sábado, 8 de outubro de 2011

A quem interessa este calendário?

Nos últimos dias, o que mais se comentou sobre os amistosos da Seleção Brasileira contra Costa Rica e México foram os danos que a convocação de jogadores que atuam no País devem causar aos clubes desfalcados de nomes importantes. Em consequência, não faltaram críticas ao técnico Mano Menezes e ao calendário vigente.
Não é necessário ser um gênio para perceber que o menos culpado nessa história é o técnico da Seleção. Mano está fazendo o seu trabalho (se bem ou mal é outra conversa) e é sua obrigação chamar os melhores. Além disso, o treinador sabe que seu pescoço está em jogo e não vai deixar de fora os atletas que atuam em território brasileiro sob pena de pagar sozinho uma conta que não é dele.  
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Assim, o foco deveria se voltar para uma única questão: o atual calendário de nosso futebol. Um calendário por demais inchado, onde a pré-temporada dura duas ou três semanas e os Campeonatos Estaduais ocupam absurdas 23 datas. Uma verdadeira aberração que, infelizmente, não vai mudar, uma vez que a CBF divulgou nesta sexta-feira que a temporada 2012 será exatamente igual a esta.
No entanto, o que pouco se discute é a quem interessa um calendário tão pesado e pouco inteligente. Em primeira análise, às federações estaduais que não abrem mão de seus torneios deficitários, pois sabem que é deles que o seu lucro se origina. Em segundo plano, interessa aos próprios clubes que julgam ser prejuízo não ver seus times entrando em campo sete, oito vezes por mês, mesmo que isso represente uma pré-temporada mal feita e contraproducente. Não por acaso, é raro ver um dirigente se manifestar favorável a um calendário racional, pois, no fundo, o que eles querem é o modelo que existe hoje. Portanto, quando o técnico da Seleção convocar o jogador do seu time, você já sabe de quem reclamar.       
Crédito da Imagem: globoesporte.com

2 comentários:

Rafael Olivares disse...

O que é mais abusrdo é que, aqui em São Paulo pelo menos, temos o campeonato paulista com os grandes, e no resto do ano um outro campeonato paulista, sem os clubes que estão nas divisões nacionais.

Parece tão lógico ter todos esses campeonatos (e mais a Liberta e a Sulamericana) correndo de fevereiro a novembro. E inclusive se o Brasileirão fosse devidamente valorizado ele poderia ser mais atraente e lucrativo, "compensando" essa diminuição dos jogos. Se o Neymar tivesse jogado o campeonato inteiro, quanto será que o Santos não poderia ter lucrado a mais.

Michel Costa disse...

Concordo, Rafael. No caso da Libertadores, até entendo que não depende da CBF, mas o calendário interno poderia ser alterado para não gerar os absurdos que temos visto. No entanto, ao que tudo indica, os clubes não estão interessados em desafiar os interesses da CBF e, sobretudo, das federações estaduais.

Grande abraço o obrigado pela visita ao A4L.