sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Futebol e política

Para grande parte da crônica esportiva, a demissão do técnico Mano Menezes da Seleção Brasileira foi uma manobra política de José Maria Marin. Ao que tudo indica, o presidente da CBF quis romper com toda a estrutura montada por Ricardo Teixeira e instituir sua própria comissão. Logicamente, com essa medida, mesmo que a base da Seleção seja mantida pelo técnico Luiz Felipe Scolari, a sequência do projeto de Mano para nosso selecionado foi irremediavelmente rompida. Mas que projeto era esse?
Em seu discurso, Mano Menezes sempre se mostrou atualizado em relação às deficiências do futebol brasileiro dentro das quatro linhas. Com frequência, o ex-técnico da Seleção citava problemas com a falta de compactação, com laterais que não sabem compor uma linha de quatro, com volantes que não sabem jogar, etc. Aos poucos, tal filosofia foi sendo implantada na equipe principal e os resultados, ainda que tímidos, começaram a aparecer. Simultaneamente, ao lado do então coordenador do futebol de base, Ney Franco, Mano tentava implantar uma espécie de padronização das categorias inferiores dos clubes no que diz respeito à formação de atletas. Sem dúvida, uma iniciativa elogiável, ainda mais num país desacostumado com qualquer tipo de planejamento mais elaborado.
Porém, a política entrou em campo mais uma vez. Ao receber o convite para treinar o São Paulo, Ney ouviu do presidente Marin que não haveria problema para sua liberação. Na prática, a cúpula deixava claro que o trabalho em desenvolvimento não era tão relevante quanto se pensava e, ao mesmo tempo, reaproximava a entidade de um clube poderoso que havia sido deixado de lado ao final da gestão de Ricardo Teixeira. É bem provável que Mano Menezes tenha percebido ali que o sucessor de Teixeira não pensava como ele. Isso, somado à falta de qualquer manifestação que desse segurança ao treinador deixava claro que a mudança poderia acontecer a qualquer momento. Até que aconteceu.
Com a demissão de Mano, uma onda de críticas varreu o Brasil. De repente, ninguém era a favor da troca do comando técnico. Quem acompanhava à distância até poderia acreditar que o trabalho estava obtendo êxito mesmo sem resultados significativos. Concomitantemente, surgiu o boato de que o espanhol Pep Guardiola estaria aberto a um convite para treinar o Brasil. Era a senha para que os pedidos pela contratação do ex-técnico do Barcelona invadissem programas esportivos, jornais e redes sociais. De repente, a possível chegada de Guardiola se tornou a chave para todas as mazelas do nosso esporte. Mas ninguém se dispôs a tentar explicar para o grande público por que seria.
Não há dúvidas de que Guardiola é um homem anos-luz à frente da média dos treinadores locais. Seus feitos realizados a partir da escola barcelonista estão entre as coisas mais importantes que aconteceram no futebol desde sua invenção. Só isso já bastaria para credenciá-lo ao cargo de técnico do Brasil. No entanto, tanto Guardiola quanto qualquer outro treinador só poderiam atuar no âmbito da Seleção. No máximo dar prosseguimento aos incentivos à base que Mano Menezes e Ney Franco deram início.
Sob o comando de Felipão e a coordenação de Parreira, é possível que a Seleção caminhe melhor. Apesar das boas intenções, a passagem de Mano foi apenas regular. Um bom projeto, mas que nunca encontrou o necessário respaldo dos resultados, algo que sabemos ser fundamental em qualquer coisa ligada ao esporte tupiniquim. Certo ou errado é desse modo que o raciocínio local funciona. Do mais desligado torcedor até o articulista mais renomado, sempre haverá a cobrança pelo resultado, independente do projeto.
O futebol brasileiro precisa do tão falado projeto sim, porém, como um todo. O que é realizado da Seleção pode e deve andar paralelamente a isso. Precisamos de um calendário racional, de uma política para levar público aos estádios, de uma organização que proteja os direitos dos jogadores, de medidas que equacionem as dívidas dos clubes, de um planejamento que vise aproveitar da melhor maneira os estádios que estão sendo construídos para o Mundial, de dirigentes mais profissionais, enfim, precisamos arregaçar as mangas e olhar para frente.
E isso, via de regra, não está ligado ao ocupante da cadeira de técnico da Seleção. Está bem acima dele, inclusive. E é nesse lugar onde se encontra o verdadeiro problema. Está na estrutura corrupta e viciada do futebol brasileiro. Que parte da CBF, passa pelos clubes, por profissionais da área e até pelo canal de TV que, em nome de seus interesses, sempre que pode solicita o retorno de uma fórmula de campeonato que claramente é lesiva ao planejamento das agremiações. Neste cenário, pedir Guardiola ou outro técnico estrangeiro é muito mais um sonho idealista do que uma necessidade. Neste momento deveríamos nos concentrar nos problemas reais. E são tantos.
Crédito da Imagem: Bruno de Lima, Lancenet

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Por que Felipão pode ser uma boa

