sábado, 13 de outubro de 2012

Noves fora

Ao que tudo indica, a iniciativa de Mano Menezes de testar a Seleção Brasileira sem um centroavante está deixando de ser apenas uma alternativa para alguns jogos para se tornar a primeira opção do técnico. Obviamente, essa possibilidade surgiu a partir do momento em que os jogadores da posição não renderam o esperado, embora isso não signifique que um homem de área não possa entrar em campo caso a partida assim necessite.
Do mesmo modo, essa concepção de jogo não parece ter sido fruto de intensa reflexão do treinador, mas resultado de diversos testes – entre jogadores e sistemas – realizados nesses dois anos de trabalho. Foi quase um achado, por assim dizer. Todavia, mesmo que tenha alguma dose de acidental, a verdade é que a Seleção está encontrando sua melhor movimentação ofensiva justamente ao alinhar jogadores capazes de se deslocar rapidamente e encontrar espaços nas defesas adversárias.
Na vitória por 6 a 0 sobre a frágil seleção do Iraque, Mano escalou Neymar à frente de uma linha de três composta por Hulk, Oscar e pelo reestreante Kaká que foi bem. Isso na teoria, pois na prática o time não guardou posição e muitas vezes a joia santista saiu da área para criar jogadas, enquanto Oscar e os outros vinham de trás para concluir os lances. Logicamente, essa nova formação carece de testes mais pesados, porém, as primeiras impressões são positivas.
O que também é inevitável é a imediata comparação com a Seleção Brasileira de 1970 que também não tinha um jogador mais fixo à frente, mas tinha no craque Tostão seu homem mais adiantado, enquanto Pelé partia do meio-campo e Jairzinho entrava em diagonal pela direita. Cabe esclarecer, porém, que não se trata de comparar um selecionado em formação com um dos maiores esquadrões de todos os tempos. Contudo, não deixa de ser um exemplo de que não é impossível atuar dessa forma.
Imagem: Yahoo

7 comentários:

Danilo disse...

Mano quer o Brasil jogando como protagonista. Esse esquema teve excelente movimentação para passar uma retranca, mesmo que não seja forte. Mas não testou a sua transição defensiva, ou seja, ainda não lidou com esse esquema contra um contra-ataque. Jogos contra o Japão e principalmente Colômbia testará isso. Equipes que marcam bem, tem bom contra-ataque e é eficiente com a oportunidade que encontra.

Danilo disse...

Jogar sem centro-avante causará estranheza na maior parte da imprensa. Não acompanham futebol e não possuem conhecimento. E tem resistência para ter e com quem tem. Serão divergentes com o Brasil sem um "9". Tendo Damião, Luís Fabiano, Fred e outros. Que não são lá essas coisas, comparando o passado recente do Brasil que teve Romário e Ronaldo. Analogamente, em vez de "Bota ponta, Telê" será "Bota centro-avante, Mano".

Alexandre Rodrigues Alves disse...

Também acho que a defesa precisa ser testada com um meio campo mais leve, sem um pegador na cabeça de área; acho a idéia de se jogar sem um 9 pode funcionar dependendo do jogo; se o Mano conseguir fazer os 2 esquemas conviverem e os jogadores entenderem a proposta a seleção pode ter mais opções; eu prefiro um esquema com um centroavante, mas se você tem muitos jogadores de habilidade, pode fazer com que o time jogue em essa referencia mais fixa.

Michel Costa disse...

Acho que as pessoas pedirão um centroavante se os gols não estiverem saindo, Danilo. Se bem que, para a maioria que vê o sistema mostrado pela Globo, o Brasil está jogando num 4-4-2 com Hulk e Neymar formando a dupla de ataque... hehe.

Michel Costa disse...

Concordo, Alexandre. A defesa não foi testada contra o Iraque. É bem provável que diante de um adversário mais forte Mano apostará na entrada de mais um volante com Ramires caindo pela direita na vaga de Hulk. Vamos ver como ele escalada o time diante do Japão. Afinal, é justamente naquele espaço que o Kagawa atua.

gustavo disse...

Michel, acha que funcionaria este time: http://this11.com/boards/abDx2P6aki.jpg ??
Abraços!

Michel Costa disse...

Gostei desse meio-campo, Gustavo. Todos sabem jogar e o futebol caminha nesse sentido. Pena que Mano parece ter descartado de vez Hernanes de sua lista. E, como Dunga também não manteve o jogador no grupo, presumo que exista algo que nós não sabemos. Um comportamento em grupo ou um grau alto de nervosismo, talvez.

Abraço.