quinta-feira, 30 de maio de 2013

Contagem Regressiva: Maio de 2013

Para um fanático por futebol, Copa do Mundo é muito mais do que um evento esportivo. É um período para se tirar férias do trabalho e só sair de casa para tratar de assuntos estritamente necessários. São semanas mágicas, onde um jogador consegue deixar o mundo mortal para fazer parte do panteão dos Deuses da Bola e, de quebra, transformar um país inteiro numa grande festa. É uma época para se rir, chorar, se emocionar. Enfim, é um momento que será guardado para sempre em nossos corações...
O Brasil na Copa das Confederações
Restam apenas duas semanas para a estreia da Seleção Brasileira na Copa das Confederações. Antes de a bola rolar diante do Japão no dia 15 de junho, os comandados de Luiz Felipe Scolari terão pela frente amistosos contra Inglaterra (02/06) no Maracanã e França (09/06) na nova Arena do Grêmio. O grupo completo só deverá se reunir nesta sexta-feira graças ao imbróglio que envolveu a CBF e o Bayern de Munique, clube de Dante e Luiz Gustavo, que pretendia contar com a dupla para a disputa da final da Copa da Alemanha contra o Stuttgart.
Com as chegadas do zagueiro e do volante, além dos jogadores do Atlético Mineiro que estavam liberados para o compromisso pela Copa Libertadores, Felipão contará com os seguintes atletas:
Goleiros: Diego Cavalieri (Fluminense), Jefferson (Botafogo) e Júlio César (QPR);
Zagueiros: Dante (Bayern de Munique), David Luiz (Chelsea), Réver (Atlético/MG) e Thiago Silva (PSG);
Laterais: Daniel Alves (Barcelona), Filipe Luís (Atlético de Madrid) Jean (Fluminense) e Marcelo (Real Madrid);
Volantes: Fernando (Grêmio), Hernanes (Lazio), Luiz Gustavo (Bayern de Munique) e Paulinho (Corinthians);
Meias: Bernard (Atlético/MG), Jádson (São Paulo), Lucas (PSG) e Oscar (Chelsea);
Atacantes: Fred (Fluminense), Hulk (Zenit), Leandro Damião (Internacional) e Neymar (Barcelona).
Ao que tudo indica, o time titular será formado por Júlio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Paulinho e Fernando; Hulk, Oscar e Neymar; Fred. A princípio, a característica do 11 inicial sugere um 4-2-3-1 com variação para o 4-4-2. Em ambos os módulos, os laterais terão liberdade para apoiar o ataque, talvez simultaneamente, enquanto o volante Fernando fica encarregado de proteger os zagueiros. Enquanto isso, Paulinho deve ter liberdade para se juntar aos meias e chegar à área rival. A maior mudança tática fica reservada ao setor ofensivo onde Neymar se junta a Fred como um segundo atacante deixando o lado esquerdo do meio campo para Oscar. Por sua vez, Hulk será o responsável pela faixa direita do ataque de onde poderá partir em diagonal e desferir seus conhecidos disparos de canhota. Provável reserva, Lucas tem todas as condições de ocupar esse espaço caso aproveite os treinamentos e as chances que provavelmente receberá com a sequência de jogos. Principal goleador da era Felipão, Fred segue como titular absoluto do ataque, tanto pelos gols quanto pela ajuda que sempre oferece à defesa em lances de bola parada.
No planejamento para o Mundial, a Copa das Confederações tem papel crucial na montagem da equipe. Scolari terá cerca de um mês ao lado dos jogadores e as principais conclusões sobre o grupo que representará o Brasil em 2014 serão tiradas deste período de convivência e do desempenho na competição.   
Os rivais
