terça-feira, 24 de abril de 2012

Não foi uma derrota do futebol.

É perfeitamente compreensível que as pessoas lamentem a eliminação do Barcelona da UEFA Champions League. O time comandado por Pep Guardiola pratica o futebol mais encantador mundo, está sempre no ataque e ainda conta com o melhor jogador do planeta. Mesmo assim, a classificação do Chelsea não pode ser chamada de “derrota do futebol”. Pelo contrário, foi mais uma prova de como esse esporte pode ser fantástico e imprevisível.
Diante do poderio blaugrana, só havia um caminho para os Blues: se defender. Cobrir cada espaço, correr em cada bola, se entregar. Pode não ser algo plasticamente bonito, mas é emocionante e, por que não dizer, heróico. E deu certo. Agora, cabe ao técnico Roberto Di Matteo recuperar o fôlego do grupo, remontar um time que terá quatro importantes desfalques na decisão e tentar o voo final.
Ao Barcelona, cabe a reflexão. A eliminação de hoje não significa que tudo está errado e muito menos representa que a “Fórmula Barça” se esgotou. Grandes times da história também tiveram suas trajetórias vencedoras interrompidas e nem por isso foram menos especiais. Este não precisa ser o fim de um ciclo, mas é importante que diretoria catalã acredite nisso e mantenha Guardiola no cargo.
O futebol continua escrevendo suas linhas. E segue forte. Apaixonante.
Imagem: El País

16 comentários:

Danilo disse...

Mas porque as pessoas elogiam o Chelsea e criticam o São Paulo de Muricy ?

Michel Costa disse...

Boa pergunta, Danilo.
Acho que criticavam o São Paulo de Muricy porque ele sempre jogava um futebol pragmático e sem ideias contra qualquer adversário. No caso do Chelsea, creio que o time de Londres dançou conforme a música, ou seja, enfrentou o fortíssimo Barcelona da única maneira que considerava possível. Contra outros times, os Blues não costumam atuar da mesma forma. Nem contra o United no Old Trafford.
Espero que eu tenha respondido.

Abraço.

Thiago Ribeiro disse...

Estou escrevendo sobre isso agora, vejo, sim, como o fim de uma era. Não acho q o Guardiola fique.

mas, acima de tudo, é o fim porque a fórmula se foi. Hj foi a prova cabal. O Barça jogava com 4 homens à frente de Messi, mas sem infiltradores.

Era a diferença que fazia o lesionado David Villa. É o que eu comentei nos meus dois últimos posts sobre futebol, TODO MUNDO está dando as pontas pro Barça, e fechando com 2 volantes à frente da grande área.

O falso 9 de Messi fica inútil, pq tem q passar por 4 ou 5 defensores, ao mesmo tempo que ninguém entra dentro da área pra matar as jogadas.

A grande jogada de Messi foi justamente como um 10 clássico, encontrando um infiltrador pela esquerda, no caso o Iniesta.

Falta PEÇAS ao Barça, falta mesmo. A grande geração está aí, acabando. XAvi, Fábregas (q veio pra substituí-lo), Iniesta e Messi são realmente acima da média, mas se um deles está mal (como Xavi nos últimos jogos, e o Fábregas consigo), quem entra pra mudar alguma coisa? Tello, Cuenca? Quem pode ainda dar um caldo é o Thiago.

La Mazia está na entresafra, esses garotos vão dar frutos assim como Pedro, não é nenhum grande jogador, mas ajuda a formar um grande time.

Mas qdo vc chega na fase em que o cara que fez gols em todos os títulos de 2010, de um time q ganhou tudo - inclusive a copa do mundo - e ele é banco pra Tello e Cuenca, vê-se aí o problema.

O Barça vai se reerguer, mas eu já adiantei DEMAIS o meu texto aq...

Desculpe o tamanho da resposta, até...

Douglas Muniz da Silva disse...

