conhece alguma história interessante sobre o mundo da bola?
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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O campeonato mais emocionante do mundo.

Quando o assunto é público nos estádios, ninguém se compara à Bundesliga. Na temporada passada, mais de 42 mil torcedores, em média, lotaram as arenas alemãs. Se a preferência é por tradição e poderio financeiro, então a melhor pedida é a Premier League e suas cifras estratosféricas. Para quem acredita que o melhor campeonato precisa ter, necessariamente, os melhores times, então Barcelona e Real Madrid são os representantes de La Liga. E ainda existem aqueles que preferem o charme da Serie A italiana.  
No entanto, se o que vale é emoção, assunto para as conversas de segunda-feira e alto grau de imprevisibilidade, então nada supera o Campeonato Brasileiro. Encerrada sua 33ª rodada, o Brasileirão ainda tem pelo menos cinco times lutando pelo título. Hoje, Corinthians (58 pontos), Vasco (58), Fluminense (56), Botafogo (55) e Flamengo (55) lutam desesperadamente contra a própria irregularidade numa liga que parece ser disputada por “pontos escorridos”, tal a dificuldade para alguém assumir de vez a ponta da tabela.
Lanterna bate líder. Cena comum em Campeonatos Brasileiros.
“Mas o nível técnico é baixo”, diriam os críticos. Nem tanto. Procure ouvir o que dizem técnicos e jogadores sobre esse assunto. Para Alex, do Corinthians, o nível é alto: “Vai ver como é lá fora” afirma o meia com passagem pelo futebol russo. Para os treinadores Abel Braga e Muricy Ramalho, o Brasileiro é “o campeonato mais difícil do mundo”. São viagens longas, gramados ruins, arbitragens abaixo da crítica e muito equilíbrio dentro de campo. Além disso, como desdenhar do nível técnico de uma competição que reúne nomes como Neymar, Ganso, Borges, Ronaldinho, Juninho Pernambucano, Felipe, Renato, Liédson, Alex, Lucas, Thiago Neves, Deco, Montillo, Leandro Damião, D’Alessandro e tantos outros?
Agora, imagine o que poderia ser este campeonato se a CBF o tratasse como merece. Se o torcedor fosse tratado como cliente e não como gado. Se o calendário fosse minimamente programado para não acontecerem jogos em datas FIFA. Aí, meu amigo, seria difícil competir com ele. Enquanto esse dia não chega, aproveitemos o que esta edição tem de melhor que é fornecer assuntos infinitos tanto para as mesas redondas da TV quanto para animadas mesas de bar.
Confira abaixo o caminho dos principais candidatos ao título (e não deixe de votar na enquete ao lado):
Corinthians (58 pontos): Atlético-PR (casa), Ceará (fora), Atlético-MG (casa), Figueirense (fora) e Palmeiras (casa);
Vasco (58 pontos): Botafogo (casa), Palmeiras (fora), Avaí (casa), Fluminense (fora) e Flamengo (casa);
Fluminense (56 pontos): América-MG (casa), Grêmio (casa), Figueirense (fora), Vasco (casa), Botafogo (fora);
Botafogo (55 pontos): Vasco (fora), América-MG (fora), Internacional (casa), Atlético-MG (fora) e Fluminense (casa);
Flamengo (55 pontos): Coritiba (fora), Figueirense (casa), Atlético-GO (fora), Internacional (casa) e Vasco (fora);
É importante ressaltar que nos clássicos cariocas o acordo prévio é que todas as partidas acontecerão no Engenhão e com divisão de público, algo que, em tese, descaracteriza o mando de campo.
Imagem: Lance! 

domingo, 6 de novembro de 2011

Lembra desse?!