Os demais participantes da Copa das Confederações já divulgaram suas pré-listas e deverão entregar as convocações definitivas no início da próxima semana. Clique sobre o nome de cada país para conhecer os atletas convocados e acompanhe abaixo uma breve análise de cada seleção:
Grupo A
Itália: Esqueça o velho clichê do catenaccio. A Azzurra de Cesare Prandelli é uma equipe de DNA ofensivo e tem na juventude e habilidade de seus atacantes um grande trunfo. Como não poderia deixar de ser, as atenções estarão voltadas para o milanista Mario Balotelli, excelente finalizador, mas dono de um temperamento instável.
Japão: Campeão asiático, o adversário brasileiro na estreia é, pelo menos em tese, o selecionado mais frágil do grupo A. Seu maior destaque é o meia Shinji Kagawa, atualmente na reserva do Manchester United.
México: Pedra no sapato brasileiro nos últimos anos, a seleção norte-americana tem boas condições para avançar às semifinais do torneio. Rápido e goleador, Javier “Chicharito” Hernández é o grande nome da equipe chefiada por José Manuel de la Torre. Ao todo, o atacante já anotou 30 gols com a camisa da Tricolor.
Grupo B
Uruguai: Quarta colocada no Mundial de 2010 e atual campeã sul-americana, a Celeste Olímpica sofre com o envelhecimento da melhor geração produzida nas últimas décadas e a classificação para as semifinais da Copa das Confederações, caso ocorra, não deve ser fácil. Os astros Luis Suárez e Edinson Cavani são a grande esperança do técnico Oscar Tabárez.
Espanha: Bicampeã europeia e campeã mundial, a Espanha chega como favorita ao título. Todavia, a alta média idade dos principais nomes da Roja pode começar a pesar e a próxima geração ainda não parece apta para assumir o posto. O choque pela eliminação na UEFA Champions League também pode interferir no desempenho das estrelas de Real Madrid e Barcelona.
Nigéria: Uma geração jovem, ainda sem grande promoção internacional e dirigida por um técnico local. Foi assim que as Super Águias conquistaram a Copa Africana de Nações e assim pretendem surpreender no grupo B. Obi Mikel e Victor Moses, ambos do Chelsea, são os protagonistas da equipe organizada pelo técnico Stephen Keshi.
Taiti: Grande surpresa da competição, o Taiti chamou a atenção do planeta bola quando venceu a Copa das Nações da Oceania em 2012. Composto por atletas semi-amadores em sua maioria, o Taiti conta com Marama Vahirua, experiente atacante do Panthrakikos da Grécia, como o único jogador que atua fora do país. Dentro de condições normais, não deverá superar nenhum adversário do grupo B.
De olho na Copa
Nem mesmo os estádios da Copa já inaugurados parecem livres de problemas. Primeiro foi a Arena Fonte que teve rompimento de parte de sua cobertura. O incidente foi provocado pelas fortes chuvas que caíram em Salvador no início desta semana. A falha estrutural que resultou na queda na cobertura foi atribuída a um “erro humano”.
Em seguida foi a vez de o Maracanã sofrer proibição de realização de eventos em suas dependências por não oferecer segurança para o público. A liminar foi assinada pela juíza Adriana Costa dos Santos e, até o momento, suspende o amistoso entre Brasil e Inglaterra. Por sua vez, a CBF garantiu ter todos os laudos necessários e o governo do estado do Rio de Janeiro afirmou ter recorrido da decisão.   
Confira abaixo o andamento das obras:         
Obras concluídas: Belo Horizonte, Brasília, Ceará, Rio de Janeiro e Salvador;
Apresentando atrasos: Cuiabá, Curitiba, Manaus, Recife;
Situação preocupante: Natal, Porto Alegre, e São Paulo.
Fotos: Estadão, Reuters e Gabriel Gonçalves.

