domingo, 30 de setembro de 2012

Contagem Regressiva: Setembro de 2012

Para um fanático por futebol, Copa do Mundo é muito mais do que um evento esportivo. É um período para se tirar férias do trabalho e só sair de casa para tratar de assuntos estritamente necessários. São semanas mágicas, onde um jogador consegue deixar o mundo mortal para fazer parte do panteão dos Deuses da Bola e, de quebra, transformar um país inteiro numa grande festa. É uma época para se rir, chorar, se emocionar. Enfim, é um momento que será guardado para sempre em nossos corações...
O que aproveitar dos amistosos contra a Argentina
Pensando no inchado calendário do futebol brasileiro, o melhor era que o chamado “Superclássico das Américas” não existisse. Além de Brasil e Argentina não poderem contar com jogadores que atuam na Europa, os dois amistosos são um risco desnecessário para um técnico tão contestado quanto Mano Menezes. Se a Seleção vencer, terá feito a obrigação por derrotar um adversário tão fragilizado. Se perder, terá sido para um rival que não pôde contar com seus principais destaques.
Isso posto, ainda é possível tirar algo proveitoso das partidas. A primeira delas está na defesa. Dedé é considerado por muitos o companheiro de zaga ideal para Thiago Silva. No entanto, até o momento, o vascaíno havia tido poucas oportunidades com a camisa amarela e sua pouca experiência internacional ainda é vista com reservas. Obter mais horas de voo é fundamental para um zagueiro de Seleção. Mais a frente, os entrosados Ralf e Paulinho mostram que podem ser aproveitados também no time principal. No caso do segundo, a titularidade parece cada vez mais próxima.
Enquanto isso, a garantia dada por Mano de quatro jogos para Lucas pode ser o que faltava para o meia-atacante do São Paulo finalmente deslanchar. Por sua vez, a escalação de Luis Fabiano indica que o técnico ainda não está convicto de que a camisa 9 pertence a Leandro Damião. Infelizmente, graças a mais uma lesão, o Fabuloso não estará na Argentina para o jogo de volta nesta quarta-feira. Por fim, as partidas também servem para observar atletas com pouco espaço em convocações regulares como Wellington Nem e Bernard, duas opções que atuam pelos lados do campo.    
Não era o momento de Kaká
Este blogueiro sempre defendeu que a renovação da Seleção foi feita de maneira precipitada e que os maus resultados colhidos até o momento também eram fruto da baixa média de idade do grupo. E é justamente por essa falta de experiência - e também de uma referência - que Kaká voltou à lista de convocados. Carismático, o meia pode dividir os holofotes com Neymar e tirar do santista a obrigação de carregar o time. Porém, este não é o momento ideal. Sem atuar em nenhuma partida oficial nesta temporada, Kaká não tem ritmo de jogo para ser uma figura importante dentro de campo. E, ao que tudo indica, esse cenário não deve mudar enquanto ele permanecer no Real Madrid.
A convocação para os amistosos diante de Iraque (dia 11/10 em Malmö, Suécia) e Japão (dia 16/10 em Wroclaw, Polônia) também contou com outras polêmicas. O retorno de Giuliano levanta e velha desconfiança de que alguns chamados não obedecem apenas a critérios técnicos, parecendo mais uma versão da apelidada “quota Shakhtar”, onde jogadores em situação obscura são chamados visando futuras negociações. Logicamente, não há aqui a pretensão de se afirmar nada sem provas, mas é impossível não notar essa questão.