Agora é oficial. Luiz Felipe Scolari é o sucessor de Mano Menezes no cargo de técnico da Seleção Brasileira. Como todos sabem, esta será a segunda passagem de Felipão pelo posto e, desta vez, terá a companhia de Carlos Alberto Parreira, novo Coordenador Técnico. Embora não tenha causado nenhuma surpresa, a indicação de Scolari não foi bem recebida por boa parte da imprensa brasileira. A maior crítica gira em torno do momento recente vivido pelo treinador campeão da Copa do Brasil com o Palmeiras, mas co-responsável pelo rebaixamento do clube paulista para a Série B. Além disso, os trabalhos realizados pelo gaúcho após a conquista do pentacampeonato mundial em 2002 também foram alvo de contestações.
Vamos aos fatos:
- Scolari, comandando a Seleção de Portugal, perdeu a Euro 2004 atuando em território lusitano. De quebra, perdeu duas vezes para a Grécia, uma na fase de grupos e outra na final;
- Treinou o Chelsea por apenas sete meses, pois não resistiu aos maus resultados obtidos pela equipe no período e foi demitido;
- De Londres, partiu para o obscuro Bunyodkor, clube do Uzbequistão. Foi campeão uzbeque invicto, mas caiu nas quartas-de-final da Liga dos Campeões da AFC ao perder para o futuro campeão Pohang Steelers;
- Novamente no Palmeiras, foi eliminado pelo então rebaixado Goiás na semifinal da Copa Sul-Americana de 2010. No ano seguinte, o algoz na competição foi o Vasco;
- Foi apenas o 10º colocado no Brasileiro de 2010 e 11º em 2011. Neste ano, deixou o Palmeiras na zona de rebaixamento. Ao final de 38 rodadas, já sob o comando de Gilson Kleina, o clube palestrino foi rebaixado pela segunda vez em sua história.
Todos os argumentos acima são verdadeiros e indicam que os últimos dez anos não foram marcados por grandes vitórias do técnico. No entanto, para que não se cometa uma enorme desonestidade intelectual, também é preciso contextualizar esses fatos:
- Apesar de não ter conquistado nenhum título com Portugal, Felipão fez do selecionado lusitano um adversário temível, algo que não ocorria desde 1966. Durante sua gestão, Portugal derrotou rivais importantes, mostrando bom futebol. Frequentemente, Cristiano Ronaldo cita a relevância do brasileiro em seu desenvolvimento como jogador;
- No Chelsea, bateu de frente com senadores do porte de John Terry e Didier Drogba que não aprovaram seus métodos. Além disso, o clube comandado por Roman Abramovich é conhecido por ser uma máquina de moer treinadores;
- Qualquer trabalho realizado num time como o Bunyodkor precisa ser relativizado. Nas próprias palavras de Felipão, o time uzbeque ocuparia, no máximo, a metade da tabela da Serie B brasileira;
- Se existe um clube brasileiro onde é quase impossível trabalhar este é o Palmeiras. O ambiente político sempre conturbado e a ausência de um elenco competitivo formam uma combinação impraticável. Vale lembrar também, que outros técnicos como Vanderlei Luxemburgo e Muricy Ramalho falharam no Palestra Itália.
Pelas razões acima citadas, este blogueiro não vê razão para tamanho pessimismo. Felipão é um técnico vencedor, possivelmente haverá um grande impacto sobre os jogadores jovens e ainda terá o respeito internacional que Mano Menezes nunca teve. Cabe também lembrar que em 2001 Felipão também assumiu uma Seleção Brasileira desacreditada e que, aparentemente, sofria uma crise de talentos maior do que dizem atravessar atualmente. E todos sabemos o final dessa história.
Continua sendo verdade que o futebol brasileiro precisa de um projeto, de um horizonte e que a atual direção da CBF não parece ter a mínima condição de oferecer esse suporte. No entanto, paralelamente a isso, a Seleção Brasileira precisa caminhar. E, apesar de alguma evolução mostrada nos últimos meses, o trabalho de Mano Menezes era, no máximo, razoável. Com ele, a Seleção estava muito mais perto do fracasso do que do sucesso em 2014. Mantê-lo poderia ser uma prova de confiança, mas também poderia ser uma forma de omissão.
Imagem: Reuters

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Contagem Regressiva: Novembro de 2012