domingo, 26 de maio de 2013

Sim, talvez, não

É oficial. Neymar anunciou que será jogador do Barcelona pelas próximas cinco temporadas e agora as especulações vão girar apenas em torno de seu desempenho na Europa. Além de ser um importante objetivo de mercado do clube catalão, a transferência também agradou àqueles que consideram fundamental atuar diante dos melhores atletas do mundo para se consolidar como um deles. Nesse cenário, três perguntas se fazem pertinentes em relação ao futuro do craque, de sua participação na Seleção Brasileira e do futebol nacional.
A primeira diz respeito ao atacante. De “dono” do Santos, Neymar passará a ser apenas “mais um” no Barcelona. Diante do declínio de David Villa, é provável que o brasileiro ocupe a faixa esquerda do setor ofensivo com frequência de titular. Nada garante que sua adaptação ao futebol europeu e ao jogo coletivo do Barça será rápida, mas deixar o frágil time santista, ter mais responsabilidades táticas e não contar com a benevolência da arbitragem local tem tudo para se configurar como os obstáculos que restam para um nível mais alto de exigência.
A segunda se refere à Seleção e como seu jogador mais talentoso pode evoluir ao encontrar desafios próximos ao que terá pela frente na Copa do Mundo. Se por esse prisma trata-se de algo positivo, por outro Neymar chegará ao Mundial de 2014 tendo atuado praticamente uma temporada e meia sem descanso, uma vez que a presença na Copa das Confederações ocupará boa parte do espaço destinado às férias de quem atua no futebol europeu. Caso ficasse em Santos, chegaria à Copa no estágio físico de meia temporada, enquanto seus principais rivais estariam em fim de temporada. Em outras palavras, se Neymar ganha por um lado, perde por outro.
Por fim, o terceiro questionamento vai para o futebol brasileiro. Em clara ascensão, o Campeonato Brasileiro acaba de perder seu principal atrativo. Aos olhos do mundo isso significa que, por mais dinheiro que movimentemos neste momento, o Brasil continua sendo um mercado periférico cuja maior qualidade é a produção de jogadores em série. Para que o futebol brasileiro volte a ser a Meca de outrora é preciso criar mecanismos para que atrair nomes importantes de volta e conservar os jovens formados aqui.  Ser uma liga internacionalmente competitiva envolve, além de dinheiro, mobilização do interesse dos atletas e do público em geral. Neste aspecto, a saída de Neymar é um duro golpe.     
Imagem: Sergio Lima/Folhapress

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Lembra desse?!

Aquele lance ou momento que você, por um motivo ou outro, nunca esqueceu.
Quando o Barcelona tentou melar a ida de Ronaldo para o Real Madrid
Enquanto a novela envolvendo a transferência de Neymar do Santos para o Barcelona não encontra um fim, surgem rumores de que o Real Madrid poderia fazer uma proposta substancialmente maior para contratar a joia santista. Paralelamente, muitos apostam que se trata de um blefe do presidente madridista Florentino Pérez que tem como intuito fazer com que o rival gaste mais recursos do que inicialmente pretendia e, assim, limitar seu alcance na próxima janela de transferências.
Caso seja verdade, não seria a primeira vez em que os gigantes espanhóis se veem envolvidos nesse tipo de situação. No entanto, quando ocorreu, os papéis estiveram trocados. Em 2002, logo após o Mundial do Japão e da Coreia do Sul, o atacante Ronaldo estava na mira dos merengues para se juntar aos “Galácticos”. Como conta o jornalista inglês John Carlin em seu livro “Anjos Brancos”, tal possibilidade incomodou tanto a cúpula barcelonista que o então presidente Joan Gaspart engendrou um grande plano de sabotagem da operação rival.
Mesmo vendo Ronaldo ser um dos destaques da Copa, a Internazionale manteve sua intenção inicial de vender o craque em rota de colisão com o técnico argentino Héctor Cúper. Tanto que já tinha tudo acerto com o também atacante Hernán Crespo para substituir o brasileiro. Foi quando Gaspart entrou em ação e fez uma proposta pela compra do centroavante Fernando Morientes junto ao Real Madrid que precisava de um sopro extra no caixa após gastar mais de 100 milhões de dólares nas contratações de Luís Figo e Zinedine Zidane nos anos anteriores.
Todavia, as negociações se arrastaram até o dia do fechamento da janela de transferências. Crespo foi apresentado pela Inter posando com a camisa 9 que era de Ronaldo, mas os demais desfechos estavam longe de acontecer. Eis que, restando poucas horas para o encerramento, Gaspart simplesmente recuou alegando que a torcida catalã não aceitaria um jogador tão identificado com o madridismo. Para os outros vértices da negociação, porém, ficou evidente a intenção de atrapalhar a ida do Fenômeno para a capital espanhola. E como o presidente interista Massimo Moratti já havia gasto consideravelmente com a contratação de Crespo, precisava negociar Ronaldo o quanto antes.
Felizmente para os dois clubes, Florentino Pérez sempre foi um astuto homem de negócios. Em poucas horas o espanhol conseguiu levantar todo o dinheiro necessário para a transação mesmo sem vender Morientes. Ao fim do dia, Ronaldo se tornou jogador do Real Madrid e foi apresentado com o número 11 às costas. Mesmo assim, Florentino certamente não deve guardar boas lembranças daquele momento. Seria o momento do troco?           
Você conhece alguma história interessante sobre o mundo da bola?
Mande-a para meu e-mail: a4l@bol.com.br e coloque no assunto: 'Lembra desse?!' e ela poderá ser publicada aqui!
Crédito: Fifa.com

