domingo, 10 de junho de 2012

O saldo dos amistosos

Após as partidas diante de Dinamarca, Estados Unidos, México e Argentina, o técnico da Seleção Brasileira, Mano Menezes, tem muito no que pensar até o início dos Jogos Olímpicos de Londres. Se por um lado o estilo agressivo e ofensivo agradou, a vulnerabilidade defensiva causou apreensão. E como a equipe não havia treinado dessa forma anteriormente, o tempo para adaptação a essa nova concepção pode ser muito curto.
De qualquer modo, os amistosos também serviram para afirmar alguns nomes, enfraquecer outros e constatar a manutenção de alguns. Dividindo os atletas de acordo com o momento atual é possível separá-los em três categorias:
Subiram:
- Rafael Cabral. Goleiro abaixo dos 23 anos, Rafael se mostrou seguro quando exigido e não cometeu nenhuma falha grave. Praticamente dispensou a necessidade de convocar Jefferson.
- Rafael Silva. Chamado às pressas por causa da lesão de Daniel Alves, o lateral do Manchester United ganhou espaço após as fracas atuações de Danilo no lado direito.
- Sandro e Rômulo. Aprovados como volantes, só precisam acertar o posicionamento à frente da defesa. Questão de treino.
- Oscar. Certamente foi quem mais se beneficiou no período. Mais dinâmico do que Ganso, saiu da série de amistosos como provável titular em Londres. A seu favor, também conta o fato de poder atuar ao lado do meia santista, jogando mais pelos flancos.
Na mesma:
- Thiago Silva, David Luiz e Marcelo. Salvo algum problema físico, os três devem ser os jogadores acima dos 23 anos. Inclusive, o milanista foi confirmado por Mano como o capitão do time nos Jogos. Pouco testado, David Luiz ficaria com uma das vagas pelas más apresentações da dupla de zagueiros sub-23 formada por Bruno Uvini e Juan Jesus. Quanto a Marcelo, preocupa o comportamento intempestivo do lateral, mas nada que uma boa conversa não possa resolver.
- Hulk. Após a excelente partida contra a Dinamarca, o atacante do Porto não conseguiu manter o nível. Extremamente individualista, irritou os companheiros em alguns lances. Além disso, as carências defensivas devem pesar nas escolhas do técnico pelo uso de todos os reforços na defesa.
- Neymar. Continua sendo o principal nome da Seleção, mas não deu o salto de qualidade definitivo que se espera. Muito preso ao lado esquerdo num primeiro momento e mais solto contra a Argentina, ainda não descobriu seu melhor espaço na Seleção.
- Jefferson (acima de 23 anos), Neto, Alex Sandro, Casemiro, Giuliano, Wellington Nem e Alexandre Pato. Pouco utilizados, não ganharam e nem perderam pontos dentro de campo. Espera-se muito mais de Pato, mas como se recuperava de lesão a cobrança tende a ser menor.    
Desceram:
- Danilo. Sua deficiência na marcação foi escancarada nos amistosos e o apoio ao ataque também não foi dos melhores. Tem o atenuante de ter jogado pouco após a lesão que sofreu.
- Bruno Uvini e Juan Jesus. Preocupavam quando eram apenas os zagueiros da Seleção sub-20 e causam pavor no time olímpico. Suas atuações fizeram aumentar a necessidade por dois jogadores acima dos 23 anos na zaga.
- Lucas Moura. Uma das grandes promessas do futebol brasileiro, ainda não deslanchou. Teve poucas oportunidades nos amistosos e não as agarrou. Todavia, a necessidade defensiva deve abrir caminho para a sua titularidade.
- Leandro Damião. O que era certeza se transformou em dúvida. Desconectado do restante do time e sem conseguir mostrar seu faro goleador, seu melhor momento foi o pivô para o gol de Oscar contra a Argentina.
- Daniel Alves e Paulo Henrique Ganso. Infelizmente, suas lesões acabaram provocando perda de espaço no grupo. Por disputar uma das vagas acima da idade limite, o lateral não deve ir aos Jogos. Ganso provavelmente estará presente, mas terá que convencer Mano de que vale a pena acomodá-lo ao lado de Oscar.
E você, o que achou dos amistosos?      
Imagem: Agência Estado, IG e UOL.

6 comentários:

Danilo disse...

Brasil jogou contra a Argentina no 4-4-2 com 2 linhas de 4. Oscar, versátil, jogou com winger. Pois neste esquema não possui, obviamente, um armador central. Neymar foi um segundo atacante, atuando muito ficou perto do gol e não precisou cumprir funções rígidas na defesa, seu ponto fraco. Será esse esquema uma exceção ou será utilizado daqui pra frente ? caso seja utilizado daqui pra frente, adeus vaga de titular, definitivamente, para P. H. Ganso.

Alexandre Rodrigues Alves disse...

Lucas ainda não teve capacidade e inteligência, além de auxílio técnico para melhorar seu jogo; está muito previsível caindo pela direita e tentando driblar; poderia ter uma movimentação e um campo maior para jogar; não sou o maior fã do goleiro Rafael, mas de fato ele vem evoluindo; sobre o Juan zagueiro: Será que o Stramaccioni está pensando em usá-lo na próxima temporada?

Douglas Muniz disse...

Tecnicamente o jogo foi até apreciável, mas as defesas, os sistemas defensivos (isso aí inclui os volantes dos dois selecionados) foram trágicos... Só o Mascherano se salvou, tendo que cobrir sozinho os dois lados da defesa e pagando geral em todo o ataque brasileiro... O Sandro e Romulo precisam melhorar bastante, acho que só com entrosamento, mais treinamento juntos que podem evoluir, capacidade técnica eles tem. Contra o México, faltou eles se aproximarem mais do ataque, fazer o chamado "elemento surpresa", contra a Argentina, me pareceram perdidos, sem saber o que e como marcar quem aparecesse por ali. Acertar a composição defensiva, mesmo com os beques mais experientes também é importantíssimo... Pode ser um caminho... O que acha Michel?!

Abraços!!!

Michel Costa disse...

Vi esse 4-4-2 como uma variação necessária, Danilo. A princípio, o sistema da Seleção deve continuar sendo o 4-2-3-1. Mas gostei da iniciativa de colocar Neymar mais próximo da área.

Michel Costa disse...

Espero que não, Alexandre. Com a saída de Lúcio, a Inter vai precisar contar com mais algum zagueiro, mas Juan ainda não mostrou que é capaz de assumir a defesa nerazzurra. A princípio, ele será no máximo o reserva de Samuel, este de contrato renovado.

Michel Costa disse...

Concordo, Douglas. Contra a Argentina, o problema não esteve apenas na má qualidade dos zagueiros, mas também no mau posicionamento dos volantes muito distantes da primeira linha - vide o terceiro gol de Messi. Felizmente, isso não é tão complicado de resolver, mas ter uma dupla como Thiago Silva e David Luiz entre os titulares ajuda bastante.

Abraços a todos.