Outra situação desconfortável foi a convocação de diversos jogadores que atuam em times envolvidos na disputa da reta final do Brasileirão. Para evitar um impacto maior, Mano Menezes chamou apenas um jogador por clube. Aliás, no caso de Thiago Neves, a ideia pareceu muito mais incluir alguém do líder para evitar mais chiadeira do que propriamente acreditar na contribuição que um jogador assumidamente em má fase pode trazer para o selecionado.
Também chamou a atenção a capa do diário Lance! que sob um viés sensacionalista defendeu o descontentamento dos clubes diante da perda de nomes importantes durante uma fase tão decisiva do campeonato. Trata-se do típico caso de ignorar a causa e atacar o efeito. Obviamente, o problema não é da Seleção, mas do calendário. Enquanto a bola rolar no Brasil em datas FIFA, nada disso irá mudar. Porém, chama bem mais a atenção escrever “abaixo a Seleção” do que “abaixo o calendário”.
Confira a seguir a lista completa:  
Goleiros: Diego Alves (Valencia), Jefferson (Botafogo) e Victor (Atlético Mineiro);
Zagueiros: David Luiz (Chelsea), Dedé (Vasco da Gama), Leandro Castán (Roma) e Thiago Silva (PSG);
Laterais: Adriano (Barcelona), Alex Sandro (Porto), Daniel Alves (Barcelona) e Marcelo (Real Madrid);
Volantes: Fernando (Grêmio), Paulinho (Corinthians), Ramires (Chelsea) e Sandro (Tottenham);
Meias: Giuliano (Dnipro), Kaká (Real Madrid), Lucas Moura (São Paulo), Oscar (Chelsea) e Thiago Neves (Fluminense;
Atacantes: Hulk (Zenit), Leandro Damião (Internacional) e Neymar (Santos).
De olho na Copa
Para quem achou de gosto duvidoso a escolha de “Brazuca” como nome da bola que será utilizada na Copa do Mundo, o mês de setembro reservou outras surpresas. O mascote do próximo mundial, representado por um tatu-bola, terá sua alcunha definida através de votação do público no site da FIFA. Todavia, os nomes Amijubi (Amizade + Júbilo), Fuleco (Futebol + Ecologia) e Zuzeco (Azul + Ecologia) não caíram no gosto das pessoas. E como tudo que está ruim ainda pode piorar, a caxirola, instrumento que produz um som semelhante a um chocalho criado pelo músico Carlinhos Brown, promete ser a substituta da odiosa vuvuzela nos estádios brasileiros.
No último dia 27, a FIFA anunciou os horários dos jogos da Copa. A abertura, que terá a Seleção Brasileira, acontecerá na Arena Corinthians e terá início às 17 horas. As partidas da fase de grupos começarão às 13h, 17h, 18h, 19h e 21h, enquanto as oitavas-de-final e quartas-de-final acontecerão às 13h e 17h. As semifinais serão às 17h e a final será às 16h do dia 13 de julho de 2014 no Maracanã. As escolhas das datas e dos horários levaram em conta diversos critérios com o descanso equitativo dos selecionados, as temperaturas médias das sedes e o público internacional.         
Confira abaixo, o andamento das obras nas doze sedes:         
Dentro do previsto: Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza e Salvador;  
Apresentando atrasos: Cuiabá, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo;
Situação preocupante: Curitiba, Manaus e Natal.
Imagens: Yahoo Brasil, Reuters, Lance e FIFA.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Question – 8

