domingo, 2 de junho de 2013

Seleção melhora, mas ainda repete defeitos

Em sua melhor apresentação sob o comando de Luiz Felipe Scolari nesta passagem, a Seleção Brasileira empatou em 2 a 2 com a Inglaterra no novo estádio Maracanã. Mais importante do que o placar foram as diversas chances criadas pelo Brasil, sobretudo no primeiro tempo, quando atuou numa formação que agradou bastante ao técnico. Nesse esquema, o zagueiro David Luiz teve alguma liberdade para sair para o jogo e arriscar lançamentos enquanto o volante Luiz Gustavo guardava posição na defesa e Paulinho se posicionava como centro-campista. Em certos momentos, algo próximo do 3-5-2 (ao lado) que marcou época no Mundial da Ásia.
Todavia, os problemas na proteção à defesa ressurgiram na segunda etapa quando a Seleção partiu em busca do ataque com Hernanes no lugar de Luiz Gustavo e Lucas no posto de Oscar. Se o time ficou mais ofensivo com as alterações, também ficou mais vulnerável. Ao que tudo indica, a julgar pela entrevista pós-jogo, Felipão deve manter a equipe que iniciou a partida com Filipe Luís na lateral esquerda, Luiz Gustavo no meio e Hulk no ataque. Indubitavelmente, uma escalação que deu mais solidez ao Brasil.
Na frente, registre-se o bom primeiro período de Neymar, caindo pelos lados do campo, se aproximando de Fred e finalizando sempre (até demonstrando egoísmo em certos momentos, diga-se). Quanto ao citado centroavante, mais uma vez ficou evidente por que o jogador do Fluminense merece estar entre os onze. Além de seu notável senso de colocação dentro da área, Fred ainda contribui com a defesa em lances de bola parada graças a sua altura e impulsão. Se não é um atacante da estirpe de Romário e Ronaldo, Fred compensa isso com gols e mais gols. Titularíssimo!
Por outro lado, o estágio atual de Daniel Alves preocupa. Irregular no Barcelona, o lateral direito se mostrou confuso em diversos lances e errou passes em situações perigosas, mais ou menos como Marcelo no flanco oposto quando entrou no segundo tempo. Contudo, se Marcelo já possui a sombra de Filipe Luís na esquerda, o mesmo não pode ser dito do improvisado Jean na direita. Outra questão a se pensar é a irregularidade de Hulk que ainda não se encontrou com a camisa amarela. Lucas, autor do cruzamento que resultou no gol de empate de Paulinho, tem tudo para se encaixar naquela posição oferecendo um futebol mais fluído e coletivo do que o atacante do Zenit, definidor por natureza, pode ofertar. No próximo domingo, diante da França, saberemos se as conclusões de Felipão foram as mesmas.
Imagem: Reuters

2 comentários:

Alexandre Rodrigues Alves disse...

Mais do que a falta de volantes marcadores ou não, homens de área ou não, falta mais toque de bola para a Seleção Brasileira, que muitas vezes abusa da correria dos seus jovens. Fica só o Oscar tentando jogar de forma mais trabalhada, mas é pouco (e o Felipão ainda o tira no segundo tempo...) De toda forma, o time tem jogadores de potencial, ainda que existam seleções bem à frente no trabalho. Talvez a Copa do Brasil deveria ser em 2018, quando esse time, possivelmente, estará melhor.

Michel Costa disse...

A tese de que esta geração estará mais madura em 2018 faz muito sentido, Alexandre. Mas, como ainda temos este Mundial pela frente, acho que Felipão teve algumas lições importantes ontem. A primeira delas é que este time precisa de alguém mais postado à frente da defesa e de alguém que organize mais o jogo. É um equívoco pensar que Paulinho e Hernanes são armadores, pois essa não é uma característica básica dos dois jogadores. Pelo que disse na coletiva, Felipão deve manter contra a França o time que começou ontem, talvez com a entrada de Lucas no posto de Hulk. Vamos ver o que esta semana de treinos nos reserva.

Abraço.