domingo, 24 de julho de 2011

Não foi apenas a raça.

Equivocam-se aqueles que pensam que o título da Copa América conquistado pelo Uruguai é fruto apenas da raça e do patriotismo dos jogadores. Esses elementos quase sempre estiveram presentes nas campanhas da Celeste Olímpica e nunca foram garantia de sucesso. Aliás, em várias ocasiões essa valentia se confundiu com violência e acabou prejudicando o próprio selecionado.
O triunfo uruguaio tem como marca maior a continuidade e a qualidade do trabalho de Óscar Tabárez, técnico que soube conduzir de maneira brilhante a geração mais talentosa dos últimos anos e que mostrou ao mundo que a quarta colocação no Mundial da África do Sul não foi obra do acaso e de uma tabela favorável.
Olhando para os nossos umbigos, se existe algo que os brasileiros deveriam copiar da seleção uruguaia não é a raça ou amor à camisa. Não creio que isso tenha faltado em gramados argentinos. Inclusive, a seleção de Dunga tinha essas características de sobra e não foi suficiente para garantir o hexa.
O que falta ao Brasil é continuidade. Parar de jogar tudo no lixo a cada resultado abaixo das expectativas. É perceber que é muito mais difícil recomeçar tudo do zero do que promover uma transição de gerações de forma menos traumática. Esta sim é a verdadeira lição deixada por esta Copa América.     
Imagem: Reuters

10 comentários:

João Caniço disse...

Sem dúvida, Michel, merece grande destaque a continuidade no trabalho e nas opções de Tabarez. A constituição de um grupo forte e unido é meio caminho andado para o sucesso e, naturalmente, os resultados aparecem como se comprovou no último Mundial e agora na Copa America.
Quanto aos aspectos tácticos acho que a lesão precoce de Cavani acabou por conferir grande solidez à formação uruguaia. O atacante do Napoli apresentou-se em forma precária e a sua saída acabou por ter um efeito positivo na equipa. A regularidade de gregários como Maxi e Álvaro Pereira ou Cáceres, adicionada à qualidade inequívoca de Suarez e à capacidade de liderança de Lugano e Forlan fizeram o resto, sem esquecer a magistral actuação do irregular Muslera contra a Argentina.
Abraço

Michel Costa disse...

De acordo, JP.

Você tocou num ponto importante. A saída de Cavani "arredondou" o time uruguaio, dando mais solidez ao meio-campo e trazendo Forlan para frente.
E, falando em Lugano, estão especulando a ida dele para a Juve. Acha possível essa negociação?

Abraço.

João Caniço disse...

Olha, Michel, pelo que li a cláusula de rescisão do Lugano é de apenas 3,5 milhões de euros, valor perfeitamente ao alcance da Juventus. Espero que se concretize, acho-o um excelente defesa, forte na marcação e no posicionamento, para além de ser um líder em campo. Tinha tudo para fazer uma óptima dupla com Chiellini.
Abraços.

Michel Costa disse...

Isso mesmo. Sem falar na histórica ligação da Juventus com o Uruguai. Personalidade para vestir a camisa bianconera ele tem, talvez falte um pouco de velocidade, mas isso ele pode compensar com boa colocação.

Abraço.

João Caniço disse...

Sem dúvida, seria um óptimo sucessor de Montero.
Abraço.

Prisma disse...

Muito bom o título do Uruguai. Luis Suárez já é uma realidade pronta e se Lugano for pra Juventus, merece mesmo.

Michel Costa disse...

Bem, JP, só espero que não seja sucessor de Montero no que se refere ao número de cartões recebidos...hehe.

Abraço.

Michel Costa disse...

Suarez foi o melhor jogador da Copa América para mim, Prisma. Ele fez algumas boas partidas pelo Liverpool na temporada passada, mas só agora vai começar o trabalho do início já que chegou ao clube inglês no início de 2011.

Abraço.

João Caniço disse...

Eh eh eh bem reparado, Michel. De facto, Montero abusava bastante no jogo duro e, por vezes, violento. Creio até que ele é o recordista de cartões vermelhos na Série A.
Abraços

Michel Costa disse...

Exatamente. Montero detém esse recorde. Materazzi até que tentou alcançá-lo, mas não deu tempo :P

Abraço.