Descubra o nome do ex-jogador descrito na(s) afirmativa(s) abaixo.
I – Atacante dono de ótima técnica e drible fácil;
II – Eleito melhor do mundo, é um dos jogadores mais importantes da história de seu país;
III – Por seu selecionado, disputou três Eurocopas e duas Copas do Mundo;
IV – Em sua carreira, atuou no futebol português, espanhol e italiano. 
Atenção: Serão quatro alternativas ao todo. Uma por dia. Cada uma revela determinada informação do personagem que, reunidas, formam uma resposta única. Agora, cuidado ao arriscar, pois cada participante só tem direito a uma opção.
Regulamento: O primeiro acertador receberá três pontos. Os demais acertadores receberão um ponto pela participação. Na próxima sexta, a resposta deste Question e a postagem de um novo desafio.
Premiação: O participante que somar o maior número de pontos ao final de quinze edições receberá em casa um livro a sua escolha sobre o tema futebol. Boa sorte a todos!

Anterior:
Quem é o ex-jogador retratado ao lado?
Resposta: Trata-se do italiano Massimo Carrera, ex-jogador com passagens por Bari, Juventus, Atalanta e Napoli. Atualmente, substitui à beira do campo o técnico da Vecchia Signora, Antonio Conte, atualmente suspenso por conta de mais um escândalo de manipulação de resultados no Calcio. 
Classificação: Parabéns ao Yuri que volta firme à disputa pelo título.
Confira abaixo a classificação de momento:
1º - Alexandre Rodrigues Alves – 12 pontos;
2º - Victorino Netto – 9 pontos;
3º - Joe William e Yuri – 8 pontos;
4º - Arthur Barcelos, Gustavo Carratte e Luciano – 7 pontos;
5º - Murillo Moret– 5 pontos;
6º - Douglas Muniz, Luis Fernando e Marcus Buiatti – 4 pontos;
7º - Rafael Andrade – 2 pontos;
8º - Johnny e Riccardo Joss – 1 ponto.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Lembra desse?!

Aquele lance ou momento que você, por um motivo ou outro, nunca esqueceu.
O tiozinho de Old Trafford
Há alguns dias, publiquei um post sobre o que espero de um comentarista esportivo e como ex-jogadores muitas vezes pecam pela arrogância quando não se preparam corretamente para trabalhar nessa função tão diferente daquela que os consagrou. Para muitos deles, o simples fato de ter jogado profissionalmente já habilita a comentar uma partida melhor do que um jornalista especializado. Como sempre discordei dessa visão, relembro aqui uma passagem emblemática envolvendo esses dois extremos.
No início dos anos 2000, a Band transmitia jogos da Premier League e reunia, além do narrador Nivaldo Prieto, o ex-jogador Neto e o jornalista Mauro Beting nos comentários. Em Old Trafford, o Manchester United fazia jus ao mando de campo e dominava seu adversário. Em dado momento, após boa trama dos Red Devils, a TV mostrou a imagem de um sorridente senhor nas tribunas. “O tiozinho ali gostou”, disparou Neto. “Aquele ‘tiozinho’ é Sir Bobby Charlton. Lenda da seleção inglesa e maior jogador da história do Manchester United”, completou Beting.
Precisa dizer mais?    
Você conhece alguma história interessante sobre o mundo da bola?
Mande-a para meu e-mail: a4l@bol.com.br e coloque no assunto: 'Lembra desse?!' e ela poderá ser publicada aqui!

domingo, 23 de setembro de 2012

Estranhas Seleções.

Sempre após as competições, surgem as famosas seleções do campeonato. Normalmente, esses selecionados geram discussões acaloradas, onde um ou mais jogadores invariavelmente são injustiçados.
Como bom louco por futebol, costumo escalar mentalmente as mais diversas e estranhas seleções. Da melhor à pior. Aliás, esse é um bom passa-tempo para esperar o sono chegar.
Algumas delas faço questão de divulgar. Talvez rendam um bom debate ou boas risadas...
Ajax caseiro
Seguindo a sugestão do leitor Douglas Muniz e recebendo o auxílio dos amigos do Twitter, decidi montar a versão do Ajax composta apenas por jogadores ainda em atividade e formados na base dos Godenzonen. Embora não tenha sido difícil escalar o time ideal, a posição de centroavante acabou ficando com o mediano Ryan Babel, uma promessa que nunca se cumpriu. Independente disso, a formação ideal conta com o talento de Wesley Sneijder e Rafael van der Vaart e é capitaneado pelo agora botafoguense Seedorf. No comando técnico, Frank de Boer, também revelado pelo clube de Amsterdam.   
E então, acham que algum clube no mundo possui uma categoria de base tão promissora? Talvez, o Barcelona.
Deixem seu recado abaixo!

