domingo, 25 de março de 2012

Contagem Regressiva: Março de 2012

Para um fanático por futebol, Copa do Mundo é muito mais do que um evento esportivo. É um período para se tirar férias do trabalho e só sair de casa para tratar de assuntos estritamente necessários. São semanas mágicas, onde um jogador consegue deixar o mundo mortal para fazer parte do panteão dos Deuses da Bola e, de quebra, transformar um país inteiro numa grande festa. É uma época para se rir, chorar, se emocionar. Enfim, é um momento que será guardado para sempre em nossos corações...
Esboço olímpico.
O técnico da Seleção Brasileira, Mano Menezes, divulgou no último dia 14 sua pré-lista de convocados para os Jogos Olímpicos de Londres. Entre os 52 atletas selecionados, 15 têm acima de 23 anos, porém, apenas três poderão figurar na lista de 18 jogadores que buscarão a inédita medalha de ouro.
Entre os ausentes estão nomes que em algum momento receberam o chamado do atual treinador como o goleiro Renan Reuter, o zagueiro Lúcio, os laterais Maicon, Mario Fernandes e André Santos, os meias Ramires e Kaká e os atacantes Robinho, Fred e Kléber. Seguindo a lógica vigente, não é difícil concluir que eles não fazem mais parte dos planos de Mano. O que, a julgar pelas boas fases de Ramires e Robinho e a recuperação de Kaká, pode representar um erro no futuro.
Enquanto isso, a presença de Ronaldinho continua um mistério insondável. Todas as explicações esbarram na forma física precária e na falta de interesse que o gaúcho vem demonstrando no Flamengo nos últimos tempos. Saber que o meia-atacante figura nos planos até mesmo para a Copa do Mundo, mostra o quão questionável vem sendo o trabalho de Mano Menezes.     
Abaixo, a lista completa* com os 52 jogadores (em negrito os acima de 23 anos):
Goleiros: Diego Alves (Valencia), Gabriel (Cruzeiro), Jefferson (Botafogo), Julio César (Inter de Milão), Neto (Fiorentina), Rafael Cabral (Santos) e Renan Ribeiro (Atlético-MG).
Laterais: Adriano (Barcelona), Alex Sandro (Porto), Daniel Alves (Barcelona), Danilo (Porto), Fágner (Vasco), Gabriel Silva (Novara), Galhardo (Flamengo), Marcelo (Real Madrid) e Rafael (Manchester United).
Zagueiros: Bruno Uvini (Tottenham), David Luiz (Chelsea), Dedé (Vasco), Juan (Inter de Milão), Lucas Mendes (Coritiba), Luisão (Benfica), Marquinhos (Corinthians), Romário (Internacional) e Thiago Silva (Milan).
Volantes: Allan (Vasco), Casemiro (São Paulo), Elias (Sporting), Fernandinho (Shakhtar Donetsk), Fernando (Grêmio), Rômulo (Vasco) e Sandro (Tottenham).
Meias: Bernard (Atlético-MG), Douglas Costa (Shakhtar Donetsk), Dudu (Dínamo de Kiev), Elkeson (Botafogo), Paulo Henrique Ganso (Santos), Giuliano (Dnipro), Hernanes (Lazio), Lucas (São Paulo), Oscar (Internacional) e Philippe Coutinho (Espanyol).
Atacantes: Alexandre Pato (Milan), André (Atlético-MG), Henrique (Granada), Hulk (Porto), Jonas (Valencia), Leandro Damião (Internacional), Neymar (Santos), Ronaldinho Gaúcho (Flamengo), Wellington Nem (Fluminense) e Willian José (São Paulo).
Diante desses nomes – que serão reduzidos a 35 um dia antes do amistoso com a Argentina – e dada as carências da atual geração sub-23, é possível tentar esboçar os 18 jogadores que estarão na Inglaterra.
No gol, a fase irregular de Júlio César deve fazer com que a camisa 1 seja herdada pelo santista Rafael. Para sua reserva, Neto é o que detém o maior número de convocações entre os sub-23. No centro da defesa, Thiago Silva só não estará presente caso se lesione ou o Milan vete sua participação. Como não houve teste de zagueiros mais jovens, o parceiro de Thiago deve ser mesmo o irregular David Luiz. E, por absoluta falta de opções, Bruno Uvini deverá ser o reserva imediato da dupla.
Nas laterais, acredito que Danilo seja o titular da direita. Com isso, a terceira e última vaga para jogadores acima de 23 anos ficaria com o madridista Marcelo. Somaria aos dois, Alex Sandro, que se saiu bem quando necessário.
O meio-campo inicial deve ser composto por Sandro, Casemiro e Ganso.  O volante Rômulo e o meia Oscar completariam o setor. Lucas, Neymar e Damião formariam o tridente ofensivo. Alexandre Pato, caso pare de se contundir, e André completariam o esboço da lista. 
Deste modo, o onze inicial (escalado num 4-3-3) seria formado por Rafael; Danilo, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Sandro, Casemiro e Ganso; Lucas, Damião e Neymar. Neto, Bruno Uvini, Alex Sandro, Rômulo, Oscar, Alexandre Pato e André seriam os suplentes.
Sem dúvida um bom time, mas que nunca atuou junto. Muitos culpam a CBF por esse problema, mas, desta vez, a entidade realmente não tinha muito o que fazer uma vez que simplesmente não há espaço para o selecionado no calendário e até mesmo o processo classificatório é feito no através do Sul-Americano Sub-20, competição que não espelha corretamente os escolhidos para os Jogos de Londres. Assim, resta ao discutido Mano Menezes a “simples” tarefa de tentar organizar sua equipe durante a preparação e conquistar o único título que o futebol brasileiro não tem e, de quebra, manter seu empreso. Fácil, não?    
De olho na Copa: O espólio de Teixeira.
Com a renúncia de Ricardo Teixeira à presidência da CBF, ao Comitê Organizador Local (COL) e ao Comitê Executivo da FIFA, surgiu um grande vácuo de poder no futebol nacional. Neste momento, a presidência da CBF é exercida por José Maria Marin, O COL provavelmente ficará sob a responsabilidade de Ronaldo até o Mundial e o presidente da federação paulista Marco Polo Del Nero é o novo representante da América do Sul na FIFA. Ou seja, o que antes era centralizado por uma única pessoa, agora está dividido entre três. No caso do ex-atacante, repercutiu bastante o comentário de que ele admite a possibilidade de presidir a Confederação Brasileira a partir de 2015. Sem nenhuma preparação técnica para o cargo, o Fenômeno contaria muito mais com seu carisma do que qualquer outra coisa. Todavia, diante dos problemas que o futebol enfrenta neste país, é bem provável que isso não seja o suficiente.   
Confira abaixo, o andamento das obras nas doze sedes:         
Dentro do previsto: Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza e Salvador;  
Apresentando atrasos: Cuiabá, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro e São Paulo;
Situação preocupante: Curitiba, Manaus e Natal.
* Fonte: globoesporte.com
Imagens: CBF News, Nike e Estadão