Aquele lance ou momento que você, por um motivo ou outro, nunca esqueceu.
A pressa é sempre inimiga.
É normal entre os fãs de futebol a necessidade de cravar o futuro de um garoto bom de bola. Aliás, faz parte da pressa dos dias de hoje, onde as notícias da última semana parecem ser de um passado longínquo. Agora, a bola da vez é Neymar. Surgem a todo o momento novas comparações com craques consagrados, numa ânsia desenfreada de estabelecer logo em que patamar o jogador do Santos está na história do futebol.
Isso me fez lembrar o distante 1996. No primeiro semestre daquele ano, Zagallo, técnico da seleção, buscava sua dupla de ataque ideal após decidir que Romário não faria parte do grupo que tentaria a conquista do ouro nos Jogos de Atlanta. Um dos titulares era Bebeto, campeão do mundo dois anos antes e um dos três jogadores acima dos 23 anos (os outros eram Aldair e Rivaldo) que foram escolhidos pelo Velho Lobo. Ao lado do atacante baiano, o nome preferido era o de Sávio, estrela do Flamengo e uma das maiores promessas brasileiras para as Olimpíadas e o Mundial da França. Marques e Amoroso também brigavam pela vaga, enquanto Ronaldo do PSV, que ainda se recuperava de uma cirurgia no joelho, parecia uma opção distante e pouco interessante.
Todavia, por uma manobra do destino, Marques se lesionou a poucos dias da convocação e abriu espaço para o futuro fenômeno entre os 18 convocados. Nos EUA, Ronaldo não precisou de muito tempo para mostrar quem era o verdadeiro titular da posição, anotando seis gols na campanha. O Brasil ficou apenas com o bronze, mas o centroavante, que se apresentou ao Barcelona logo depois, deixou claro qual seria seu lugar na história. Por sua vez, Sávio não fracassou na carreira. Pelo contrário. Negociado com o Real Madrid, o ponta foi titular em diversas ocasiões e conquistou muitos títulos, mas nunca chegou a ser o que dele se esperava.   
Denílson foi um caso semelhante. Nasceu no São Paulo como uma espécie de Garrincha canhoto, encarnando o espírito dos velhos ponteiros. Era a primeira opção de banco na Copa de 1998, porém, não passou nem perto de corresponder às expectativas. Vendido ao Betis por 32 milhões de dólares, foi durante anos o jogador brasileiro mais caro da história. Descrever a passagem de Denílson pela Espanha como fracasso seria eufemismo. A contratação do brasileiro pelo clube andaluz seguramente figura entre as piores da história na relação custo-benefício. Ao todo, foram 33 gols em 186 partidas, nenhum título conquistado e um rebaixamento no currículo.
O ano de 2002 marcou o surgimento da dupla Diego e Robinho. À época era impossível falar de um sem mencionar o outro. Eles eram arco e flecha a serviço do Santos campeão brasileiro daquele ano. Diego era técnico, cerebral, um perfeito maestro. Robinho era o drible, a velocidade e a fantasia. Lembro-me até a hoje da coluna de Juca Kfouri no jornal Lance! do dia seguinte: “Feliz do Santos que um dia teve Pelé e hoje tem Pelé (Robinho) e Maradona (Diego).” Desnecessário explicar o absurdo da observação, mas a verdade é que Diego e Robinho realmente eram vistos como os futuros craques do Brasil. Não foi o que se viu. Robinho, que sem modéstia se anunciava como futuro melhor do mundo, pelo menos disputou duas Copas, foi muito importante na Era Dunga e tem mais prestígio atualmente. Por sua vez, Diego tenta reerguer sua carreira no Atlético de Madrid após frustrantes passagens por Juventus e Wolfsburg.  
Hoje, coincidentemente, Ganso e Neymar repetem a história no mesmo clube paulista. Muitos veem em Ganso a figura do clássico meia armador há muito perdida em nosso futebol. Infelizmente, as frequentes lesões o deixaram à margem da evolução do amigo, pois Neymar é a nova febre do Brasil. É adorado por crianças e adultos. Seus gols e dribles são mostrados a exaustão e muitos juram que o santista já atingiu o patamar de Messi e Cristiano Ronaldo, mesmo sabendo que sem uma transferência para a Europa é praticamente impossível a comparação.  Mas existe a pressa, a necessidade compulsiva de se classificar definitivamente um atleta de apenas 19 anos. Que tal deixar o garoto traçar seu caminho? Como vimos acima, não faltam exemplos de promessas que não se cumpriram.
Imagens: Lancenet, Reuters, IG e Gazeta Press          
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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Question – 8

Descubra o nome do jogador descrito na(s) afirmativa(s) abaixo.
I – Apesar de grandalhão, sempre foi um jogador técnico e bom cobrador de faltas;
II – Disputou a Copa do Mundo de 1998;
III – Defendeu clubes da Holanda, Escócia, Inglaterra, Portugal e Turquia;
IV – Marcou mais de 300 gols numa carreira que durou quase 20 anos.
Atenção: Serão quatro alternativas ao todo. Uma por dia. Cada uma revela determinada informação do jogador que, reunidas, formam uma resposta única. Agora, cuidado ao arriscar, pois cada participante só tem direito a uma opção.
Regulamento: O primeiro acertador receberá três pontos. Os demais acertadores receberão um ponto pela participação. Na próxima sexta, a resposta deste Question e a postagem de um novo desafio.
Premiação: O participante que somar o maior número de pontos ao final de quinze edições receberá em casa um livro à sua escolha sobre o tema futebol.
Boa sorte a todos.
Anterior:
Quem é o jogador retratado abaixo?
Resposta: Ele é Gabriel García de La Torre, mais conhecido como Gabri. Meia revelado pelo Barcelona nos anos 1990 e com passagem pelo Ajax, atualmente defende o Sion/SUI. O lado curioso deste desafio é que quando encontrei a foto eu simplesmente não sabia que era montagem. Pensei: “Gabri com cabelo? Peguei a galera agora!” Apesar do equívoco, felizmente todos os participantes acertaram o nome do espanhol.

Classificação: Parabéns ao jovem Arthur Barcelos, o primeiro a acertar o nome de Gabri. Deste modo, restando oito Questions, temos um inédito quádruplo empate na primeira posição.
Confira abaixo a classificação de momento:
1º - Arthur Barcelos, Joe William, Johnny, Rodolfo Moura – 9 pontos;
2º - Augusto Cesar e Victorino Netto – 7 pontos;
3º - Prisma e Ricardo Joss – 6 pontos;
4º - Eduardo Júnior e Marcus Buiatti– 5 pontos;
5º - Mini-Crítico – 4 pontos;
6º - Alexandre Anibal, Fernando Clemente, JP e Luciano – 2 pontos;
7º - Mauro Vaz – 1 ponto.