terça-feira, 18 de setembro de 2012

Lembra desse?!

Aquele lance ou momento que você, por um motivo ou outro, nunca esqueceu.
Pressão baixa
A UEFA Champions League recomeçou e, logo de cara, nos brindou com um jogaço entre Real Madrid e Manchester City. Coincidência ou não, muitas partidas que considero inesquecíveis tiveram os Merengues como protagonistas. Títulos, grandes vitórias, viradas espetaculares. E lá estava o time de branco fazendo história.
Todavia, um jogo pouco lembrado pelo público figura entre aqueles que nunca deixaram minha memória. O ano era 2003 e o adversário era o Borussia Dortmund no Westfalenstadion. Nessa época, eu já trabalhava até as 17 horas e só conseguia ver os jogos gravados ou reprisados pela ESPN após o encerramento da rodada. Logicamente, me reservava o direito sagrado de assistir sem saber os resultados.
A partida começou tensa. De um lado, o Real Madrid de Ronaldo, Figo e Zidane defendia o título europeu, enquanto os aurinegros de Lehmann, Rosicky e Amoroso ostentavam a Salva de Prata da temporada anterior. Aos 23 da primeira etapa, o gigante tcheco Jan Koller abriu o marcador para os donos da casa, placar que se arrastou até o fim da partida deixando a tensão no ar, mas indicando a provável vitória do Dortmund.
Foi quando o jovem, e ainda pouco conhecido, Javier Portillo igualou o placar após belíssima manobra de Zidane. Era o empate saindo nos descontos de maneira surpreendente. Sem pensar, soltei o grito da garganta. Ou melhor, urro. Tão alto que a vizinhança inteira deve ter ouvido sem entender nada. Só então me toquei que não estava sozinho em casa. Minha esposa assistia a uma novela qualquer em nosso quarto. Quando cheguei, encontrei a Senhora Costa com olhos de quem estava com sono às oito da noite. Ela havia se assustado tanto com a comemoração sem lógica que sua pressão despencou! Minutos depois, voltei ao quarto e ela já estava dormindo profundamente, acordando apenas no outro dia. Confesso que fiquei rindo sozinho depois. Felizmente, hoje ele já percebeu que seu marido é um fanático e está preparada para qualquer surto de loucura. Ainda bem.           
Você conhece alguma história interessante sobre o mundo da bola?
Mande-a para meu e-mail: a4l@bol.com.br e coloque no assunto: 'Lembra desse?!' e ela poderá ser publicada aqui!

15 comentários:

Yuri disse...

HAHAHAHAHAHAHAHA, muito bom... eu também daria risada, porque é bem inusitado. Boa história.


Falando em pressão baixa, é delírio meu ou o JEAN, aquele do Flamengo nos anos 2000, tinha pressão baixa (ou era baixo teor de glicose no sangue)?

Douglas Muniz disse...

Hahaha... Madritista hein, André. Aquele Real vinha no começo da era galactica, sem o Makelele que equilibrava aquele time e Hierro, seu melhor defensor. Foi o último grande time do Real que vi jogar, acho que esse do Mourinho se jogasse com aquele do Del Bosque, perderia feio. Me lembro uma vez assistindo a final da Champions 1998-99, transmitida na TV Cultura, eu apostando no Bayern de Munique, que era meu time no FIFA 1998 Road to World Cup. E acompanhando o Palmeiras na Copa Libertadores, já conhecendo bem os possíveis adversários. Cotejo até amarrado, um tanto sonolento, mas Solskjaer e Teddy Sheringham fizeram aquele time até então desconhecido para mim, vencer no final do jogo. Me lembro naquela tarde, eu que acompanhei na escola, tinha uma certa liberdade com as professoras, que me liberaram da aula e pude ver o jogo na sala da secretaria... Grandes tempos...

Abraços!!!

Michel Costa disse...

Não lembro disso, Yuri. O que ele tinha mesmo era pressão baixa no pé. Nunca vi um atacante errar tantos gols quanto ele. Deivid é um Romário perto dele.

Michel Costa disse...

Sou apenas interista na Europa, Douglas. Mas tenho grande simpatia pelo Real Madrid, muito por causa dessas passagens que cito no texto. Quando penso em UCL o time de Santiago Bernabéu é o primeiro que me vem à mente.
Coincidentemente, a temporada 98/99 foi a primeira que consegui acompanhar com mais atenção. Aquela final foi histórica, emocionante. O Bayern foi melhor praticamente o jogo inteiro diante de um United desfalcado de Keane e Scholes. Sem falar que, ao final da partida, a Cultura mostrou o clipe de "Lift it High". Algo que me capturou para sempre - http://www.youtube.com/watch?v=yNHxm1oI72M

Abraço.

