domingo, 19 de junho de 2011

O que houve com o país dos técnicos?

Sou do tempo em que os maiores treinadores do futebol mundial estavam na Itália. Aqueles que acompanharam a Serie A nos 1980 e 1990 devem se recordar de que além da infinidade de craques, o campeonato italiano também tinha a marca dos grandes estrategistas que ditavam as tendências táticas tanto no Calcio quanto no restante do planeta.
Não é difícil perceber que isso mudou. E nada melhor do que observar os treinadores dos grandes clubes para constatar isso. O campeão Milan manteve Massimiliano Allegri que realizou um grande trabalho na temporada passada, mas nunca foi um treinador de ponta. Enquanto isso, na rival Internazionale, percebe-se o quanto a ausência de bons nomes deixa ainda mais órfão o time que há uma temporada tinha José Mourinho como comandante. Depois o fracasso de Rafa Benítez, a contratação de Leonardo deixou evidente que o leque de opções não era dos melhores. Não por acaso, o brasileiro, sempre em dúvida sobre o que quer para sua carreira, já deixou o clube de via Durini para exercer o cargo de diretor-esportivo no PSG.
Mais surpreendente ainda é a lista que se especula para a vaga deixada por Leonardo. Além do favorito Sinisa Mihajlovic, Dunga, Zico, Delio Rossi, Gianpiero Gasperini também são cotados. Nomes modestos sem dúvida, uma vez que os especulados André Villas-Boas e Fabio Capello são contratações improváveis neste momento.
Outro clube que se arrisca mais do que deveria para quem busca se reerguer após o Calciopoli é a Juventus. Após a desastrosa passagem de Luigi Delneri, contratar um técnico com pouca experiência na Serie A como Antonio Conte não parece a medida mais segura, mesmo lembrando que se trata de uma bandeira dos Bianconeri.      
Mirando o sucesso do Barcelona, a Roma aposta em Luis Enrique ex-treinador do time B dos catalães na tentativa de montar um time com a cara do campeão europeu. Para tanto, o clube da capital visa a contratação do atacante Bojan Krkic, eterno reserva do Barça.
No caso dos romanistas, nada mais normal do que tentar copiar o que vem dando certo. Não deixa de ser curioso ver uma equipe tradicional da Itália admitindo um modelo externo como o seu ideal. No entanto, é só mais uma prova de que a época em que os treinadores italianos ditavam as tendências táticas do futebol não passa de uma lembrança agora.     
Crédito da Imagem: Site Oficial da A. S. Roma

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