segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Boas Festas


Com o ano de 2012 se aproximando do fim, chegou o momento de agradecer aos leitores do “Além das Quatro Linhas” pela audiência e interatividade com este blogueiro. Sem dúvida este não foi um ano comum. O Chelsea venceu a Liga dos Campeões pela primeira vez, o Corinthians conquistou a tão almejada Libertadores e Lionel Messi se consolidou de vez como o grande craque desta geração estabelecendo marcas quase extraterrestres. O que realmente se manteve ordinário foi o comando do futebol brasileiro, sempre nas mãos de amadores da pior espécie.
Na oportunidade, gostaria de agradecer nominalmente aos amigos com que sempre estou interagindo no blog ou nas redes sociais:
Alexandre Aníbal, Alexandre Rodrigues Alves, André Chasee, André Rocha, Arthur Crispin, Arthur Barcelos, Augusto César, Braitner Moreira, Bruno Amato, Daniel Leite, Danilo, Darcio Vieira, Dassler Marques, Douglas Muniz, Eduardo Rocha, Erik de Oliveira, Fabiano Dias, Fabio Martelozzo, Felipe Lobo, Fernando Clemente, Guilherme Siqueira, Gustavo Carratte, Gustavo Hofman, Igor Rufini, Ismail Filho, João Daniel Araújo, João Pedro Caniço, Joe William, Johnny, Júnior Marques, Lédio Carmona, Leonardo Bertozzi, Leonardo Prado, Leonardo Rossatto, Leonardo Victorino Netto, Luciano Fitochi, Lui Moreno, Luis Fernando, Marcus Buiatti, Mozart Maragno, Murillo Moret, Nelson Oliveira, Pedro Cheganças, Pedro De Luna, Pedro Venâncio, Philippe Dutra, Rachel Morandi, Rafael Andrade, Rafasangui, Riccardo Joss, Rodolfo Machado, Rodolfo Moura, Rogério Jovaneli, Thiago Ribeiro, Thomas de Carvalho, Vinícius Franco, Vitor Sérgio Rodrigues e Yuri Barros. Além de todos aqueles que curtiram o blog no Facebook e seguidores no Twitter.
Muito obrigado a todos. Neste momento, o blog terá um breve período de recesso, retornando no final de janeiro com a coluna “Contagem Regressiva” trazendo a repercussão da primeira convocação de Felipão nesta volta ao comando da Seleção Brasileira.
No mais, gostaria de desejar a todos um feliz Natal e um ano de 2013 repleto de paz, saúde e realizações.
Até a próxima!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Palpites para as Oitavas-de-final da UEFA Champions League 2012/13

A UEFA sorteou em Nyon, Suíça, os confrontos das oitavas-de-final da UEFA Champions League 2012/13. No direcionamento do sorteio, equipes que se enfrentaram na fase de grupos ou do mesmo país não podem ser alinhadas no chaveamento.
Como já se tornou tradição no blog “Além das Quatro Linhas” chegou o momento de uma breve análise dos embates e de apontar os favoritos (em negrito) em cada duelo onde os primeiros colocados de cada grupo aparecem na primeira posição:
Schalke 04 x Galatasaray – Talvez o confronto com maior grau de imprevisibilidade desta fase. Contudo, a demissão do técnico Huub Stevens mostra que o momento do Schalke não é dos melhores. Portanto, a aposta é que a equipe do brasileiro Felipe Melo pode repetir o feito do rival Fenerbahçe em 2008 e também alcançar as quartas;
Juventus x Celtic – Aqui o favoritismo é todo da Vecchia Signora. Consistente, o time comandado por Antonio Conte conheceu poucas derrotas na temporada e ainda está invicto na UEFA Champions League. Passa a Juve;
Bayern x Arsenal – Em comparação com a temporada passada, é possível dizer que o Bayern melhorou enquanto o Arsenal caiu de produção com a saída de jogadores como Song e, sobretudo, Van Persie. Amplo favoritismo alemão;
Borussia Dortmund x Shakhtar Donetsk – Duelo das equipes que mostraram o futebol mais atraente da fase de grupos. Como está a alguma distância da disputa pelo título da Bundesliga, é provável que os aurinegros foquem a disputa continental para quem sabe alcançar sua primeira final desde 1997;  
Barcelona x Milan – Duas das agremiações mais vencedores do planeta se reencontram em situação totalmente diversa. Enquanto o Barça lidera La Liga com folga, só agora os Rossoneri dão sinais de recuperação na Serie A. E, com a atual fase de Messi, não há muito que pensar na hora de apontar o provável classificado;
Manchester United x Real Madrid – Sem dúvida, o confronto mais “pesado” desta fase. Em termos de elenco, os Merengues levam. Por outro lado, o momento vivido pela equipe de José Mourinho é o mais turbulento desde a sua chegada. Mesmo assim, aposto na consistência, sobretudo do meio-campo, do time espanhol;
Paris Saint-Germain x Valencia – Campeão do grupo A, o PSG possui um dos elencos mais fortes da Europa e ainda receberá reforços na próxima janela de transferências. O primeiro deles já foi anunciado: Lucas, ex-São Paulo. Enquanto isso, na 11ª posição do campeonato espanhol e de técnico (Ernesto Valverde) recém-contratado, o Valencia ainda procura se organizar. Portanto, avança o time de Carlo Ancelotti;   
Málaga x Porto – Apesar da primeira colocação num grupo que continha Milan e Zenit, o Málaga deve sentir a experiência internacional do Porto. Favoritismo português neste último duelo.
Na ocasião, aproveitei para eleger minha equipe ideal do ano de 2012 que, depois de pronta, notei que havia bastante diversidade nas escolhas. A Espanha foi o único país a ter mais de um representante com os barcelonistas Jordi Alba e Andrés Iniesta. Confira abaixo meu “XI ideal” que teria o comando de Vicente Del Bosque:
E para você, quais são os favoritos em cada confronto?