sábado, 22 de setembro de 2012

Futebol também é entretenimento

De uns tempos para cá, tornou-se lugar comum dizer que brasileiro não gosta de futebol como outros povos baseando o raciocínio exclusivamente na baixa média de público do campeonato nacional. Afinal, se as torcidas não enchem os estádios, significa que não se importam com futebol, certo? Errado. Brasileiro continua se importando com futebol do mesmo jeito, mas não se sujeita a qualquer coisa para ver seu time em campo se existem outras maneiras de fazê-lo.
A tese do desinteresse começa a cair por terra à medida que alguns fatos são expostos. Primeiro, a audiência do futebol continua alta como sempre foi. Atualmente, os clubes brasileiros recebem quantias recordes de direitos televisivos pelo simples motivo de que há um grande público interessado no evento. A TV por assinatura está cada vez mais presente em lares e pontos comerciais e não faltam canais interessados em adquirir os direitos. Sem falar na infinidade de rádios, jornais e sites que sobrevivem do interesse das pessoas por esse esporte.
Segundo, o preço dos ingressos. São poucos os corajosos capazes de gastar mais de cem reais (entre ingresso, transporte e alimentação) para assistir a uma partida sem nenhum tipo de conforto e ainda correndo sério risco de sofrer algum tipo de violência no trajeto ou mesmo dentro das dependências do estádio. Hoje, ir a um jogo é muito mais uma aventura do que um bom programa. Mesmo assim, basta haver redução no valor do ingresso para que o número de torcedores suba consideravelmente. Ou seja, se o valor cobrado for condizente com o que a pessoa recebe em troca, as chances de o público corresponder à redução do preço aumentam consideravelmente.
Terceiro, campeonatos como o alemão e o inglês apresentavam médias de público mais baixas quando não ofereciam as ótimas condições de hoje. No começo dos anos 1990, a média de público do campeonato inglês oscilava um pouco acima da casa dos 20 mil pagantes. A violência dos hooligans e a má conservação dos estádios estavam entre os principais entraves. Agora, com a Premier League, exemplo de organização, a liga britânica é a segunda no ranking europeu em frequência e a primeira em arrecadação. Ao mesmo tempo, a Serie A italiana sofre com a perda de público no momento em que o país atravessa uma séria crise financeira, com estádios obsoletos e êxodo de craques. Isso não é coincidência.
Embora sua natureza seja diferente de um entretenimento como cinema ou teatro, futebol também é um produto. Enquanto nossa cartolagem não entender que o futebol precisa ser comercializado, nada vai mudar. Quando as pessoas pagam por uma coisa, querem sentir que a quantia despendida está sendo bem gasta. Pagar caro por um espetáculo de qualidade duvidosa, sem conforto e correndo riscos de segurança não parece algo muito inteligente. É bem mais seguro e tranquilo assinar um pacote pay-per-view buscando o refúgio do próprio lar ou encontrar os amigos num bar. Amor ao time? Para os mais sensatos, ele vem abaixo do amor ao bolso e à própria segurança. Não sou capaz de tirar-lhes a razão.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Question – 7

Quem é o ex-jogador retratado ao lado?
Dicas serão inseridas neste espaço de acordo com a necessidade dos participantes.
Regulamento: O primeiro acertador receberá três pontos. Os demais acertadores receberão um ponto pela participação. Na próxima sexta, a resposta deste Question e a postagem de um novo desafio.
Premiação: O participante que somar o maior número de pontos ao final de quinze edições receberá em casa um livro a sua escolha sobre o tema futebol. Boa sorte a todos!
Anterior:
Descubra o nome do ex-jogador descrito na(s) afirmativa(s) abaixo.
I – Um dos melhores defensores dos anos 1990 e 2000;
II – Disputou as Copas de 1998, 2002 e 2006;
III – Por seu selecionado, conquistou um Mundial e uma Eurocopa;
IV – Surgiu no futebol francês, teve ótima passagem pela Serie A e pendurou as chuteiras atuando por clube espanhol. 
Resposta: Trata-se de Ruddy Lilian Thuram-Ulien ou, simplesmente, Lilian Thuram. Lateral direito e zagueiro, defendeu clubes como Mônaco, Parma, Juventus e Barcelona, onde encerrou a carreira após a descoberta de um problema cardíaco. Pela seleção francesa, Thuram foi campeão mundial em 1998 e europeu em 2000.
Classificação: Parabéns para Joe William que cravou o nome do francês com uma única dica.
Confira abaixo a classificação de momento:
1º - Alexandre Rodrigues Alves – 11 pontos;
2º - Victorino Netto – 8 pontos;
3º - Joe William – 7 pontos;
4º - Arthur Barcelos, Gustavo Carratte e Luciano – 6 pontos;
5º - Murillo Moret e Yuri – 5 pontos;
6º - Douglas Muniz, Luis Fernando e Marcus Buiatti – 3 pontos;
7º - Johnny, Rafael Andrade e Riccardo Joss – 1 ponto.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Lembra desse?!