Para um fanático por futebol, Copa do Mundo é muito mais do que um evento esportivo. É um período para se tirar férias do trabalho e só sair de casa para tratar de assuntos estritamente necessários. São semanas mágicas, onde um jogador consegue deixar o mundo mortal para fazer parte do panteão dos Deuses da Bola e, de quebra, transformar um país inteiro numa grande festa. É uma época para se rir, chorar, se emocionar. Enfim, é um momento que será guardado para sempre em nossos corações...
Os prós e os contras
Parece piada, mas, infelizmente, não é. Justamente quando Mano Menezes dava sinais de que estava encontrando um caminho para a Seleção Brasileira visando a Copa do Mundo de 2014, o presidente da CBF, José Maria Marin, e seus aliados decidiram demitir o treinador sem dar muitas explicações. A versão oficial de que a intenção da entidade é mudar os métodos de trabalho não convenceu ninguém e o anúncio da demissão ter acontecido após uma reunião realizada na Federação Paulista de Futebol dá sinais de que a iniciativa foi muito mais política do que técnica.
Sem a definição do sucessor de Mano, esta coluna analisa os principais candidatos ao cargo mais cobiçado do futebol brasileiro, pontuando os prós e contras de cada um:
Luis Felipe Scolari – Ao que tudo indica, é o favorito ao posto. É o preferido do presidente da Federação Paulista, Marco Polo Del Nero - mais forte do que nunca dentro da CBF - mas alega não ter recebido um convite oficial.
Pontos Positivos: No currículo, além dos bons trabalhos na década de 1990, levou o Brasil ao pentacampeonato mundial em 2002 tendo, como agora, pouco tempo para a missão. Posteriormente, mesmo sem conquistar nenhum título, conseguiu fazer de Portugal uma seleção competitiva durante toda sua passagem. Seu estilo “paizão” pode servir como escudo dos jogadores em momentos turbulentos, coisa que Mano Menezes não foi capaz de fazer;
Pontos Negativos: Na sequência da boa passagem por terras lusitanas, Felipão não emplacou mais nenhum projeto relevante. Em 2008, foi uma vítima de máquina de moer treinadores conhecida como Chelsea, refugiou-se por algum tempo no futebol do Uzbequistão e retornou ao Palmeiras após dez anos de sua primeira passagem. No caótico ambiente palestrino, não conseguiu impor-se como imaginado. O título da Copa do Brasil deste ano não apagou a má campanha que culminou com o rebaixamento do time paulista.       
Muricy Ramalho – Convidado por Ricardo Teixeira em 2010, recusou a proposta e foi campeão brasileiro pelo Fluminense. Depois, foi bicampeão paulista e ainda conquistou a Copa Libertadores 2011 pelo Santos. É o menos cotado entre os brasileiros listados.
Pontos Positivos: Trabalho. Essa sempre foi a marca desse técnico que coloca as vitórias sempre em primeiro plano. Com Muricy, a Seleção provavelmente resolveria os problemas defensivos que tantos danos causaram durante a Era Mano Menezes. Seu currículo recente é o mais vitorioso entre todos os treinadores brasileiros;
Pontos Negativos: O massacre sofrido pelo Santos no último Mundial Interclubes poderia ter sido visto como normal diante de um adversário como o Barcelona. Todavia, os equívocos táticos cometidos na decisão e as declarações desconectadas da realidade após a partida denunciaram um técnico ultrapassado em relação ao futebol que é praticado pelas melhores equipes do planeta. O hábito de se eximir de responsabilidade quando seus times atravessam momentos ruins também pesa contra.
Tite – Disputará o Mundial de Clubes em dezembro com o Corinthians e, se for campeão, provavelmente haverá um grande clamor popular por seu nome. Já declarou que sonha chegar à Seleção um dia, mas, por ora, evita abordar diretamente o assunto.    
Pontos Positivos: É um dos técnicos brasileiros mais atualizados e está sempre disposto a observar e aprender. No Corinthians, implantou uma filosofia moderna e colheu bons frutos como a conquista do Brasileiro de 2011 e a Libertadores deste ano. A marcação adianta implantada no Timão se assemelha ao que Mano vinha tentando fazer na Seleção, mas com uma grande diferença: Ela funciona no Corinthians;  
Pontos Negativos: Tite sempre precisou de algum tempo para organizar suas equipes e isso não é algo que a Seleção oferece. Quem assumir terá de colocar ordem na casa rapidamente se aprontar para a Copa das Confederações. Além disso, não há evidências de que o tão solicitado futebol-arte encontrará vez com o gaúcho. Sua equipe se caracteriza pela intensidade na marcação. Com a bola, é um time normal.
Pep Guardiola – Embora nomes estrangeiros tenham sido praticamente descartados pelo presidente Marin, a suposta receptividade mostrada pelo catalão ao saber que a Seleção Brasileira estava sem treinador animou muita gente no País.  
Pontos Positivos: Guardiola seria um sopro de inovação no cenário empobrecido do futebol brasileiro. Multicampeão com o Barcelona, sempre demonstrou respeito pelo que nossa escola representa e seria uma escolha de impacto no momento atual. E, como referência, os profissionais que aqui estão só teriam a ganhar;  
Pontos Negativos: O tempo até a Copa do Mundo é muito curto para mudanças mais profundas. Além disso, o fato de se não estar ligado à cultura do nosso futebol pode atrasar ainda mais a preparação da Seleção. Pep seria uma grande opção para o início de um ciclo. Agora, mesmo com todas suas qualidades, seria uma aposta.
Segundo as palavras do presidente da CBF na Soccerex, o novo técnico deverá ser anunciado até o início de janeiro. Até lá, haja especulações e boatos sobre quem deverá suceder Mano Menezes.
E para você, qual seria o técnico ideal para a Seleção? Vote na enquete ao lado!
De olho na Copa
Além da inoportuna demissão de Mano Menezes, a situação interna da CBF também não anda nada boa. Especula-se que Andrés Sanchez, diretor de seleções, deve deixar o cargo nos próximos dias e, ao que tudo indica, para se tornar oposição à cúpula da entidade. Simultaneamente, o braço direito de José Maria Marin, Marco Polo Del Nero, deve ser indiciado pela Polícia Federal por envolvimento com a máfia de comercialização de informações sigilosas recentemente desmontada pela operação Durkhein.
A mascote da Copa de 2014 teve seu nome divulgado no último domingo. Fuleco, nome escolhido por 48% dos 1,7 milhão de votantes, mistura as palavras futebol e ecologia. Enquanto isso, a bola oficial da Copa das Confederações será apresentada no próximo dia 1º de dezembro quando também ocorrerá o sorteio dos dois grupos do torneio. Além do Brasil, país-sede, estarão presentes Espanha, Itália, Japão, México, Taiti e Uruguai. O representante da confederação africana será conhecido em 2013 após a Copa Africana de Nações. Infelizmente, não haverá um técnico para comentar sobre o grupo em que o Brasil foi sorteado.         
Confira abaixo, o andamento das obras nas doze sedes:         
Dentro do previsto: Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza e Salvador;  
Apresentando atrasos: Cuiabá, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo;
Situação preocupante: Curitiba, Manaus, Natal e Recife.
Imagens: Agência Estado, Gazeta Press, Sportv, Reuters e FIFA.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Uma liga onde poucas estrelas brilham

