quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Pistas de um novo caminho

Nesta terça-feira, o técnico da Seleção Brasileira, Dunga, realizou sua primeira convocação visando os amistosos diante da Colômbia, dia 5 de setembro em Miami, e Equador, 9 de setembro em Nova Jérsei. Entre os 22 chamados, apenas 10 que disputaram a Copa de 2014. Uma prova de que mesmo dentro de um discurso de mudança gradual, alguns nomes provavelmente serão suprimidos deste novo ciclo.
Como era esperado, veteranos como Júlio César (34), Maxwell (32) e Fred (30) não foram ser chamados. A idade também seria ser um complicador para Daniel Alves (31) e Dante (30). Por outro lado, a ausência de Marcelo pode estar ligada a antigos problemas disciplinares com Dunga, algo que significaria um equívoco, uma vez que se pressupõe um momento de reinício.
Paralelamente, segundo palavras do treinador, as portas não estão fechadas para quem disputou o Mundial. Com isso, nomes como o goleiro Victor, o volante Paulinho e os meias Hernanes e Bernard poderão reaparecer em futuras listas, desde que façam por merecer em seus clubes. Por outro lado, figuras mais questionadas como Henrique e Jô dificilmente retornarão. Atualmente lesionado, Thiago Silva é presença certa para a sequência do trabalho.
Observando mais de perto a convocação, alguns detalhes chamam a atenção. Primeiro, a ausência de centroavantes de ofício. Com o baixo desempenho de Fred e Jô e sem nenhum jogador brasileiro de estilo pivô se destacando, nada mais normal do que apostar em atacantes de mobilidade na frente. Existe então a possibilidade real de vermos Neymar novamente atuando como o homem mais avançado da Seleção, tendo liberdade de movimentação, assim como ocorria com Mano Menezes. Na verdade, uma tendência que finalmente poderemos ter no Brasil.
Outro ponto, este pouco auspicioso, é a falta armadores natos entre os meio-campistas presentes na convocação. Ganso, reencontrando sua melhor forma no São Paulo, segue esquecido. Em vez disso, temos a velha fórmula do cabeça de área ao lado do volante de infiltração, atrás de meias que são mais carregadores de bola do que construtores. Quem sabe, o fato de ter sido um volante de boa saída de bola possa fazer com que Dunga corrija a crônica deficiência de transição que tanto afligiu o período que o antecedeu. A conferir...
Confira a lista completa a seguir:
Goleiros: Jefferson (Botafogo) e Rafael Cabral (Napoli);
Laterais: Alex Sandro (Porto), Danilo (Porto), Filipe Luís (Chelsea), e Maicon (Roma);
Zagueiros: David Luiz (PSG), Gil (Corinthians), Marquinhos (PSG), e Miranda (Atlético de Madrid);
Volantes: Elias (Corinthians), Fernandinho (Manchester City), Luis Gustavo (Wolfsburg) e Ramires (Chelsea);
Meias: Éverton Ribeiro (Cruzeiro), Oscar (Chelsea),  Philippe Coutinho (Liverpool), Ricardo Goulart (Cruzeiro) e Willian (Chelsea);
Atacantes: Neymar (Barcelona), Diego Tardelli (Atlético Mineiro) e Hulk (Zenit).
E você, gostou da convocação? Comente!
Coluna escrita originalmente para o site Doentespor Futebol.
Imagem: Tarcisio Badaró/Globo Esporte

2 comentários:

Alexandre Rodrigues Alves disse...

Eu não acho o William a solução de todos os problemas, como alguns antes da Copa diziam, mas ele ainda pode ter eventualmente alguma chance…O Ramires a mesma coisa…Os outros eu concordo. Os laterais do Porto de fato não são geniais, mas o Danilo principalmente pode arrumar alguma coisa por lá. O Marquinhos foi bem na Roma, mas também ainda não dá para dizer que será a solução total; o Miranda e o T.Silva ainda dão conta a meu ver.

Michel Costa disse...

Sinceramente, não sei se Ramires ainda acrescentaria alguma coisa à Seleção, Alexandre. Suas atuações pelo Brasil nos últimos tempos não inspiram muita coisa. Por outro lado, seria bom ver Willian tendo oportunidades reais neste novo ciclo. Na defesa, também acho que Miranda merecia a chance. Até para dar um susto no aventureiro David Luiz... hehe