Aquele lance ou momento que você, por um motivo ou outro, nunca esqueceu.
Pressão baixa
A UEFA Champions League recomeçou e, logo de cara, nos brindou com um jogaço entre Real Madrid e Manchester City. Coincidência ou não, muitas partidas que considero inesquecíveis tiveram os Merengues como protagonistas. Títulos, grandes vitórias, viradas espetaculares. E lá estava o time de branco fazendo história.
Todavia, um jogo pouco lembrado pelo público figura entre aqueles que nunca deixaram minha memória. O ano era 2003 e o adversário era o Borussia Dortmund no Westfalenstadion. Nessa época, eu já trabalhava até as 17 horas e só conseguia ver os jogos gravados ou reprisados pela ESPN após o encerramento da rodada. Logicamente, me reservava o direito sagrado de assistir sem saber os resultados.
A partida começou tensa. De um lado, o Real Madrid de Ronaldo, Figo e Zidane defendia o título europeu, enquanto os aurinegros de Lehmann, Rosicky e Amoroso ostentavam a Salva de Prata da temporada anterior. Aos 23 da primeira etapa, o gigante tcheco Jan Koller abriu o marcador para os donos da casa, placar que se arrastou até o fim da partida deixando a tensão no ar, mas indicando a provável vitória do Dortmund.
Foi quando o jovem, e ainda pouco conhecido, Javier Portillo igualou o placar após belíssima manobra de Zidane. Era o empate saindo nos descontos de maneira surpreendente. Sem pensar, soltei o grito da garganta. Ou melhor, urro. Tão alto que a vizinhança inteira deve ter ouvido sem entender nada. Só então me toquei que não estava sozinho em casa. Minha esposa assistia a uma novela qualquer em nosso quarto. Quando cheguei, encontrei a Senhora Costa com olhos de quem estava com sono às oito da noite. Ela havia se assustado tanto com a comemoração sem lógica que sua pressão despencou! Minutos depois, voltei ao quarto e ela já estava dormindo profundamente, acordando apenas no outro dia. Confesso que fiquei rindo sozinho depois. Felizmente, hoje ele já percebeu que seu marido é um fanático e está preparada para qualquer surto de loucura. Ainda bem.           
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sábado, 15 de setembro de 2012

Pontos e Vírgulas.

Coluna destinada a comentar as opiniões emitidas pelo órgão responsável pela chegada de informações ao público aficionado por futebol: a imprensa esportiva. Afinal, bem ou mal, é através dela que tomamos conhecimento de (quase) tudo o que cerca o mundo da bola.
O que eu espero de um comentarista
O ex-jogador Paulo César Caju foi assunto neste blog há alguns dias. Na ocasião, seu entendimento sobre a importância da experiência do atleta na formação dos treinadores contrastava com a visão de quem entende que ter passagem pelos gramados não é essencial para o cargo. Desta vez, o polêmico colunista reaparece de uma forma bem menos nobre. Na última terça, Caju escreveu mais um texto sobre sua preocupação com o futebol praticado no Brasil, o defensivismo dos técnicos e o amadorismo dos cartolas. Porém, foi o último parágrafo que me chamou a atenção. De maneira completamente gratuita, classificou os jornalistas Paulo Vinícius Coelho, Paulo Calçade, Leonardo Bertozzi e outros como “analistas de computador”, arrogantes e ainda deu a entender que usa o controle remoto para mudar de canal e não ouvi-los.
A partir da mesma lógica que usa para dizer que só ex-jogadores deveriam ser treinadores, Paulo César provavelmente pensa que para comentar futebol também é preciso dominar a prática. Logicamente, ter sido um atleta ajuda a entender os meandros do jogo, o que os boleiros pensaram em determinados lances e suas reações no gramado. No entanto, ao contrário do que muitos podem pensar, ser comentarista é muito mais do que isso. É muito mais do que “falar sobre o que está vendo” como Romário definiu certa vez. Ser comentarista, ou analista, é trazer para o telespectador informações que enriqueçam a partida, conhecer os jogadores e suas características, conhecer a história do esporte e não menosprezar outras escolas, entender de tática e expor as alternativas dos técnicos, conhecer o passado dos clubes, das seleções e das competições. Enfim, é mostrar ao público que o futebol fica bem melhor quando se enxerga além das cores do próprio time.
Talvez pelo fato de terem atuado, ex-jogadores que se aventuram a comentar costumam pecar pela autossuficiência. A grande maioria – pelo menos no Brasil – não se prepara corretamente para seus compromissos, se equivoca com datas, competições e outros detalhes, comenta mais os lances isolados do que a partida como um todo e, com alguma frequência, demonstra um saudosismo que pouco ou nada acrescenta às transmissões. Particularmente, quando se trata de comentar um jogo, minha preferência é pelos “analistas de computador” que tanto irritam Caju. Até porque, para mim, o único lugar em que jogador me interessa é no campo.
Crédito da Imagem: Terceiro Tempo/UOL