2004. Este foi o último ano em que o título do campeonato espanhol não teve como ganhador Barcelona ou Real Madrid. Naquela temporada, o técnico Rafa Benítez levou o Valencia à segunda conquista nacional sob seu comando reunindo uma equipe que contava com nomes como Cañizares, Ayala, Aimar e Ricardo Oliveira. Um grupo relativamente modesto e uma pontuação final (77) que não permitiria sonhar com a primeira colocação nos dias de hoje.
Como se sabe, a principal razão para a polarização dos títulos recentes é financeira. O último estudo publicado pela consultora Deloitte coloca o time merengue no topo da lista dos clubes que mais faturam no futebol mundial (€ 479,5 milhões), seguido justamente pelo Barça e seus não menos impressionantes € 450,7 milhões. Na 19ª posição, encontra-se o Valencia com € 116,8 milhões, ou seja, um quarto do faturamento do clube da capital. Mais abaixo, está o Atlético de Madrid atingindo quase € 100 milhões. Números que tornam um feito ainda maior a perseguição do Atlético ao líder Barcelona. Neste momento, apenas três pontos separam os blaugranas dos rojiblancos, mas é difícil esperar que a brava equipe liderada pelo ídolo Diego Simeone e pelo artilheiro Falcao Garcia possa suportar a pressão da corrida pelo título ao final do certame.
Os recentes bons resultados da “classe média” espanhola – sobretudo na Copa da UEFA/Liga Europa – indicam que seu nível é bom. Nada a ver com os “18 Bangus” que insinuam por aqui, mas ainda abaixo do que seria o ideal quando se observa o nível interno de competitividade. O melhor parâmetro disso está na campanha do Real Madrid. Após a derrota fora de casa para o Bétis no fim de semana, o técnico José Mourinho se viu a 11 pontos do Barcelona, uma distância que numa liga onde a obrigação é tropeçar pouco se torna praticamente inalcançável. Mesmo assim, seus atuais 26 pontos já garantem a terceira colocação isolada a quatro do Málaga. Em outras palavras, um desempenho ruim do Madrid já é suficiente para mantê-lo na zona de classificação para a UEFA Champions League. Não é o que se espera de um campeonato competitivo.  
Imagem: AFP

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Manobra arriscada

A notícia da demissão do técnico Mano Menezes caiu como uma bomba nesta sexta-feira. Embora seus resultados à frente da Seleção Brasileira não fossem os melhores, a sensação geral era a de que, aos poucos, o time estava entrando nos trilhos. Após romper com toda a base construída pelo antecessor Dunga, Mano fez diversas escolhas questionáveis, mudou de rota algumas vezes, não conquistou bons resultados, mas, mesmo assim, dava sinais de que estava encontrando uma forma de jogar e uma espinha dorsal.
O ano de 2012 se encerra com a Seleção atuando de uma forma semelhante às de grandes equipes do futebol mundial, com volantes que sabem jogar, evitando quebrar a saída de bola e com um ataque técnico e habilidoso. Se o balanço geral desses quase dois anos e meio não é positivo, pelo menos, indicava que havia um caminho a ser seguido. Sendo assim, por que a mudança?
Como escreve Juca Kfouri, ao que tudo indica, a troca tem um viés muito mais político do que técnico. Dizem também que a demissão é uma maneira de enfraquecer o diretor Andrés Sanchez nos bastidores da CBF. Se assim for, a iniciativa é ainda mais perigosa do que parece. Restando menos de dois anos para o Mundial, romper com um trabalho que agora dá frutos é uma medida bastante temerária.
Queira ou não, a vinda de um novo treinador dificilmente garantirá a sequência do trabalho. Mesmo que a mentalidade do escolhido seja parecida com a de Mano Menezes, provavelmente haverá a troca de alguns ou de muitos jogadores. Exemplos: E se o novo técnico considerar preocupante o fato de Diego Alves não ser titular absoluto do Valencia? E se enxergar David Luiz como um zagueiro instável? E se tiver preferência por um volante de mais pegada no meio-campo? E se não contar com Kaká? E se não gostar de Neymar atuando como o homem mais adiantado do time?  
Perguntas não faltam, mas respostas sim. E a primeira é o nome do novo comandante. No momento, os especulados são Tite, Muricy Ramalho e Luiz Felipe Scolari. Destes, o primeiro seria a aposta mais sensata, o segundo seria um retrocesso em termos conceituais e o terceiro é a velha aposta no que já deu certo um dia. Uma quarta opção, que beira o improvável, seria a contratação de Pep Guardiola. Improvável, sobretudo, porque o ex-Barcelona não parece interessado em assumir trabalhos pela metade e já declarou que não vê como ideal um estrangeiro assumindo um selecionado. Para o futebol brasileiro, a vinda de Pep poderia significar um sopro de ar fresco numa estrutura fechada e empoeirada. No entanto, essa não parece ser uma preocupação da entidade que define os rumos desse esporte.
Crédito da imagem: Ivo Gonzalez / O Globo

Question Final

Descubra o nome do jogador retratado abaixo.
Resposta: Ele é Francisco Chagas Eloia, mais conhecido como Elói. Ex-meio-campista com passagens por clubes como Santos, Cruzeiro, Vasco, Genoa, Porto, Botafogo e Fluminense.  
Classificação: Parabéns ao primeiro bicampeão do Question, Leonardo Victorino Netto! Assim, conforme prometido, em breve Victorino receberá em sua residência um livro sobre futebol. Para tanto, basta enviar o endereço completo para o e-mail a4l@bol.com.br e escolher seu prêmio.
Confira abaixo a classificação final da 6ª edição do Question: 
1º - Victorino Netto – 23 pontos;
2º - Alexandre Rodrigues Alves e – 21 pontos;
3º - Yuri – 18 pontos
4º - Joe William – 16 pontos;
5º - Luciano – 15 pontos;
6º - Arthur Barcelos e Gustavo Carratte – 13 pontos;
7º - Douglas Muniz e Luis Fernando – 9 pontos;
8º - Johnny, Murillo Moret e Rafael Andrade – 5 pontos;
9º - Fabiano Dias e Marcus Buiatti – 4 pontos;
10º - Pedro Cheganças – 3 pontos;
11º - Prisma e Riccardo Joss – 1 ponto.
Na oportunidade, agradeço a todos os participantes e antecipadamente os convido para a 7ª edição que terá início no primeiro semestre de 2013.