E a mídia pachequista infelizmente vai tentar diminuir esse time brilhante, os mais antigos falarão: "Ta vendo!!! Esse time não tem outros craques fora Xavi, Iniesta e Messi, sem eles bem, o time não joga..." Acho que esse time não acaba por aqui e o futebol sempre sobreviverá, como aconteceu em 1954, 1974 e 1982... E meus parabéns por optar a fazer um texto que não aponta que o futebol morreu, por uma vitória de uma equipe que não jogou bonito, mas que conseguiu com raça, aplicação, seriedade, concentração e qualidade também em seu jogo, venceu um dos melhores (para mim o melhor) da história. Abraços...

Michel Costa disse...

Discordo, Thiago.
Depois do jogo, o presidente Rosell se adiantou para dizer que a filosofia do clube não mudará e que deseja a permanência de Guardiola. Além disso, duvido que essa derrota abale as convicções do técnico.
No entanto, talvez seja a hora de mudar alguns pontos do time, rever o posicionamento de Messi longe do gol e outros detalhes. Mas não acredito que tudo vá desabar.

Abraço e não se preocupe com o tamanho dos comentários. Eles são sempre bem-vindos.

Michel Costa disse...

Infelizmente, esse processo já começou, Douglas. Dá só uma olhada nesse texto ridículo: http://revistaalfa.abril.com.br/estilo-de-vida/futebol/o-fim-de-messi/
Lamentável.

Abraço.

Fabiano Dias disse...

O Chelsea entrou com uma proposta de marcar e sair para o contra-ataque, e deu certo. O Barça entrou em campo visivelmente pressionado, até diria nervoso, não conseguindo rodar o seu jogo de toc-toc envolvente de outrora. Quando o fez de forma mais lúcida e eficiente sairam dois gols. Fora isso, eles não estavam conseguindo achar aquele buraco na defesa do Chelsea, e muitas vezes Cech defendia ou a defesa fazia o bloqueio bem longe do perigo. Talvez, se tivesse arriscado um pouco mais, chutando mesmo de longa distância, a história seria outra. Tenho certeza de que essa proposta de toc-toc do Barça continuará, mesmo se num futuro não muito distante, ele o fizer com jogadores sem a mesma qualidade técnica de Xavi e Iniesta, que são as duas peças chaves desse meio de campo, pois isso já é uma marca do clube. Muito antes dessa geração já vi o Barça jogar dessa forma, com esse toc-toc envolvente, em épocas mais ofensivas, com Ronaldinho Gaucho por exemplo, ou em épocas mais defensiva com aquele treinador holandês que não gostava de brasileiros no time.

Douglas Muniz da Silva disse...

Me parece um certo Pachequismo ridículo esse texto do Alfa hein Michel, me parece que esse que escreveu é santista, ou "Neymarzete" que ainda sente muitas dores depois da derrota por 4 a 0 no Mundial e deseja algum percalço do Messi, por mínimo que seja para vingar aquela derrota... Infelizemente é um pouco da nossa mídia, que em alguns nomes que usam dela para falar (ou postar) imbecilidades, para não dizer outra coisa... Concordo contigo, lamentavel!!!

Alexandre Rodrigues Alves disse...

Abidal e Villa fizeram muita falta ao Barcelona quando a temporada afunilou; Guardiola tentou mudar demais o sistema tático do time sendo que os substitutos, principalmente no ataque, não deram conta do recado (muito por serem jovens, como Tello e Cuenca). O imponderável de 4 bolas na trave nos dois jogos também conta, mas não podemos nos esquecer que o Chelsea é uma grande equipe; marrenta, mas com bons jogadores experientes, que se dedicaram a partir do momento da chegada do Di Matteo, que armou o time de forma mais simples em campo. Além disso, um time que faz 3 gols praticamente nos descontos dos 2 jogos da semifinal, mostra que não está disposto a desistir do título e que está em uma fase iluminada (será que se mantém até Munique?) Sobre o time catalão, não creio que o "ciclo acabou"; se reforçar bem suas carências (zaga e ataque, com 2 bons reforços ao menos) e mantiver a cabeça fria, pode se manter no topo, juntamente com o Guardiola.

Michel Costa disse...