Foto: AFP

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Contagem Regressiva: Dezembro de 2012

Para um fanático por futebol, Copa do Mundo é muito mais do que um evento esportivo. É um período para se tirar férias do trabalho e só sair de casa para tratar de assuntos estritamente necessários. São semanas mágicas, onde um jogador consegue deixar o mundo mortal para fazer parte do panteão dos Deuses da Bola e, de quebra, transformar um país inteiro numa grande festa. É uma época para se rir, chorar, se emocionar. Enfim, é um momento que será guardado para sempre em nossos corações...
Erros e acertos
Quando perguntado sobre como será sua versão da Seleção Brasileira, o técnico Luiz Felipe Scolari preferiu não entrar em detalhes. “Tenho um processo mental de visualizar os atletas que poderão ser convocados já nesse primeiro amistoso e tenho uma ideia de colocação em campo. Mas quando eu receber todos os jogadores pode ser que eu modifique alguma coisa”. E não disse muito mais. Talvez porque, além de recém-chegado, Felipão enfrentava o drama de ter sua mãe internada e que, infelizmente, veio a falecer no último dia 3 aos 89 anos.
Portanto, tentar projetar o que o novo treinador da Seleção deseja é um simples exercício de imaginação e com boa chance de conclusões equivocadas. Assim, este colunista prefere aguardar o primeiro chamado antes de formular qualquer opinião do que será esta nova passagem. Contudo, talvez tenha faltado neste espaço uma análise mais consistente do trabalho desenvolvido pelo antecessor Mano Menezes. Entre erros e acertos, Mano deixou um esboço de time que pode ser aproveitado por Scolari, embora esteja claro que mudanças ocorrerão.
Em pouco mais de dois anos à frente da Seleção, o ex-técnico procurou alterar a filosofia do selecionado com vistas à necessária imposição de jogo que uma equipe que sediará um Mundial precisará e ainda promover o rejuvenescimento do grupo. De início, já no primeiro amistoso, Mano trocou praticamente todos os titulares que perderam para a Holanda nas quartas-de-final da Copa de 2010. Dos onze, apenas Daniel Alves (que substituía Elano) e Robinho permaneceram. Enquanto os reservas Thiago Silva e Ramires ganharam espaço. A vitória por 2x0 e o futebol auspicioso mostrado na ocasião provocaram ótimas reações na torcida e na imprensa.
No entanto, a nova equipe ainda não estava preparada para desafios mais pesados. Após derrotas para França, Argentina e Alemanha, além do fracasso na Copa América, ficou evidente que a renovação não poderia ter sido tão radical. A rigor, durante quase todo o período em que Mano Menezes esteve no comando, grande parte da responsabilidade esteve sobre os ombros de Neymar, um garoto que estreou aos 18 anos. Não havia vestígio do time competitivo que Dunga havia montado. Era uma Seleção partindo do zero e pagando o preço pela inexperiência do grupo. Se alguém tentar encontrar paralelo semelhante noutro selecionado provavelmente não encontrará.
Equívocos à parte, Mano acertou na mudança no sentido de jogo da Seleção. A versão montada por Dunga era um time essencialmente de contra-ataque. Como o Brasil jogará em seus domínios em 2014, precisará propor o jogo e não especular em falhas dos adversários. Outra mudança positiva foi a escalação de dois volantes capazes de marcar e armar ao mesmo tempo, mudando que parecia ser um dogma no futebol brasileiro. Porém, em campo, os resultados estiveram longe de ser satisfatórios. Se o momento para a demissão não foi o ideal, razões para a dispensa também não faltaram.
Em 2013, Felipão começará um novo trabalho, mas encontrará uma base montada. Experiente que é, não deverá repetir os erros de seu antecessor e, num primeiro momento, deverá manter o que vinha sendo feito. Como no futebol a última mensagem é a que fica, muitos encaram a passagem pelo turbulento Palmeiras como referência. Particularmente, acredito que os trabalhos nas seleções de Brasil e Portugal são um parâmetro melhor. Embora, logicamente, isso não signifique garantia de sucesso.                    
De olho na Copa
A Arena Castelão em Fortaleza foi o primeiro estádio a ser inaugurado para a Copa das Confederações e Copa do Mundo. Na cerimônia em terras cearenses, estiveram presentes a Presidenta Dilma Rousseff e o ministro dos esportes, Aldo Rebelo. No próximo dia 21 será a vez do Mineirão reabrir seus portões para a solenidade de inauguração e um show da banda Jota Quest. Com isso, restarão obras em apenas dez sedes. Confira abaixo o andamento dessas obras:         
Dentro do previsto: Brasília e Salvador;  
Apresentando atrasos: Cuiabá, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo;
Situação preocupante: Curitiba, Manaus, Natal e Recife.
Imagens: CBF e globoesporte.com

domingo, 16 de dezembro de 2012

O Corinthians ganhou quando jogou

A vitória do Corinthians por 1x0 sobre o Chelsea teve como principal marca a coesão tática sempre caracterizou a equipe comandada pelo técnico Tite. Durante quase toda a partida o Timão conseguiu neutralizar as principais armar dos Blues e, quando isso não aconteceu, os ingleses esbarraram numa apresentação majestosa de Cássio. Porém, pouco foi dito que a vitória alvinegra se materializou no gol de Paolo Guerrero justamente no momento em que o time brasileiro decidiu que com a bola era preciso jogar.
Após um início de primeiro tempo nervoso – explicável para quem mentalizou um confronto durante cinco meses – o Corinthians conseguiu colocar a bola no chão e criar algumas oportunidades. Mas apenas na segunda etapa, quando acreditou que era possível vencer, quando tratou o Chelsea como um igual e passou a tocar a bola de forma mais consciente é que encontrou espaços e construiu o gol que seria determinante para o resultado final.
Durante anos, o futebol brasileiro discutiu se os craques (leia-se meias e atacantes) também precisavam marcar. Que talento sem organização não era mais suficiente. Contudo, quando descobriu essa obviedade, se esqueceu de algo tão óbvio quanto: com posse da bola, era preciso jogar! Esse princípio básico do esporte está em segundo plano para a maior parte de nossos treinadores que não percebem que uma coisa não existe sem a outra.
É justamente esse entendimento que a Europa encontrou há alguns anos. Organizar-se em campo, diminuir os espaços e retomar a bola é obrigação de quem está sem ela. Porém, ter o jogo aos seus pés também é necessário. O Barcelona provavelmente é o exemplo mais bem acabado do que significa marcar e jogar com a máxima eficiência. O que não significa, claro, que todas as equipes precisam ter a mesma filosofia dos catalães, embora todas precisem entender que é preciso jogar. Durante muito tempo ouviremos que o Corinthians venceu o Chelsea porque marcou bem, mas um dia perceberemos que ele não teve sua meta vazada porque marcou bem e abriu placar porque decidiu que aquele que tem a bola precisa jogar.
Foto: Ricardo Matsukawa / Terra

