domingo, 24 de abril de 2011

Tipos de Jornalista Esportivo.

Baseado na série de posts do blog de Maurício Stycer intitulada Tipos de Leitor – espaço onde o jornalista destrincha os habitantes da blogosfera – o “Além das Quatro Linhas” abordará os diferentes tipos de jornalistas das mais diversas mídias. Mas, como este blogueiro se limita ao assunto futebol, vamos manter o foco apenas nos jornalistas esportivos...
O Chapa-Branca.
Por definição, o termo “chapa-branca” se refere ao veículo de imprensa que, financiado por algum órgão público, se presta a informar apenas o que lhes interessa. No caso do jornalista esportivo, o Chapa-Branca pode se apresentar de diversas formas, sendo que em todas elas a verdadeira opinião está subjugada por interesses maiores.
A Copa do Mundo que se avizinha é um dos temas que mais produziram o jornalismo esportivo chapa-branca nos últimos anos. Como a intenção de grandes veículos não é desvalorizar a mina de ouro que é um Mundial no Brasil, muitos simplesmente se recusam a divulgar notícias que envolvam questões como o superfaturamento de obras ligadas ao evento ou conchavos políticos dos responsáveis pela organização. Para esses, Ricardo Teixeira é quem dá as cartas.
Outra versão do “chapabranquismo” também pode ser notada na verdadeira devoção de alguns jornalistas às causas da instituição em que trabalham. Pouco importa se a decisão é prejudicial ou não ao esporte brasileiro. Mais vale o discurso institucional, que deve ser divulgado e defendido.
Um bom exemplo se deu quando executivos globais tentaram o retorno da fórmula do chamado mata-mata ao campeonato brasileiro. Na tentativa de convencer a todos que o sistema antigo era melhor, diversas falácias foram colocadas na mesa como se fossem verdades absolutas. De todas elas, a mais simplória foi dita por Galvão Bueno: “Se ponto corrido fosse bom, Copa do Mundo seria disputada assim”.  Desnecessário explicar a fragilidade de tal argumento.
Assim como o Merchan, o Chapa-Branca é bem perigoso, pois também presta um desserviço à população ao induzi-la a acreditar em algo que é de seu exclusivo interesse, sem preocupação com gastos públicos ou com a ética da profissão.
E você, conhece algum jornalista chapa-branca?

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