O toque de bola sempre foi uma marca do Barcelona, Fabiano. No entanto, esta geração é a que mais faz uso desse estilo. Barcelona de van Gaal também tocava muito a bola, mas tinha peças que fugiam um pouco do estilo como o nosso Rivaldo. O mesmo se aplica ao Barça de Ronaldinho que dependia mais de individualidades como Deco, Eto'o e o próprio gaúcho.

Abraço.

Michel Costa disse...

Chega a ser estranho saber que aquele texto foi escrito por um profissional, Douglas. Ele é infeliz do início ao fim. Parece aquele abutre que só está esperando a vítima morrer para atacar os restos. Para azar dele, nem Messi, nem o Barça estão mortos. Porém, lamentavelmente, esse sujeito não está sozinho em seu modo de pensar.

Michel Costa disse...

Sobretudo Villa, Alexandre. Cuenca e Tello podem vir a ser grandes jogadores, mas esse momento ainda não chegou. Nesse ponto, creio que a diretoria catalã se equivocou. Sem Villa e Afellay, o Barça poderia ter ido atrás de, pelo menos, mais um atacante. De qualquer forma, acho que os maiores problemas estavam na armação da equipe. Mas, quem vai cobrar de Guardiola, um técnico que ganhou muito mais da metade dos títulos que disputou?
Agora, o jeito é reunir os cacos, ver onde errou e partir pra outra.

Leonardo Prado disse...

amigos, nesses inverno o negócio é gravarmos o máximo possível de dvd's com as atuações do barça de pep guardiola para que nossos filhos possam conhecer o verdadeiro futebol total. pq esse time é um fenômeno. ataca muito, faz gol a rodo, baixa o cacete quando necessário, amassa o adversário, não suporta não ter a posse de bola, e sempre que mais. foi bom viver esse tempo. mesmo que por vezes eu tenha secado e desejado que eles perdessem, foi sempre querendo ver como alguem conseguiria para essa máquina de jogar futebol. que tempo bom esse que presenciamos assistindo esses caras.

MArcus Buiatti disse...

Achei os dois jogos épicos, maravilhosos. Sinceramente,até as semifinais, a Libertadoes estava me divertindo mais que a Champions (sem comprara nivel tecnico-tatico, claro).

Concordo com o texto, jogos heróicos assim, com o inferior derrotando o gigante tbém são parte da maravilhosa história do futebol.

MAS, se esta derrota viesse antes do Barcelona marcar época, deixar seu símbolo e seus conceitos para reflexão, AÍ SIM eu diria que o futebol perdeu! Porque um time como esse é dificil construir e além de encantar, quebrou alguns conceitos/paradigmas que estavam dominando o futebol mundial, pela comodidade e mediocridade dos tecnicos e analistas.

Infelizmente, este Barcelona que é um fenomeno, seria - como está sendo!!! - diminuido e mal compreendido se tivesse perdido antes. Vejam o abusrdo que se escvreve nas redes sociais e até por santistas que tomaram um baile! Diminuem MEssi, guardiola, a qualidade do time...infelizmente resultado no Brasil é o valor absoluto pra se analisar desempenho e construção de equipe.

Abs!

Michel Costa disse...

Salve, Leonardo!
Alguns jogos como a vitória sobre o United na última UCL e o massacre de Yokohama já estão devidamente guardados no HD da Sky. O único problema é que não tem como tirar de lá :P

Michel Costa disse...

Pode ser, Marcus. Mas aí não saberíamos que este Barcelona se tornaria tão grande. Aliás, imagine quantas boas equipes (nem digo como o Barça de Guardiola) se perderam pelo caminho por impaciência ou incompetência dos dirigentes ou até mesmo por falta de grana para bancar a permanência de jogadores que se valorizaram com o tempo. Para ficar num único exemplo, lembremos do Ajax com Ibra, Van der Vaart, Chivu, Sneijder e outros, mas que não chegou a sua plenitude porque o clube de Amsterdam não tinha como segurá-los. Felizmente, o mesmo não ocorreu com os catalães. Neste caso, talvez aquele mítico gol de Iniesta contra o Chelsea em 2009 possa ter feito alguma a diferença.

Abraço.