sábado, 10 de setembro de 2011

Vaidade, meu pecado favorito.

O título do post é uma referência à frase do personagem John Milton que encerra o ótimo filme “O Advogado do Diabo”. Na trama, Milton, interpretado por Al Pacino, era ninguém menos que o Diabo e tentava a todo custo trazer seu filho – Keanu Reeves vivendo um jovem e brilhante advogado – para o seu lado. No entanto, o comentário bem poderia ilustrar a eterna rivalidade entre Pelé e Maradona.
Rivalidade que ganhou um novo capítulo nesta semana quando Messi, em entrevista à revista ESPN, elegeu o compatriota como o número 1 da história e, de quebra, disse que não viu Pelé jogar e que isso não lhe faz falta. Como não poderia deixar de ser, El Pibe reagiu de forma irônica ao comentário de seu ex-comandado: “Os vídeos de Pelé vão ser vistos em preto e branco, e ele vai ficar aborrecido. Dizer que a luta para ser o melhor está entre Messi e Maradona é forte. O moreno ficará irritado e vai arrumar confusão”. Desnecessário dizer que a resposta do Rei, virá daqui a pouco.
O curioso dessa história é que, por ter nascido em 1997, o jovem craque praticamente não viu Maradona jogando a não ser por vídeos que não têm a mesma imagem definida em comparação com as atuais. Em outras palavras, a opinião dele sobre o assunto não vale mais do que a de qualquer outro garoto que acha que o mundo começou em 1980.  
Bem, como nasci em 1976, também não vi Pelé jogar. Tudo o que sei sobre a lenda brasileira se resume a DVDs e vídeos com seus grandes momentos, além de todo o material que já li sobre ele. Para mim, o que tornava o Rei tão especial era a absurda combinação de predicados físicos e uma habilidade natural lapidada a custo de muito treinamento, somada a números coletivos e individuais incomparáveis. Para se ter uma ideia, basta dizer que Pelé marcou mais gols com sua canhota (que não era a boa) do que Maradona em toda sua carreira.
No mundo ideal, Pelé e Maradona poderiam ser amigos, ou pleno menos se respeitar, reconhecendo que cada um teve seu mérito. Infelizmente, a rivalidade entre eles continuará e a pergunta sobre quem foi melhor também viverá para sempre. Particularmente, não posso responder como certeza a essa questão, mas posso dizer que não ter visto Pelé jogar me faz uma tremenda falta.
Imagens: Revista ESPN e AFP

4 comentários:

Thiago Ribeiro disse...

comento mais profundamente depois, tou de passagem, mas algo devo dizer imediatamente: numero de gols marcados não eh crite'rio de qualidade de futebol, assim todo centroavante seria melhor que qualquer meia, e coitado do Beckembauer, o Garrincha, então!

Michel Costa disse...

Olá Thiago,

No caso de Pelé e Maradona, acho que esse critério vale sim. Afinal, ambos eram pontas de lança, ou seja, jogavam à frente em companhia de um centroavante. Obviamente, esse não é um critério único, mas sem dúvida dá uma dimensão do que foi o Rei.

Abraço.

Guilherme Siqueira disse...

Salve Michel, não tenho comentado com muita frequencia mas estou sempre por aqui, pelo menos lendo os posts. Estou passando por uma fase de transição, sabe como é...
Com relação a comparação entre Pelé e Maradona não sei se faz muito sentido. Já ouvi muita gente séria dizer que Maradona não foi nem mesmo o melhor de sua geração.

Michel Costa disse...

Tem razão, Guilherme, pois muitos questionam isso também. Antes da Copa de 86, tanto Maradona quanto a Argentina chegaram ao México desacreditados. Para muitos, o craque estava atrás de nomes mais consolidados como Zico e Platini e o selecionado não estava entre os favoritos ao título.
No fim, a Argentina foi campeã pela segunda vez e Maradona emergiu do Azteca como um monstro do mesmo nível de Pelé. Estranho, né?

Abraço.