quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Palpites 2011/2012.

Após o encerramento da janela internacional de transferências e seguindo a tradição do blog A4L, chegou a hora de solicitar aos amigos que apontem os seus favoritos nas principais ligas européias. No entanto, diferente das últimas vezes, os palpites serão coletados antes da publicação do Guia Europeu da Placar, edição especial que traz os palpites de especialistas do Brasil e do mundo sobre quem ficará com o título nas ligas nacionais de Espanha, Inglaterra, Itália, Alemanha, França, Portugal e UEFA Champions League.
Para a temporada 2011/2012, o blogueiro arrisca:
Inglaterra - O que um dia foi chamado de Top 4, hoje pode ser chamado de Top 3. Do antigo quarteto de ferro formado por Manchester United, Chelsea, Arsenal e Liverpool, apenas os dois primeiros seguem entre os principais candidatos à conquista da Premier League. Aos dois se juntou o milionário Manchester City com seu infindável apetite para contratações e carência por um grande título. Pelo peso da camisa e capacidade de renovação, meu palpite é Manchester United.  
Espanha: Aqui, a dúvida paira apenas entre Barcelona e Real Madrid. Difícil haver surpresa num campeonato onde a soma da arrecadação dos dois gigantes é maior do que as receitas dos outros 18 participantes. Assim, apesar da maior profundidade de elenco do Real Madrid, continuo apostando no Barça e sua quase infinita capacidade de improvisar peças sem comprometimento de desempenho.
Itália: Com Internazionale, Roma e Juventus se reestruturando, e com Napoli e Udinese tendo poucas condições de dar um passo adiante, o Milan segue como o time a ser batido na Serie A. Com os pontuais reforços de Taiwo, Mexés e Aquilani, os Rossoneri têm tudo para levar o scudetto para casa mais uma vez.  
Alemanha: Mesmo com a presença do gigante Bayern Munich, a Bundesliga é a liga que melhor combina competitividade, poderio financeiro e apelo global. Nesta temporada, apesar da confirmação de um jovem e poderoso Borussia Dortmund de volta ao topo, acredito que a Salva de Prata retornará às mãos do Bayern.   
França: Entre as grandes ligas, considero a Ligue 1 a mais equilibrada e, sem dúvida, a de prognóstico mais complicado. Além do campeão Lille, o Lyon manteve sua base, o Olympique Marseille está sempre por perto e o PSG se tornou o novo milionário do Velho Continente ao ser adquirido pela Qatar Sports Investiment. Como essa nova receita pode fazer a diferença num campeonato não tão rico, meu favorito passa a ser o PSG. 
Portugal: Quando o assunto é a Liga Sagres, difícil é encontrar argumentos para apostar noutro clube que não o Porto. Mesmo com a saída de Falcão Garcia, os Dragões ainda se mostram a melhor equipe da Terrinha. Portanto, cravo FC Porto. 
UEFA Champions League: Como não poderia deixar de ser, a UCL é, entre todos, o torneio com o maior grau de imprevisibilidade. Mesmo assim, não é possível esquecer o poderio dos dois gigantes espanhóis. Deste modo, aponto o Real Madrid como favorito para finalmente conquistar la décima. 
Agora é a vez de vocês. Os amigos que receberam o e-mail ou tweet convidando para esta enquete, só precisam informar nome e site/blog (facultativo). Quem não recebeu, mas quer participar, favor preencher todos os campos identificadores.