Yuri disse...

Engraçado, eu também lembro de jogos do Bayern pela UCL na TV Cultura em 1999.

Mas só comecei a acompanhar direito a UCL em 2003/04, com transmissão do "Esporte Interativo" porém não o canal e sim nome de programa na RedeTV!!!

Também foi essencial o acesso à banda larga, também em 2004, que me fez conhecer algo que me deixou fascinado: a fase preliminar da Champions League e seus times bizarros. Sempre gostei de alternatividade, descobrir aquilo foi bem legal.

Michel Costa disse...

A fase preliminar da UCL sempre me chamou a atenção também, Yuri. Acompanhava pelos jornais ou pela revista semanal da UEFA na ESPN e ficava imaginando como eram aquelas equipes, que mundo era aquele por trás do glamour da competição. Boa lembrança.

Douglas Muniz disse...

Entendi... Hahaha. Legal a música cantada pelos craques mancunianos. Outro jogo que me recordo com carinho de UCL foi um Milan X Ajax, válido pelas quartas de final da temporada 2002/03. O Ajax tinha um time jovem e com muita gente ótima: Sketelenburg, Chivu, Heitinga, Maxwell, De Jong, Sneijder, Van der Vaart, Pienaar, Van der Meyde, Ibrahimovic, somado aos veteranos e ótimos: Galasek, Litmanen e Witschge formavam um grande time. Deixaram o Lyon pra trás na fase de grupos por saldo de gols(na época os franceses não tiveram um Zagreb para ajuda-los...). Mostraram um nível de jogo melhor contra times mais cascudos, como o Arsenal dos exuberantes Henry e Bergkamp e venceram a Roma de Totti e Batistuta. E nas quartas enfrentou o Milan. Um empate sem gols no Amsterdam Arena e no jogo de volta em Milão, eu acompanhei numa padaria na região central de São Paulo, pelos canais ESPN. O empate com gols valia... Eu comemorava um resultado que levava o time holandês a uma semi final histórica, feliz demais até que: http://www.youtube.com/watch?v=RkGD1gORK48.

E desde então, o Ajax não chegou mais longe... Seja por marmeladas, (vide a ultima temporada), vacilos contra times mesmo mais fortes (Inter nas oitavas de final da temporada 2005/06), vacilos contra equipes inferiores: (derrotas para o Brugge e Celta de Vigo na temporada 2003/04...), grupos mais cascudos: (2004/05 com Juventus e Bayern...), derrotas para times muito inferiores nas fases preliminares (derrota em casa por 2 a 0 para o Copenhague sendo que poderia até perder por 1 a 0... temporada 2006/07 e para o Sparta Praga em 2007/08) e nas ultimas temporadas com grupos da "morte" (2010/11 com Real e Milan e dessa temporada...) Acompanhar esse time é um teste para sofrer... E muito.

Abraço!

Michel Costa disse...

Opa, me lembro bem desse Milan x Ajax, Douglas. Inclusive, houve um entrevero entre Nesta e Ibra, quando o italiano levou a pior numa disputa e sofreu um corte profundo no rosto. Pelo visto, o sueco já era encrenqueiro desde aquela época.

Abraço.

Douglas Muniz disse...

Que legal que lembraste desse cotejo, é uma das grandes lembranças do Ajax, não pelo resultado mas pela qualidade daquela equipe. Mas o engraçado é que quando ele jogava junto com Sneijder e Van der Vaart, o time num todo, não se via um estilo mais encrenqueiro ou "estrela". É uma norma do clube holandês, quando eles saíram aí talvez tiveram a chance de colocar o que bem entendiam em outros clubes, alguns logrando sucessos (Sneijder na Inter) e outros fracassos (Van der Vaart no Real). Um exemplo de rebeldia foi o Mido, lembra-se dele? Um atacante egípcio, que surgiu no Zamalek, talentoso, vertical e goleador, seria o parceiro perfeito para o sueco. Mas aí ele quando começava a jogar bem, ele se estranhou com o Koeman que era o técnico daquele time e foi afastado, circulou por empréstimo para o Celta de Vigo, onde não conseguiu jogar. De lá jogou com Drogba no Olympique de Marselha, teve um bom começo, mas não conseguiu ter sequência e ficou de fora das fases decisivas da Copa da UEFA 2003/04 que o clube francês perdeu para o Valência. Na temporada seguinte, veio a chance de ouro: Roma. Jogaria junto com outro "problemático": Cassano, mas teria a companhia qualificada de Totti e Montella. Lá não mostrou o melhor nível e ficou de fora, brigou com a diretoria e pediu para ser emprestado, rodou por Tottenham e Middlesbrough e não mais conseguiu êxito nos clubes que passou. Hoje ele joga no Barnsley, da segunda divisão da Inglaterra. Conseguiu brigar com o técnico numa final de Copa Africana de Nações mesmo com o Egito ganhando...

