sábado, 5 de julho de 2014

Como substituir o insubstituível


A informação veio como um choque: Com uma fratura na terceira vértebra lombar, Neymar está fora da Copa do Mundo. Naquele momento, as comemorações pela classificação para a semifinal e a vitória sobre a Colômbia perderam parte do sentido. Justamente após a melhor apresentação brasileira no Mundial, o principal jogador da Seleção não estará presente no duelo contra a Alemanha e nem numa eventual final. Complicado mensurar o tamanho da perda.

Aos poucos, olhando para trás, surgem exemplos de como ausências de grandes jogadores foram superadas ou se tornaram fatais para suas equipes. Nesta Copa, o Uruguai provou desse desgosto ao perder o astro Luis Suárez suspenso. Com o atacante em campo, vitórias sobre Inglaterra e Itália. Sem o artilheiro do Liverpool, derrotas para a surpreendente Costa Rica e para a sensação Colômbia, o que resultou em eliminação. Indo mais longe, é histórica a maneira como o jovem Amarildo substituiu Pelé em 1962 ajudando o Brasil a conquistar seu segundo título.

Outra ausência que o técnico Luiz Felipe Scolari vai precisar contornar é a do capitão Thiago Silva. Com dois cartões amarelos, o zagueiro está fora da semifinal. No entanto, Dante, seu provável substituto, pode cumprir difícil missão. Defensor de bom nível, o atleta do Bayern de Munique está acostumado a enfrentar jogadores alemães na Bundesliga, além de conviver com diversos nomes da Nationalmannschaft em seu próprio clube. Vale lembrar que a Alemanha também lamenta a perda de Marco Reus, então seu melhor atacante, com a crucial diferença de contar com diversos jogadores que atuam pela mesma faixa do gramado. Talvez a melhor comparação com a perda de Neymar seja a do meio-campista Michael Ballack, desfalque na final de 2002 diante do mesmo Brasil, ainda que o goleiro Oliver Kahn fosse o mais badalado.

A princípio, Willian deve ser o escolhido para a vaga do camisa 10 brasileiro. O meia do Chelsea tem treinado na função e aproveita o entrosamento com o companheiro Oscar. Com a alteração, a Seleção Brasileira deve perder em profundidade ofensiva, porém, pode ver seu meio-campo, setor mais preocupante no Mundial, se encorpando mais. Com o retorno do volante Luiz Gustavo, Felipão também dispõe da opção de tornar o time mais físico para combater o forte trio formado por Khedira, Schweinsteiger e Kroos. Seja qual for o escolhido, o certo é que a Seleção terá onze jogadores em campo na próxima terça-feira, ainda que num primeiro instante a sensação seja a de que perdeu meio time.

Coluna escrita originalmente para o site Doentes por Futebol.
Imagem: Eitan Abramovich/AFP

5 comentários:

Alexandre Rodrigues Alves disse...

Não duvido que o Felipão coloque Luiz Gustavo, Fernandinho e Paulinho, junto de Oscar e Hulk; a dúvida, para mim, é se o Fred continua de início e aí o William entraria no lugar. O Fred vem mal mas, pela altura, pode ser útil nas jogadas aéreas. Outra mudança que ele pode fazer é a entrada do Ramires, tentando aproveitar alguma jogada pelo lado do campo.

Michel Costa disse...

São duas possibilidades. Não acredito que Fred não comece o jogo, ainda mais no Mineirão, sua "casa". E, pelo visto, Willian também deve começar. O Brasil não está morto, mas acho que o favoritismo agora é alemão.

Michel Costa disse...

Ah, antes não havia um favorito destacado para mim.

Alexandre Rodrigues Alves disse...

Por tudo que fez nos últimos anos, a Alemanha tem um time melhor que o do Brasil no momento, um elenco mais rico mas o estilo de jogo de contra-ataque brasileiro pode ser vantajoso para o time de Felipão. Até mesmo a ausência de Neymar pode ser usada como fator motivador por parte do treinador, mestre nessas táticas. Apostaria 2x1 Alemanha, mas não dá para descartar as chances brasileiras.

Michel Costa disse...

Também não descartaria as chances brasileiras, Alexandre. No entanto, a Seleção terá de aproveitar os espaços às costas da defesa alemã para contra-atacar, coisa que os adversários não conseguiram fazer com êxito. Como escrevi no texto acima, uma pena Felipão não ter uma opção de velocidade como Lucas Moura. Höwedes certamente não curtiria... hehe.