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Question – 6

Descubra o nome do ex-jogador descrito na(s) afirmativa(s) abaixo.
I – Um dos melhores defensores dos anos 1990 e 2000;
II – Disputou as Copas de 1998, 2002 e 2006;
III – Por seu selecionado, conquistou um Mundial e uma Eurocopa;
IV – Surgiu no futebol francês, teve ótima passagem pela Serie A e pendurou as chuteiras atuando por clube espanhol. 
Atenção: Serão quatro alternativas ao todo. Uma por dia. Cada uma revela determinada informação do personagem que, reunidas, formam uma resposta única. Agora, cuidado ao arriscar, pois cada participante só tem direito a uma opção.
Regulamento: O primeiro acertador receberá três pontos. Os demais acertadores receberão um ponto pela participação. Na próxima sexta, a resposta deste Question e a postagem de um novo desafio.
Premiação: O participante que somar o maior número de pontos ao final de quinze edições receberá em casa um livro a sua escolha sobre o tema futebol. Boa sorte a todos!
Anterior:
Quem é o cobrador do pênalti abaixo?
Resposta: Ele é o tcheco Antonín Panenka. Ex-jogador do Bohemains Praha e Rapid Viena. Tornou-se mundialmente conhecido pela cobrança de pênalti com cavadinha que deu o título continental ao seu selecionado. Na meta, “apenas” o lendário Sepp Maier. 
Classificação: Congratulações a Alexandre Rodrigues Alves que acertou a resposta do desafio pela segunda vez seguida e disparou na liderança.
Confira abaixo a classificação de momento:
1º - Alexandre Rodrigues Alves – 11 pontos;
2º - Victorino Netto – 7 pontos;
3º - Arthur Barcelos, Gustavo Carratte, Luciano e Murillo Moret – 5 pontos;
4º - Joe William e Yuri – 4 pontos;
5º - Douglas Muniz e Marcus Buiatti – 3 pontos;
6º - Luis Fernando – 2 pontos;
7º - Johnny e Riccardo Joss – 1 ponto.