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Corinthians, o time mais brasileiro

Como era imaginado, Corinthians e Chelsea farão a final da Copa do Mundo de Clubes da FIFA no próximo domingo. Embora o time londrino seja ligeiramente favorito no confronto, o Timão entrará no gramado do Estádio Internacional de Yokohama trazendo um elemento que poderá ser a chave do confronto: Sua coesão tática. Ao contrário de um passado em que os times brasileiros tinham como marca registrada a técnica e a habilidade, o Corinthians se destaca pela maneira como consegue adiantar sua marcação, diminuir os espaços e jogar no erro do adversário. Com a bola, a equipe comandada pelo técnico Tite encontra-se mais ou menos na média dos principais times do País.
Gustavo Grabia, jornalista argentino e autor de “La Doce”, livro que conta a violenta história dessa organizada do Boca Juniors, dias depois da vitória do Corinthians sobre os Xeneizes foi sincero ao dizer que o Corinthians não era um grande time, mas um bom time. Uma equipe capaz de executar a risca todas as ações determinadas por seu treinador, mas sem tanto brilho individual. Ou como definiu o técnico do Santos, Muricy Ramalho, o Corinthians não é espetacular, embora tenha um “objetivo forte”. Em outras palavras, o Corinthians é competitivo, mesmo sem ser brilhante.
O mais curioso é que ver sua equipe atuando como o campeão sul-americano é o sonho de nove entre dez treinadores brasileiros. Basta ouvir as coletivas e a toda filosofia corintiana estará lá: intensidade, marcação, diminuição de espaços, erro do adversário, tudo como manda a cartilha dos nossos professores. O grande mérito está em saber executar essas diretrizes como faz o Corinthians. Não são muitos os que conseguem. O maior pecado é a pouca preocupação com o futebol bem jogado, com a bola trabalhada e com a colocação da técnica em primeiro plano, outra marca registrada, mas de um futebol brasileiro pouco avistado em nossos campos.
Não por acaso, a imprensa internacional, sobretudo a britânica, não se impressionou com a “novidade” chamada Corinthians. Para eles, ver equipes cumpridoras é algo corriqueiro na Europa. Basicamente, assim vivem os médios e pequenos times do Velho Continente. Muita aplicação e transpiração, pouca inspiração. Inspiração que um dia sobrou por nossas bandas, mas que, erroneamente, foi trocada e não somada às exigências táticas e físicas do futebol moderno. Enquanto essa reinterpretação histórica não ocorre, o Corinthians seguirá como espelho para as equipes nacionais. Um reflexo de algo bem feito, mas que não espelha o que gostaríamos de ser.
Imagem: AFP

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Da admiração ao pó

Tenho conhecimento do episódio relatado abaixo há alguns anos. Trata-se daquele tipo de situação que mesmo não acontecendo contigo praticamente obriga a colocação no lugar das pessoas envolvidas. Ao contrário do meu amigo que gentilmente cedeu essa passagem de sua vida para o “Além das Quatro Linhas”, nunca fui um grande entusiasta do trabalho de Juca Kfouri. Nada a ver com a imagem que ele passa, mas tudo a ver com o pouco que ele acrescenta. Os nomes dos dois jovens que hoje se tornaram jornalistas da melhor qualidade não serão revelados. No entanto, sempre acreditei que essa história precisava ser contada. Talvez porque ela ajude a desmistificar certas coisas...
"Ainda lembro como se fosse hoje: um amigo acabou me acompanhando em uma viagem à redação de um conhecido site esportivo em São Paulo. Cruzamos inclusive com o Daniel Kfouri, filho do Juca, por lá e na sequência fomos até o Pacaembu para conhecer o Museu do Futebol (que estava sendo inaugurado naquela semana). Para nossa surpresa, logo na entrada cruzamos com o Juca acompanhado do mesmo filho, subindo uma escadaria que fica logo na entrada e exibe uma apresentação virtual do Pelé como anfitrião do museu.
Não pestanejamos em falar com ele, até porque para dois moleques que ainda cursavam a faculdade de jornalismo no interior paulista aquela parecia uma oportunidade única. Tenho certeza de que era evidente o brilho em nossos olhos. Recordo que meu amigo estava com uma câmera fotográfica na mão e já chegamos explicando que ele se tratava de uma grande referência na profissão que escolhemos. Uma imagem, um aperto de mão, uma palavra, qualquer coisa já seria muito para nós.
Pois bem... A repulsa do cara foi a mesma de um elitista abordado por mendigos na rua. Ele se recusou a nos cumprimentar e se afastou como se estivéssemos sujos, bêbados ou coisa do tipo. Olhávamos para o filho dele na esperança de que ele nos reconhecesse, mas o sujeito de lenço preto no pescoço demonstrava a mesma indiferença arrogante do pai. Meu amigo ainda tentou tirar uma foto, registrando o momento que hoje fazemos questão de esquecer, mas com uma entonação bastante áspera, Juca bradou: ‘Vocês podem me dar licença? Na saída eu posso até falar com vocês, mas agora me deem licença!’.
Eu sei como é, pessoa famosa em lugar público, mas nada justifica a grosseria daquele instante. Confesso que poucas vezes eu fui tão humilhado na minha vida. Parecia que estávamos insultando o cara e não ressaltando nossa admiração por sua figura. Eu e meu amigo permanecemos atônitos, tentando entender o que havia acontecido ali. Caía a máscara que esse sujeito, de fato, sempre usou! Juca parecia até aqueles pop stars de Hollywood, bem diferente do senhor de sorriso simpático que cresci assistindo com meu avô no antigo Cartão Verde da TV Cultura. O cara que eu aprendi a admirar desde a infância, lendo à revista Placar (o que posteriormente se tornaria meu passaporte para o jornalismo). 
Teríamos feito algo errado? Seria essa a postura das personalidades envolvidas com o futebol nacional? Pensei nisso durante anos e hoje, tendo a oportunidade de conhecer outros ídolos da modalidade, sei que não! Meu amigo em questão, que atualmente é repórter de uma grande rede de televisão e convive diariamente com estrelas da mesma dimensão, tem a mesma certeza! Agora sabemos que não se poderia esperar muito de alguém oriundo de um meio privilegiado, apegado a panelas corporativistas e que não se pauta necessariamente pela coerência em suas falas."
Desde que soube desse episódio nunca mais li e ouvi Juca Kfouri da mesma forma. Mesmo não havendo uma conexão direta, ficava pensando como alguém que sempre se mostra preocupado com o destino do futebol brasileiro pode ter, ao mesmo tempo, um comportamento como esse. Numa de suas últimas colunas na Folha de São Paulo, Juca diz que gostaria de ter alguém com o caráter de Tostão em seu time. De minha parte, gostaria que houvesse mais Tostões no jornalismo.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Question – Premiação