domingo, 28 de agosto de 2011

Contagem Regressiva: Agosto de 2011

Para um fanático por futebol, Copa do Mundo é muito mais do que um evento esportivo. É um período para se tirar férias do trabalho e só sair de casa para tratar de assuntos estritamente necessários. São semanas mágicas, onde um jogador consegue deixar o mundo mortal para fazer parte do panteão dos Deuses da Bola e, de quebra, transformar um país inteiro numa grande festa. É uma época para se rir, chorar, se emocionar. Enfim, é um momento que será guardado para sempre em nossos corações...
Um ano de Mano.
O primeiro ano de Mano Menezes no comando da Seleção Brasileira foi marcado mais por interrogações do que por exclamações. Do auspicioso discurso inicial passando pela campanha decepcionante na Copa América até a derrota para a Alemanha, o Brasil mostrou pouca evolução e muitos pontos contestáveis.
Se no início Mano falava da busca pelo protagonismo perdido e pela iniciativa de jogo, a partida contra os germânicos apresentou uma Seleção mais preocupada em anular os pontos fortes do adversário do que jogar o seu futebol. A maior prova disso está na condição de reserva do meia Paulo Henrique Ganso que, em má fase, viu do banco seus companheiros serem dominados por um rival nitidamente mais forte.
Embora o técnico se mostre tranquilo em relação ao andamento de seu trabalho, a pouca evolução mostrada em doze meses de trabalho e a incoerência de várias atitudes tem causado preocupação àqueles que acompanham a preparação para o Mundial.   
Ronaldinho de volta.
O retorno do meia-atacante Ronaldinho Gaúcho marcou a convocação da Seleção Brasileira para o amistoso contra Gana no dia 5 de setembro em Londres. Apesar de atravessar grande fase no Flamengo e sem um histórico de lesões graves, os 31 anos do craque levantam suspeitas de que pode não ter fôlego para seguir no grupo até 2014.
Também chama a atenção na lista o retorno do lateral esquerdo Marcelo e do atacante Hulk. Pelo visto, o técnico aparou as arestas com o jogador do Real Madrid que agora terá a chance de mostrar na prática por que é considerado o nome ideal para a lateral canhota. Outra novidade é a presença do centroavante Leandro Damião considerado por muitos o melhor “9” que o País dispõe no momento e autor de 34 gols na temporada.     
Por outro lado, algumas ausências dão a entender que o técnico realmente costuma “fritar” atletas que cometem erros graves sob seu comando. Hernanes, expulso no amistoso contra a França e André Santos que entregou nos pés de Schweinsteiger a bola que resultou no terceiro gol alemão são ausências sentidas neste novo chamado. Ramires, titular de toda a preparação até aqui e ausente neste chamado e a presença de Elias, recém-dispensado pelo Atlético de Madrid, são outros exemplos de que Mano talvez não tenha o rumo da Seleção tão definido quanto diz ter.    
Confira a seguir os 24 convocados para o amistoso contra Gana:
Goleiros: Fabio (Cruzeiro), Jefferson (Botafogo) e Júlio César (Internazionale);
Zagueiros: David Luiz (Chelsea), Dedé (Vasco), Lúcio (Internazionale) e Thiago Silva (Milan);
Laterais: Adriano (Barcelona), Daniel Alves (Barcelona), Danilo (Santos) e Marcelo (Real Madrid);
Volantes: Elias (Atlético de Madrid), Lucas Leiva (Liverpool), Luiz Gustavo (Bayern), e Ralf (Corinthians);  
Meias: Fernandinho (Shakhtar Donetsk) Lucas Moura (São Paulo), Paulo Henrique Ganso (Santos) e Ronaldinho Gaúcho (Flamengo);
Atacantes: Alexandre Pato (Milan), Hulk (Porto), Leandro Damião (Internacional), Neymar (Santos) e Robinho (Milan).
Mundial Sub-20.
Se o selecionado principal não vai bem, o mesmo não pode ser dito da Seleção Sub-20 campeã mundial sob o comando de Ney Franco. Mesmo sem contar com Lucas e Neymar, seus principais jogadores, o Brasil conseguiu conquistar o pentacampeonato da categoria ao derrotar Portugal por 3 a 2 na final. De quebra, a campanha deu indícios de que alguns desses jovens podem figurar em breve no grupo de cima. Além do lateral/volante Danilo, já presente na última convocação de Mano Menezes, o volante Casemiro e o meia Oscar deixaram ótima impressão em território colombiano e são nomes a serem anotados na agenda do treinador.     
De olho na Copa.  
O cerco está se fechando. Após desdenhar das denúncias de parte da imprensa brasileira, o presidente da CBF Ricardo Teixeira vê seu nome presente de maneira nada agradável no principal noticiário do Brasil. No último dia 13, o Jornal Nacional exibiu uma matéria de três minutos sobre as denúncias de irregularidades no contrato com a empresa que organizou o amistoso entre Brasil e Portugal em 2008.
Paralelamente, a Procuradoria Geral da República analisa possível representação criminal contra Teixeira buscando comprovar o recebimento de suborno da extinta empresa de marketing ISL. Na ocasião, o dirigente teria devolvido o dinheiro recebido num acordo com a justiça suíça para que o caso não fosse levado adiante.
Em meio a essas acusações, o ritmo lento das obras para o Mundial segue inalterado. Em linhas gerais, podemos classificar o andamento da seguinte forma:
Dentro do previsto: Belo Horizonte, Brasília e Salvador;
Apresentando atrasos: Cuiabá, Fortaleza, Porto Alegre, Recife e Rio de Janeiro;
Situação preocupante: Curitiba, Manaus, Natal e São Paulo.    
Imagens: Getty Images e AP.

domingo, 21 de agosto de 2011

É possível torcer por um time estrangeiro?