sábado, 8 de setembro de 2012

Três em um

Após o apito final do argentino Nestor Pitana, havia muito que dizer sobre a magra vitória da Seleção Brasileira sobre a África do Sul. A primeira, e mais importante, diz respeito ao futebol pobre que a equipe de Mano Menezes apresentou. Após a boa vitória sobre a Suécia em Estocolmo, o técnico parecia ter encontrado um rumo. Escalou o time num 4-4-2 em linha com dois volantes (Rômulo e Paulinho) que sabem jogar, com Ramires aberto na direita como em seus melhores dias no Chelsea, Oscar derivando da esquerda para o meio e Neymar com liberdade para se movimentar e se aproximar de Leandro Damião.
Dentro da lógica, o amistoso seguinte pedia a manutenção da equipe, até pela urgente necessidade de entrosamento. Eis que Mano resolve mudar. Escalou Lucas aberto pela direita – muito provavelmente porque a partida era no Morumbi – e Ramires em lugar indefinido. Sim, indefinido, pois na primeira metade do primeiro tempo o jogador pôde ser visto na esquerda, na direita e também no meio. Às vezes, à frente de Oscar, que foi visto como volante ao lado de Rômulo. Na prática, um time difícil de se entender tanto fora quanto dentro de campo.  
Outra questão que chamou a atenção foi o comportamento da torcida. Não é bairrismo dizer que a torcida paulista é, em média, mais exigente do que as de outros estados e mais propensa à vaia. A Seleção já foi vaiada noutros estados, mas em São Paulo parece ser algo atávico. Tanto é assim, que já se falava dos apupos muito antes de a bola rolar. Durante o jogo, a Seleção parecia enfrentar dois adversários, um no campo e outro nas arquibancadas. Os xingamentos ao final do amistoso foram plenamente justificados, uma vez que o Brasil atuou muito mal. Mas nada explica a vaia com dois minutos. Se for assim, é melhor ficar em casa e economizar um bom dinheiro.
Ainda houve tempo para a última polêmica do dia. Durante a coletiva, acuado por perguntas bastante espinhosas, Mano Menezes chegou a dizer que a imprensa brasileira deveria criar um ambiente positivo para a Seleção, pois é isso o que se vê noutros países. Nessa resposta o treinador errou três vezes. Primeiro, ao dar a entender que a mídia estrangeira trabalha a favor dos selecionados, o que não é verdade. Segundo, por se esquecer que já existe uma generosa parcela da imprensa brasileira que já faz esse trabalho. E, terceiro, por considerar a imprensa como uma entidade única. É preciso deixar claro que o papel da imprensa não é torcer. Nem a favor e nem contra. Assim como existe o chapabranquismo, também é perceptível a existência de uma ala que trabalha contra. No entanto, suas atitudes são mais veladas, mais nas entrelinhas. No fim, não passam de dois dispensáveis extremos.
Imagens: Reuters, Tom Dib/Lance

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Question – 5

Quem é o cobrador do pênalti abaixo?
Dicas serão inseridas neste espaço de acordo com a necessidade dos participantes.
Regulamento: O primeiro acertador receberá três pontos. Os demais acertadores receberão um ponto pela participação. Na próxima sexta, a resposta deste Question e a postagem de um novo desafio.
Premiação: O participante que somar o maior número de pontos ao final de quinze edições receberá em casa um livro a sua escolha sobre o tema futebol. Boa sorte a todos!
Anterior:
Descubra o nome do ex-jogador descrito na(s) afirmativa(s) abaixo.
I – Volante conhecido pelas passadas largas e futebol vertical;
II – Após brilhar no futebol brasileiro, marcou época na Itália;
III – Disputou as Copas de 1978 e 1982;
IV – Antes de pendurar as chuteiras, sobrou tempo para conquistar uma Libertadores e um Mundial de Clubes. 
Resposta: Trata-se do volante Toninho Cerezo, ex-jogador do Atlético Mineiro, Roma, Sampdoria, São Paulo, Cruzeiro, entre outros. Ao pendurar as chuteiras, Cerezo decidiu seguir a carreira de treinador.
Classificação: Parabéns ao grande Alexandre Rodrigues Alves que precisou de apenas duas dicas para matar a charada. Neste momento, como nem todos participantes acertaram a resposta, a classificação sofreu algumas alterações. Confira:
1º - Alexandre Rodrigues Alves – 8 pontos;
2º - Victorino Netto – 6 pontos;
3º - Murillo Moret – 5 pontos;
4º - Arthur Barcelos, Gustavo Carratte e Luciano – 4 pontos;
5º - Joe William e Yuri – 3 pontos;
6º - Douglas Muniz e Marcus Buiatti – 2 ponto;
7º - Luis Fernando e Riccardo Joss – 1 ponto.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A bola e a laranja