domingo, 18 de novembro de 2012

Taticamente Falando

Espaço destinado a comentar um assunto que é interessantíssimo para alguns, mas tido por muitos como aborrecedor ou difícil de ser assimilado. Todavia, sem o mínimo conhecimento desse aspecto, o futebol não pode ser compreendido em sua totalidade.
Febre 3-5-2 invade a Itália
Quando Pep Guardiola adotou temporariamente uma linha de três na defesa do Barcelona a ideia era aumentar ainda mais o domínio do time catalão sobre seus adversários. Deste modo, o meio-campo blaugrana ganhou mais um jogador e o toque de bola tornou-se ainda mais irrefreável. Enquanto isso, na Itália, os sistemas com três zagueiros vêm se tornando cada vez mais utilizados. A motivação, contudo, não parece ser a mesma.
Antes de a campeã Juventus adotar o sistema, Napoli e Udinese já faziam uso do 3-5-2 (com variações para 3-4-2-1 e 3-4-3). Tanto Walter Mazzarri quanto Francesco Guidolin, os respectivos treinadores, precisavam reequilibrar suas defesas por contarem com laterais/alas que tinham no apoio uma capacidade maior do que na recomposição. Cristian Maggio do lado partenopeu e Pablo Armero do lado friulano são os melhores exemplos de jogadores que são fortes no apoio, mas deixam a desejar na defesa.
É muito provável que parte da iniciativa do técnico bianconero Antonio Conte em adotar o 3-5-2 tenha nascido dos bons resultados que os rivais tiveram. A outra parte se encontrava na fragilidade defensiva de seus próprios laterais Stephan Lichtsteiner e Paolo De Ceglie e da não readaptação de Giorgio Chiellini à lateral esquerda. Convicto de que a nova formação era a ideal, Conte moldou a equipe que conquistaria seu 28º scudetto de forma invicta. Com três zagueiros e um consistente meio-campo formado por Andrea Pirlo, Claudio Marchisio e Arturo Vidal, as alas tiveram diversos donos nos últimos meses e são ocupadas pelos ex-Udinese Mauricio Isla e Kwadwo Asamoah (figura 1).
Como no futebol quem vence dita a tendência, não demoraram a surgir cópias do sistema juventino por toda Itália. Segundo o site da Gazzetta dello Sport, metade das 20 equipes da Seria A (Bologna, Fiorentina, Internazionale, Juventus, Napoli, Palermo, Parma, Pescara, Siena e Udinese) alinham-se com três defensores. Até mesmo o Milan, que por anos atuou no módulo 4-3-1-2, chegou a ser escalado, sem sucesso, no 3-5-2 por Massimiliano Allegri.
O que realmente não parece lógico é a adoção de um sistema em desuso como o 3-5-2 no momento em que o mundo adota o 4-2-3-1 (figura 2) como default system. Com três zagueiros, como efetuar o encaixe na marcação diante de equipes que atuam com um único atacante fixo, mas que pode receber o auxílio dos wingers pelos lados do campo, tornando-se um 4-3-3? Com três atacantes, há a indefinição da marcação, pois se os zagueiros saírem da área um rombo será aberto e se os alas recuarem para marcar dos pontas, o meio-campo ficará em três contra três. Ou seja, se o 3-5-2 surgiu como uma resposta inteligente ao 4-4-2, o mesmo não pode ser dito sobre o seu retorno. A não ser que os italianos convençam o restante da Europa a adotar seu novo sistema. Porém, como foi dito acima, se quem vence dita a tendência, o atual momento das equipes da Bota em gramados internacionais não parece inspirar ninguém.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Question 15

No último desafio desta série, descubra o nome do jogador retratado abaixo:
Dicas serão inseridas neste espaço de acordo com a necessidade dos participantes.
Regulamento: O primeiro acertador receberá três pontos. Os demais acertadores receberão um ponto pela participação. Na próxima sexta, a resposta deste Question e a divulgação do nome do grande vencedor.
Premiação: O participante que somar o maior número de pontos ao final de quinze edições receberá em casa um livro a sua escolha sobre o tema futebol. Boa sorte a todos!
Entenda aqui a situação da disputa e confira abaixo a classificação de momento:
1º - Alexandre Rodrigues Alves e Victorino Netto – 20 pontos;
2º - Yuri – 17 pontos
3º - Joe William – 15 pontos;
4º - Luciano – 14 pontos;
5º - Arthur Barcelos e Gustavo Carratte – 12 pontos;
6º - Douglas Muniz e Luis Fernando – 8 pontos;
7º - Johnny, Murillo Moret e Rafael Andrade – 5 pontos;
8º - Marcus Buiatti – 4 pontos;
9º - Fabiano Dias e Pedro Cheganças – 3 pontos;
10º - Prisma e Riccardo Joss – 1 ponto.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Um depoimento importante