A polêmica da última semana girou em torno dessa coluna de Adriano Pessini no caderno de esportes do Agora SP onde o jornalista afirma que para ele o único torcedor de verdade é aquele que “gira a catraca”, ou seja, que vai ao estádio ver seu time jogar, sofre, vibra e interage in loco. De quebra, desdenhou da torcida Arsenal Brasil, composta por brasileiros que de tão fanáticos pelos Gunners foram reconhecidos como torcida oficial.    
Em consequência ao texto, Márcio Donizete do blog Ortodoxo e Moderno escreveu este post defendendo a existência de verdadeiros torcedores de times estrangeiros no Brasil que, segundo o futuro jornalista, estão tomando o espaço dos clubes locais. Como resposta, um torcedor da Mancha Verde que se auto-intitula “Forza Palestra” manifestou em seu blog a concordância com Pessini e ainda classificou aqueles que torcem por clubes estrangeiros como componentes de uma “Geração Winning Eleven”. Não é preciso dizer que uma boa oportunidade para se debater o tema acabou se tornando apenas mais uma discussão na internet, culminado com esse post do também estudante de jornalismo – e torcedor do Lyon – Filipe Papini.
Antes de tudo, é preciso definir exatamente o que é torcer por um time. Para este blogueiro, significa amá-lo incondicionalmente, mesmo em fases ruins ou após a derrota mais terrível. Também representa um sentimento duradouro, para não dizer eterno, onde a troca por outra agremiação pode ser considerada uma verdadeira traição. Também significa acompanhá-lo esteja onde ele ou você estiver. No estádio, em casa ou até em outro país.
É inegável que de todos os tipos de torcedor,o único que pode interagir de maneira direta com o time é aquele presente ao estádio. Para o bem e para o mal. Só a torcida presente ao estádio pode empurrar a equipe para cima de um adversário e ser uma espécie de décimo segundo jogador. Por outro lado, essa massa também pode jogar contra, vaiando determinados jogadores, pedindo a cabeça do técnico ou mesmo ultrapassando seus limites e invadindo as dependências do clube. Aqui, falo especificamente das chamadas torcidas organizadas que muitas vezes se mostram entidades perigosas ao próprio esporte, quando se acham no direito de cobrar diretamente atletas e comissão técnica por maus resultados ou que graças a sua violência praticamente expulsa o “torcedor comum” dos jogos. Além, dos casos de brigas com outras facções, algo que transcende o futebol e se torna caso de polícia. 
O que o torcedor acima citado deveria entender é que seu time só se torna um dos grandes quando, além dos títulos, conquista a admiração de outras pessoas no país e até fora dele. E que é por causa desses “torcedores de sofá” que seu time pode arrecadar muito mais do que a relativamente baixa receita de bilheteria que, fosse essa uma fonte exclusiva de renda, transformaria os maiores clubes brasileiros em versões regionais do Santa Cruz citado por Pessini, sem a mínima condição de concorrer com qualquer mercado futebolístico.
Nesse raciocínio, os times europeus estão dezenas de passos à nossa frente, uma vez que entenderam o fenômeno da globalização e conquistaram fãs por todo o planeta. Uma torcida distante, é verdade, mas lucrativa quando pensamos em audiência e comércio de produtos ligados aos clubes. Sem falar no item mais importante quando o assunto é torcer: Amar um clube não importa a distância que ele esteja.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

A crise é técnica.

