sexta-feira, 1 de julho de 2011

Rei? Ainda não.

Ser titular e principal jogador de uma seleção pentacampeã mundial aos 19 anos não é para qualquer um. Também não é fácil ser o maior destaque de uma Copa Libertadores com essa idade. Pois Neymar conseguiu isso e pode alcançar muito mais.
E “pode” é a palavra-chave. Neymar tem toda condição técnica para se tornar um dos melhores do mundo, mas isso ainda não aconteceu. Para tanto, falta a inevitável transferência para o futebol europeu, a afirmação numa grande liga europeia e disputar pelo menos uma competição oficial com a Seleção principal.
Exatamente por isso, me causam espanto as inúmeras matérias elevando a jóia santista ao status de craque consagrado. Isso sem falar nas comparações com Messi, ora ampliadas pela disputa da Copa América. Como comparar um verdadeiro gênio eleito o melhor do mundo duas vezes – e que provavelmente será eleito pela terceira vez – com um jogador cinco anos mais novo e com um currículo bem mais modesto? Difícil.
Mas que fique claro. Este texto não tenta, de forma alguma, diminuir Neymar. Até acho que o brasileiro é melhor hoje do que Messi era com a mesma idade. Em 2006, o argentino ainda disputava a ponta direita do Barcelona com o apenas esforçado Giuly, muitas vezes era visto como uma espécie de fiel escudeiro de Ronaldinho Gaúcho e no Mundial da Alemanha, só foi titular em uma oportunidade. O intuito aqui é apenas dimensionar diferentes estágios nas carreiras de dois atletas acima da média. Neymar pode até superar Messi um dia. Porém, ainda existe um longo caminho a ser percorrido.

4 comentários:

minicritico disse...

É... a plantação de notícias do Wagner Ribeiro é de dar inveja. Não, por essas matérias - que nem notícias são - mas pelo dia-a-dia. O mesmo acontece com o Lucas. Enfim, que Neymar é um fenômeno, é indiscutível. Mas é óbvio que você não o diminui ao falar a verdade: compará-lo com Messi hoje é o cúmulo do ufanismo.

Michel Costa disse...

Concordo e até entendo que faz parte do espetáculo propor esse tipo de duelo na Copa América. No entanto, pelo bem da lógica, deveriam ter evitado comparações diretas. Ficou ridículo.

Abraço.

Prisma disse...

Preciamos falar isso pra imprensa, porque é aparecer um cara jogando muito e logo já fazem mil comparações. Bosn tempos em que a palavra PRESSÃO não era um problema.

Michel Costa disse...

Felizmente, grande parte da própria imprensa questiona essa visão, Prisma. Porém, não acredito que a ala sensacionalista desapareça. Pelo contrário, ela vem se tornando casa vez maior quando alguns profissionais da área percebem o quanto ela pode ser vantajosa.

Abraço.