sábado, 18 de maio de 2013

As definições de modernidade foram atualizadas

Participando do programa Bate-Bola 2 há alguns dias, o folclórico Valdir Bigode foi mais um a comentar sobre a polêmica da desatualização dos técnicos brasileiros quando disparou: “Se ganha está atualizado, se perde está desatualizado.” Na declaração simplória estava a constatação de que o ex-atacante não concordava com a ideia de atraso dos profissionais locais, o que fez este blogueiro ter uma rápida conversa via Twitter com um jornalista que estava no programa. Logicamente, ambos discordando de Valdir.
O curioso dessa história é que muitas vezes é possível notar que nem todas as pessoas que comentam sobre esse atraso têm condições de avaliar esse problema mais a fundo, embarcando apenas na onda de críticas que varre a classe em questão. Talvez o maior exemplo disso sejam as observações sobre o bom trabalho do técnico Cuca à frente do Atlético Mineiro. É muito comum ouvirmos frases do tipo “o Corinthians e o Atlético são os times que praticam o futebol mais moderno do Brasil”. Sobretudo no caso do Galo, não poderia haver equívoco maior.
Como explica (no 4º frame) o analista de desempenho das categorias de base do Grêmio, Eduardo Cecconi, o Atlético faz uso de um tipo de marcação muito conhecido do público brasileiro, o velho “cada um pega o seu e um fica na sobra”. Algo que, pelo menos em tese, não deveria ser mais usado neste país desde que Carlos Alberto Torres aproveitou os defeitos desse tipo de encaixe para marcar o quarto gol do Brasil sobre a Itália na final do Mundial de 1970. Outra característica do time mineiro que nos remete ao futebol do passado é a iniciativa de Cuca de ter um esquema que busca dar a Ronaldinho Gaúcho toda a liberdade para jogar e só marcar quando quiser. E um dos escalados para essa missão é Pierre, esforçado volante unidimensional que foi afastado do Palmeiras pelo “anacrônico” Luiz Felipe Scolari. Evidentemente, isso não significa que o Atlético não possa ser eficaz atuando dessa maneira. Sua campanha na Copa Libertadores mostra que competitividade é o que não falta. Agora, para chamar de moderno vai uma longa distância.
O caso do Corinthians é um pouco diferente. Ao contrário de praticamente todas as equipes brasileiras, os comandados de Tite se alinham de forma adiantada e compactada marcando por zona e com pressão. Em termos de filosofia de jogo lembra bastante a Juventus de Fabio Capello que o treinador gaúcho foi conferir in loco quando viajou à Itália em meados dos anos 2000. Ou seja, há quase uma década. Na prática, aquela Juve também era extremamente forte na marcação, mas, como quase todos os times de Capello, carecia de criatividade. Coincidência ou não, um problema semelhante ao que o time de Parque São Jorge enfrenta por marcar poucos gols justamente por não funcionar tão bem quando tem a posse. Se considerarmos que o futebol praticado pelos principais times do mundo busca defender e atacar com a máxima intensidade, notaremos que a segunda parte não faz parte do repertório alvinegro. Então, quando alguém vier falar em modernidade no Brasil, desconfie. Pelo menos por enquanto.
Crédito da imagem: Terceiro Tempo

