Coluna destinada a comentar as
opiniões emitidas pelo órgão responsável pela chegada de informações ao público
aficionado por futebol: a imprensa esportiva. Afinal, bem ou mal, é através
dela que tomamos conhecimento de (quase) tudo o que cerca o mundo da bola.
O outro lado da queda
Da
mesma forma que é impossível falar em futebol brasileiro como uma coisa única,
também não é correto representar a imprensa esportiva de maneira singular. Tite,
possível sucessor de Scolari, não pode ser colocado no mesmo pacote de outros
treinadores brasileiros que aparentam não fazer ideia do que está acontecendo no
mundo. Deste modo, cabe a ressalva para os profissionais que cobrem o esporte
de maneira séria e que refutam qualquer parcela de “achismo” nos seus
trabalhos. O que vem a seguir não é para eles.
Ao
mesmo tempo em que futebol é paixão, algo que qualquer pessoa pode apreciar, sua
compreensão não é algo tão simples. Não em seu nível profissional. Para
entendê-lo em sua totalidade, assim como um treinador faz com sua equipe e seus
adversários, é preciso estudar, se aprofundar no tema. Talvez por ter nascido a
partir de uma costela das antigas crônicas de jornal, grande parte da imprensa
brasileira ainda enxerga o futebol como uma coisa lúdica, uma espécie de arte
cuja finalidade é encantar pessoas. Se ele foi assim um dia, não é mais.
Trata-se de um esporte de alto rendimento e se nele encontramos beleza e
emoção, isso está muito mais ligado à sua natureza, ao manejo habilidoso da
bola do que algo previamente estabelecido.
Piadas
do tipo descrever o sistema 4-2-3-1 como linha de ônibus sempre esbarraram no
ridículo, assim como a pilhéria com termos técnicos como “triângulo de base
alta”. Não que esses termos sejam obrigatórios no vocabulário jornalístico, mas
a percepção de que eles fazem parte do dialeto técnico, sim. Não por acaso, após
a massacrante derrota da Seleção Brasileira para a Alemanha, poucas foram as
análises realmente consistente do que aconteceu no Mineirão. Um jovem e bom
comentarista, cujo nome não será citado por respeito, passou as 24 horas
seguintes fazendo toda sorte de gracinhas com o acontecido. Do que houve em
campo, pouco ou quase nada disse.
Ao
longo da história, nossa Seleção – aqui entendida como o topo da pirâmide do
futebol brasileiro – se reinventou algumas vezes. 1970 e 1994 são dois casos onde
o problema da época foi compreendido e corrigido com resultado satisfatório. Se
isso ocorrerá novamente agora só saberemos no futuro, mas seria providencial que
no decorrer desse processo os profissionais de imprensa caminhassem juntos
nesse sentido. Até para que possam tratar desse assunto com a seriedade e
propriedade que o tema merece.
3 comentários:
A mídia, principalmente na TV ABERTA (nesse caso como um todo) sempre tenta jogar para cima. Tentam, mesmo os canais que não possuem os direitos de transmissão, exaltar, fazer oba-oba e com nenhum senso crítico dizer que tudo vai bem. Fazem o trabalho de favor à CBF, na grande maioria das vezes. O pior é que a TV fechada, com a presença de algumas pessoas inexplicáveis, está um pouco contaminada pelo baixo nível. Mesmo agora na disputa do terceiro lugar mostram que não aprenderam nada; desprezam a partida de uma maneira que depois não podem vir cobrar que brasileiro é injusto e só aceita o título como resultado. Claro que a pancada foi forte, não dá para querer festa, mas acho que é um jogo que vale, deveria ser tratado com mais respeito por parte até da mídia.
Sobre a mudança de análise tática, para alguns isso é quase falar em teoria atômica, muitos nem sabem o que é isso, salvo raras exceções, infelizmente.
Dá só uma dica de quem é o jovem comentarista que ficou fazendo gracinhas,rs...
Hahaha. Uma dica então, Alexandre. Ele está na versão de "Happy" que fizeram recentemente.
É a tal dancinha que eles fizeram na ESPN? Vai ser complicado ver isso, não me agrada...Acho que estão tentando popularizar demais os comentários e os programas e perdendo um pouco da qualidade. Como você disse que é um jovem e BOM comentarista, acho que deduzo quem seja,rs...(se fosse RUIM, eu também já imaginaria....)
Postar um comentário