Conforme informado anteriormente, o vencedor da sexta edição do Question tinha o direito de escolher o livro sobre futebol que gostaria de receber do blog “Além das Quatro Linhas” a partir de uma lista pré-determinada ou indicar outra obra de sua preferência.
Deste modo, o campeão Leonardo Victorino Netto escolheu “Como o Futebol Explica o Mundo – Um Olhar Inesperado Sobre a Globalização” do norte-americano Franklin Foer. Uma obra obrigatória para a estante de qualquer fanático por futebol.  
Na oportunidade, agradeço a todos que participaram desta série e reitero o convite para a sétima edição.
Grande abraço!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Apenas diferentes

A festa da torcida do Corinthians no embarque da delegação para a disputa do Mundial de Clubes da FIFA e a presença de 20 mil torcedores do clube no Japão mostra o quão importante é esse torneio para um time brasileiro. Por aqui, seguimos a lógica de que a competição é o ápice para uma agremiação, uma Copa do Mundo dos clubes, mesmo quando ainda não possuía a chancela oficial e reunia apenas os campeões de América do Sul e Europa.
Seguindo essa lógica, os maiores clubes brasileiros projetam vencer ou ficar bem classificados no Brasileiro, ou levantar a Copa do Brasil, para então conquistar a Copa Libertadores e alcançar a tão sonhada vaga no Mundial. Um raciocínio bastante lógico, mas que não é acompanhado pelos times europeus, em especial os ingleses, que não encaram o Mundial como o mesmo interesse. Ressalta-se a peculiaridade dos ingleses, uma vez que não são todos os países do Velho Continente a encarar o Mundial de Clubes com desdém. Para ficar em dois exemplos, o Milan desfilou em carro aberto após o título de 2007, enquanto Guardiola chorou copiosamente quando foi campeão em 2009 com o Barcelona. Italianos e espanhóis sempre deram relativa importância.
No entanto, como mostram as notícias que vêm de Londres, o interesse da imprensa britânica, dos torcedores do Chelsea e até da comissão técnica dos Blues é bem pequeno. Poucas referências nos jornais, pouca informação entre a torcida e para o novo técnico Rafael Benítez o foco está no apagar do “incêndio” provocado pela saída de Roberto Di Matteo e sua própria contratação. Até o embarque para o Oriente, todas as atenções estarão voltadas para temas mais urgentes. A maneira como o Chelsea se comportará na competição ainda é uma incógnita. Afinal, pode acreditar que um título faria bem aos ânimos e se entregar em campo. Por outro lado, pode confirmar o desinteresse e atuar de maneira apenas protocolar.
Sem dúvida, Corinthians e Chelsea vão encarar o Mundial de maneira diferente. Cada um dentro de sua própria realidade e vivendo as particularidades de seus atuais momentos. Não há maneira certa ou errada. Há apenas a constatação de visões diferentes sobre o mesmo torneio. Enfatizar a todo o momento o desinteresse dos ingleses como uma forma de desmerecer um eventual título corintiano é apenas uma forma intelectualmente desonesta de desvalorizar a conquista alheia. Bem mais nobre seria contextualizar a maneira como as principais ligas lidam com a disputa do torneio. Mas isso deve dar trabalho.           
Imagem: talkSPORT

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

A4L Tube.

Encontre sua grandeza  
Depois de um bom tempo emendando filmes publicitários sem graça, a Nike voltou a acertar. O vídeo “Encontre Sua Grandeza”, além de passar uma mensagem legal, também reúne esportistas conhecidos (destaque para Neymar e Anderson Silva) em situações de insinuam reflexão e pressão.
Ainda não viu? Clique no player e curta!
Descobriu algum vídeo interessante ou engraçado cujo tema é futebol? Mande-o para meu e-mail: a4l@bol.com.br, colocando no assunto “A4LTube”. Ele poderá ser publicado aqui!

sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Futebol e política

Para grande parte da crônica esportiva, a demissão do técnico Mano Menezes da Seleção Brasileira foi uma manobra política de José Maria Marin. Ao que tudo indica, o presidente da CBF quis romper com toda a estrutura montada por Ricardo Teixeira e instituir sua própria comissão. Logicamente, com essa medida, mesmo que a base da Seleção seja mantida pelo técnico Luiz Felipe Scolari, a sequência do projeto de Mano para nosso selecionado foi irremediavelmente rompida. Mas que projeto era esse?
Em seu discurso, Mano Menezes sempre se mostrou atualizado em relação às deficiências do futebol brasileiro dentro das quatro linhas. Com frequência, o ex-técnico da Seleção citava problemas com a falta de compactação, com laterais que não sabem compor uma linha de quatro, com volantes que não sabem jogar, etc. Aos poucos, tal filosofia foi sendo implantada na equipe principal e os resultados, ainda que tímidos, começaram a aparecer. Simultaneamente, ao lado do então coordenador do futebol de base, Ney Franco, Mano tentava implantar uma espécie de padronização das categorias inferiores dos clubes no que diz respeito à formação de atletas. Sem dúvida, uma iniciativa elogiável, ainda mais num país desacostumado com qualquer tipo de planejamento mais elaborado.
Porém, a política entrou em campo mais uma vez. Ao receber o convite para treinar o São Paulo, Ney ouviu do presidente Marin que não haveria problema para sua liberação. Na prática, a cúpula deixava claro que o trabalho em desenvolvimento não era tão relevante quanto se pensava e, ao mesmo tempo, reaproximava a entidade de um clube poderoso que havia sido deixado de lado ao final da gestão de Ricardo Teixeira. É bem provável que Mano Menezes tenha percebido ali que o sucessor de Teixeira não pensava como ele. Isso, somado à falta de qualquer manifestação que desse segurança ao treinador deixava claro que a mudança poderia acontecer a qualquer momento. Até que aconteceu.
Com a demissão de Mano, uma onda de críticas varreu o Brasil. De repente, ninguém era a favor da troca do comando técnico. Quem acompanhava à distância até poderia acreditar que o trabalho estava obtendo êxito mesmo sem resultados significativos. Concomitantemente, surgiu o boato de que o espanhol Pep Guardiola estaria aberto a um convite para treinar o Brasil. Era a senha para que os pedidos pela contratação do ex-técnico do Barcelona invadissem programas esportivos, jornais e redes sociais. De repente, a possível chegada de Guardiola se tornou a chave para todas as mazelas do nosso esporte. Mas ninguém se dispôs a tentar explicar para o grande público por que seria.
Não há dúvidas de que Guardiola é um homem anos-luz à frente da média dos treinadores locais. Seus feitos realizados a partir da escola barcelonista estão entre as coisas mais importantes que aconteceram no futebol desde sua invenção. Só isso já bastaria para credenciá-lo ao cargo de técnico do Brasil. No entanto, tanto Guardiola quanto qualquer outro treinador só poderiam atuar no âmbito da Seleção. No máximo dar prosseguimento aos incentivos à base que Mano Menezes e Ney Franco deram início.
Sob o comando de Felipão e a coordenação de Parreira, é possível que a Seleção caminhe melhor. Apesar das boas intenções, a passagem de Mano foi apenas regular. Um bom projeto, mas que nunca encontrou o necessário respaldo dos resultados, algo que sabemos ser fundamental em qualquer coisa ligada ao esporte tupiniquim. Certo ou errado é desse modo que o raciocínio local funciona. Do mais desligado torcedor até o articulista mais renomado, sempre haverá a cobrança pelo resultado, independente do projeto.
O futebol brasileiro precisa do tão falado projeto sim, porém, como um todo. O que é realizado da Seleção pode e deve andar paralelamente a isso. Precisamos de um calendário racional, de uma política para levar público aos estádios, de uma organização que proteja os direitos dos jogadores, de medidas que equacionem as dívidas dos clubes, de um planejamento que vise aproveitar da melhor maneira os estádios que estão sendo construídos para o Mundial, de dirigentes mais profissionais, enfim, precisamos arregaçar as mangas e olhar para frente.
E isso, via de regra, não está ligado ao ocupante da cadeira de técnico da Seleção. Está bem acima dele, inclusive. E é nesse lugar onde se encontra o verdadeiro problema. Está na estrutura corrupta e viciada do futebol brasileiro. Que parte da CBF, passa pelos clubes, por profissionais da área e até pelo canal de TV que, em nome de seus interesses, sempre que pode solicita o retorno de uma fórmula de campeonato que claramente é lesiva ao planejamento das agremiações. Neste cenário, pedir Guardiola ou outro técnico estrangeiro é muito mais um sonho idealista do que uma necessidade. Neste momento deveríamos nos concentrar nos problemas reais. E são tantos.
Crédito da Imagem: Bruno de Lima, Lancenet

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Por que Felipão pode ser uma boa

Agora é oficial. Luiz Felipe Scolari é o sucessor de Mano Menezes no cargo de técnico da Seleção Brasileira. Como todos sabem, esta será a segunda passagem de Felipão pelo posto e, desta vez, terá a companhia de Carlos Alberto Parreira, novo Coordenador Técnico. Embora não tenha causado nenhuma surpresa, a indicação de Scolari não foi bem recebida por boa parte da imprensa brasileira. A maior crítica gira em torno do momento recente vivido pelo treinador campeão da Copa do Brasil com o Palmeiras, mas co-responsável pelo rebaixamento do clube paulista para a Série B. Além disso, os trabalhos realizados pelo gaúcho após a conquista do pentacampeonato mundial em 2002 também foram alvo de contestações.
Vamos aos fatos:
- Scolari, comandando a Seleção de Portugal, perdeu a Euro 2004 atuando em território lusitano. De quebra, perdeu duas vezes para a Grécia, uma na fase de grupos e outra na final;
- Treinou o Chelsea por apenas sete meses, pois não resistiu aos maus resultados obtidos pela equipe no período e foi demitido;
- De Londres, partiu para o obscuro Bunyodkor, clube do Uzbequistão. Foi campeão uzbeque invicto, mas caiu nas quartas-de-final da Liga dos Campeões da AFC ao perder para o futuro campeão Pohang Steelers;
- Novamente no Palmeiras, foi eliminado pelo então rebaixado Goiás na semifinal da Copa Sul-Americana de 2010. No ano seguinte, o algoz na competição foi o Vasco;
- Foi apenas o 10º colocado no Brasileiro de 2010 e 11º em 2011. Neste ano, deixou o Palmeiras na zona de rebaixamento. Ao final de 38 rodadas, já sob o comando de Gilson Kleina, o clube palestrino foi rebaixado pela segunda vez em sua história.
Todos os argumentos acima são verdadeiros e indicam que os últimos dez anos não foram marcados por grandes vitórias do técnico. No entanto, para que não se cometa uma enorme desonestidade intelectual, também é preciso contextualizar esses fatos:
- Apesar de não ter conquistado nenhum título com Portugal, Felipão fez do selecionado lusitano um adversário temível, algo que não ocorria desde 1966. Durante sua gestão, Portugal derrotou rivais importantes, mostrando bom futebol. Frequentemente, Cristiano Ronaldo cita a relevância do brasileiro em seu desenvolvimento como jogador;
- No Chelsea, bateu de frente com senadores do porte de John Terry e Didier Drogba que não aprovaram seus métodos. Além disso, o clube comandado por Roman Abramovich é conhecido por ser uma máquina de moer treinadores;
- Qualquer trabalho realizado num time como o Bunyodkor precisa ser relativizado. Nas próprias palavras de Felipão, o time uzbeque ocuparia, no máximo, a metade da tabela da Serie B brasileira;
- Se existe um clube brasileiro onde é quase impossível trabalhar este é o Palmeiras. O ambiente político sempre conturbado e a ausência de um elenco competitivo formam uma combinação impraticável. Vale lembrar também, que outros técnicos como Vanderlei Luxemburgo e Muricy Ramalho falharam no Palestra Itália.
Pelas razões acima citadas, este blogueiro não vê razão para tamanho pessimismo. Felipão é um técnico vencedor, possivelmente haverá um grande impacto sobre os jogadores jovens e ainda terá o respeito internacional que Mano Menezes nunca teve. Cabe também lembrar que em 2001 Felipão também assumiu uma Seleção Brasileira desacreditada e que, aparentemente, sofria uma crise de talentos maior do que dizem atravessar atualmente. E todos sabemos o final dessa história.
Continua sendo verdade que o futebol brasileiro precisa de um projeto, de um horizonte e que a atual direção da CBF não parece ter a mínima condição de oferecer esse suporte. No entanto, paralelamente a isso, a Seleção Brasileira precisa caminhar. E, apesar de alguma evolução mostrada nos últimos meses, o trabalho de Mano Menezes era, no máximo, razoável. Com ele, a Seleção estava muito mais perto do fracasso do que do sucesso em 2014. Mantê-lo poderia ser uma prova de confiança, mas também poderia ser uma forma de omissão.
Imagem: Reuters

