O título do post é uma referência à frase do personagem John Milton que encerra o ótimo filme “O Advogado do Diabo”. Na trama, Milton, interpretado por Al Pacino, era ninguém menos que o Diabo e tentava a todo custo trazer seu filho – Keanu Reeves vivendo um jovem e brilhante advogado – para o seu lado. No entanto, o comentário bem poderia ilustrar a eterna rivalidade entre Pelé e Maradona.
Rivalidade que ganhou um novo capítulo nesta semana quando Messi, em entrevista à revista ESPN, elegeu o compatriota como o número 1 da história e, de quebra, disse que não viu Pelé jogar e que isso não lhe faz falta. Como não poderia deixar de ser, El Pibe reagiu de forma irônica ao comentário de seu ex-comandado: “Os vídeos de Pelé vão ser vistos em preto e branco, e ele vai ficar aborrecido. Dizer que a luta para ser o melhor está entre Messi e Maradona é forte. O moreno ficará irritado e vai arrumar confusão”. Desnecessário dizer que a resposta do Rei, virá daqui a pouco.
O curioso dessa história é que, por ter nascido em 1997, o jovem craque praticamente não viu Maradona jogando a não ser por vídeos que não têm a mesma imagem definida em comparação com as atuais. Em outras palavras, a opinião dele sobre o assunto não vale mais do que a de qualquer outro garoto que acha que o mundo começou em 1980.
Bem, como nasci em 1976, também não vi Pelé jogar. Tudo o que sei sobre a lenda brasileira se resume a DVDs e vídeos com seus grandes momentos, além de todo o material que já li sobre ele. Para mim, o que tornava o Rei tão especial era a absurda combinação de predicados físicos e uma habilidade natural lapidada a custo de muito treinamento, somada a números coletivos e individuais incomparáveis. Para se ter uma ideia, basta dizer que Pelé marcou mais gols com sua canhota (que não era a boa) do que Maradona em toda sua carreira.
No mundo ideal, Pelé e Maradona poderiam ser amigos, ou pleno menos se respeitar, reconhecendo que cada um teve seu mérito. Infelizmente, a rivalidade entre eles continuará e a pergunta sobre quem foi melhor também viverá para sempre. Particularmente, não posso responder como certeza a essa questão, mas posso dizer que não ter visto Pelé jogar me faz uma tremenda falta.
Imagens: Revista ESPN e AFP
4 comentários:
comento mais profundamente depois, tou de passagem, mas algo devo dizer imediatamente: numero de gols marcados não eh crite'rio de qualidade de futebol, assim todo centroavante seria melhor que qualquer meia, e coitado do Beckembauer, o Garrincha, então!
Olá Thiago,
No caso de Pelé e Maradona, acho que esse critério vale sim. Afinal, ambos eram pontas de lança, ou seja, jogavam à frente em companhia de um centroavante. Obviamente, esse não é um critério único, mas sem dúvida dá uma dimensão do que foi o Rei.
Abraço.
Salve Michel, não tenho comentado com muita frequencia mas estou sempre por aqui, pelo menos lendo os posts. Estou passando por uma fase de transição, sabe como é...
Com relação a comparação entre Pelé e Maradona não sei se faz muito sentido. Já ouvi muita gente séria dizer que Maradona não foi nem mesmo o melhor de sua geração.
Tem razão, Guilherme, pois muitos questionam isso também. Antes da Copa de 86, tanto Maradona quanto a Argentina chegaram ao México desacreditados. Para muitos, o craque estava atrás de nomes mais consolidados como Zico e Platini e o selecionado não estava entre os favoritos ao título.
No fim, a Argentina foi campeã pela segunda vez e Maradona emergiu do Azteca como um monstro do mesmo nível de Pelé. Estranho, né?
Abraço.
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