Existe uma corrente no Brasil que defende que o baixo público nos estádios nacionais se dá pelo desinteresse do público pelo esporte e não pela má qualidade do “produto futebol” oferecido. Para rebater essa tese, nada melhor do que o depoimento de alguém que esteve presente numa partida desta edição do Campeonato Brasileiro.
Gentilmente, meu amigo Márcio Rodrigues que esteve no estádio Bezerrão para acompanhar Atlético Goianiense x Santos pela 35ª rodada do Brasileirão 2012 enviou seu desabafo para o blog. Esse retrato dos estádios brasileiros você acompanha abaixo...
“Eu estava muito empolgado. Pelo Santos, pelo Neymar, especialmente, pelo Bezerrão (eu tinha ido três vezes ao estádio, na estreia, Brasil x Portugal, e em jogos do Brasília pela série D). Foi ruim desta vez, Michel. Muito ruim. Experiência que não pretendo repetir.
Vou relatar os fatos (problemas que afetaram a experiência de ir ao jogo) tentando qualificar o mínimo, usar poucos adjetivos. Vou fazer, se me permite, a cada ponto de comparação com a experiência que tive em estádios europeus que fui e como poderíamos mudar isso no Brasil com o pouco que conheço de gestão desportiva.
Justifico a comparação, pois sei que o amigo é reticente com estas comparações, tende a achar eurocentrismo, colonialismo, complexo, estas coisas e não é o caso:
Não sou expert em aprendizagem, neurologia, mas do pouco que sei, li e ouvi, o ser humano aprende, desenvolve o raciocínio, a memória e tal, através de processo de associação (sinapses, se não me engano). Ou seja, uma das formas de aprendizagem, de crescimento e de uso do raciocínio é a comparação, a associação de imagens, experiências, ideias, conceitos, sensações. Ou seja, este processo é normal. O ser humano faz isso a cada experiência que tem na vida. Por exemplo: quando fui ao Nordeste, conheci Pernambuco, Alagoas, etc., voltei a Brasília comparando a cordialidade e simpatia do povo nordestino com a frieza do povo de Brasília. Quando vou à Europa e experimento ir a estádios de futebol, não há como eu deixar de comparar com a experiência que tive em estádios no Brasil, que vou desde a minha infância. Esta comparação poderia ser positiva ou negativa. Calha que a realidade impõe, na maioria das vezes, que seja negativa para a realidade brasileira. Não me culpe pela nossa realidade, é o que peço. Comparar é inevitável, uso normal e lógico do cérebro. Se a comparação é extremamente negativa (como verá) não é culpa minha nem de pretenso complexo meu. Não, não tenho nenhum complexo. Aliás, o que relatarei e o que penso vão de encontro ao que você disse bem em um de seus textos: o brasileiro gosta de futebol, mas é tão maltratado nos estádios que não dá pra colocar este dado como indicador sério de gosto ou não pelo esporte.
Vamos aos fatos então, o amigo julgue por si mesmo que exagero ou erro na avaliação (e desculpe pelo longo texto):
Fui com a Cláudia e sabia que o estádio iria encher. Comprei o ingresso mais caro, das cadeiras (paguei 180 reais, pois a Cláudia possui meia. Eu me recuso, até poderia ter a carteira, mas como sou contra, tenho que ser fiel aos meus princípios). Na estreia do estádio, jogo do Brasil, fui na arquibancada, sozinho, e devo dizer que se  fora do estádio foi tudo bem desorganizado, dentro tudo correu bem, ingresso numerado, boa visão do campo, etc. Não aconteceu desta vez, como verá abaixo.
Primeiro erro, ou primeira comparação: Ingresso é um cartão magnético sem nenhuma informação da planta do estádio e dos lugares, do assento, etc. Isso, em todos os jogos que fui na Europa, é comum. Pra quê? Se o individuo não conhece o estádio (e eu não me lembrava de nada do Bezerrão) ele possui as informações básicas no próprio ingresso. Tive que perguntar para os guardas na porta do estádio onde ficava a minha entrada, onde deveria parar... Ok, nada de grave porém.
Chegamos duas horas antes. Tenho esse ritual desde criança. A nossa entrada era uma grande escadaria que dava pra um portão fechado. Estava cheio de gente, maioria crianças e pais, e chegando mais gente. Até que todo mundo começou a se amontoar, foi ficando apertado e torci pra não chover. O portão não se abria! Abriu depois de 58 minutos e voltou a fechar rapidamente. Algum erro ocorreu. Abriu uns 10 minutos depois.
Segundo erro, segunda comparação: Nos estádios europeus que fui o portão era aberto bem antes e por quê? As pessoas entravam e no estádio mesmo há loja do clube, bares e restaurantes (tipo praça de alimentação de shopping) para o publico consumir e dar grana pro clube. Não há confusão, fila, amontoado de gente se espremendo, também, porque o ingresso é numerado. Essa coisa básica e que aqui muitos chamam de “coisa de coxinha”.
Enfim, entramos. Após o portão, havia uma entrada à direita e outra mais central/direita no fundo. Uma multidão. Nenhuma placa, sinal ou pessoa pra informar aos torcedores onde era cadeira e onde era arquibancada oeste. Uma confusão. Os guardas não sabiam de nada. Fui para a entrada do centro/direita com a Cláudia. Esperamos chegar perto das catracas pra perguntar enfim aos atendentes. Responderam que cadeira era do outro lado. Lá se vão Cláudia, eu e um monte de gente voltando e encarando uma multidão. Da mesma forma, do outro lado, um monte de gente que não sabia onde ficava o seu setor, voltava das cadeiras rumo à entrada da arquibancada. Uma confusão e, pior, cheio de crianças. Abracei a Cláudia e fui evitando que ela levasse cotovelada e tal. Só eu levei. Ainda ajudei um senhor a se levantar e pegar a carteira de identidade no chão. Ele iria entrar sem ingresso, pois é idoso e a lei permite. Outro problema, causado por leis demagógicas, pois não se controla assim o numero e fluxo de pessoas, segurança... Você verá.
Logo, Terceiro problema, terceira comparação: Enfim entramos no nosso setor. Percebi, logo, que haviam vendidos mais ingresso nas cadeiras (de maior valor) que lugares existentes, pelo grande fluxo de pessoas em pé, pessoas sentadas nas escadas, etc. Os ingressos eram numerados mas eu já sabia e havia dito à Cláudia que ninguém respeitaria e não havia ninguém da (des)organização do evento pra se  fazer respeitar.
Achei dois lugares na quinta fileira, de baixo pra cima, em um dos setores das cadeiras. Outro problema: havia uma grade que separava as cadeiras da parte de baixo, que cobria a visão de pelo menos seis fileiras. No meu, caso, cobria  a visão de quase metade do gramado. Erro de planejamento. Outro problema: pelo excesso de ingresso, e falta de educação das pessoas em alguns casos, começou um amontoado e gente a ficar em pé nas grades, atrapalhando mais ainda a visão das pessoas sentadas. A Polícia Militar teve que intervir pra retirar todas essas pessoas (e nesse período, que durou uns vinte minutos e pegou uns cinco minutos do jogo, houve muita confusão e xingamento. Você pode imaginar).
Quarto e quinto problemas: Sobre venda de ingresso e planejamento errado do estádio.
Depois de tudo isso, consegui ver parte do jogo, isto é, quando a bola caia no meio pro outro lado do gramado, de onde eu estava sentado. No intervalo, não havia nenhuma promoção, nenhum sorteio (como não é costume no Brasil e eu e a Cláudia não podíamos sair do lugar (nem ninguém, aliás) para ir ao banheiro ou lanchar (se é que havia) pelo risco de perder lugar. Fiquei com muita pena: Muita gente, crianças especialmente, sentadas nas escadas, nas primeiras fileiras, encostadas nas grades, sem ver direito o jogo ou ver nada. Não estavam no meu setor ou próximas, se não levantaria pra abrir lugar.
Sexto problema: Falta de ingresso numerado. O ingresso numerado permite uma série de confortos ao torcedor-consumidor e ao clube: desde poder chegar mais tarde ao evento, até poder sair do lugar no intervalo, até ser sorteado em alguma promoção no intervalo, ser identificado pela segurança do evento em caso de fazer algo errado, ou esquecer objeto pessoal, etc. É isso que os Lúcios de Castros e Mauros não enxergam com aquele discurso imbecil de “ódio ao futebol moderno” e “a cultura do brasileiro é ver jogo em pé” e o discurso do “coxinha”. Ingresso numerado é questão de comodidade, segurança,dentre outras vantagens. È como discutir se pontos corridos é melhor para um evento, do ponto de vista comercial e estratégico. O Santos, por exemplo, poderia ter sorteado uma camisa autografada do Neymar usando a numeração do estádio, ou alguma criança pra bater pênalti no intervalo, este tipo de coisa. O Botafogo do Bebeto de Freitas fazia isso em Niterói.
Apensar disso, acho até que voltaria, mas a Cláudia não. Eu sou doente por futebol, a Cláudia e a maioria das pessoas ali, não são. Esse é o problema. Aliás, sinceramente, logo depois do jogo fiquei pensando seriamente em não ir a nenhum jogo da Copa aqui, ou na estreia do Brasil na Copa das Confederações aqui, caso eu seja sorteado no site da FIFA (me inscrevi). A sensação, a experiência é ruim pra quem conhece eventos de futebol mais bem organizados. Não só de futebol, aliás. No Brasil, cinema, teatro, é tudo bem organizado.
Mas quando eu passo perto do Estádio Nacional em obras, e faço isso quase todo dia, me arrepia: “Imagina na copa!” sim, o “imagina na copa” cabe, dependendo do contexto, e pode ser positivo, não só negativo.”

