sábado, 3 de dezembro de 2011

Pontos e Vírgulas.

Coluna destinada a comentar as opiniões emitidas pelo órgão responsável pela chegada de informações ao público aficionado por futebol: a imprensa esportiva. Afinal, bem ou mal, é através dela que tomamos conhecimento de (quase) tudo o que cerca o mundo da bola.
“Não se faz Copa do Mundo com hospital”
Não resta dúvida de que a frase dita por Ronaldo foi infeliz. Num país carente de um sistema de saúde mais digno, a colocação do ex-jogador soou fria e mal calculada. Novo homem forte do Comitê Organizador Local da Copa de 2014, o Fenômeno tentou justificar os gastos com o Mundial dizendo que é possível investir em várias frentes:
"Acho que se gasta em tudo. Está sendo gasto também muito dinheiro em saúde, segurança, mas vamos receber uma Copa. Sem estádio não se faz Copa. Não se faz Copa do Mundo com hospital. Tem que ver o que você quer, o que é melhor. Não faço parte do governo. Só tenho certeza que vou fazer o melhor para termos a melhor Copa do Mundo."
Agora, lendo a declaração completa, a única coisa que fica óbvia é que ela foi descontextualizada por uma parcela da imprensa que se posta incondicionalmente contra o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Do jeito que foi usada, fizeram parecer que Ronaldo desdenhou da importância de hospitais para o País, quando claramente o que ele quis dizer é que para se organizar uma Copa, o Brasil precisar erguer ou reformar seus estádios. E isso é verdade.
É importante dizer que não discuto aqui os gastos absurdos com reformas e construções de novas arenas e os prováveis desvios de recursos. Tudo isso pode e deve ser fiscalizado pelos órgãos públicos e também pela sociedade. Porém, descontextualizar uma frase com o intuito de colocar lenha mais na fogueira e instigar a revolta das pessoas não passa de desonestidade intelectual, algo que só serve para empobrecer o debate.
Crédito da imagem: AFP

Nenhum comentário: