domingo, 17 de julho de 2011

Não é hora de jogar tudo para o alto.

Ao contrário do que muitos acreditam, um ano de trabalho para um treinador de seleção é pouco. O empate diante do Paraguai – que custou a eliminação brasileira da Copa América nos pênaltis – foi apenas a quarta partida oficial do Brasil de Mano Menezes e a décima segunda no geral. Para um trabalho que começou quase do zero, já houve evolução, mesmo que lenta.   
Este período em território argentino serviu para observar pontos fundamentais na construção de uma nova seleção. Serviu para entrosar o time base, passar aos jogadores o que pensa o treinador e batizar os mais jovens com a camisa amarela. Também serviu para constatarmos o quanto se precipitaram aqueles que viam em Paulo Henrique Ganso e Neymar craques prontos e acabados. No entanto, crucificá-los agora seria uma atitude covarde e estúpida. Não falta talento a dupla santista. Falta rodagem, algo que só virá com o tempo.
O importante agora é que não se coloque tudo a perder. Demitir Mano agora significa dar dez passos atrás na preparação para a Copa do Mundo, o real objetivo. O momento é para se pesar os erros e os acertos e usá-los como lições para o futuro. Serão longos três anos até o Mundial.      
Imagem: Reuters

6 comentários:

Prisma disse...

Vc está certo, Michel. Essa eliminação do Brasil nem me dá dor de cabeça. É lógico que não queria que o Brasil perdesse, mas subestimar os outros adversários é pensar que somente nós perdemos. Agora, é manter Mano Menezes e incisivisar mais os jogadores na criação de jogadas e o faro de gol.

Michel Costa disse...

Esse período deve ser visto como um aprendizado, Prisma. Também não queria uma derrota, mas ela pode servir para amadurecer o grupo.
Quantos as alternativas de Mano, espero que Kaká logo esteja em condições. Em forma, o madridista ainda é o melhor jogador do Brasil.

Abraço.

Thiago Ribeiro disse...

Neymar cometeu muitos erros, queria mostrar-se geninho pros investidores estrangeiros acabou mostrando-se preciosista.

qdo jogou sério e fez o simples, fez dois gols fáceis.

quanto a Ganso, podem meter o pau o quanto quiserem, mas vou continuar defendendo o que ele fez nesta copa, sumiu muito, sim, jogou muitas vezes no lugar errado, mas foi o jogador mais decisivo do Brasil: 4 jogos, 3 assistências, pra 3 jogadores diferentes, de 3 formas diferentes.

isso não números impressionantes

Michel Costa disse...

Tem razão, Thiago. Neymar ainda peca pelo preciosismo. Mas isso é coisa da idade e pode mudar com a experiência.
Quanto a Ganso, muitos se esquecem de que o meia fazia apenas a quinta partida após voltar de lesão. Ele ainda não tinha ritmo total de jogo e isso ficou claro em alguns momentos. Mesmo assim, acho que passa pelos pés de Ganso a armação desta nova Seleção.

Abraço.

marcus Buiatti disse...

Concordo totalmente com o texto.

Saímos com 90% do time, precisando apenas de entrosamento, automatismos de jogo e amadurecimento como time e de alguns atletas, o que só vir[a com o tempo.

Acho que temos 3 problemas graves, não sei se vc concorda:

1. Lateral esquerda;
2. Um ou mais reservas pro Ganso.
3. Alguém pra competir com Pato, que ainda não decolou na seleção.


Boa notícia: Kaká jogou MUITO no amistoso de sábado contra o galaxy.

Fica claro, se já não era, também que brasileiro e libertadores não são, HOJE, parâmetro pra julgar se algum atleta está entre os melhores do mundo. Tem que jogar na Europa. Uma coisa é ser o melhor dentre Martinuccio, Jorge Henrique, Tanque Silva...outra é dentre Messi, C. Ronaldo, Xavi, Iniesta, Forlan, Suárez, etc etc.

Abraço!

Michel Costa disse...

Concordo, Marcus. A mudança para um time europeu faz parte do que considero parte do processo de amadurecimento de Neymar, Ganso e também Lucas.
Sobre a Seleção em si, não acho que a lateral esquerda seja motivo de grande preocupação. No entanto, penso que chega a ser urgente o retorno de Kaká ao meio-campo da Seleção tanto para atuar ao lado de Ganso, como para disputar uma vaga com ele.
No ataque, vejo um problema mais sério. Hoje, o Brasil não possui um único camisa 9 capaz de vestir a camisa amarela. Fred não é esse jogador, Damião ainda é jovem, Adriano não é confiável e L.Fabiano não deve chegar bem a 2014. Aí sim vejo razões para Mano se preocupar. Até porque, gol é justamente o que anda faltando à Seleção.

Abraço.