sábado, 30 de março de 2013

Contagem Regressiva: Março de 2013

Para um fanático por futebol, Copa do Mundo é muito mais do que um evento esportivo. É um período para se tirar férias do trabalho e só sair de casa para tratar de assuntos estritamente necessários. São semanas mágicas, onde um jogador consegue deixar o mundo mortal para fazer parte do panteão dos Deuses da Bola e, de quebra, transformar um país inteiro numa grande festa. É uma época para se rir, chorar, se emocionar. Enfim, é um momento que será guardado para sempre em nossos corações...
Promessa e realidade
Exibido no último domingo, o programa “Esquenta”, apresentado por Regina Casé na TV Globo, trouxe a seguinte declaração do técnico Luiz Felipe Scolari: “Vou aproveitar o programa para pedir esse mesmo embalo e espírito na Copa das Confederações e Mundial. A gente vai ser hexa.” No entanto, diante dos duros empates da Seleção Brasileira contra Itália (2 a 2) e Rússia (1 a 1) o comentário deve ser encarado muito mais como uma mensagem de otimismo do que uma meta calculadamente traçada. Embora o Brasil não tenha conhecido derrota nos dois últimos amistosos, ela esteve bem mais próxima do que a vitória.
Nas citadas partidas, a Seleção sofreu demasiadamente com os ataques adversários e contou com a segurança de Júlio César na meta – performance que esmoreceu as dúvidas sobre sua forma técnica – para impedir o pior. Perante essas preocupantes atuações, dois diagnósticos se sobressaíram. O primeiro entende que o time leva pressão porque não atua de maneira compactada, oferecendo generosos espaços. O segundo crê que o fato de a Seleção não contar neste momento com jogadores fora-de-série faz com que os rivais percam o medo de se atirar ao ataque.
Contudo, este blogueiro se dá o direito a uma terceira opinião. Em parte, os problemas defensivos se devem à dificuldade da equipe sair jogando quando enfrenta marcações fortes a partir de sua intermediária. Ao contrário do que se imagina, Itália e Rússia não tiveram mais posse do que a Seleção e seus lances mais agudos ocorreram após a recuperação de bolas ainda no campo defensivo do Brasil. Perdas de posse que se originaram da falta de entrosamento de um time que se remonta pela segunda vez num mesmo ciclo e que se caracteriza, sobretudo, pelos seguidos erros de passe em zona perigosa.
Sem tempo para o devido treinamento, a solução desse dilema passa pela escolha dos volantes. Embora muitos acreditem que Hernanes e Paulinho são os armadores que a Seleção precisa, não é prudente esperar que eles desenvolvam funções como, por exemplo, as de Pirlo na Itália ou Xabi Alonso na Espanha. Hernanes sempre foi mais um meia dotado de ótimo controle de bola e potente arremate do que um grande articulador. Por sua vez, Paulinho, apesar do bom passe, é muito mais um volante de infiltração do que um organizador clássico. Enquanto isso, Ramires, titular ausente dos amistosos por lesão, tem como ponto forte sua capacidade de conduzir a bola de uma área à outra, mas com o “pecado” de não passá-la tão bem.
Porém, ao que tudo indica, a preocupação de Felipão parece ser muito mais o fortalecimento da marcação no setor do que a qualificação do passe. Isso explica a entrada do gremista Fernando no time, um jovem que mostrou grande capacidade física, mas alguma afobação. Se a intenção do técnico for retornar à velha fórmula do volante que rouba e toca de lado, perfeito. Afinal, é justamente esse tipo de jogador que o Brasil formou para posição nas últimas décadas. Agora, se a ideia é seguir a tendência mundial de que os volantes, além de marcar, também devem jogar, então esse avanço, lamentavelmente, deve ficar para depois da Copa.
Os rivais
O Brasil jogará amistosamente contra Bolívia e Chile, respectivamente, nos dias 6 e 24 de abril em partidas em que Luiz Felipe Scolari só poderá contar com atletas que atuam no País. Todavia, paralelamente, a comissão técnica tenta a liberação de alguns jogadores que atuam no exterior para reforçar a equipe. A renda do confronto com o selecionado boliviano a ser disputado em Santa Cruz de La Sierra deverá ser destinada aos familiares de Kevin Espada, morto após ser atingido por um sinalizador disparado por um torcedor do Corinthians durante a partida do Timão contra o San José pela Copa Libertadores da América deste ano. O amistoso contra os chilenos foi confirmado para o novo estádio Mineirão e deve ser o último antes da Copa das Confederações.       
De olho na Copa
O cerco está se fechando. José Maria Marin, presidente da CBF, está no centro de uma ação popular que visa sua saída da entidade. À frente do movimento estão o deputado federal e ex-jogador Romário e Ivo Herzog, filho do jornalista Vladimir Herzog, comprovadamente assinado por agentes da ditadura militar em 1975, após inflamado discurso do então deputado estadual José Maria Marin que, ao que tudo indica, provocou a prisão do jornalista. A petição chamada de “Fora Marin” e assinada por 54 mil brasileiros será entregue na sede da CBF no próximo dia 1º com cópia enviada aos 20 maiores clubes do Brasil.
O operário Raimundo Nonato Lima Costa morreu na última quinta-feira após cair de uma altura de cinco metros enquanto trabalhava nas obras da Arena da Amazônia em Manaus. Segundo o IML, seu óbito deveu-se a um traumatismo craniano. Até este momento, o estádio tem apenas 58% de suas obras concluídas.          
Confira abaixo o andamento das obras:         
Obras concluídas: Belo Horizonte, Ceará e Salvador;
Dentro do previsto: Brasília;  
Apresentando atrasos: Cuiabá, Porto Alegre e São Paulo;
Situação preocupante: Curitiba, Manaus, Natal, Recife e Rio de Janeiro.
Crédito das imagens: TV Globo e Mowa Press

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