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Contagem Regressiva: Novembro de 2012

Para um fanático por futebol, Copa do Mundo é muito mais do que um evento esportivo. É um período para se tirar férias do trabalho e só sair de casa para tratar de assuntos estritamente necessários. São semanas mágicas, onde um jogador consegue deixar o mundo mortal para fazer parte do panteão dos Deuses da Bola e, de quebra, transformar um país inteiro numa grande festa. É uma época para se rir, chorar, se emocionar. Enfim, é um momento que será guardado para sempre em nossos corações...
Os prós e os contras
Parece piada, mas, infelizmente, não é. Justamente quando Mano Menezes dava sinais de que estava encontrando um caminho para a Seleção Brasileira visando a Copa do Mundo de 2014, o presidente da CBF, José Maria Marin, e seus aliados decidiram demitir o treinador sem dar muitas explicações. A versão oficial de que a intenção da entidade é mudar os métodos de trabalho não convenceu ninguém e o anúncio da demissão ter acontecido após uma reunião realizada na Federação Paulista de Futebol dá sinais de que a iniciativa foi muito mais política do que técnica.
Sem a definição do sucessor de Mano, esta coluna analisa os principais candidatos ao cargo mais cobiçado do futebol brasileiro, pontuando os prós e contras de cada um:
Luis Felipe Scolari – Ao que tudo indica, é o favorito ao posto. É o preferido do presidente da Federação Paulista, Marco Polo Del Nero - mais forte do que nunca dentro da CBF - mas alega não ter recebido um convite oficial.
Pontos Positivos: No currículo, além dos bons trabalhos na década de 1990, levou o Brasil ao pentacampeonato mundial em 2002 tendo, como agora, pouco tempo para a missão. Posteriormente, mesmo sem conquistar nenhum título, conseguiu fazer de Portugal uma seleção competitiva durante toda sua passagem. Seu estilo “paizão” pode servir como escudo dos jogadores em momentos turbulentos, coisa que Mano Menezes não foi capaz de fazer;
Pontos Negativos: Na sequência da boa passagem por terras lusitanas, Felipão não emplacou mais nenhum projeto relevante. Em 2008, foi uma vítima de máquina de moer treinadores conhecida como Chelsea, refugiou-se por algum tempo no futebol do Uzbequistão e retornou ao Palmeiras após dez anos de sua primeira passagem. No caótico ambiente palestrino, não conseguiu impor-se como imaginado. O título da Copa do Brasil deste ano não apagou a má campanha que culminou com o rebaixamento do time paulista.       
Muricy Ramalho – Convidado por Ricardo Teixeira em 2010, recusou a proposta e foi campeão brasileiro pelo Fluminense. Depois, foi bicampeão paulista e ainda conquistou a Copa Libertadores 2011 pelo Santos. É o menos cotado entre os brasileiros listados.
Pontos Positivos: Trabalho. Essa sempre foi a marca desse técnico que coloca as vitórias sempre em primeiro plano. Com Muricy, a Seleção provavelmente resolveria os problemas defensivos que tantos danos causaram durante a Era Mano Menezes. Seu currículo recente é o mais vitorioso entre todos os treinadores brasileiros;
Pontos Negativos: O massacre sofrido pelo Santos no último Mundial Interclubes poderia ter sido visto como normal diante de um adversário como o Barcelona. Todavia, os equívocos táticos cometidos na decisão e as declarações desconectadas da realidade após a partida denunciaram um técnico ultrapassado em relação ao futebol que é praticado pelas melhores equipes do planeta. O hábito de se eximir de responsabilidade quando seus times atravessam momentos ruins também pesa contra.
Tite – Disputará o Mundial de Clubes em dezembro com o Corinthians e, se for campeão, provavelmente haverá um grande clamor popular por seu nome. Já declarou que sonha chegar à Seleção um dia, mas, por ora, evita abordar diretamente o assunto.    
Pontos Positivos: É um dos técnicos brasileiros mais atualizados e está sempre disposto a observar e aprender. No Corinthians, implantou uma filosofia moderna e colheu bons frutos como a conquista do Brasileiro de 2011 e a Libertadores deste ano. A marcação adianta implantada no Timão se assemelha ao que Mano vinha tentando fazer na Seleção, mas com uma grande diferença: Ela funciona no Corinthians;  
Pontos Negativos: Tite sempre precisou de algum tempo para organizar suas equipes e isso não é algo que a Seleção oferece. Quem assumir terá de colocar ordem na casa rapidamente se aprontar para a Copa das Confederações. Além disso, não há evidências de que o tão solicitado futebol-arte encontrará vez com o gaúcho. Sua equipe se caracteriza pela intensidade na marcação. Com a bola, é um time normal.
Pep Guardiola – Embora nomes estrangeiros tenham sido praticamente descartados pelo presidente Marin, a suposta receptividade mostrada pelo catalão ao saber que a Seleção Brasileira estava sem treinador animou muita gente no País.  
Pontos Positivos: Guardiola seria um sopro de inovação no cenário empobrecido do futebol brasileiro. Multicampeão com o Barcelona, sempre demonstrou respeito pelo que nossa escola representa e seria uma escolha de impacto no momento atual. E, como referência, os profissionais que aqui estão só teriam a ganhar;  
Pontos Negativos: O tempo até a Copa do Mundo é muito curto para mudanças mais profundas. Além disso, o fato de se não estar ligado à cultura do nosso futebol pode atrasar ainda mais a preparação da Seleção. Pep seria uma grande opção para o início de um ciclo. Agora, mesmo com todas suas qualidades, seria uma aposta.
Segundo as palavras do presidente da CBF na Soccerex, o novo técnico deverá ser anunciado até o início de janeiro. Até lá, haja especulações e boatos sobre quem deverá suceder Mano Menezes.
E para você, qual seria o técnico ideal para a Seleção? Vote na enquete ao lado!
De olho na Copa
Além da inoportuna demissão de Mano Menezes, a situação interna da CBF também não anda nada boa. Especula-se que Andrés Sanchez, diretor de seleções, deve deixar o cargo nos próximos dias e, ao que tudo indica, para se tornar oposição à cúpula da entidade. Simultaneamente, o braço direito de José Maria Marin, Marco Polo Del Nero, deve ser indiciado pela Polícia Federal por envolvimento com a máfia de comercialização de informações sigilosas recentemente desmontada pela operação Durkhein.
A mascote da Copa de 2014 teve seu nome divulgado no último domingo. Fuleco, nome escolhido por 48% dos 1,7 milhão de votantes, mistura as palavras futebol e ecologia. Enquanto isso, a bola oficial da Copa das Confederações será apresentada no próximo dia 1º de dezembro quando também ocorrerá o sorteio dos dois grupos do torneio. Além do Brasil, país-sede, estarão presentes Espanha, Itália, Japão, México, Taiti e Uruguai. O representante da confederação africana será conhecido em 2013 após a Copa Africana de Nações. Infelizmente, não haverá um técnico para comentar sobre o grupo em que o Brasil foi sorteado.         
Confira abaixo, o andamento das obras nas doze sedes:         
Dentro do previsto: Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza e Salvador;  
Apresentando atrasos: Cuiabá, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo;
Situação preocupante: Curitiba, Manaus, Natal e Recife.
Imagens: Agência Estado, Gazeta Press, Sportv, Reuters e FIFA.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Uma liga onde poucas estrelas brilham

