Coluna destinada a comentar as opiniões emitidas pelo órgão responsável pela chegada de informações ao público aficionado por futebol: a imprensa esportiva. Afinal, bem ou mal, é através dela que tomamos conhecimento de (quase) tudo o que cerca o mundo da bola.
“Linha de Passe” ideal.
Seguindo sugestão do leitor Alexandre Rodrigues Alves, aceitei elencar os comentaristas que formariam a mesa redonda ideal da televisão brasileira. E como o programa “Linha de Passe” da ESPN Brasil se distingue dos demais por ser o espaço onde o futebol brasileiro e mundial é tratado com mais seriedade, nada melhor do que tomá-lo como base.
Neste momento, o “time titular” da atração é composto pelo apresentador João Palomino e pelos comentaristas Juca Kfouri, José Trajano e Paulo Vinícius Coelho, presentes no estúdio de São Paulo. E, direto da sucursal do Rio de Janeiro, Fernando Calazans e Márcio Guedes completam a trupe. Todavia, apesar de não mais ocupar o cargo de diretor de jornalismo da empresa, Trajano raramente aparece, cedendo sua cadeira ora para o inflamável Mauro Cezar Pereira, ora para o sensato Paulo Calçade. O resultado dessa união é um ótimo programa - do qual sou fiel há quase dez anos - obrigatório para quem tem um olhar crítico sobre o esporte. Todavia, como nem tudo é perfeito, este post foi escrito para cornetar alguns participantes e sugerir outros.
Para começar, José Trajano seria o primeiro a tornar sua ausência algo definitivo. O carioca, conhecido por seu gênio explosivo, além de acrescentar pouco, ainda costuma deixar os companheiros de mesa constrangidos com seus rompantes. Em seu lugar, manteria Paulo Calçade com sua visão científica sobre o futebol e sobriedade nos comentários. Apesar do assumido maniqueísmo, manteria Juca Kfouri por ser o único com ampla visão dos bastidores políticos do País. Paulo Vinícius, obviamente, é intocável.
Na bancada do Rio, mudaria tudo. Não vejo nada em Fernando Calazans e Márcio Guedes que justifique a presença de ambos. Talvez, o fato de serem profissionais conhecidos. E isso é muito pouco. Calazans é saudosista demais e bitolado no futebol carioca. Botafoguense assumido, Márcio não consegue separar o lado torcedor do lado comentarista e isso compromete tudo. No lugar da dupla, escalaria o ótimo Tim Vickery, que poderia contribuir muito com sua visão sobre a América do Sul sob a ótica de um inglês.
Sei que isso é quase impossível, mas se pudesse escolher mais alguém para completar a mesa, este seria Tostão. Ex-jogador com rara capacidade de além de ver o jogo e enxergar a alma humana, o mineiro seria o complemento perfeito para os comentários. Logicamente, sua aversão por viagens e exposição, obrigaria a instalação de um estúdio em Belo Horizonte. Complicado, mas ainda assim viável.
Por fim, apesar de considerar Palomino um bom apresentador, deixaria o comando de tudo a cargo da juventude, conhecimento e bom humor de Paulo Andrade. Com isso, teríamos, além de Andrade, Juca Kfouri, Paulo Calçade, PVC, Tim Vickery e Tostão.
E então, gostou dessa formação? Qual seria a sua?
Imagem: Estadao/ESPN
21 comentários:
Paulo Andrade e Juca Kfouri; Paulo Vinícius, Mauro Beting e Paulo Calçade; Lédio Carmona e Mauro Cezar Pereira.
Com um integrante a mais, esta seria a minha bancada ideal.
A briga entre Tim Vickery e MCP (do qual não sou grande fã, mas o acho muito bom comentarista) era boa. Fiquei com o brasileiro.
Problemas do programa para mim: 1- Aquele bloco de gols é simplesmente desnecessário e toma muito tempo no programa; além disso fica valendo como função para torcidas ficarem usando a internet para se promoverem, o que não acrescenta para a atração. 2- Palomino não comanda o programa com "mão de ferro" e deixa o programa correr muito frouxo o desejo do Juca de sempre falar do Corinthians e estimular esse sentimento botafoguense do Marcio e o flamenguista do Calazans (todo mundo sabe que ele é rubro-negro, mas é mais disfarçado). Em certos momentos, infelizmente, o programa parece o Jogo Aberto da Band, com cada um só falando do seu time.
O melhor apresentador da casa seria o Canalha, mas para um programa de debates mais "formal" ele viajaria demais (acho que ele deveria ter um "Bola e Música" de madrugada com ele e o Rodrigo Rodrigues). Não acho o Marcio Guedes tão ruim em debates, mas poderia ser substituido pelo Vickery também. Não tiraria necessariamente o Trajano - para dar um pouco de indignação ao programa; ele pode não ver tanto jogos, mas não é tão alienado quanto o Calazans. Acho que entrando o Tostão, tendo o PVC e o Calçade, ajudaria no nível, eles seriam os 3 "intocáveis"; acho que o formato poderia ser mais móvel e o cenário engessa um pouco a discussão também; poderiam dar uma modernizada, sem perder a essência.
Sobre o MCP; acho ele muito bom, mas precisa ser menos "kamikase" realmente em algumas opiniões.
Me desculpe pela qtd. de respostas (às vezes escrevo e esqueço de algumas coisas para completar); faltou citar o Bertozzi, que é a grande revelação do canal (antes era do Bandsports). Ele é quase tão imparcial quanto o PVC (hors concours nesse quesito) e é muito bem informado, merece ser lembrado
Meu âncora, sem dúvidas, seria o Canalha. Quando ele não pudesse apresentar, chamaria ou o Dudu Monsanto ou o Everaldo Marques.