Neste momento, creio ser ponto pacífico a constatação de que o futebol brasileiro tem problemas na formação de seus atletas. Durante anos, demos mais ênfase à força em detrimento da técnica, cometemos lamentáveis equívocos táticos e hoje pagamos um preço caro por essa escolha. Laterais e meias que não sabem marcar e volantes que não sabem jogar são a expressão mais óbvia dos problemas que temos visto nos gramados locais. 
As questões a serem debatidas parecem bem claras. A diferença agora está na maneira como quem pensa futebol imagina como as resolveremos. Paulo César Caju, ex-jogador e atualmente colunista do Jornal da Tarde, é enfático ao defender o uso de futebolistas na formação de novos valores. “Não se pode ensinar algo que você não sabe. Os ‘professores’ de hoje, que nunca chutaram uma laranja, só podem ensinar a marcar, correr e fazer faltas”, costuma ponderar em seus textos. Difícil negar a existência de lógica em tal raciocínio. Simultaneamente, o técnico multicampeão de vôlei, José Roberto Guimarães, segue o mesmo caminho quando perguntado se seria possível sua migração para os gramados: “Primeiro, eu teria de ser mais jovem. Depois, teria de ter jogado. Preferencialmente, como zagueiro ou volante que veem o jogo melhor. É muito importante ter jogado”.  
Na contramão dessa tese, Arrigo Sacchi, ex-técnico do Milan e da Seleção Italiana, costuma ironizar a necessidade de ter sido jogador com a seguinte frase: “Não é preciso ter sido um cavalo para ser um jóquei”.  Sem dúvida, uma expressão que se popularizou, mas que não deveria ser encarada como séria. Bem menos jocoso é o trabalho jornalístico do ótimo site Olheiros, espaço destinado a cobrir jovens atletas do Brasil e do mundo. Embora não exista o que possa ser chamado de “posição do site”, a equipe sempre mostra sua preocupação com ex-jogadores que se tornam treinadores sem dominar os conhecimentos táticos necessários para a tarefa e nem se mantêm atualizados. Seguindo a mesma lógica citada por Paulo César Caju, como os antigos boleiros podem ensinar algo que não sabem?
Por essas e outras, sempre defendi a criação no Brasil de um centro de excelência voltado para o futebol. Algo como um centro de Coverciano tupiniquim. Obviamente, a entidade mantenedora seria a CBF que é quem mais se beneficia com esse esporte no País. A ideia central seria gerenciar uma escola técnica voltada à capacitação de ex-jogadores e demais interessados em se tornarem treinadores. Promover o intercâmbio com profissionais estrangeiros, manter tanto os cursistas quanto os ex-alunos atualizados, realizar palestras e conferências, enfim, preencher a enorme lacuna na formação dos técnicos e outras funções do futebol com o objetivo de qualificar os profissionais da área. Utopia? Pode ser. Mas, provavelmente, seria uma maneira mais rápida e plausível para se recuperar o tempo perdido.

sábado, 1 de setembro de 2012

A4L recomenda: Sarriá 82 – O que faltou ao Futebol-Arte?

Para quem gosta de futebol, falar da Seleção Brasileira de 1982 é iniciar um debate. Nenhuma outra versão do escrete canarinho é capaz de levantar tanta polêmica quanto a que Telê Santana comandou em terras espanholas. Não faltam teses para explicar a derrota para a Itália e, muito menos, para os rumos que o futebol brasileiro tomou a partir dali. Para muitos, aprendemos equivocadamente as lições recebidas no Estádio Sarriá. A pergunta final da maioria das conversas quase sempre é: Jogar bonito é sinal de fragilidade defensiva? Obviamente, não. Acontece que aquele Brasil dava sinais de que havia algo errado com seu sistema de marcação muito antes de Paolo Rossi mandá-lo de volta para casa.      
Deixando totalmente o achismo de lado, Gustavo Roman e Renato Zanata Arnos mergulharam nos VTs dos jogos da Seleção desde Cláudio Coutinho, antecessor de Telê, e trouxeram à tona toda a história daquele time que encantou o mundo, mas deixou um gosto amargo no fim. Uma equipe que se construiu aos poucos e que carregou suas soluções e seus problemas para o Mundial. Soluções que passavam pelo futebol fantástico de Falcão, Sócrates e Zico, mas que esbarravam na falta de cobertura pelo lado direito da defesa e pelo apoio desmedido do lateral Júnior e do zagueiro Luisinho.
No fim, os autores sugerem como seria o Brasil de Telê caso o técnico tivesse reconhecido os problemas defensivos da Seleção. Embora tenha concordado plenamente com os jornalistas, reservo a ótima hipótese para quem tiver a oportunidade de ler essa obra fundamental de nossa biblioteca futebolística. Uma formação que tornaria o time mais próximo da realidade do que do sonho, mas que poderia tornar o desfecho daquela partida com menos cara de pesadelo.