2004. Este foi o último ano em que o título do campeonato espanhol não teve como ganhador Barcelona ou Real Madrid. Naquela temporada, o técnico Rafa Benítez levou o Valencia à segunda conquista nacional sob seu comando reunindo uma equipe que contava com nomes como Cañizares, Ayala, Aimar e Ricardo Oliveira. Um grupo relativamente modesto e uma pontuação final (77) que não permitiria sonhar com a primeira colocação nos dias de hoje.
Como se sabe, a principal razão para a polarização dos títulos recentes é financeira. O último estudo publicado pela consultora Deloitte coloca o time merengue no topo da lista dos clubes que mais faturam no futebol mundial (€ 479,5 milhões), seguido justamente pelo Barça e seus não menos impressionantes € 450,7 milhões. Na 19ª posição, encontra-se o Valencia com € 116,8 milhões, ou seja, um quarto do faturamento do clube da capital. Mais abaixo, está o Atlético de Madrid atingindo quase € 100 milhões. Números que tornam um feito ainda maior a perseguição do Atlético ao líder Barcelona. Neste momento, apenas três pontos separam os blaugranas dos rojiblancos, mas é difícil esperar que a brava equipe liderada pelo ídolo Diego Simeone e pelo artilheiro Falcao Garcia possa suportar a pressão da corrida pelo título ao final do certame.
Os recentes bons resultados da “classe média” espanhola – sobretudo na Copa da UEFA/Liga Europa – indicam que seu nível é bom. Nada a ver com os “18 Bangus” que insinuam por aqui, mas ainda abaixo do que seria o ideal quando se observa o nível interno de competitividade. O melhor parâmetro disso está na campanha do Real Madrid. Após a derrota fora de casa para o Bétis no fim de semana, o técnico José Mourinho se viu a 11 pontos do Barcelona, uma distância que numa liga onde a obrigação é tropeçar pouco se torna praticamente inalcançável. Mesmo assim, seus atuais 26 pontos já garantem a terceira colocação isolada a quatro do Málaga. Em outras palavras, um desempenho ruim do Madrid já é suficiente para mantê-lo na zona de classificação para a UEFA Champions League. Não é o que se espera de um campeonato competitivo.  
Imagem: AFP

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Manobra arriscada

A notícia da demissão do técnico Mano Menezes caiu como uma bomba nesta sexta-feira. Embora seus resultados à frente da Seleção Brasileira não fossem os melhores, a sensação geral era a de que, aos poucos, o time estava entrando nos trilhos. Após romper com toda a base construída pelo antecessor Dunga, Mano fez diversas escolhas questionáveis, mudou de rota algumas vezes, não conquistou bons resultados, mas, mesmo assim, dava sinais de que estava encontrando uma forma de jogar e uma espinha dorsal.
O ano de 2012 se encerra com a Seleção atuando de uma forma semelhante às de grandes equipes do futebol mundial, com volantes que sabem jogar, evitando quebrar a saída de bola e com um ataque técnico e habilidoso. Se o balanço geral desses quase dois anos e meio não é positivo, pelo menos, indicava que havia um caminho a ser seguido. Sendo assim, por que a mudança?
Como escreve Juca Kfouri, ao que tudo indica, a troca tem um viés muito mais político do que técnico. Dizem também que a demissão é uma maneira de enfraquecer o diretor Andrés Sanchez nos bastidores da CBF. Se assim for, a iniciativa é ainda mais perigosa do que parece. Restando menos de dois anos para o Mundial, romper com um trabalho que agora dá frutos é uma medida bastante temerária.
Queira ou não, a vinda de um novo treinador dificilmente garantirá a sequência do trabalho. Mesmo que a mentalidade do escolhido seja parecida com a de Mano Menezes, provavelmente haverá a troca de alguns ou de muitos jogadores. Exemplos: E se o novo técnico considerar preocupante o fato de Diego Alves não ser titular absoluto do Valencia? E se enxergar David Luiz como um zagueiro instável? E se tiver preferência por um volante de mais pegada no meio-campo? E se não contar com Kaká? E se não gostar de Neymar atuando como o homem mais adiantado do time?  
Perguntas não faltam, mas respostas sim. E a primeira é o nome do novo comandante. No momento, os especulados são Tite, Muricy Ramalho e Luiz Felipe Scolari. Destes, o primeiro seria a aposta mais sensata, o segundo seria um retrocesso em termos conceituais e o terceiro é a velha aposta no que já deu certo um dia. Uma quarta opção, que beira o improvável, seria a contratação de Pep Guardiola. Improvável, sobretudo, porque o ex-Barcelona não parece interessado em assumir trabalhos pela metade e já declarou que não vê como ideal um estrangeiro assumindo um selecionado. Para o futebol brasileiro, a vinda de Pep poderia significar um sopro de ar fresco numa estrutura fechada e empoeirada. No entanto, essa não parece ser uma preocupação da entidade que define os rumos desse esporte.
Crédito da imagem: Ivo Gonzalez / O Globo

