quarta-feira, 20 de março de 2013

Futebol se joga em pé

A frase que dá título ao post é um sábio comentário sobre como um defensor deve se portar em campo, ou seja, jogar com técnica, sem abusar dos carrinhos. Mas também poderia se referir ao atacante que insiste em se jogar na tentativa de cavar faltas e iludir a arbitragem.
Nos últimos dias, circulou pelas redes sociais um vídeo que compara os comportamentos de Lionel Messi e Neymar em campo. Nas cenas, vemos o argentino enfrentando diversos marcadores e tentando se manter de pé a todo custo, enquanto o brasileiro se joga mediante qualquer contato mais forte dos adversários. Embora Messi possua alguns companheiros de Barcelona que também são adeptos da nefasta simulação de faltas, o personagem em questão é Neymar. É preocupante que o melhor jogador brasileiro da atualidade entre em campo com o intuito de tirar vantagem de algo que não seja sua própria habilidade com a bola.
Em recente entrevista a Jô Soares, o atacante disse que a artimanha de se atirar surgiu como uma espécie de defesa contra a violência dos rivais: “Às vezes a gente dá aquela pipocada porque é melhor perder aquela jogada do que se machucar”, afirmou. No entanto, o que Neymar faz não é exatamente isso. Uma coisa é saltar para escapar de uma pancada ou evitar uma dividida mais dura. Outra, bem diferente, é fingir que foi atingido e cair no gramado gritando como se alguém lhe tivesse partido a perna. Isso é desleal, desonesto e, ao mesmo tempo, é um desperdício de uma jogada que poderia resultar num lance perigoso em prol de sua equipe.
Lamentavelmente, entre atletas, técnicos e jornalistas, não falta quem defenda esse tipo de atitude. Há até quem diga que Neymar deve ser protegido em campo. Nada mais equivocado. É o santista quem precisa se adequar ao esporte que pratica e cabe aos árbitros assinalarem apenas e tão somente o que for falta, punindo os infratores com penalizações proporcionais às faltas cometidas. Apenas isso. Porém, ao que tudo indica, só uma transferência para uma liga que tenha uma arbitragem menos permissiva do que a brasileira pode forçar uma mudança de comportamento. Só assim, o jovem craque entenderá que a velha máxima dos bons zagueiros também serve para os grandes atacantes.
Crédito da imagem: Uol

2 comentários:

Alexandre Rodrigues Alves disse...

É bom sempre lembrar da conivência da arbitragem e da cultura que temos no Brasil de que o juíz tem de "controlar" o jogo; sempre que não se marca uma falta em um lance duvidoso de choque, a TV mostra 4,5 replays e normalmente se cobra dele por não ter apitado; então os atacantes aqui, muitas vezes se aproveitam disso para cavar toda e qualquer possibilidade de falta; digamos que algumas atitudes do Neymar são produto do meio, mas evidentemente tem de partir dele a mudança de postura, para ir melhor na Seleção e mesmo se ficar mais aqui ou indo para algum time da Europa.

Michel Costa disse...

Certamente, Alexandre. Mas veja o caso de Lucas, por exemplo. O ex-SPFC sempre procurava se manter em pé e dificilmente simulava. Neymar, ao contrário, simula duas vezes. A primeira, dentro de campo, quando finge ter sido fortemente atingido. A segunda, fora do gramado, quando diz que isso ocorre quando tenta fugir das faltas.
Espero que ele entenda isso quando deixar o Brasil. Caso contrário, não terá vida fácil na Europa.