Para um fanático por
futebol, a Copa do Mundo é muito mais do que um evento esportivo. É um período
para se tirar férias do trabalho e só sair de casa para tratar de assuntos
estritamente necessários. São semanas mágicas, onde um jogador consegue deixar
o mundo mortal para fazer parte do panteão dos Deuses da Bola e, de quebra,
transformar um país inteiro numa grande festa. É uma época para se rir, chorar,
se emocionar. Um momento que será guardado para sempre em nossos corações...
Cuidado com os santos
de barro
Quando Neymar saiu de campo amparado por dois
membros do corpo médico do Barcelona ainda no primeiro tempo da partida contra
o Getafe, temeu-se pelo pior. Principal atacante da Seleção Brasileira, Neymar
é a maior esperança de título no Mundial e, caso a lesão fosse séria, o técnico
Luiz Felipe Scolari teria sérios problemas para escalar sua linha de frente na
Copa. Felizmente, as notícias vindas da Catalunha informam que Neymar ficará de
molho por cerca de um mês, sem riscos de desfalcar o Brasil. Aliás, no atual
momento, a maior preocupação do jogador e de seu staff são as denúncias envolvendo os valores de sua
transferência do Santos para o Barcelona. Imbróglio este que culminou com a
renúncia do presidente barcelonistaSandro Rosell.
Bem mais grave foi a lesão sofrida pelo centroavante
Radamel Falcao García em duelo do Monaco contra o pequeno Chasselay pela Copa
da França. Após uma forte entrada do defensor Sonner Ertek, o colombiano teve
rompimento dos ligamentos de seu joelho esquerdo. Operado, a chance de vermos o
avançado em ação na Copa do Mundo são hoje de 50%. Menos conhecido do grande
público, o costarriquenho Bryan Oviedo, volante do Everton, fraturou tíbia e
fíbula em um lance casual pela Copa da Inglaterra. Lamentavelmente, suas
chances de estar em campo no meio do ano são quase nulas. Com isso, Oviedo se
junta ao inglês Theo Walcott e o australiano Robbie Kruse como ausências no
Mundial 2014.
Restam menos de cinco meses para o início do
torneio. E, quanto mais próxima estiver a Copa, menor o tempo de recuperação para
os atletas. Jogadores com histórico de lesões como o atacante Fred serão
observados de perto por torcedores, imprensa e, sobretudo, pelas equipes médicas
das seleções. Todo o cuidado é pouco.
De olho na Copa
O encontro
de Dilma Rousseff com o presidente da FIFA, Joseph Blatter, em Zurique é o
sinal de que as coisas não andam bem nas obras inacabadas dos estádios para a
Copa do Mundo. A reunião em território suíço ocorreu apenas dois dias depois do
dirigente ameaçar excluir a cidade de Curitiba como uma das sedes do Mundial
devido aos atrasos na entrega da Arena da Baixada. "Os estádios são obras relativamente simples. O governo
fará todo empenho para fazer a Copa das Copas, isso inclui estádios,
aeroportos, portos, tudo o que for necessário para que o país receba todos aqueles
que vão nos visitar", afirmou a presidenta do Brasil, numa visita
oficialmente tratada como de cortesia. Por sua vez, Blatter mudou o tom anterior
e disse ter confiança de que "O Brasil vai organizar uma grande Copa do
Mundo”.
Paralelamente, a realidade se mostra mais preocupante. Culpando
a prefeitura de Curitiba e o governo do estado do Paraná pelo atraso na entrega
da Arena da Baixada, o presidente do Atlético Paranaense, Mario Celso Petraglia,
alega o descumprimento do tríplice acordo que liberaria os recursos para a
conclusão da obra. Em São Paulo, a Arena Corinthians, sede da abertura da Copa,
teve o prazo máximo de entrega estipulado para 15 de abril e terá eventos-teste
em três situações diferentes de público antes de sua liberação final. Segundo o
ex-presidente do clube paulista, Andrés Sanches, o estágio atual das obras em
Itaquera é de 97%.
Confira o andamento das obras para o Mundial de
2014:
Obras concluídas: Belo Horizonte, Brasília, Ceará, Natal, Recife, Rio
de Janeiro e Salvador;
Situação preocupante:
Manaus e Porto Alegre.
Situação alarmante: Cuiabá, Curitiba e São Paulo.
Imagens: AFP, PR
2 comentários:
Existe ainda a preocupação dos jogadores chegarem muito desgastados à Copa; penso que no mínimo deveria haver um espaço de 1 mês sem nenhum jogo entre o fim da temporada européia e o começo da Copa para que todos pudessem chegar em boas condições. Ou então que a Copa fosse transferida para uma outra data, sem que haja esse impacto de fim de temporada. É algo a se pensar; a final da UCL será no fim de maio, ou seja, alguns jogadores terão menos de 20 dias de preparo para o Mundial e penso que isso influencia um pouco no nível da competição.
Existe muito jogo de cena nessa questão da Copa; penso que o erro do governo brasileiro foi lá atrás ao aceitar fazer o torneio com mais sedes do que o necessário; mas aí sabemos dos diversos interesses por trás disso. Agora todas essas reuniões são mais teatros, que podem até discutir uma ou outra coisa séria, mas o básico já está fechado: teremos Copa, mas perdemos a chance de melhorar a infra-estrutura de nossas cidades.
Salvo engano, essa é uma sugestão de Arrigo Sacchi, Alexandre. Para o ex-técnico, a Copa deveria acontecer no início de cada temporada e não nas férias dos jogadores. Difícil - pra não dizer impossível - é comprar essa briga com os clubes, sobretudo, da UEFA.
Ontem, durante Chelsea 1x0 Stoke, PVC lembrou que a boa forma de Oscar poderia esbarrar na grande quantidade de jogos que o Chelsea terá até o Mundial. Na Copa das Confederações, o desgaste do meia foi crucial para uma participação ofensiva mais discreta.
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