Question Final

Descubra o nome do jogador retratado abaixo.
Resposta: Ele é Francisco Chagas Eloia, mais conhecido como Elói. Ex-meio-campista com passagens por clubes como Santos, Cruzeiro, Vasco, Genoa, Porto, Botafogo e Fluminense.  
Classificação: Parabéns ao primeiro bicampeão do Question, Leonardo Victorino Netto! Assim, conforme prometido, em breve Victorino receberá em sua residência um livro sobre futebol. Para tanto, basta enviar o endereço completo para o e-mail a4l@bol.com.br e escolher seu prêmio.
Confira abaixo a classificação final da 6ª edição do Question: 
1º - Victorino Netto – 23 pontos;
2º - Alexandre Rodrigues Alves e – 21 pontos;
3º - Yuri – 18 pontos
4º - Joe William – 16 pontos;
5º - Luciano – 15 pontos;
6º - Arthur Barcelos e Gustavo Carratte – 13 pontos;
7º - Douglas Muniz e Luis Fernando – 9 pontos;
8º - Johnny, Murillo Moret e Rafael Andrade – 5 pontos;
9º - Fabiano Dias e Marcus Buiatti – 4 pontos;
10º - Pedro Cheganças – 3 pontos;
11º - Prisma e Riccardo Joss – 1 ponto.
Na oportunidade, agradeço a todos os participantes e antecipadamente os convido para a 7ª edição que terá início no primeiro semestre de 2013.

domingo, 18 de novembro de 2012

Taticamente Falando

Espaço destinado a comentar um assunto que é interessantíssimo para alguns, mas tido por muitos como aborrecedor ou difícil de ser assimilado. Todavia, sem o mínimo conhecimento desse aspecto, o futebol não pode ser compreendido em sua totalidade.
Febre 3-5-2 invade a Itália
Quando Pep Guardiola adotou temporariamente uma linha de três na defesa do Barcelona a ideia era aumentar ainda mais o domínio do time catalão sobre seus adversários. Deste modo, o meio-campo blaugrana ganhou mais um jogador e o toque de bola tornou-se ainda mais irrefreável. Enquanto isso, na Itália, os sistemas com três zagueiros vêm se tornando cada vez mais utilizados. A motivação, contudo, não parece ser a mesma.
Antes de a campeã Juventus adotar o sistema, Napoli e Udinese já faziam uso do 3-5-2 (com variações para 3-4-2-1 e 3-4-3). Tanto Walter Mazzarri quanto Francesco Guidolin, os respectivos treinadores, precisavam reequilibrar suas defesas por contarem com laterais/alas que tinham no apoio uma capacidade maior do que na recomposição. Cristian Maggio do lado partenopeu e Pablo Armero do lado friulano são os melhores exemplos de jogadores que são fortes no apoio, mas deixam a desejar na defesa.
É muito provável que parte da iniciativa do técnico bianconero Antonio Conte em adotar o 3-5-2 tenha nascido dos bons resultados que os rivais tiveram. A outra parte se encontrava na fragilidade defensiva de seus próprios laterais Stephan Lichtsteiner e Paolo De Ceglie e da não readaptação de Giorgio Chiellini à lateral esquerda. Convicto de que a nova formação era a ideal, Conte moldou a equipe que conquistaria seu 28º scudetto de forma invicta. Com três zagueiros e um consistente meio-campo formado por Andrea Pirlo, Claudio Marchisio e Arturo Vidal, as alas tiveram diversos donos nos últimos meses e são ocupadas pelos ex-Udinese Mauricio Isla e Kwadwo Asamoah (figura 1).
Como no futebol quem vence dita a tendência, não demoraram a surgir cópias do sistema juventino por toda Itália. Segundo o site da Gazzetta dello Sport, metade das 20 equipes da Seria A (Bologna, Fiorentina, Internazionale, Juventus, Napoli, Palermo, Parma, Pescara, Siena e Udinese) alinham-se com três defensores. Até mesmo o Milan, que por anos atuou no módulo 4-3-1-2, chegou a ser escalado, sem sucesso, no 3-5-2 por Massimiliano Allegri.
O que realmente não parece lógico é a adoção de um sistema em desuso como o 3-5-2 no momento em que o mundo adota o 4-2-3-1 (figura 2) como default system. Com três zagueiros, como efetuar o encaixe na marcação diante de equipes que atuam com um único atacante fixo, mas que pode receber o auxílio dos wingers pelos lados do campo, tornando-se um 4-3-3? Com três atacantes, há a indefinição da marcação, pois se os zagueiros saírem da área um rombo será aberto e se os alas recuarem para marcar dos pontas, o meio-campo ficará em três contra três. Ou seja, se o 3-5-2 surgiu como uma resposta inteligente ao 4-4-2, o mesmo não pode ser dito sobre o seu retorno. A não ser que os italianos convençam o restante da Europa a adotar seu novo sistema. Porém, como foi dito acima, se quem vence dita a tendência, o atual momento das equipes da Bota em gramados internacionais não parece inspirar ninguém.