Question – Aviso

Na manhã desta sexta-feira será postado o último desafio desta série. Como pode ser observado abaixo, o título está entre Alexandre Rodrigues Alves e Victorino Netto com Yuri Barros correndo por fora.
Atualização (17 horas): Como gentilmente avisou Victorino Netto, a vantagem do empate pertence ao Alexandre que soma quatro “primeiros acertos” contra três do próprio Victorino.
Anterior:
Descubra o nome do ex-jogador descrito na(s) afirmativa(s) abaixo:
I – Centroavante goleador, foi um dos jogadores mais importantes da história de seu país;
II – Revelado no futebol sul-americano, atuou também na Suíça, Espanha, Itália e México;
III – Disputou o Mundial de 1998 e os Jogos Olímpicos de 2000;
IV – Também é lembrado pela forma insólita que usou para tentar preservar o número de preferência em sua camisa;
Resposta: Ele é Ivan Luis Zamorano Zamora ou, simplesmente, Ivan Zamorano. Ex-atacante com passagens marcantes por Real Madrid, Internazionale e Seleção Chilena, Bam Bam, como foi apelidado, se destacava pela raça e faro goleador. É bastante lembrado por ter adotado a soma “1 + 8” como número de sua camisa após a direção interista ter repassado a 9 para o ídolo Ronaldo.
Classificação: Parabéns ao estreante Fabiano Dias que matou a charada com apenas duas dicas.
Restando apenas um desafio para o final, confira abaixo a classificação de momento:
1º - Alexandre Rodrigues Alves e Victorino Netto – 20 pontos;
2º - Yuri – 17 pontos
3º - Joe William – 15 pontos;
4º - Luciano – 14 pontos;
5º - Arthur Barcelos e Gustavo Carratte – 12 pontos;
6º - Douglas Muniz e Luis Fernando – 8 pontos;
7º - Johnny, Murillo Moret e Rafael Andrade – 5 pontos;
8º - Marcus Buiatti – 4 pontos;
9º - Fabiano Dias e Pedro Cheganças – 3 pontos;
10º - Prisma e Riccardo Joss – 1 ponto.

sábado, 10 de novembro de 2012

Quando o presente encontra o futuro.