Ao lado dele, Juca, Trajano, PVC e Bertozzi (os dois primeiros de um estilo - e uma geração - os dois últimos, do estilo oposto). Na fila de espera, teria, pela ordem: Alexandre Oliveira, Gian Oddi, Calçade e Arnaldo Ribeiro.
E no RJ, muito bem lembrado: Tim Vickery e Tostão. Se o mineiro não topasse, escalaria o Mauro Cezar, que apesar seu azedume e todas as outras características, é um comentarista que atenta pra aspectos que os demais costumam deixar passar.
Ah, e daria um jeito de encaixar na grade do canal um programa pra nova geração de jornalistas que temos por aí, incluindo Dassler Marques, Braitner Moreira e o já conhecido Gustavo Hofman.
Caros,
Em primeiro lugar, valeu pela participação. Pelo visto, o único intocável para todos nós é o PVC. Algo que não surpreende.
Também gosto muito da nova geração de jornalistas brasileiros. Além dos já conhecidos Bertozzi e Hofman, também citaria o Rafael Oliveira e o Dassler. Entre os que ainda terão seu espaço, lembro do Daniel Leite que escreve bem demais. Sem falar no Braitner, um prodígio desde os 15, 16 anos.
Abraços.
Excelente...uma pena que ficará no nosso sonho. Tbém acho que Bertozzi teria lugar e eu gosto do MCP, embora discorde dele em mta coisa, assim como do Calçade, o que é natural.
Acho que só eu "odeio" o CANALHA. Om pior apresentador de programa de debates. Ele fica lendo bobagens no mural uns 300 minutos, não sabe conduzir debate nenhum, fica bravo e interrompe os outros analistas quando discordam dele, não conhece nada de futebol, gestão esportiva, e fica dando pitaco em área que não conhece nada...enfim, só atrapalha. E tenho a impressão - sinceramente, conviccção - de que ele arrasta o programa, fica olhando o relógio pra ver se está acabando o programa, o "trabalho".
uma pena, porque ele é carismáticoesentador,PODERIA ser um otimo apresentador, mas pra mim é péssimo.
Abs!
Também não gosto do Canalha como apresentador, Marcus. Realmente ele deixa claro a cada programa que não entende nada de futebol. É do tipo de sujeito que propõe o fim da lei do impedimento sem ter a mínima noção do que isso representaria para o futebol. Não dá.
Abs
Paulo Andrade, Juca, PVC, Calçade titulares, com MCP e Arnaldo Ribeiro de "reservas" em SP, e no Rio, Lúcio de Castro e Tostão ou Lédio Carmona.
Bem lembrado, Joe. Lédio Carmona certamente está entre os grandes nomes do jornalismo esportivo brasileiro. Seria uma ótima opção para a bancada carioca do programa.
Proponho um desafio pros colegas: agora, qual seria o time titular ideal para o programa Jogo Aberto, da Band? Opções: Edmundo, Neto, Denílson, Luís Ceará, Osmar de Oliveira, Leandro Quesada, Ulisses Costa, Mauro Beting (o único que se salva), assim vai... todos comandados pela bela Renata Fan. Difícil, não? hahaha
Aí é difícil hein, Johnny? Para o negócio ficar bom mesmo, colocaria o Miltão como apresentador. Nos comentários, as "feras" Denílson, Neto e Dr. Osmar. E, para "reforçar" o time, traria também o Müller. A hora do almoço nunca mais seria a mesma... haha.
Neto e Osmar são dois casos descarados de clubismo, nunca vi coisa igual. Junta eles contra o Milton Neves, então, dá nojo. Com eles o tal do "debate" vira um papo de bar, literalmente. Quanto ao Linha de Passe ideal, não tem jeito. PVC é hors concours. Um exemplo para a nova e para a velha geração de jornalistas.
Quando o assunto é o PVC, não poderia estar mais de acordo, Johnny.
E o nome de Lédio Carmona apareceu lá no primeiro comentário deste post, haha. Pra mim, é o melhor comentarista do Sportv. É excelente.
Verdade, Gustavo. Mas, apesar de seguir com seus ótimos comentários no Sportv, Lédio abandonou o Twitter por causa da ignorância de algumas pessoas que acham que se os comentários não são o que eles querem ouvir é porque o jornalista é vendido ou é torcedor no time tal. É foda...
Michel, acho que o programa pode ser agregado com a inclusão definitiva do Calçade e do Mauro e a saída do Trajano. O Palomino pode revezar com o Paulo Andrade, os dois são excelentes. O Marcio e o Fernando poderiam ser substituídos pelo João Maximo, que participa do Loucos por Futebol. O que acha? E parabéns pelo ótimo conteúdo do blog, desculpe aproveitar tal oportunidade, pois também possuo um blog que fala sobre futebol sulamericano, acho que posso fazer algo de bom nele, da uma olhada: http://lacopasemira.blogspot.com.br/ espero que goste. Abraços!!!
Opa, ótimo blog, Douglas. A começar pelo nome muitíssimo bem sacado.
Já estou seguindo.
Abraço e obrigado pela participação.
Que ótimo que você gostou, venho procurando melhorar pouco á pouco, acho que não chegarei ao nível de outros blogs como o seu, mas se eu chegar razoavelmente perto, estará ótimo. Outro abraço!
Da Sportv o José Lino é bom e o Vilaron tb, são pouco aproveitados. Na ESPN o Arnaldo Ribeiro poderia também ser mto mais utilizado, pq além de entender tudo é craque em criar polêmicas e dar uma apimentada nas discussões.
Agora, tirar o Trajano vocês tão de brincadeira, né? Aí é fanfarrinice. O cara é a ALMA da ESPN.
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