segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Contagem Regressiva: Setembro de 2011

Para um fanático por futebol, Copa do Mundo é muito mais do que um evento esportivo. É um período para se tirar férias do trabalho e só sair de casa para tratar de assuntos estritamente necessários. São semanas mágicas, onde um jogador consegue deixar o mundo mortal para fazer parte do panteão dos Deuses da Bola e, de quebra, transformar um país inteiro numa grande festa. É uma época para se rir, chorar, se emocionar. Enfim, é um momento que será guardado para sempre em nossos corações...
Incoerência.
Carlos Alberto Parreira costumava afirmar que o critério para convocar jogadores para a Seleção Brasileira é “não ter critério”. Com isso, o experiente treinador queria dizer que sua função era selecionar os melhores sem se prender a critérios pré-estabelecidos. Por sua vez, Dunga era tão coerente em suas convicções que costumava irritar a crônica esportiva. Durante seu período como técnico da Seleção, o ex-volante seguia à risca sua própria cartilha e deu de ombros para aqueles que pediam Ganso e Neymar no grupo. Para Dunga, a ausência de testes com a dupla santista era o motivo principal para preteri-los.
Curiosamente, Mano Menezes não segue nenhuma dessas premissas. Aliás, se é possível sintetizar sua gestão no comando da Seleção, a melhor palavra é “incoerência”. O discurso inicial de busca pelo protagonismo perdido e pela imposição do jogo na prática se mostrou algo completamente diferente. Escalando até três volantes incapazes de armar o jogo e provocando um enorme hiato entre meio-campo e ataque, Mano coloca em prática algo totalmente diferente do que prega.
E não é só na filosofia de jogo que a incoerência se manifesta. Durante o último ano, jogadores entraram e saíram do time sem muita lógica ou explicação. Na defesa, Júlio César, Maicon e Lúcio começaram de fora para, tempos depois, assumirem a titularidade. Porém, o zagueiro e até então capitão já não figura nesta última lista. Na lateral esquerda, André Santos parecia o dono da posição, mas suas falhas na Copa América e contra a Alemanha parecem ter acabado com suas chances até mesmo no grupo.
No meio-campo, é difícil acreditar que não foi a expulsão diante da França a causadora do afastamento de Hernanes por tanto tempo. Ainda no setor, o ex-titular Ramires desapareceu sem deixar vestígios. É verdade que o volante do Chelsea não atravessa grande fase, mas o que dizer de Elias, renegado pelo Atlético de Madrid e com vaga cativa em todas as convocações? Isso sem falar em Jadson que parecia ser a solução para as constantes ausências de Ganso, mas sacado após uma boa exibição diante do Paraguai.
Na frente, a presença de Fred deve causar surpresa até no mais fanático torcedor do Fluminense. Sem atuar em bom nível desde os tempos de Lyon, o irregular centroavante é presença certa em quase todas as convocações. Enquanto isso, jogadores como Hulk e Nilmar marcavam gols e mais gols e recebiam chances a conta gotas. Não por acaso, a Seleção refletiu em campo toda a incoerência de seu comandante. Um time sem ideias, inseguro e que não evoluiu quase nada desde que o técnico gaúcho assumiu.                   
Duas listas.
Na última quinta-feira, Mano Menezes anunciou duas listas de convocados para os amistosos contra Argentina (28/09), Costa Rica (07/10) e México (11/10). A primeira lista conta apenas com jogadores que atuam no País para a partida de volta pela Copa Rocca. Destaque para as presenças de Diego Sousa, que volta à Seleção, Elkeson, atravessando bom momento no Botafogo e com que tem idade olímpica, e Borges, artilheiro do Brasileirão. Veja a lista completa:   
Goleiros: Jefferson (Botafogo) e Rafael (Santos);  
Zagueiros: Dedé (Vasco), Emerson (Coritiba), Réver (Atlético-MG), e Rhodolfo (São Paulo);
Laterais: Bruno Cortês (Botafogo), Danilo (Santos), Kléber (Internacional) e Mário Fernandes (Grêmio);
Volantes: Casemiro (São Paulo); Paulinho (Corinthians), Ralf (Corinthians) e Rômulo (Vasco);  
Meias: Diego Sousa (Vasco), Elkeson (Botafogo), Lucas Moura (São Paulo) e Oscar (Internacional);
Atacantes: Borges (Santos), Fred (Fluminense), Neymar (Santos) e Ronaldinho Gaúcho (Flamengo).
Na segunda lista, chamam a atenção a ausência do veterano Lúcio e o retorno de Hernanes, que não era convocado desde a expulsão diante da França:
Goleiros: Jefferson (Botafogo) e Júlio César (Internazionale) e Neto (Fiorentina);
Zagueiros: David Luiz (Chelsea), Dedé (Vasco), Réver (Atlético-MG e Thiago Silva (Milan);
Laterais: Adriano (Barcelona), Daniel Alves (Barcelona), Fabio (Manchester United) e Marcelo (Real Madrid);
Volantes: Lucas Leiva (Liverpool), Luiz Gustavo (Bayern), e Sandro (Tottenham);  
Meias: Elias (Atlético de Madrid), Fernandinho (Shakhtar Donetsk), Hernanes (Lazio), Lucas Moura (São Paulo) e Oscar (Internacional);
Atacantes: Fred (Fluminense), Hulk (Porto), Jonas (Valencia), Kléber (Porto), Neymar (Santos) e Ronaldinho Gaúcho (Flamengo).
De olho na Copa.  
O mês de setembro foi marcado pelas greves dos operários responsáveis pelas obras do Mineirão e do Maracanã. Em Belo Horizonte, os trabalhadores pedem equiparação salarial com São Paulo. No Rio, os grevistas reclamam da falta de médicos e da má qualidade da comida fornecida pela construtora. Em Salvador, os trabalhadores também ameaçaram entrar em greve, mas a situação foi contornada pelo consórcio responsável pelas obras na Arena Fonte Nova.
Confira abaixo o andamento das obras nas doze sedes:      
Dentro do previsto: Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Recife e Salvador;
Apresentando atrasos: Cuiabá, Porto Alegre e Rio de Janeiro;
Situação preocupante: Curitiba, Manaus, Natal e São Paulo.    
Crédito da Imagem: Terra.

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