sábado, 12 de novembro de 2011

Pontos e Vírgulas.

Coluna destinada a comentar as opiniões emitidas pelo órgão responsável pela chegada de informações ao público aficionado por futebol: a imprensa esportiva. Afinal, bem ou mal, é através dela que tomamos conhecimento de (quase) tudo o que cerca o mundo da bola.
Procurando pelo em bola.
Sempre que posso leio os posts e as reportagens de Maurício Stycer do UOL. Crítico e inteligente, é daquele tipo de jornalista que procura fazer seu leitor pensar sobre determinado tema e não apenas aceitar o que já chega empacotado. Mesmo não assistindo a 99,9% dos programas televisivos que ele aborda, gosto de ler seu blog para me manter minimamente atualizado sobre o que acontece na TV aberta.  
Talvez por isso, eu tenha ficado ligeiramente surpreso com este post. Nele, Stycer lamenta a ausência de uma reflexão mais crítica nos quatro livros recém-lançados que comemoram os 30 anos do título mundial do Flamengo. Na oportunidade, ainda lamenta a ausência de maior profundidade em histórias de bastidores, algo que, na visão do jornalista, não faz pensar sobre velhos vícios do futebol brasileiro.
Minha surpresa parte de algo que considero óbvio: Se tais obras foram escritas em torno da formação do maior time da história do Flamengo e têm como centro o ano de 1981, nada mais normal do que ver em suas páginas informações, detalhes cronológicos, análise das partidas, histórias de bastidores e ponderações sobre a relevância histórica daquele time.
Além disso, ao contrário de outros episódios de nosso passado futebolístico, o chamado Flamengo de Zico está muito mais ligado a uma equipe que jogava o fino da bola, do que a escândalos, esquemas e outras maquinações. Até mesmo a célebre polêmica sobre o duelo contra o Atlético Mineiro pela Copa Libertadores de 81 se desmonta facilmente quando lembramos que o árbitro José Roberto Wright havia sido indicado pelo próprio clube mineiro. Para quem ainda tem alguma dúvida, basta observar o carrinho de Reinaldo em Zico após o aviso de Wright de que as faltas mais duras seriam punidas com expulsão.
De qualquer modo vale a leitura da resposta de Mauro Beting - co-autor de “1981” ao lado do jornalista André Rocha - à crítica de Stycer. Nela, Beting explica perfeitamente a motivação do livro que, por motivos óbvios, não inclui críticas elaboradas ao nosso futebol. Afinal, essas nunca foram objetivo de nenhuma das publicações em questão.

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