quinta-feira, 21 de abril de 2011

Um treinador de títulos.

Apesar da derrota para o Real Madrid por 1 a 0 na final da Copa do Rei, o Barcelona ainda é o melhor time da atualidade. E, para muitos, um dos melhores da história. Mas isso não significa que os comandados de Pep Guardiola sejam imbatíveis e muito menos que só exista uma forma de jogar.
Durante os últimos dias, o técnico merengue José Mourinho ouviu diversas críticas sobre a maneira como armou sua equipe para enfrentar o toque de bola do Barça. O holandês Johan Cruyff, ídolo dos catalães e corneteiro de plantão, chegou a dizer que o português não era um técnico de futebol, mas de títulos. Após o empate em 1 a 1 pelo campeonato espanhol, Alfredo Di Stéfano, lenda do Real Madrid, comparou o time a um rato diante de um leão.
Ontem, o que se viu foi diferente. Mourinho armou uma equipe capaz de manter a pegada, mas atacar também. Deste modo, viu sua equipe ser melhor no primeiro tempo, ceder espaço no segundo, mas vencer de maneira histórica e heróica na prorrogação. Após a conquista, Mourinho respondeu indiretamente a Cruyff e disse que gosta de ser um treinador de títulos.  
A verdade é que não existe apenas uma maneira de se jogar futebol. O Barcelona tem o grande mérito dar espetáculo em campo e ser extremamente competitivo ao mesmo tempo, mas isso não significa que todos precisam copiar esse modelo. Até porque, poucos poderiam fazê-lo já que isso envolve o desenvolvimento de um estilo, uma escola formadora de atletas moldados para jogar da maneira desejada.
Partindo desse princípio, cada técnico precisa montar sua estratégia de acordo com o que tem em mãos e observando, logicamente, os adversários que terá pela frente. Um caso emblemático é o da Grécia campeã da Euro 2004. De que outra forma os helenos poderiam vencer a maior competição da Europa se não apostando numa defesa trancada, nos contragolpes e na bola aérea? Talvez os puristas acreditem que o selecionado de Otto Rehhagel poderia atuar de maneira leve e solta, com a bola no chão e seja o que Zeus quiser. Mas todos sabem o que aconteceria caso essa decisão tivesse sido tomada.
Da mesma forma, Mourinho tomou as decisões corretas para uma final diante de um time que é coletivamente melhor que o seu. Questionam a saída precoce de Özil, mas, no geral, a estratégia adotada pelo treinador se mostrou a mais correta. Crítico feroz desse estilo, Cruyff acredita que o futebol existe para entreter as pessoas. Pode até ser, mas desde que o time pelo qual estejam torcendo vença. E vencer é o Mourinho mais saber fazer.
Crédito da Imagem: Getty Images.

5 comentários:

Thomas de Carvalho Silva disse...

Não à toa, Mourinho é o Special One. 4 Copas nacionais conquistadas, 3 delas nos maiores centros do futebol euoropeu (Inglaterra, Itália e Espanha). Nada mais falta à Mourinho para q seja considerado um dos maiores treinadores da história do futebol - a não ser, claro, uma Copa do Mundo. Não duvido que um dia venha a conquistá-la, não com Portugal, seleção muito aquém de suas capacidades, mas sim com a Inglaterra ou a Espanha.

Michel Costa disse...

Pode ser, Thomas. Embora Mourinho sempre tenha dito que seleção para ele é só mais para o final da carreira. Antes, acredito que o Special One realiza seu sonho e volta à Inglaterra, estabelecendo uma nova Era em algum clube.
United, talvez?

Abraço.

Thomas de Carvalho Silva disse...

Que seja no Liverpool, hoje, o "gigante" mais carente de títulos!

Thomas de Carvalho Silva disse...

E torço por uma final entre Shalke e Real Madrid!

Michel Costa disse...

Schalke vs. Real Madrid seria mesmo uma final e tanto. Raúl encontrando o clube de sua vida numa decisão histórica.
Mesmo assim ainda acredito no United. Pra mim, a final terá Red Devils contra Blaugranas.
A conferir...