Abraço!!!

Michel Costa disse...

Certamente me lembro de Mido, Douglas. Um talento que se perdeu por causa de seu gênio. Quanto a Ibrahimovic, veja esse vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=ZgqsaDnsEq8 Trata-se do último gol (de placa, aliás) com a camisa do Ajax. Note que Rafael Van der Vaart estava nas tribunas e não esboça nenhuma reação diante da obra do companheiro. Isso aconteceu porque, no meio da semana, houve uma partida entre Holanda e Suécia em que Ibra rachou o meia que ficou fora dessa partida justamente por isso. Ele nunca foi fácil...

Abraço.

Douglas Muniz disse...

É realmente nunca foi fácil mesmo, esse gol é pérola do Youtube, ví em muitos celulares e posso dizer que acompanhei esse gol quando perguntavam sobre aquele atacante gigante, de mais de 1,90 que vinha do Ajax para a Juve, um dos mais maravilhosos gols que já vi do Ajax, top 10 mesmo... Me lembro do início da década de 2000 quando diziam sobre os jovens jogadores que tinham tudo para se destacarem nos grandes centros, o Ibra era tido pelo sucesso no Ajax, tanto que o apontavam como o "Novo Van Basten"... Esses problemas que teve no clube holandês e no trato com Van der Vaart foram decisivos para a sua saída para a Juventus em julho de 2004. Van der Vaart virou capitão e dono do time até brigar com a diretoria e forçar a sua negociação em meados de 2005 para o Hamburgo. Enquanto isso o Ajax chafurdava na última colocação do grupo da UCL, patinava no Eredivisie e contratava Angelos Charisteas, homem do "gol de prata-ouro" da Euro 2004... O clube sempre revela nomes muito interessantes, mas talvez falte unir uma geração por mais tempo e conseguir fazer boas campanhas em certames europeus. Daquele time de 2002 até 2004, quase todo o mundo virou jogador de bom nível, ou teve boas chances em clubes grandes da europa ou mesmo conquistaram grandes titulos: Lobont e Sketelenburg (Roma); Grygera (Juventus), Heitinga (Atlético de Madrid), Chivu (Roma e Inter) e Maxwell (Inter e Barcelona); Van der Vaart (Real Madrid), Sneijder (Real Madrid e Inter) e o próprio Ibra pelos clubes que já passou...

Abraço!

Michel Costa disse...

Com certeza, Douglas. Sem falar em nomes menos badalados como De Jong, Maduro e Emanuelson. Dá até para montar um time, ou melhor, uma "Estranha Seleção", coluna que anda meio sumida do blog.

Abraço.

Douglas Muniz disse...

Daria um belo time: Sketelenburg; Grygera, Heitinga, Chivu e Maxwell; De Jong e Maduro; Sneijder, Van der Vaart e Emanuelson; Ibrahimovic... Pensando nisso, dá um time de muito bom nível, capaz de brigar forte por grandes campeonatos... Se eles jogassem juntos por uma temporada com a camisa do Ajax, meu sofrimento seria menor... Uma sugestão de time seria "Jogadores que trocaram de times rivais", vendo a situação do Ganso. Alguns jogadores famosos que fizeram isso pelo mundo e tiveram sucesso: A. Moller que saiu do Dortmund para o Schalke-04, o Cruyff que saiu campeão do Ajax e foi ser campeão pelo Feyenoord (contando com o auxilio luxuoso de um jovem Gullit), Seedorf (trocado pelo Coco), o inesquecível caso do Figo... Tantos nomes...

Abraço!!!

Michel Costa disse...

Boa ideia, Douglas. Vou verificar se todos eles se profissionalizaram no Ajax e montar uma Estranha Seleção. Valeu pela força!

Abraço.

Michel Costa disse...

Acabei de conferir os nomes. Falta definir o centroavante (Ibra profissionalizou-se no Malmo) e, quem sabe, achar outro atacante. Tem ideia de algum?