O jogaço entre Brasil e Espanha pelas quartas-de-final do Mundial Sub-20 ainda ecoa. Não pelo resultado em si – a Seleção venceu nos pênaltis após empatar por 2x2 em 120 minutos – mas pela maneira como a partida se desenrolou. Fazendo uso do toque de bola que vem caracterizando sua escola, os jovens espanhóis empurraram o time de Ney Franco para o campo de defesa e obrigaram o Brasil a viver se contra-ataques fortuitos.
Deve ter sido um choque para muita gente ver aquilo. Uma Seleção Brasileira (mesmo que de novos) sendo sufocada pelo toque de bola de uma escola que até pouco tempo atrás buscava espaço no segundo escalão do futebol mundial é demais para a cabeça de quem acha que só aqui existe futebol.   
A verdade é que as coisas mudaram. A Espanha tem agora o modelo de jogo mais eficiente do mundo, baseado na técnica e na troca de passes. Apoiada nesse estilo, a Fúria decidiu deixar de ser touro para ser toureiro. Como resultado, ostenta atualmente os títulos europeu e mundial, além de diversas conquistas em categorias de base.
É verdade que no final das contas o classificado foi o Brasil, mas aquela partida deixou alguns questionamentos no ar. Ontem, no programa Linha de Passe da ESPN Brasil, o comentarista Mauro Cezar Pereira iniciou esse assunto e culpou a CBF pela ausência de uma escola brasileira e um melhor trabalho de base. Por sua vez, Paulo Vinícius Coelho lembrou que historicamente o Brasil nunca teve um estilo único de trabalho e que as coisas mudavam de acordo com os resultados. Disse ainda que vivemos uma crise por termos jogadores de muita potência física e menos cérebro quando comparados aos craques do passado. Por fim, Fernando Calazans finalmente justificou sua presença após anos no programa e afirmou as diferenças entre a antiga forma como se jogava futebol no Brasil e a maneira como a Espanha o pratica hoje. Para o colunista de O Globo, o futebol tupiniquim era baseado no toque de bola sim, porém, de maneira mais vertical do que os espanhóis o fazem. A título de comprovação, citou as seleções de 58, 70 e 82.
Antes de qualquer análise é preciso contextualizar os fatos. Falar em culpa da CBF nesse caso me parece um pensamento estreito. Sobram defeitos na entidade e listá-los aqui esgotaria o post. Entretanto, a questão da formação de atletas num país de território continental como o nosso não pode ser centralizada dessa forma. Até mesmo a maneira como o futebol é visto em nossos estados é diferente. Para ficar num único exemplo, o entendimento de jogo dos cariocas é bem diferente de como os gaúchos veem.
Deste modo, melhor voltar o foco principal para os clubes que são os reais formadores de atletas. Para começo de conversa, ninguém joga para perder. Se o trabalho é feito para formar jogadores altos, rápidos e fortes fisicamente é porque se acredita que aquilo é o mais certo a se fazer. São frequentes os relatos de garotos dispensados de clubes por serem baixos demais ou frágeis demais. Nesse cenário, o talento com a bola parece ficar em segundo plano. Na base, querem que os meninos estejam prontos para vencer desde cedo e se esquecem que o principal objetivo das categorias menores é formar bons jogadores.  
A partir daí é possível falar em participação da CBF. Certa vez, Carlos Alberto Parreira propôs a criação de uma escola nacional de técnicos. Uma instituição formadora de profissionais do esporte e voltada para a capacitação de novos treinadores e preparadores físicos com o objetivo de padronizar os métodos de trabalho no futebol brasileiro. Difícil não ver uma iniciativa dessas com bons olhos, mas é preciso respeito às características regionais de nosso país. É a mistura de estilos e etnias que nos faz tão singulares dentro e fora dos gramados. Ficando no exemplo anterior, é essa mescla que produz um jogador firme e implacável como Dunga atuando simultaneamente com a excelência técnica quase indolente de Romário.    
Respeitando essas diferenças é hora de buscar o cerne da questão. Para este blogueiro, ela se encontra no esgotamento do atual estilo brasileiro. De 1970 a 1994, o Brasil procurou um jeito de vencer. Só reencontramos o caminho das vitórias quando unimos a força e a tática europeia aos atributos genuinamente nacionais como a habilidade e a capacidade de improviso. Não por acaso, nossa seleção e nossos clubes viveram a partir da década de 1990 um período de conquistas praticamente tão vitorioso quanto o das gerações de 1950 e 1960.
No entanto, o mantra “igualar-a-pegada-e-deixar-a-técnica-fazer-a-diferença” dá sinais de falência. Sem fugir do clichê, não existe mais bobo no futebol. Selecionados que antes eram meros sparrings agora se fecham como ostras e contra-atacam de forma eficiente e ordenada. Em resumo, a distância diminuiu. Agora a busca por um novo caminho de vitórias passa pelo reencontro com o velho estilo brasileiro, técnico e habilidoso, mas sem desconectá-lo do rigor tático e da potência física. Entender o que está acontecendo é o primeiro passo para encontrar uma saída.
Imagem: Reuters

domingo, 14 de agosto de 2011

A4L recomenda:


