sexta-feira, 12 de julho de 2013

Aviso

Passo rapidamente para avisar aos amigos que o blog “Além das Quatro Linhas” entrará em breve recesso e retornará no fim de agosto com mais uma coluna “Contagem Regressiva” e a volta do Question em sua oitava edição. 

Até breve!

domingo, 7 de julho de 2013

Contagem Regressiva: Junho e Julho de 2013

Para um fanático por futebol, Copa do Mundo é muito mais do que um evento esportivo. É um período para se tirar férias do trabalho e só sair de casa para tratar de assuntos estritamente necessários. São semanas mágicas, onde um jogador consegue deixar o mundo mortal para fazer parte do panteão dos Deuses da Bola e, de quebra, transformar um país inteiro numa grande festa. É uma época para se rir, chorar, se emocionar. Enfim, é um momento que será guardado para sempre em nossos corações...
Três anos em 30 dias
Talvez nem o mais otimista dos torcedores poderia prever o que se passou com a Seleção Brasileira nos últimos 30 dias. Do empate por 2 a 2 em amistoso contra a Inglaterra, onde o Brasil não se comportou como desejado, até a categórica vitória sobre a Espanha por 3 a 0 na final da Copa das Confederações, houve uma evolução que poucos imaginavam ser possível em apenas quatro semanas. De equipe desentrosada e desacreditada, a Seleção agora figura na lista de favoritos ao título mundial de 2014. Mas o que houve nesse período que justificasse tamanha mudança?
Em primeiro lugar, trabalho. Considerar a passagem do técnico Luiz Felipe Scolari pelo Palmeiras como o parâmetro sempre foi um erro. São realidades totalmente distintas. No clube paulista, além do elenco deficitário, havia um ambiente de caos político praticamente impossível de ser administrado. Faz mais sentido considerar o trabalho na própria Seleção Brasileira e em Portugal. Para o ambiente de um selecionado, é possível definir os perfis com que se deseja atuar, escolher os melhores profissionais nascidos no país e não se preocupar com insatisfações de cunho salarial ou contratual. No caso brasileiro, o ambiente é normalmente o melhor possível. Deste modo, iniciar um planejamento se torna bem menos complicado.
As convicções táticas do treinador são o segundo ponto. Se Mano Menezes terminou sua passagem idealizando uma linha de meio-campo onde os dois volantes tinham funções defensivas e ofensivas similares e a figura do centroavante clássico foi substituída por um atacante de movimentação, Felipão optou por algo mais próximo da tradição brasileira com um volante mais fixo (Luiz Gustavo) dando suporte à defesa e um camisa 9 autêntico (Fred) entre os zagueiros rivais. Com as alterações, o jogo da Seleção passou a fluir como ainda não tinha sido visto desde 2010 e as vitórias foram surgindo naturalmente.    
O condicionamento físico aparece em terceiro. As duas semanas iniciais de treinamento serviram para, além dos ajustes táticos e técnicos, equilibrar a preparação física de 23 jogadores oriundos de todas as partes. Se Espanha e Itália claramente sentiram o peso do fim da temporada europeia e o clima local, o mesmo não pode ser dito do Brasil. Por mérito do preparador Paulo Paixão, não se fazia distinção entre o desempenho dos atletas que atuavam aqui e os que vieram da Europa. Todos tinham condições físicas para atuar em alto nível durante 90 minutos. A única exceção ficou por conta do meia Oscar, fadigado por ter cumprido um ano e meio de futebol sem interrupção.
O talento de Neymar não poderia ficar fora dessa equação. Contestado por conta de seu jejum de gols e má fase em 2013, o novo atacante do Barcelona mostrou por que é considerado um dos nomes mais promissores do planeta e de ser capaz de enfrentar defesas mais robustas com a mesma desenvoltura que tinha no Santos. Ao final do torneio, seus belos gols e lances o premiaram com o troféu de melhor jogador da Copa das Confederações. Se ainda havia dúvidas sobre seu protagonismo com a camisa brasileira, elas se dissiparam por completo.
Por fim, mas não menos importante, está o aspecto psicológico do grupo. Confiança não é algo que o jogador adquire por vontade própria. Após três anos sem vencer nenhum adversário de peso, era preciso trazê-la de volta. Enquanto no discurso do antecessor Mano Menezes havia a descrença no “desatualizado” futebol brasileiro que não é, necessariamente, praticado pelo grupo de convocados, Scolari optou por reforçar a confiança em seus comandados, como bem escreveu Juca Kfouri em sua coluna dominical na Folha. O técnico soube tocar a “tecla certa” de cada jogador. Como na carta deixada sob a porta de cada um deles no dia da decisão ou no aparte de Parreira na preleção fazendo qualquer vestígio de dúvida desaparecer diante da suposta “hierarquia da bola”.
No entanto, o que torna ainda mais auspiciosa a trajetória da Seleção no último mês foi a tranquilidade mostrada por todos os participantes da campanha, trocando qualquer tipo de euforia pela visão realista de que muita coisa pode acontecer até a Copa do Mundo. Em sua mais recente entrevista, Felipão fez questão de dizer que o grupo ainda não está fechado, citando Mario Fernandes e Maicon para a reserva da lateral direita, ora ocupada pelo improvisado Jean, e a observação de jovens como Sandro, Rômulo e Willian para o meio-campo. Como diz o jargão, o grupo ainda não está fechado. Ainda bem.   
Os rivais
A Confederação Brasileira de Futebol agendou dois amistosos para o Brasil nos próximos meses. Em agosto, a Seleção entra em campo na Basiléia para enfrentar a Suíça no dia 14. Portugal será o adversário no dia 10 de setembro no Gillette Stadium em Boston, Estados Unidos. Por outro lado, após pedidos dos técnicos Scolari e Sabella o Superclássico das Américas disputado entre as seleções locais de Brasil e Argentina não deve ser disputado neste ano. Nada mais coerente, uma vez que as equipes chamadas não serão nada parecidas com o que será visto no restante da preparação para o Mundial de 2014.
De olho na Copa
A Copa das Confederações recebeu nota 8 da FIFA no que diz respeito à preparação. Os estádios utilizados apresentaram algumas estruturas ainda inconclusas, os serviços internos se mostraram falhos em alguns pontos e as manifestações populares ocorridas no País motivaram a perda de pontos. Apesar disso, a boa presença de público e a vibração dos torcedores dentro das arenas foram observadas como aspectos positivos. No caso da Seleção Brasileira, a participação da torcida foi ainda mais destacada, com ênfase no hino nacional cantado a plenos pulmões e continuado mesmo quando a sonorização oficial se encerrava. Um belo cartão de visitas do que deveremos ter em 2014.     
Confira abaixo o andamento das obras:         
Obras concluídas: Belo Horizonte, Brasília, Ceará, Recife, Rio de Janeiro e Salvador;
Apresentando atrasos: Cuiabá, Curitiba, Manaus e São Paulo;
Situação preocupante: Natal e Porto Alegre.
Fotos: Estadão e UOL