Independente do que as últimas rodadas do Brasileirão estiverem reservando, Santos e Cruzeiro terão um final de campeonato bem mais melancólico do que suas torcidas esperavam. Campeão continental na temporada passada e contando com o melhor jogador brasileiro em atividade, o Santos sofreu com a perda de nomes importantes como Ganso e Elano e a constante ausência de Neymar por conta das diversas convocações para a Seleção Brasileira. Por sua vez, apesar do início auspicioso, o time mineiro deverá se contentar apenas por ter sido pouco ameaçado pelo rebaixamento.  
Em comum entre as duas equipes, a presença de dois treinadores donos de estilos parecidos e uma maneira bem similar de enxergar futebol. Muricy Ramalho e Celso Roth possuem carreiras bem consolidadas no Brasil, títulos na bagagem – o primeiro bem mais do que o segundo – e a perspectiva de continuarem no mercado por mais alguns anos. No entanto, existem evidências de que ambos podem sofrer mais do que imaginam caso não percebem que o futebol mundial está mudando e que as soluções das duas últimas décadas podem não funcionar tão bem agora.
Após ver sua equipe ser massacrada pelo Barcelona no Mundial de Clubes, Muricy saiu com um discurso pouco conectado com a realidade na coletiva pós-jogo quando preferiu citar o sistema “3-7-0” dos catalães, onde não havia um atacante fixo na frente, para criticar os jornalistas brasileiros que consideram atuar com três zagueiros e sem centroavante um erro. A observação do treinador perde totalmente o sentido quando se constata que o time então comandado por Pep Guardiola não atuou dessa maneira para se fechar mais como fazem 99% de nossos técnicos, mas para atacar melhor e manter ainda mais a posse de bola.    
Em 2012, ao ver seu time passar por uma profunda reformulação e sem demonstrar segurança para lançar jovens valores, Muricy apoiou totalmente sua equipe nas costas de Neymar. Com o craque em campo, o Santos é perigoso e tem um aproveitamento de quem briga pelo título nacional. Sem poder contar com o astro por conta dos compromissos com a Seleção, o que se viu em campo foi um emaranhado de jogadores que na maioria das vezes não poderia ser descrito como um time. Era uma presa fácil para a maioria dos adversários. Como era de se imaginar, ao invés de proteger seu grupo e assumir seus erros, o técnico tetracampeão brasileiro preferiu criticar sua diretoria e tratar publicamente da necessidade de reforços.
Caminho semelhante trilhou Celso Roth. Corresponsável pela contratação de diversos volantes de qualidade duvidosa para o Cruzeiro, Roth declarou que seu time não atacava porque não sabia como fazê-lo. E, ao perceber que sua saída do clube mineiro é iminente, fez críticas indiretas ao grupo atual dizendo que gostaria de treinar o Cruzeiro de três anos atrás, numa versão no melhor estilo do clássico “eu ganho, nós empatamos, eles perdem”. Essa última característica é bastante perceptível nos discursos de Ramalho e Roth. Quando as coisas vão mal a culpa é sempre dos outros. Reconhecer que o estilo “quem marca bem, joga bem” está ultrapassado, nenhum deles fez. Talvez ainda falte mais algumas lições como a recebida em Yokohama. Ou talvez porque ainda existam dirigentes que não perceberam que o melhor da dupla ficou no passado e que as exigências do futebol do futuro serão diferentes.                 
Imagem: UOL e Globo Esporte

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Question – 14

No penúltimo desafio desta série, descubra o nome do ex-jogador descrito na(s) afirmativa(s) abaixo.
I – Centroavante goleador, foi um dos jogadores mais importantes da história de seu país;
II – Revelado no futebol sul-americano, atuou também na Suíça, Espanha, Itália e México;
III – Disputou o Mundial de 1998 e os Jogos Olímpicos de 2000;
IV – Também é lembrado pela forma insólita que usou para tentar preservar o número de preferência em sua camisa;
Regulamento: O primeiro acertador receberá três pontos. Os demais acertadores receberão um ponto pela participação. Na próxima sexta, a resposta deste Question e a postagem de um novo desafio.

Premiação: O participante que somar o maior número de pontos ao final de quinze edições receberá em casa um livro a sua escolha sobre o tema futebol. Boa sorte a todos!
Anterior:
Descubra o nome do jogador retratado abaixo.
Resposta: Trata-se do goleiro norte-americano Brad Friedel. Ex-arqueiro de Newcastle, Brondby, Galatasaray, Liverpool, Blackburn e Aston Villa, mesmo aos 41 anos ainda defende as cores do Tottenham.
Classificação: Congratulações ao grande Victorino Netto que rapidamente decifrou o enigma e agora divide a liderança com Alexandre Rodrigues Alves. Deste modo, como informado no início da série, o 1º critério de desempate é o maior número de “primeiros acertos” e o 2º critério é o último “primeiro acerto”.
Restando apenas dois desafios para o final, confira abaixo a classificação de momento:
1º - Alexandre Rodrigues Alves e Victorino Netto – 19 pontos;
2º - Yuri – 16 pontos
3º - Joe William – 14 pontos;
4º - Luciano – 13 pontos;
5º - Gustavo Carratte – 12 pontos;
6º - Arthur Barcelos – 11 pontos;
7º - Douglas Muniz e Luis Fernando – 8 pontos;
8º - Johnny, Murillo Moret e Rafael Andrade – 5 pontos;
9º - Marcus Buiatti – 4 pontos;
10º - Pedro Cheganças – 3 pontos;
11º - Prisma e Riccardo Joss – 1 ponto.