Para um fanático por
futebol, a Copa do Mundo é muito mais do que um evento esportivo. É um período
para se tirar férias do trabalho e só sair de casa para tratar de assuntos
estritamente necessários. São semanas mágicas, onde um jogador consegue deixar
o mundo mortal para fazer parte do panteão dos Deuses da Bola e, de quebra,
transformar um país inteiro numa grande festa. É uma época para se rir, chorar,
se emocionar. Enfim, é um momento que será guardado para sempre em nossos
corações...
A hora da verdade
Na última sexta-feira, a Confederação Brasileira de
Futebol antecipou o nome de cinco jogadores convocados para os amistosos contra
Honduras (16 de novembro em Miami) e Chile (19 de novembro em Toronto). Com a justificativa
oficial de necessidade dos atletas obterem vistos para entrada nos Estados
Unidos, foram chamados:
- Daniel Alves (lateral direito, Barcelona)
- Marquinhos (zagueiro, PSG)
- Lucas Leiva (volante, Liverpool)
- Hulk (atacante, Zenit)
- Diego Costa (atacante, Atlético de Madrid)

Dado o posicionamento de Diego Costa, não será
surpresa se o atacante anunciar nos próximos dias que recusa o chamado de
Felipão e que sua prioridade é La Roja. Inclusive, o diário
Marca traz a informação de que Costa já teria enviado uma carta à FIFA em que manifesta interesse de defender a Espanha. Se
existe tal cenário e se, ao que tudo indica, o técnico da Seleção Brasileira
tem total conhecimento disso, qual a razão de convocar alguém que não está
disposto a servir o Brasil? Simples. Raposa velha, Scolari sabe que ao chamar o
artilheiro do Atlético de Madrid deixará em suas mãos a decisão de jogar ou não
com a camisa amarela. Em caso de recusa, Diego arcará com todo o ônus desse
imbróglio. Além disso, a CBF ainda poderá recorrer à FIFA o que poderia gerar
um processo em que só o jogador teria algo a perder.
A novidade da pré-lista é a convocação de
Marquinhos, zagueiro em franca ascensão no futebol europeu e mais uma opção a
ser testada para a quarta e última vaga em aberto entre os centrais da Seleção.
Salvo por lesões, Thiago Silva, David Luiz e Dante já estão confirmados no
Mundial. Outra observação possível é que Lucas Leiva recuperou sua posição no
grupo, depois um período em que lutou contra diversas contusões que o deixaram
fora de combate por um longo tempo. Com isso, quem deve perder espaço é
Fernando, volante do Shakhtar Donetsk.
Os rivais
Além do Brasil, país-sede, vinte seleções garantiram
vaga na Copa do Mundo. Na América do Sul, Argentina, Colômbia, Chile e Equador
confirmaram participação em 2014. Da Europa estão apurados os vencedores de
grupo Bélgica, Itália, Alemanha, Holanda, Suíça, Rússia, Bósnia, Inglaterra e
Espanha. Da Concacaf estarão presentes Estados Unidos, Costa Rica e Honduras. E
através das eliminatórias asiáticas se classificaram Irã, Coreia do Sul, Japão
e Austrália.
Quinto colocado na América do Sul, o Uruguai vai
encarar uma repescagem intercontinental contra o Irã, enquanto o México, quarto
nas eliminatórias da Concacaf terá pela frente a Nova Zelândia, campeã da
Oceania. Enquanto isso, a terceira fase das eliminatórias africanas reservou os
seguintes confrontos: Nigéria x Etiópia, Senegal x Costa do Marfim, Camarões x
Tunísia, Argélia x Burkina Faso e Egito x Gana. Neste duelo, Gana praticamente
garantiu sua classificação ao bater o Egito por inapeláveis 6 a 1 na partida de
ida. Em princípio, isso significa mais uma ausência do Egito em Copas.
Na Europa, os segundos colocados passarão por uma
repescagem onde só o vencedor estará presente em território brasileiro. Após o
sorteio realizado em Zurique, ficaram definidos os confrontos entre França e
Ucrânia, Romênia e Grécia, Croácia e Islândia e Portugal e Suécia que marcará o
encontro entre os astros Cristiano Ronaldo e Zlatan Ibrahimovic. Infelizmente, só
um dos dois terá a honra de disputar a próxima Copa.
Outra polêmica envolvendo o Mundial do Brasil é o
critério utilizado pela FIFA para a definição dos cabeças de chave. Baseando-se
em seu ranking de seleções, a entidade confirmou que o anfitrião Brasil terá ao
seu lado os sete primeiros colocados do ranking, algo que não garantiu
selecionados tradicionais como Holanda e Itália. Os primeiros colocados são Espanha,
Alemanha, Argentina, Colômbia, Bélgica, Uruguai e Suíça. Caso o Uruguai não
avance em sua repescagem, o oitavo cabeça de chave será a Holanda.
De olho na Copa

Confira abaixo o andamento das obras para o Mundial
de 2014:
Obras concluídas: Belo Horizonte, Brasília, Ceará, Recife, Rio de
Janeiro e Salvador;
Apresentando atrasos: Curitiba, Manaus, Porto Alegre e São Paulo;
Situação preocupante: Cuiabá e Natal.
Imagens: Mowa Press, editoria
de arte Globoesporte.com e Caique Loureiro
2 comentários:
Sobre o Diego Costa: Acho que o erro maior no caso é da FIFA ao permitir essa palhaçada do cara jogar pela seleção de seu país e depois ainda poder jogar para outra seleção, desde que não tenha feito jogos oficiais. Sou meio radical nessa coisa de naturalização; só se o jogador tiver parente de primeiro grau para poder atuar por outro país e nada mais. Sobre a decisão dele, já que lhe é dado esse direito, creio que vai escolher jogar pela Espanha, o que faz com que ele tenha mais chance de ser convocado para 2014.
Sobre a eliminatória: penso ser errado também um país sul-americano disputar a repescagem com um país não-americano; para mim a eliminatória correta deveria ter como repescagem Uruguai x México. Também acho absurdo a Austrália jogar pela Ásia e não darem uma vaga direta para a Oceania (já que temos 32 times na Copa, porque não dar logo uma vaga para esse continente?) Sobre o critério dos cabeças de chave porque não utilizar os que já foram campeões mundiais?
O que mais me preocupa nas exageradas 12 sedes da Copa é saber o que serão de algumas delas (como em Cuiabá) depois do torneio?
Realmente a FIFA é cheia de incoerências, Alexandre. Salvo Israel ou qualquer outra seleção que enfrente problemas sérios em sua região, nenhuma deveria disputar eliminatórias em outro continente.
No caso de Diego, o PVC costuma citar com razão que os mesmos amistosos que não servem para desqualificar o atacante do Atlético de Madrid servem como base para o ranking da entidade. Difícil entender critérios assim.
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