domingo, 12 de maio de 2013

Quem Felipão deve levar para a Copa das Confederações?

Há alguns dias, o site do Globo Esporte colocou no ar um divertido aplicativo que dá ao torcedor a chance de “convocar” a Seleção Brasileira para a Copa das Confederações. A ferramenta é bem interessante, mas tem o problema de limitar as combinações, algo que praticamente impossibilita simular o grupo que o técnico Luiz Felipe Scolari provavelmente chamará. Apesar de serem 23 nomes, é bem provável que a polivalência de alguns jogadores possam representar mais opções para determinados setores.
O melhor exemplo é Jean, volante no Fluminense e lateral-direito na Seleção. Com sua convocação, Felipão terá à disposição um reserva para o lateral Daniel Alves e, simultaneamente, um suplente para o meio-campo. Algo parecido com o papel de Juliano Belletti no Mundial de 2002, quando era ao mesmo tempo reserva de Cafu e opção como volante. Tal medida abriria mais uma vaga no ataque, setor onde é sempre bom dispor de alternativas distintas para cada situação de jogo.
Em linhas gerais, a lista deve ser composta pelos três goleiros de praxe, quatro zagueiros, quatro laterais (Jean entre eles), sete jogadores para o meio e cinco atacantes. A grande ausência pode ser Ronaldinho Gaúcho, conforme apurou o repórter André Plihal durante os dias que antecederam o amistoso entre Brasil e Chile. No restante, os nomes serão os que estiveram presentes nas últimas convocações.
Veja abaixo os prováveis 23 convocados para a Copa das Confederações:
Goleiros: Diego Cavalieri (Fluminense), Jefferson (Botafogo) e Júlio César (QPR);
Zagueiros: Dante (Bayern de Munique), David Luiz (Chelsea), Réver (Atlético/MG) e Thiago Silva (PSG);
Laterais: Daniel Alves (Barcelona), Filipe Luís (Atlético de Madrid) Jean (Fluminense) e Marcelo* (Real Madrid);
Volantes: Fernando (Grêmio), Hernanes (Lazio), Paulinho (Corinthians) e Ramires (Chelsea)
Meias: Jádson (São Paulo), Lucas Moura (PSG) e Oscar (Chelsea);
Atacantes: Alexandre Pato (Corinthians), Fred* (Fluminense), Hulk (Zenit), Neymar (Santos) e Osvaldo* (São Paulo).
* Jogadores que dependem de alguma avaliação física.
E você, concorda com essa convocação?      
Crédito da Imagem: Mowa Press