12 comentários:

Alexandre Rodrigues Alves disse...

Acho que o principal problema da Seleção Olímpica é a velha soberba de achar que temos craques e vamos ganhar fácil; sem treino e com todo oba-oba midíatico (dessa vez, por parte da Record) que certamente teremos em cima de Neymar e Ganso, vejo problemas para esse time ganhar a medalha de ouro olímpica, a não ser que os jogadores decidam por si só e o Mano consiga armar a equipe e blindar os jogadores, como conseguiu por certo tempo no Corinthians. De todo modo acho a situação complicada. Sobre o Ronaldo na CBF o Tostão fala sobre o evidente conflito de interesses de um empresário, que é o que ele é de fato hj, estar a frente da Seleção ou CBF como ele diz querer; o fato é que ele se adaptou bem ao terreno pantanoso que vemos em nosso futebol; sobre o Del Nero ele tem hj o maior poder de influência sobre o Marin, precisamos ver a pressão das outras federações e como isso pode ir para a frente.

Alexandre Rodrigues Alves disse...

Sobre o time: Acho o David Luiz bem irregular, meio estabanado, não confio nele como titular da Seleção nesse momento; o Casemiro, que é bom jogador, tem de se conscientizar que num esquema desses tem de ajudar mais a proteção da zaga; no restante o time tem bons nomes, mas tem de ver se forma um time de fato.

Michel Costa disse...

Não poderia estar mais de acordo, Alexandre. Mais uma vez, a Seleção Olímpica terá que ser montada em cima da hora e, mesmo assim, se verá obrigada a conquistar o ouro.

Sobre a citada coluna de Tostão, indiquei-a no Twitter justamente por concordar com o ex-jogador. Ronaldo não está preparado para o cargo. No entanto, a julgar pelos cartolas especulados, chego a pensar se o Fenômeno não seria uma escolha MENOS pior.

A respeito do time, também não confio muito em David Luiz. O problema é que Dedé, melhor nome para atuar ao lado de T.Silva, nunca foi testado por Mano e anda se metendo a ser centroavante com uma frequência preocupante. Alguém poderia lembrá-lo de sua primeira função em campo, pois, de resto, o vascaíno é um tremendo zagueiro.

