
Agora treinador, Fernando Diniz também
se diferencia de seus novos pares. Comandando atualmente o Grêmio Osasco Audax,
time que disputa a primeira divisão paulista, tem chamado a atenção do meio
esportivo pelo estilo implantado em sua equipe. Com clara inspiração no
Barcelona de Pep Guardiola, o Audax preserva o toque de bola acima de tudo e
não apela para chutões nem em momentos de alta pressão dos adversários. Uma
prática que não deve garantir a classificação para as oitavas de final do
campeonato estadual e que talvez careça de mais qualidade dos atletas, mas que já deixou sua marca. Nem que seja
pela distinção dos demais.
Ex-comandante de Fernando no Fluminense,
Flamengo e Santos, Oswaldo de Oliveira tem uma opinião não muito esperançosa
quando o assunto é a aplicação desse estilo nos grandes times do País: “Lá a
chinelada não arde tanto quanto arde nos nossos jogadores. Mas realmente é uma
forma inteligente e ousada de jogar”, diz o atual técnico do Santos, ciente da
pressão por resultados imediatos tão típica de nosso futebol.
Logicamente, o técnico do Audax
discorda. Para Fernando Diniz, os grandes times podem apostar nesse estilo
desde tenham paciência e confiança no trabalho. No entanto, o jovem treinador
tem consciência de que tudo está ligado à performance da equipe: "Não tem
sustentação de jogo sem resultado, mas ele não caminha separado da
produtividade, do jogar bem, jogar bonito. Se eu começo a ganhar com o time
jogando muito mal, eu tenho muito mais preocupação do que empatar ou perder
jogando bem. Não olho só resultado, mas acaba sendo essencial",
afirma.
Não restam dúvidas de que a mentalidade expressa acima se
difere do que pensa a maioria dos nossos treinadores. E isso só faz aumentar a
expectativa de um dia vermos Diniz chefiando algum time tradicional do Brasil. Todavia,
como o próprio técnico assegura, toda e qualquer estratégia do futebol tem
compromisso com o resultado. Antes de tudo, um treinador monta sua equipe com o
objetivo de vencer e isso não deve ficar em segundo plano. E não há maneira
melhor de se obter as vitórias almejadas do que jogar bem.
Fonte: Terra
Foto: Eric Mantuan/GE
2 comentários:
Acho só que não devem partir para o exagero; no jogo de quarta, mesmo depois de já estarem perdendo de 2x0, os jogadores do Audax continuaram a querer sair jogando conforme a maneira de jogo do F.Diniz e entregaram mais 2 gols para o São Paulo. Sou favorável à uma inovação tática, desde que ela seja feita com algum critério, além de bom senso. Se ele mesmo sabe que depende dos resultados, em algum momento deve saber pesar que vale mais jogar de forma mais simples em algumas ocasiões.
Valorizar a posse de bola é algo que sinto falta em nossos times por aqui e, se o pensamento do Diniz passar por isso, tem meu apoio.
Pelo visto, a ordem é não fugir do estilo nem quando o placar está adverso.
Logo depois que postei, fui avisado no Twitter pelo Eduardo Madeira que o ex-volante Pingo (novo treinador do Avaí) também é adepto do estilo. É bom saber que novas ideias estão surgindo, mas, como você bem escreveu, é preciso haver bom senso em determinados momentos da partida.
Postar um comentário