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Manager, não técnico

O anúncio da saída de Sir Alex Ferguson do Manchester United ao final desta temporada pegou muita gente de surpresa. Aparentemente gozando de boa saúde, o escocês de 71 anos dava sinais de que poderia seguir à frente do que clube que comanda desde 1986 por mais alguns anos. Todavia, a realidade é que no próximo campeonato o manager dos Red Devils será seu compatriota David Moyes, atualmente no Everton. Moyes, uma unanimidade dentro da cúpula do United para ser o substituto de Ferguson, assinou por seis anos e terá pela frente a dura missão de gerenciar o futebol de uma das maiores agremiações do planeta. Isso mesmo, “gerenciar”, pois treinar é apenas uma das atribuições das quais um manager pode se ocupar na Inglaterra.
Durante os quase 27 anos em que chefiou as ações esportivas do Manchester United, Alex Ferguson possuiu diversos auxiliares, o chamado “coach”, que muitas vezes eram os responsáveis por comandar os treinamentos da equipe enquanto o manager se ocupava de outras questões, inclusive de âmbito administrativo. Profissionais como Archie Knox, Brian Kidd, Walter Smith, Steve McLaren, Carlos Queiroz e, por último, Mark Phelan ocuparam a cadeira ao lado escocês desenvolvendo tarefas que se assemelham em vários aspectos com as dos treinadores brasileiros. Logicamente, o fato de desempenhar funções diferentes daquelas que os técnicos de várias partes do mundo realizam não desmerece em nada os feitos de Ferguson. Contudo, é importante constatar que muito de sua longevidade em Manchester advém desse status distinto do que estamos acostumados a ver.
O que provavelmente provoca a confusão de tratar Ferguson como um simples técnico é a sua figura à beira do gramado, mascando seu indefectível chiclete e dando ordens diretamente aos seus jogadores. Porém, seu cargo poderia ser melhor definido como um diretor técnico. Alguém responsável pela negociação de atletas – o que envolve aquisições, empréstimos e vendas – definição da filosofia de jogo do clube e planejamento estratégico. Em linhas gerais, seria o responsável pelo futebol, o que explica por que não se rompe com um manager com mesma facilidade que se demite um técnico. E no caso de Ferguson não há dúvidas de que mantê-lo por todos esses anos foi um grande acerto.
Abaixo, um vídeo especialmente produzido em agradecimento ao lendário manager...

sábado, 4 de maio de 2013

O Barça está morto. Longa vida ao Barça!

Nos últimos dias discutiu-se bastante sobre o momento atual do Barcelona e se a eliminação da UEFA Champions League pelo poderoso Bayern de Munique representou o fim de um ciclo vitorioso do time catalão. Para muitos, o ciclo de Messi & Cia. só se encerrará quando a atual geração deixar o clube ou mesmo ser substituída por outra gradativamente. Discordo dessa visão. Para este blogueiro, um ciclo do Barcelona se encerrou ainda em 2012, quando o técnico Pep Guardiola anunciou que aquela seria sua última temporada. Naquele momento, o ex-jogador colocou um ponto final numa história que começou em 2008, redefinindo uma nova era após o exitoso período em que o holandês Frank Rijkaard esteve no comando, época em que Ronaldinho Gaúcho brilhou intensamente, muito bem assessorado por Deco, Eto’o e outros. Em outras palavras, a era Rijkaard e a era Guardiola, por suas singularidades, já representaram ciclos distintos.
Deste modo, é possível dizer que a chegada de Tito Vilanova no Barça representa o reinício dos trabalhos no reino blaugrana. Uma retomada onde algumas providências típicas de Guardiola como a constante variação de esquemas táticos e a solidez defensiva ficaram para trás e o time assumiu uma visão ligeiramente mais vertical na busca do gol. São essas particularidades somadas à troca de treinador que indicam um reinício. Como paralelo é possível citar o Milan que revolucionou o futebol com Arrigo Sacchi no fim dos anos 1980 quando contava com craques italianos como Baresi e Maldini aliados ao fabuloso trio holandês composto por Rijkaard, Gullit e Van Basten, sucedido pelo Milan de Fabio Capello, uma equipe mais dura, mas ainda assim vencedora.
É justamente esse processo que o Barcelona vive neste momento. Depois de vencer tudo, chegou o momento de re-oxigenar o plantel – nomes como Thiago Silva e Neymar vêm sendo fortemente especulados – e quem sabe avaliar se Vilanova é realmente o profissional capaz de conduzir essa transição. O certo é que uma nova era se inicia para o Barça e provavelmente começará com a conquista do título espanhol deste certame. Contudo, se ela terá tanto sucesso quanto suas versões anteriores só o tempo dirá.
Crédito da Imagem: Getty Images