Alexandre Rodrigues Alves disse...

Também acho que, em relação aos nomes citados, o Ronaldo nem seria o pior absoluto, mas o conflito de interesses atrapalha e muito as pretensões dele (pelo menos em um país sério atrapalharia).

O Dedé tem idade olímpica, ou entraria sendo um com mais de 23?Sobre ele ir jogar de centroavante de vez em qdo: O Vasco parece que perdeu meio que o encanto do ano passado; reintegrar C.Alberto é piada. Voltando ao Dedé, também acho que ele poderia ir, caso pudesse, e achei ridículo Kaká e Robinho não estarem nem na pré-lista de 52 e o R.Gaúcho estar nela.

Michel Costa disse...

Dedé não tem idade olímpica, Alexandre. Ou seja, o Brasil não tem nenhum grande zagueiro abaixo dos 23 anos e isso deve implicar na utilização de um ou dois jogadores mais velhos no setor.
Sobre Kaká e Robinho, eu até entendo a preferência por outros nomes, o que eu não entendo é a preferência por Ronaldinho que não vem jogando em alto nível há tempos.
Quanto ao Vasco, creio que as pessoas se baseiam demais nos resultados. Quando tudo ia bem dentro de campo, estava tudo perfeito. Quando a produção do time caiu, os problemas internos começaram a vir à tona.

Alexandre Rodrigues Alves disse...

Concordo que os bons resultados do Vasco realmente esconderam os erros da gestão do Dinamite, além disso o elenco nem é tão forte assim, as coisas tiveram também o impulso do problema do R.Gomes, que fez o alguns jogadores se superarem. No caso da Seleção realmente a falta de um bom zagueiro jovem pode pesar; o Uvini é pesado para jogar no sistema de 2 zagueiros, e não pintou alguém com grande capacidade para jogar ali.

Michel Costa disse...

Além de ser um zagueiro pesado, Uvini não vem jogando com o time principal do Tottenham. Ou seja, nem ritmo de jogo terá. O mesmo se aplica ao interista Juan Jesus, contratado em janeiro, mas que ainda não apareceu no time de cima. Sem dúvida, a maior carência da Seleção Olímpica está na zaga.

Alexandre Rodrigues Alves disse...

O que mais me chama atenção nessa coisa de Seleção Olímpica são duas coisas: a preparação menos ruim foi aquela do Zagallo para 96 e quando chamaram o Ricardo Gomes fizeram uma coisa certa, desmembrar a Seleção principal dessa obssessão por medalha de ouro olímpica, só que aí a Seleção nem foi para Atenas e esqueceram essa boa idéia; o Ney Franco poderia ser o técnico e ir montando o time com mais calma por esses 2 anos que já se passaram.

Michel Costa disse...

A preparação de 96 foi mesmo a melhor que tenho lembrança. Mas havia a diferença entre os calendários da época e atual, onde o antigo permitiu a realização de mais jogos, inclusive um amistoso muito bacana contra a Seleção do Resto do Mundo.
Em 2000, a preparação também foi bem, pelo menos na fase de classificação. Porém, quando os problemas de Luxemburgo com a justiça vieram à tona, o time desandou. Vale lembrar também que Luxa acatou o pedido dos jovens jogadores que não queriam nenhum veterano. Não sei até que ponto o time ganhou com isso.
Em 2004, R.Gomes até que tinha boas intenções, mas os desfalques de nomes importantes como Kaká e a falta de seriedade de alguns nomes como Diego e Robinho podem ter pesado.

Alexandre Rodrigues Alves disse...

Só para registrar, não sou fã do Zagallo; muito da preparação realmente veio desse tempo maior para amistosos e mesmo assim ele não conseguiu montar uma defesa decente (em que pese as trapalhadas inesperadas do Aldair e do Dida). E sou fã ideia de separar as seleções não do trabalho do R.Gomes na ocasião; acho uma pressão exagerada e desnecessária para o técnico da principal treinar tb a Olímpica, mas já que o Mano quis e aceitou isso...

Michel Costa disse...

Sem grandes títulos na carreira e com uma boa geração nas mãos, Mano Menezes não quis abrir mão dos Jogos. Se conquistar o ouro, o treinador terá mais tranquilidade para conduzir a Seleção até a Copa. Como escrevi, essa geração pode ser campeã e o único rival aparentemente com cacife para vencê-la é a Espanha.
Mas, em caso de derrota, a pressão em cima dele ficará insuportável. Não duvido de uma troca de comando ainda neste ano. Vamos aguardar...

Anônimo disse...

Acho q vai Fernando ao inves de Romulo e Coutinho ao inves do André mas de resto ta certinhoo