Anjos Brancos.
Que me perdoem os fãs do atual Barcelona, mas o time que mais me encantou até hoje foi o Real Madrid dos Galácticos. Sim, o Barça parece ser mais forte e equilibrado do que aquele Real Madrid, todavia, a ideia central da equipe catalã parece ser tocar e tocar a bola até anestesiar os adversários (e os espectadores) até aparecer o espaço para Messi entrar como um bisturi perfurando a defesa.
Os Galácticos eram diferentes. Ronaldo, Figo, Zidane, Roberto Carlos e Raúl eram garantia de espetáculo e jogadas geniais e imprevisíveis. Sim, era mais vulnerável, mas ao mesmo tempo era mais encantador.
No livro, o jornalista inglês John Carlin acompanha os bastidores do Real Madrid a partir do ponto que considero crucial na queda daquela mítica equipe: A chegada de David Beckham. Não que o astro britânico não fosse um grande jogador. Sobre isso não tenho nenhuma dúvida. Porém, para abrigar o Spiceboy em seu elenco, o presidente Florentino Pérez acabou deixando de lado o equilíbrio fundamental a qualquer equipe vencedora.
Carlin revela que após a saída do zagueiro e capitão Fernando Hierro, Pérez buscava outro central e um meio-campista. Para a defesa o nome preferido era o do argentino Roberto Ayala. Para meio, a dúvida pairava entre Patrick Vieira, David Beckham e Francesco Totti. Ayala estava bem próximo do acerto, mas os dirigentes do Valencia disseram temer a reação de sua torcida. Mas o mandatário não tinha dúvidas de quem ele gostaria que vestisse a camisa branca do maior clube do mundo. Beckham era ao mesmo tempo um grande jogador e uma das figuras mais midiáticas do planeta, a ponto de muitos o apontarem na ocasião como o homem mais famoso do mundo, acima do Papa ou do presidente dos Estados Unidos.
Não tenho dúvidas de que este momento representou o início da derrocada de um time que vinha alternando a conquista do campeonato espanhol e da UEFA Champions League. Com a presença do sólido Ayala na defesa e de Vieira ao lado de Makelele (logo vendido ao Chelsea) no meio, acredito que teriam conquistado muito mais coisas.  
Como dizem, a bola pune e mostrou que mesmo um time dos sonhos não é capaz de resistir à dura realidade do futebol. Hoje a memória que os Galácticos deixaram para o mundo é a de uma equipe que trocou a competitividade pela diversão. Uma dura lição que Florentino Pérez aprendeu de uma forma amarga e que agora tenta com o técnico José Mourinho mostrar que ela foi bem assimilada.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Chega de desculpas.

Na última coluna “Contagem Regressiva”, este blogueiro destacou os riscos de se marcar amistosos contra adversários mais duros neste estágio de preparação da Seleção Brasileira. E o maior perigo era justamente enfrentar um time mais entrosado e em melhor fase e perder mais uma partida logo na sequência da amarga eliminação da Copa América.
Lembrando que o compromisso diante da Alemanha havia sido marcado antes do torneio sul-americano, então era a hora de Mano Menezes inventar o menos possível. Não convocar nomes pedidos por nove entre dez torcedores como Marcelo e Hernanes e relegar Paulo Henrique Ganso à reserva do mediano Fernandinho é pedir para ser cornetado. Agora, após a derrota para a Alemanha por 3 a 2 em Stuttgart, Mano pode ter certeza de que as trombetas irão soar como nunca.
O caso do meia santista é o que mais chama a atenção. Diante de um rival que se instalou no campo ofensivo e que controlava as ações no meio-campo, nada mais óbvio do que ter em Ganso um jogador não só para iniciar os contragolpes como tentar reter a bola nos pés brasileiros quando necessário. Usando o velho clichê, é como atacar com flechas (Robinho, Neymar e Pato), mas esquecer o arco.
Obviamente, não faço coro àqueles torcedores que pedem a saída de Mano como fazem com os treinadores de seus times. Porém, não restam dúvidas de que o tempo para desculpas acabou. Desde que assumiu, o ex-técnico do Corinthians não viu sua seleção vencer nenhum adversário de maior porte. Perdeu para França, Argentina e Alemanha e empatou com a Holanda jogando em território brasileiro. Se existe um momento para se rever alguns conceitos é exatamente este. Antes que seja tarde.   
Imagem: Reuters

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Lembra desse?!

