Pense rápido: O que Denílson, Robinho, Rivaldo e Kaká têm em comum? A resposta é que os quatro deixaram o País sob diferentes expectativas e ao chegarem à Europa tiveram desempenhos que não eram imaginados pela maioria. Enquanto os dois primeiros foram bem abaixo do esperado, os últimos foram sucesso por muitas temporadas. Denílson, considerado quase um Garrincha da ponta-esquerda, foi durante muitos anos a contratação mais cara envolvendo um jogador brasileiro. Contratado junto ao modesto Bétis, nunca correspondeu às expectativas. Por sua vez, Robinho desembarcou em Madri para se tornar a resposta merengue a Ronaldinho, então astro do Barcelona. Embora não tenha sido um fiasco completo, também fracassou. Enquanto isso, Rivaldo e Kaká, vistos com desconfiança, tiveram carreiras brilhantes no Velho Continente e alcançaram, com justiça, o título de melhor do mundo em 1999 e 2007.
Neste momento, Neymar é o brasileiro atende pelo epíteto de futuro craque mundial. Rápido, driblador e artilheiro, parece questão de tempo para a jóia da Vila alcançar o topo. Por outro lado, a desconfiança atende pelo nome de Lucas Moura. Alvo de Internazionale e Manchester United, o meia do São Paulo está longe de ser unanimidade por aqui. Considerado imaturo quando comparado com Neymar e marcado pela irregularidade em seu time, Lucas é apontado por muitos como um embuste. Algo que, de certo modo, faz lembrar o que aconteceu com Rivaldo e Kaká.
Lucas, assim como os dois craques, é visto com desconfiança até por sua própria torcida. Nem mesmo sua velocidade, forte chute e lampejos de puro talento conseguem demover a imagem que fazem dele. Muito menos os 20 anos lhe servem como desculpa. Não por acaso, não falta quem considere exagerados os supostos 38 milhões de euros com os quais o United assinalou sua última proposta. Mas talvez não seja pelo ponto de vista do clube inglês. Acostumados a grandes contratações, os olheiros dos Red Devils provavelmente tabulam todos os dados do jogador em questão, seus pontos fortes e fracos e sua margem de crescimento. Tudo cientificamente, na medida em que o futebol permite ser. No entanto, muitos preferem a análise romântica que mede o número que grandes jogadas por partida, uma pedalada sem propósito no meio-campo ou, no máximo, o número de gols. Creio que já vimos esse filme antes. Se o final será o mesmo, só o tempo dirá.
Imagem: Fox Sports
4 comentários:
A questão é se o Ney Franco terá tempo (e competência) para resolver e ajudar o Lucas a evoluir. Sobre o Lucas especificamente, penso que ele não precisa ser vendido agora; o país vive um momento de manutenção de alguns jovens promissores e ele pode ficar até 2014 pelo menos para que o SP possa montar um time melhor ao redor dele.
Ontem surgiu a informação de que Mano Menezes disse em off para o Arnaldo Ribeiro que Lucas involuiu nos últimos tempos. Para o jornalista, isso pode ter a ver com a sequência de treinadores medíocres que o SPFC teve no período. Mesmo assim, Mano chegou a dizer que o jogador não sabe nem a posição em que mais gosta de atuar. Se for assim, é bom que Ney Franco - que tem muita experiência na base - trabalhe firme com ele.
Particularmente, se eu fosse dirigente venderia Lucas . O Tricolor carece de muitos jogadores, sobretudo na defesa, e esses 38 milhões poderiam ajudar muito.
Em relação ao posicionamento dele em campo, realmente ele foi prejudicado por Adilsons e Carpegianis da vida (o Leão, mesmo sendo meio arcaico, ainda acho menos ruim do que os outros). Além disso ele abusou um pouco do individualismo em alguns jogos e não conseguiu render tudo que podia.
Sobre os reforços, realmente o time precisa principalmente na defesa, mas vc, para ter um time vencedor, tem também de ter peças desequilibrantes; a diretoria do SP hoje não parece capaz de montar esse time com um vindouro dinheiro; a princípio, nesse caso, também dificultaria a venda como o JJ fez, mas também buscaria reforços "cascudos" para o time.
Creio que são esses jogadores mais cascudos que tanto fazem falta ao São Paulo, Alexandre. Na defesa tricolor essa carência fica ainda mais evidente. Penso na saída de Lucas para viabilizar a montagem de um time que lembre mais o que ganhou tudo entre 2005 e 2008, mas se o clube tiver condições de manter a jovem promessa e mesmo assim se reforçar, então não há dúvidas sobre o que fazer.
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