Aquele lance ou momento que você, por um motivo ou outro, nunca esqueceu.
Parabéns, Zagallo.
Num tempo em que torcer pela Seleção Brasileira e gostar de seu próprio país se tornou piegas na visão dos mesmos que acham linda a relação dos uruguaios com a Celeste Olímpica, Mário Jorge Lobo Zagallo segue na contramão. Personagem intimamente ligado às passagens mais vitoriosas do futebol brasileiro, o Velho Lobo provavelmente é a figura mais subvalorizada de nossa história.
Campeão do mundo como jogador, treinador e coordenador, Zagallo chega aos 80 anos lúcido e franco como sempre foi. As mesmas lucidez e franqueza que o fizeram enxergar a maneira mais correta para encaixar todos os craques no meu time em 1970, ainda o guiam para brecar aqueles que imaginam Ronaldinho Gaúcho como meio-campista do Brasil em 2014.    
Hoje, neste espaço, recordo um momento marcante de sua carreira como comandante da Seleção. Campeão da Copa América de 1997 na altitude boliviana, desabafou contra seus críticos de maneira feroz e, de quebra, cunhou uma frase que se incorporou para sempre ao nosso vocabulário futebolístico. Essa não tem como esquecer...
Você conhece alguma história interessante sobre o mundo da bola?
Mande-a para meu e-mail: a4l@bol.com.br e coloque no assunto: 'Lembra desse?!' e ela poderá ser publicada aqui!

domingo, 7 de agosto de 2011

Pontos e Vírgulas.

Coluna destinada a comentar as opiniões emitidas pelo órgão responsável pela chegada de informações ao público aficionado pelo futebol: a imprensa esportiva. Afinal, bem ou mal, é através dela que tomamos conhecimento de (quase) tudo o que cerca o mundo da bola.
Ultrapassando limites.
Nunca concordei com a tese de que as celebridades têm uma vida pública. O fato de uma pessoa ser famosa não lhe tira o direito de ter sua privacidade, seus momentos de lazer. No entanto, faz parte da curiosidade humana querer saber o que se passa na vida de seus ídolos. Algo que produziu uma verdadeira indústria disposta a tudo por audiência, independente se isso vai invadir a privacidade alheia.
E não é diferente no futebol. No caso mais recente, envolvendo o atacante Fred do Fluminense, essa faceta do jornalismo esportivo que se confunde em todos os aspectos com a chamada imprensa marrom se mostrou mais uma vez. Não há nada que justifique a presença de um “jornalista” vigiando os passos do jogador na noite carioca. Fred estava de folga, portanto, poderia estar onde quisesse, com que quisesse e bebendo o que quisesse.
No caso dos torcedores envolvidos no episódio, nem há muito que dizer. São bandidos – alguns com passagem pela polícia – que deveriam ser indiciados por todos os crimes que cometeram nos últimos dias. Portanto, fiquemos apenas com a imprensa.
A explicação de que se a vida fora de campo está interferindo no rendimento do atleta é outra falácia. Quem garante que está? Os jornalistas têm acesso aos relatórios fisiológicos dos jogadores? Não creio. Será que já pararam para pensar que as seguidas lesões de Fred estão muito mais ligadas ao péssimo gramado das Laranjeiras do que qualquer outra coisa? Talvez sim. Só que esse tipo de notícia não vende.
Ronaldinho sofreu algo parecido. Até onde se sabe, ele nunca deixou de sair à noite, como também não falta aos treinos do Flamengo. Bastou que seu rendimento em campo melhorasse para que as histórias de suas saídas noturnas silenciassem. Ah, quer dizer que se resolver em campo pode fazer o que quiser? Pura hipocrisia. Vida particular só se torna notícia quando acontece algo que transcende a normalidade. O caso envolvendo o goleiro Bruno é um bom exemplo. Fora o circo que se armou em torno de sua prisão, o fato seria notícia de qualquer jeito.  
A verdade é que a partir do momento em que o jogador está rendendo, esses “jornalistas” não têm como justificar a invasão de privacidade que dizem ser notícia. Suas notas não encontram eco sem haver torcedores revoltados com resultados não alcançados. Em outras palavras, falta a desculpa para que se cometa algo que pode ser chamado de tudo, menos de jornalismo.  
Créditos da imagem: Globo Esporte

sábado, 6 de agosto de 2011

Top 10.

Os 10 melhores jogos que eu vi.
Ainda com as lembranças do épico Santos e Flamengo pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro na memória, trata-se de um bom momento para apontar os dez melhores jogos que eu já assisti. No entanto, não listo aqui necessariamente as partidas mais importantes, nem as que tiveram os placares mais elásticos, mas aquelas que produziram grandes e diferentes emoções neste velho coração de louco por futebol.
Confira a lista seguir e clique nos placares para ver os melhores momentos. Acredite, vale a pena...  
10 – Barcelona 3x1 Chelsea (5x1 na prorrogação), quartas-de-final da UEFA Champions League 1999/2000. O Barça de Rivaldo contra os Blues ainda na era pré-Abramovich. Em Londres, 3x1 para os londrinos. No jogo de volta, um show dos catalães e a classificação na prorrogação;
9 – Internazionale 3x2 Sampdoria, 18ª rodada da Serie A 2004/5. A Samp vencia por 2x0 até os 42 do 2º tempo quando Martins descontou para os Nerazzurri. O que se viu a seguir foi uma virada incrível e a desconfiança dos meus vizinhos de que havia um louco morando no prédio;
8 – São Paulo 2x2 Flamengo (5x3 nos pênaltis), final da Supercopa da Libertadores 1993. O lendário São Paulo de Telê numa decisão surpreendentemente franca, com inúmeras chances para os dois lados. A derrota dos cariocas nos pênaltis marcou a saída de Marcelinho da Gávea; 
7 – Internazionale 4x3 Milan, 9ª rodada da Serie A 2006/7. A Inter chegou a abrir 4x1 quando Materazzi foi expulso. Mais um cartão vermelho depois e os interistas se viram com nove contra onze defendendo com unhas e dentes a vantagem. Resultado importantíssimo para a campanha que culminou no 15º scudetto;  
6 – Santos 4x5 Flamengo, 12ª rodada do Brasileirão 2011. Na Vila Belmiro, quase uma viagem no tempo. Santos e Flamengo fizeram a melhor partida de Campeonato Brasileiro que eu já vi. Teve de tudo: Gol de placa, pênalti perdido, atuações de gala e uma improvável virada num placar que chegou a apontar 3x0 para o Peixe;   
5 – Real Madrid 2x1 Bayer Leverkusen, final da UEFA Champions League 2001/2. Uma partida que ficará marcada para sempre pelo gol de voleio anotado pelo genial Zinedine Zidane;   
4 – Brasil 2x0 Uruguai, 1993, Eliminatórias para o Mundial de 94. A maior atuação individual de um jogador com a camisa da Seleção Brasileira que eu tenho lembrança. Naquele dia, Romário só faltou fazer chover no Maracanã. Ali, formou-se a convicção de que o Baixinho era o homem certo para conduzir o Brasil ao tetra;
3 – Brasil 3x2 Holanda, quartas-de-final da Copa do Mundo de 1994. No melhor jogo do Mundial dos Estados Unidos, finalmente o Brasil dava mostras de que o título era um sonho quase palpável. No placar, gols de Romário, Bebeto e Branco, numa cobrança de falta magistral;
2 – Manchester United 2x1 Bayern de Munique, final da UEFA Champions League 1998/9. Talvez muitos não saibam, mas os bávaros foram melhores em quase todo o jogo. Porém, mesmo desfalcados de Roy Keane e Paul Scholes, os Red Devils acreditaram até o fim e foram premiados com dois gols nos descontos. Destaque para a expressão perplexa do craque alemão Lothar Matthaus no banco de reservas;
1 – Liverpool 3x3 Milan, final da UEFA Champions League 2004/5. Nunca vi nada parecido. Ao final do primeiro tempo, o Milan vencia por 3x0 e não havia nada que indicasse que um Liverpool entregue voltaria melhor para a segunda etapa. Não se sabe se foram os gritos de comemoração dos milanistas no vestiário ou a bronca do técnico Rafa Benítez ou mesmo a presença de uma torcida que nunca deixou os jogadores caminharem sozinhos, mas os Reds realizaram aquele que considero o maior feito da história da Liga dos Campeões. E isso basta.

E você, poderia dizer quais foram suas partidas inesquecíveis?